As duas mortes de Jail Bozonaro

09/09/2021

09set2021

Após ter uma visão do futuro, no qual o mundo, em 2022, sofria com uma devastadora pandemia virótica e o Brasil, sob um governo neofascista, padecia numa violenta convulsão social, Adélio decide agir para impedir que Jail Bozonaro, um militar reformado com ambições políticas, torne-se presidente do Brasil

As duas mortes de Jair Bolsonaro CAPA 4a

AS DUAS MORTES DE JAIL BOZONARO

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A placa na estrada nos avisa que logo chegaremos ao nosso destino, a cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Eu dirijo o carro, e Kátia, minha namorada está comigo. Ela é fotógrafa e fará as fotos da entrevista para a matéria que estou escrevendo para uma revista. Olho para ela e percebo sua apreensão. É compreensível, afinal é a primeira vez que fotografará um assassino.

– Está com medo, meu amor?

– Um pouco… – ela responde, forçando um meio-sorriso. Em seu colo, repousa sua bolsa com os equipamentos.

– Relaxe. Ele ficou muito tempo numa prisão. Certamente, não deve estar com vontade de voltar.

Kátia fecha os olhos por alguns segundos e solta um forte espirro.

– Saúde! – eu digo, oferecendo-lhe a caixinha de lenços de papel.

– Obrigado. Acho que vou gripar.

Ela assoa o nariz com o lenço e o deposita no saquinho que serve de lixeira.

– Leandro, você acha que ele é louco?

Demoro um pouco a responder. É exatamente sobre isso que eu matutava momentos antes.

– Não sei.

O homem que iremos entrevistar cometera um assassinato vinte anos antes, em 1990, na cidade do Rio de Janeiro, e, por ter sido diagnosticado como portador de transtornos mentais, foi considerado inimputável e enviado a um manicômio judiciário, onde ficou por vinte anos. Eu o conheci lá, um ano atrás, quando entrevistava alguns internos para uma matéria. Ele veio espontaneamente falar comigo, perguntou se eu era jornalista e, após minha confirmação, disse que quando estivesse em liberdade, o que ocorreria em alguns meses, gostaria de me contar sobre seu caso. Dei-lhe meu número de telefone e pedi que entrasse em contato. Naquele momento, ele não me pareceu ser louco, mas um homem calmo e equilibrado. Então, dois meses atrás, ele me telefonou e marcamos um encontro. Aproveitei esse tempo para estudar seu caso e li todo o processo.

– Ainda acho que você deveria ter me contado que viríamos encontrar um assassino.

– Se eu contasse, Kátia, você não estaria agora comigo – respondo e belisco sua bochecha para ajudá-la a relaxar.

– O que você vê de tão interessante no caso dele?

– Seu depoimento é muito curioso e o caso tem algumas inconsistências. Em nosso encontro no manicômio, ele me falou que contaria toda a verdade.

– Espero que essa entrevista passe bem rápido.

– Fique tranquila, meu amor. Todos com quem falei na administração do manicômio me garantiram que ele é de índole pacífica e que sempre se comportou muito bem durante sua estadia lá.

Entramos na cidade e logo chegamos ao endereço, num bairro periférico. Paro o carro em frente ao portão da casa e, no jardim, uma mulher de meia idade nos espera. Ponho a cabeça para fora da janela, para que ela me veja. Ela acena, sorridente, e abre o portão.

– A senhora deve ser a dona Marisa – digo, após parar o carro e descer.

– E você deve ser o Leandro – ela responde, simpática, ajeitando o cabelo solto. Veste um vestido simples vermelho e calça chinelo de dedo. Parece ser uma mulher elegante.

– Sim, e ela é a Kátia, nossa fotógrafa.

– Sejam bem-vindos. Adélio está esperando por vocês. Venham, por favor.

Seguimos Marisa pelo jardim, por um caminho de pedrinhas entre a grama. É um terreno pequeno, com a casa ao centro. Muitas árvores e plantas de folhas coloridas, com borboletas saltitantes a alegrar ainda mais a paisagem. Deve ser um lugar gostoso para se viver, longe da confusão das grandes cidades. Olho para Kátia e ela parece mais relaxada, admirando a beleza do lugar.

Passamos por uma varanda e entramos na sala. Ao nos ver, Adélio caminha até nós, sorridente. Está descalço e vestido com bermuda e camiseta brancas.

– Leandro! Bom ver você novamente.

– Igualmente, seo Adélio. Esta é Kátia, minha namorada.

– Muito bom gosto você tem, rapaz.

– Ela também tem bom gosto – diz, por sua vez, Marisa, e todos rimos.

– Sentem-se, fiquem à vontade. Se quiserem usar o banheiro, é aquela porta. Aceitam algo para beber?

– Água, por favor – respondo, e Kátia pede o mesmo.

Enquanto Marisa vai à cozinha, eu e Kátia nos sentamos no sofá, e Adélio numa das poltronas. A decoração da casa é simples e o ambiente é aconchegante. À minha frente, está um simpático senhor de sessenta e quatro anos, alto e forte, que durante os últimos vinte anos viveu internado num manicômio, sob tutela do Estado, e que há dois meses foi desinternado para ser reintegrado à sociedade. Parece bem de saúde, e movimenta-se com tranquilidade.

De repente, um gato preto salta sobre a poltrona vazia e me assusto. Adélio ri, e Kátia também.

– Essa aí é a Amanda. Veio lhes dar as boas-vindas.

– É linda – diz Kátia, admirando o bichano.

– Não se preocupem, ela é mansinha. Vai ficar um tempo aqui e depois irá para o jardim caçar borboletas. Não me alegra a morte das borboletas, mas procuro me consolar imaginando que elas já morreram uma vez, quando eram lagartas, e talvez estejam acostumadas.

Marisa chega trazendo uma bandeja com três copos e uma jarra com água, e a põe sobre a mesinha de centro, sentando-se em seguida na poltrona. Amanda se acomoda em seu colo. Retiro da mochila o gravador e um caderno.

– Acho importante dizer, inicialmente – Adélio fala –, que Marisa e eu não nos importamos se as pessoas vão acreditar ou duvidar da nossa história. Decidimos contar porque achamos que ela pode ser útil para o mundo em que vivemos.

– Perfeitamente – digo, sentindo a solenidade emanada por suas palavras. – Gravarei nossa conversa e, enquanto conversamos, Kátia fará algumas fotos. Podemos começar?

– Antes, me digam, por favor, em que ano vocês nasceram – pede seo Adélio.

– Nasci em 1970 – respondo eu.

– No auge da ditadura militar.

– Sim. Escapei por pouco de seus horrores.

– Sorte sua.

– Eu sou de 1979 – responde Kátia.

– Ano em que o Pink Floyd lançou The Wall.

– Gosto muito deles.

– Não liguem – comenta Marisa. – É mania de historiador.

– Bem, agora que finalmente conheço vocês, acho que estamos prontos – Adélio diz, piscando o olho para a esposa.

Ligo o gravador sobre a mesinha e posiciono o caderno em meu colo.

– Seo Adélio, por que o senhor matou o vereador Jail Bozonaro?

Adélio ajeita-se na poltrona, junta os dedos das mãos pelas pontas, cada dedo com o seu correspondente da outra mão, e fecha os olhos. Respira algumas vezes. Penso que talvez ele esteja se concentrando para reavivar as memórias ou selecionando o que exatamente irá me contar. Olho para Marisa, que olha para mim e sorri, fazendo um gesto para eu aguardar. Um minuto depois, Adélio abre os olhos e pergunta:

– Estamos em que ano?

– Estamos em 2010, meu amor – Marisa responde, como se já aguardasse pela pergunta. E, olhando para mim e Kátia, fala baixinho: – É assim mesmo, ele está bem.

– Sim, 2010… – prosseguiu Adélio, agora olhando para o jardim pela porta aberta – Naquele tempo, 1988, Marisa e eu éramos um casal de namorados com a idade de vocês dois. Morávamos juntos, no Rio de Janeiro. Eu era professor de História em cursinho de pré-vestibular e ela era assistente social. Eu já era louco por ela, como sempre fui.

– E eu por ele – Marisa emenda.

Eles se olham com carinho e sorriem. A relação deles parece ser bastante harmoniosa.

– Numa certa noite, Marisa me acordou no meio da madrugada porque eu estava chorando. Eu havia tido um pesadelo. Nele, eu estava no Brasil, trinta e quatro anos depois, em 2022.

– O senhor sonhou que estava no futuro? – perguntei, enquanto Kátia buscava novos ângulos para suas fotos.

– Podemos chamar de sonho, mas era real. Eu acessei o futuro. Eu, realmente, estava lá.

Adélio fica olhando para mim, com uma expressão de quem diz algo óbvio. Fico um pouco desconcertado.

– Não se constranja, por favor. Sei perfeitamente que o que conto é muito estranho. Você tem todo o direito de achar que foi apenas um sonho.

Sorrio, e me ajeito no sofá, atento.

– Eu estava no futuro, mas naquele momento, era o presente, e eu me sentia absolutamente lúcido. Naqueles dias, em 2022, o Brasil vivia uma situação terrível. Um vírus surgido na China se alastrara em poucas semanas pelo mundo inteiro, contaminando milhões de pessoas e afetando a economia de todos os países. No Brasil, o sistema de saúde, tanto o público como o privado, entrou em colapso, sem conseguir atender os doentes. Um milhão já haviam morrido.

– No mundo?

As duas mortes de Jair Bolsonaro CAPA 4a

– Apenas no Brasil. A doença foi batizada de covid-19, e matava em poucos dias. No Brasil, o enfrentamento da pandemia foi prejudicado pela negligência do governo federal, que se preocupou mais com a economia que com a vida das pessoas, e temia que medidas rígidas de isolamento social, como foram feitas na Europa, prejudicassem as atividades econômicas. Por incrível que pareça, o governo assumiu a postura de negacionista do vírus, surpreendendo o mundo. Alguns governos estaduais se contrapuseram ao governo federal e insistiram nas medidas, instituindo quarentenas, fechando o comércio e obrigando o uso de máscaras higiênicas, e as duas posições antagônicas confundiram a população. A maior parte desaprovava o governo e apoiava as medidas rígidas, mas os que não apoiavam, geralmente da classe empresarial, sabotavam como podiam os esforços dos governadores e prefeitos, para que a população se revoltasse contra eles. Como você pode ver, era um sonho muito detalhista.

– Sim, bastante… – concordo, e realmente estou surpreso com tantos detalhes. – Prossiga, por favor.

– Além da crise sanitária, havia também a crise econômica, que perdurava havia alguns anos e se agravara com a pandemia. Como se não bastasse, o país vivia uma forte crise política, com um governo de extrema-direita de orientação fascista, militarista e evangélica, que fora eleito numa eleição que se revelaria fraudada e que agora aparelhava ideologicamente o Estado para corroer, dia após dia, as bases da democracia no país. O governo tinha o apoio do capital financeiro, das grandes igrejas evangélicas e de parte das polícias estaduais, e, apostando no caos institucional, buscava armar a população para poder contar com milícias organizadas em sua defesa. Aliado incondicional de Estados Unidos e Israel, e se inspirando em governos autoritários de direita, o governo contrariou a tradição diplomática brasileira e rompeu com a ONU, a OMS, os BRICS, o Mercosul, a Unasul, o Vaticano, os árabes e os chineses. O governo perseguia implacavelmente os opositores, e vários políticos, artistas, cientistas e intelectuais se viram forçados a sair do país, temerosos por sua segurança. Os partidos de oposição tentavam reagir, o poder judiciário freava como podia os ímpetos autoritários do governo e a imprensa se dividia entre críticas ao autoritarismo e apoio às medidas econômicas ultraliberais que tiravam direitos dos trabalhadores e devastavam a Natureza em nome da exploração comercial.

– Desculpe interromper, seo Adélio… – falo, procurando não ser ríspido – Talvez estejamos desviando da minha pergunta.

– Pelo contrário, estou indo direto ao ponto – ele rebate, piscando um olho para a esposa.

– Acho até que você está sendo conciso demais – ela concorda, sorrindo para o marido, e por um instante tenho a impressão de que brincam comigo.

– O presidente, um ex-militar que quase fora expulso do Exército, se dizia enviado por Deus para liderar o Brasil. Ele e seus três filhos políticos, que agiam como ministros tresloucados, eram defensores da ditadura militar, idólatras assumidos de torturadores assassinos e propagavam teorias paranoicas anticomunistas. Posavam para fotos com armas e praticavam discursos de ódio, incitando seus apoiadores contra as instituições e os opositores, e mantendo-os atiçados para irem às últimas consequências na defesa do governo, que contava com uma rede de distribuição sistemática de mentiras e notícias falsas. A situação do Brasil se tornara grotesca e surreal.

Adélio faz uma pequena pausa e esfrega o rosto com as mãos.

– Finalmente – ele retoma a história –, as reações se tornaram mais articuladas: muitos apoiadores do governo se afastaram e aumentaram as cobranças para punição aos crimes cometidos pelo presidente e seus filhos, que eram a cada dia mais evidentes, e eles foram denunciados. Com o cerco se fechando, o presidente tentou um golpe com apoio da ala militar de seu governo e as polícias milicianas dos Estados. O alto escalão das Forças Armadas não o apoiou e ele se refugiou no Palácio do Planalto com um grupo de apoiadores. Uma situação absurda, que escandalizou o mundo. Enquanto isso, nas cidades do país inteiro, grupos pró e contra o governo brigavam nas ruas. O Brasil mergulhara numa convulsão social.

Adélio faz outra pausa. Olho para Kátia e ela está sentada no braço do sofá, atenta ao relato.

– O presidente se chamava… Bozonaro.

– Jail Bozonaro – completa Marisa.

Finalmente, penso eu. Parece que chegamos ao ponto central da questão.

– Bozonaro resistiu, mas vendo que seria preso e julgado até por crimes contra a humanidade, preferiu o suicídio, atirando na cabeça. Mas, antes, matou a esposa. Morreu com uma arma na mão e a bíblia na outra.

Adélio para de falar e toma um gole dágua. Há um certo peso no ar.

– E a pandemia? – indago.

– Levaria muito tempo para ser totalmente controlada, pois sempre surgiam novas ondas que obrigavam a novas medidas para contenção. Foi uma imensa tragédia, que aumentou a distância entre ricos e pobres, mas que fatalmente faria a humanidade repensar muitas coisas, como a questão ecológica, os sistemas de saúde e seguridade social, as relações de trabalho, as leis de mercado…

– E vocês?

– Marisa e eu éramos um casal de velhinhos saudáveis, sem filhos, que gostava de passear na praça ao entardecer e de tomar vinho na varanda admirando as estrelas. Mas, agora, a vida se resumia a se proteger da pandemia e do caos social. Agora, o que víamos eram os confrontos nas ruas, muito desespero. Um dia, passou em frente ao nosso prédio uma carreata de apoio a Bozonaro, com muitas pessoas armadas, e um homem com a camisa da seleção brasileira de futebol deu vários tiros para o alto. Um deles atingiu Marisa, que estava na varanda. Foi assim que perdi minha companheira.

– Ela morreu? – Kátia pergunta, curiosa.

– Com os hospitais lotados, morreu no mesmo dia. Tinha sessenta e quatro anos. A idade que tenho hoje.

Eu quase digo um “sinto muito”, de tão envolvido que estou na história. Olho para Kátia e vejo que ela também está impactada.

– A vida para mim se tornou uma tristeza sem fim. Agora, estava sozinho para enfrentar os perigos da pandemia, sem família ou amigos por perto, mas o mais difícil era suportar o sofrimento de não ter mais Marisa comigo. Já não via sentido em continuar vivo. Marisa e eu ainda tínhamos um futuro juntos pela frente, e agora ele de repente não existia mais, um tiro acabou com ele…

Ele interrompe a fala. Parece emocionado.

– Então, uma noite, despertei de madrugada. Estava chorando, e entendi que chegara a minha hora. Fechei os olhos e, enquanto aguardava, pensei que se fosse possível ter de volta minha Marisa, eu faria o que tivesse que fazer para que isso acontecesse. Morri com esse pensamento.

Um silêncio estranho desce sobre nós todos. No colo de Marisa, Amanda mia baixinho, salta para o chão e vai para o jardim.

– Certo, morreu no sonho – comento, para que eu mesmo não me perca no relato.

– Sim, e acordei em 1988, ao lado de Marisa. Estava chorando, ainda envolvido por aquela imensa tristeza… E impressionado com o sonho, os detalhes…

– Ele ficou mudo por três dias – interrompe Marisa, rindo. – Quando tentava falar, desistia, e só dizia assim: Meu amor, você está aqui…

– Sim. O sonho foi tão forte que eu tinha medo de contá-lo, para não reviver aquela tristeza horrível que era a ausência de Marisa. Além disso, havia a angústia pela situação do país, o sofrimento do povo com a pandemia, todo o caos social… Então, de repente, compreendi que eu havia, de fato, acessado o futuro. Compreendi que naquela noite eu vivi no Brasil de 2022. Eu estive no fundo do poço da história brasileira.

– Seo Adélio… – prossigo, dividido entre seguir com o roteiro da entrevista e saber mais sobre o Brasil de 2022 – Esse seu sonho é muito interessante. Do ponto de vista ecológico, por exemplo. Ano passado, tivemos a gripe suína, e antes, em 2002, tivemos a SARS. Na minha opinião, é óbvio que o comportamento antiecológico da nossa espécie tem causado essas epidemias e talvez surja uma outra em breve, ainda mais perigosa. Mas nem imagino como é viver num cenário de pandemia como esse que o senhor sonhou.

– Em países ricos, com população bem informada, já é desesperador, mas em países como o Brasil, com grande desigualdade social, é ainda mais difícil. Porém, aprendi coisas importantes. Se aceitar, posso dar um conselho.

– Aceito, sim.

– Não se apegue ao que não é importante. Quando a vida que tínhamos, de repente não temos mais, e qualquer um pode morrer a qualquer momento, tudo vira supérfluo, menos o que é realmente fundamental.

– Entendi. Obrigado.

Por um instante, penso no que pode ser realmente fundamental em minha vida. Mas a entrevista tem que seguir.

– Voltando ao que eu estava dizendo… – continuo. – Do ponto de vista político, longe de mim desmerecer a experiência que o senhor teve nesse sonho, mas acho improvável que cheguemos, no Brasil, a uma situação assim tão catastrófica, um governo de extrema-direita, neofascista, violento…

– Eu estive lá, Leandro.

Tomo fôlego para prosseguir em minha argumentação. Não é fácil conversar com alguém que tem certeza de que já viveu no futuro.

– Sei que nossa democracia não é perfeita, seo Adélio, e temos muito a melhorar, mas, sinceramente, não vejo tal risco no horizonte.

– A chegada de Bozonaro à presidência não se deu de um dia para o outro. O ovo da serpente foi gerado por um conjunto de fatores que se avolumaram durante anos, incluindo a pusilanimidade das instituições diante dos avanços antidemocráticos. Anos antes, a banda podre do Congresso, usando de ardilosos malabarismos jurídicos e interessada apenas em vantagens pessoais, afastou a presidenta e isso rompeu o contrato da normalidade democrática, abrindo caminho para toda sorte de oportunismos extremistas. Bozonaro era a face brasileira de um fenômeno que ocorria também em outros países. Era o fascismo tentando ressuscitar, aproveitando-se das falhas da democracia em sua lida com os problemas do mundo.

Aproveito a pausa para beber água. Adélio relata os acontecimentos como se, de fato, os houvesse vivido, e sei que devo respeitar sua experiência, seja ela um mero sonho ou algo mais.

– Kátia e Leandro… – ele retoma sua fala, olhando para mim e minha namorada – O fascismo é um fenômeno histórico do século 20, mas suas ideias vivem na alma humana. É lá, nas sombras, que o fascismo aguarda, sorrateiro, pela situação propícia, com predileção pelas crises econômicas e políticas, esperando pelo messias que o representará. Ele é mutante e sutil, sabe se adaptar aos novos tempos. Suas ideias seduzem porque são simplistas, reluzem como um elixir mágico para os problemas, e legitimam todos os ódios e preconceitos latentes que, numa democracia, não têm espaço para se manifestar. Por natureza, ele é a antipolítica, pois despreza o diálogo e só entende a disputa pela ótica da violência. Nunca subestimem o fascismo. Ele está entre nós, agora mesmo, se espalhando pelas mentes suscetíveis, como um vírus.

– O senhor é historiador, seo Adélio, respeito muito seu conhecimento. Só acho que nossas instituições já amadureceram o suficiente para não permitir que a democracia retroceda a tal ponto. Mas sei dos perigos do fascismo, claro que sei.

– Eu também achava que sabia.

O olhar sério de Adélio me incomoda. Ele continua:

– O fascismo é como uma epidemia. Tudo o que fizermos antes para preveni-lo soará como exagero, e tudo que fizermos depois será tarde demais.

Na sala, fica um silêncio um tanto constrangedor. Desvio meu olhar para minhas anotações.

– Pronto, já dei minha aula de hoje – Adélio brinca, diminuindo a tensão no ar.

– Se deixar, ele vai até amanhã – Marisa emenda, dando uma boa risada.

– Foi uma aula curta e precisa, obrigado – comento, mais descontraído.

– Sim, foi ótima! – Kátia também reconhece.

– Mas precisamos seguir em frente com a entrevista, não é?

– Por favor, seo Adélio.

– Onde estávamos?

– Em 1988 – Marisa acode o marido nas lembranças.

– Sim – ele fala, ajeitando-se na poltrona e direcionando novamente o olhar para o jardim. – Uma semana depois, consegui contar o sonho para Marisa. Contei tudo, todos os detalhes, e ela ficou bastante impressionada. Quando terminei, nós dois chorávamos, eu pela dor de ter perdido minha grande companheira, com quem vivi por quarenta anos, e ela por ter me deixado sozinho naquele apocalipse. Então, tivemos medo, muito medo, do futuro. Eu sabia que ele chegaria, trazendo todo aquele pesadelo social e político, todas aquelas mortes que poderiam ter sido evitadas… Não posso explicar essa certeza, só posso dizer isso: eu sabia. Aquele futuro chegaria, e nem eu e nem Marisa queríamos vivê-lo.

As duas mortes de Jair Bolsonaro CAPA 4a

– A senhora acreditou na experiência que ele teve? – pergunto, curioso sobre o modo como Marisa compreende tudo aquilo.

– Sim. Eu vi em seus olhos que era tudo verdade.

– Ainda acredita?

– Mais do que antes – ela responde. Seu olhar encontra o de Adélio e eles sorriem. Parecem dois ímãs a se atrair onde quer que estejam.

– O que aconteceu depois, seo Adélio?

– Sentimos que deveríamos fazer algo para evitar aquele futuro cheio de trevas. Mas o quê, exatamente? Então, um dia, lendo o jornal, vimos uma notícia sobre Jail Bozonaro, um capitão reformado do Exército que era candidato a vereador no Rio de Janeiro. E a ficha caiu: ele representava o sinistro futuro. Por causa dele, duas décadas depois, o Brasil viveria uma imensa tragédia política e social. E por causa dele, Marisa e eu não envelheceríamos juntos.

– Vocês já o conheciam?

– Um pouco. Dois anos antes, em 1986, Bozonaro escrevera um artigo na revista Veja no qual reclamava melhores salários para a classe militar e isso lhe dera certa popularidade entre as baixas patentes. Porém, isso lhe valeu quinze dias de prisão. Depois, envolveu-se em outro caso de insubordinação, dessa vez com planos de atentados com bombas em dependências do Exército e numa adutora de água que abastece a cidade do Rio de Janeiro. Ele foi julgado por um tribunal militar e absolvido, mas o caso não ficou bem esclarecido. Após isso, foi para a reserva com a patente de capitão.

– Um capitão do Exército terrorista?

– Sim. Infelizmente, as escolas militares formam muitos deles, e não apenas no Brasil – Adélio responde. Toma mais água e continua. – Bozonaro era casado e tinha três filhos pequenos, todos homens. Então, fingi ter interesse em ajudá-lo em sua campanha eleitoral e ele me falou de suas ideias e me entregou folhetos de campanha. A impressão inicial que tive dele foi a de um indivíduo de personalidade forte e agressiva, com rígidos valores morais conservadores e com ideias políticas um tanto confusas. E me chamou a atenção o seu espírito ambicioso e determinado.

– Ele não desconfiou de nada?

– Desconfiava de todos, tinha certa mania de perseguição. Mas consegui levar o plano adiante. Pouco antes das eleições, pedi uma reunião com ele, a sós, e nela falei que tivera uma visão de seu futuro. Falei que se ele seguisse a carreira política, seria vereador e deputado federal, e que sua atuação seria medíocre, mas que, mesmo assim, ele seria eleito presidente da República. Falei do atentado que ele sofreria, e que quase o mataria. Falei que ele teria seguidores fanáticos que o veriam como a um messias, mas seria considerado uma aberração pela comunidade democrática internacional. Falei do quanto ele atacaria os grupos sociais vulneráveis e do quanto contribuiria para a destruição da Natureza em nome de sua exploração comercial. Falei também sobre sua péssima atuação na pandemia de covid-19 e que seria responsabilizado pela morte de milhares de pessoas. Falei sobre seu fim terrível, com muito sofrimento para ele e sua família.

– Ele não o interrompeu?

– Não. Escutou a tudo atento. Porém, enquanto eu falava, percebi que seus olhos brilhavam e tive medo de que tudo aquilo, em vez de lhe provocar repulsa ou medo, na verdade pudesse agradá-lo. O certo é que Bozonaro ficou encantado com tudo que o futuro lhe reservava. Hoje, sei que eu estava diante de um sádico psicopata, capaz de fazer tudo aquilo que o futuro me mostrou que ele faria. Ao fim, pedi que pensasse seriamente a respeito e avisei que estava abandonando a campanha. E saí da sala.

– Pelo jeito, ele não seguiu seu conselho.

– Não. Quando soubemos que manteve a candidatura, Marisa e eu ficamos muito tristes. Todo o nosso esforço foi em vão.

– O senhor não teve medo dele lhe fazer algo?

– Consideramos essa hipótese. Tanto que nunca lhe informei meus dados verdadeiros. Sumi da vida dele tão rápido quanto me aproximei.

Aproveito que Adélio acaricia Amanda, que voltou do jardim, e faço anotações no caderno. Eu achava que, nessa altura da entrevista, teria uma boa noção sobre a saúde psíquica do meu entrevistado e saberia dizer se ele era louco ou não. Mas me enganei. Ainda não sei o que concluir. Em meu trabalho de jornalista estou acostumado com relatos estranhos e alguns totalmente fantasiosos, mas, apesar de parecer filme de ficção científica, a história de Adélio está me parecendo sincera. Pelo menos até agora.

Eu pesquisei sobre o vereador assassinado. Jail Bozonaro tinha um perfil conservador, e nos dois anos em que atuou na Câmara foi pouco participativo. Usou o mandato, principalmente, em pró de causas militares. Tive acesso a documentos do Exército, feitos na década de 1980, que mostram que os superiores do então tenente Bozonaro o avaliaram como sendo dono de uma “excessiva ambição em realizar-se financeira e economicamente”. Um coronel, seu superior na época, afirmou que Bozonaro “tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos”. Portanto, o que Adélio falou a respeito da personalidade do capitão parece concordar totalmente com a opinião dos seus superiores militares.

– Marisa e eu analisamos a situação – Adélio prossegue – e percebemos que fomos ingênuos em nossa estratégia. Os argumentos que usei, em vez de fazê-lo desistir de seguir a carreira política, provavelmente serviram como combustível. Então, decidimos que mudaríamos o futuro de outra forma e começamos a nos programar para viver fora do Brasil. Se não podíamos evitar aquele futuro terrível para nosso país, ao menos podíamos estar longe quando acontecesse. Estudamos possibilidades em vários países, mas dois anos depois, em 1990, quando soubemos que Bozonaro se candidatara a deputado federal, desistimos.

– Por quê?

– Porque entendemos que seria egoísmo de nossa parte. O sonho havia deixado em nossas mãos uma missão. Ele havia nos revelado o futuro para que pudéssemos mudá-lo, e nós não tínhamos o direito de fugir dessa responsabilidade, mesmo que fosse para proteger o nosso futuro particular.

Uma missão… É um termo comum no discurso de muitos loucos. Eles se consideram predestinados a realizar algo importante para seu povo, para a humanidade, ou para o deus em que acreditam. Nas entrevistas que fiz no manicômio em que Adélio esteve, ouvi esse termo de alguns internos.

– Então, pensamos num novo plano – ele continua. – Dessa vez, estudamos os hábitos de Bozonaro e analisamos com atenção sua agenda de compromissos. Descobrimos que ele marcava encontros secretos no Hotel Brilhante, no centro da cidade. Chegava sozinho, pegava a chave do quarto na recepção e subia, sempre no décimo sétimo andar. Nossa primeira suspeita foi de que se tratava de negócios ilegais, mas depois desconfiamos que ele poderia ter uma amante.

– Vocês descobriram isso sozinhos ou contrataram um detetive?

– Achamos arriscado envolver outras pessoas naquilo. Então, fizemos tudo nós dois. E decidimos nós mesmos registrar as imagens. Nosso plano consistia numa chantagem: ou ele desistia da candidatura a deputado federal ou nós enviaríamos o material para a imprensa. Bozonaro planejava eleger a esposa como vereadora nas eleições de 1992. Se fosse eleito deputado federal, isso ajudaria nos planos dele. Um escândalo de traição conjugal naquele momento, sendo ele o moralista cristão que era, poderia lhe custar a eleição e até mesmo o casamento.

– Mas mesmo que ele concordasse, poderia se candidatar nas eleições seguintes, e assim seguiria normalmente na carreira política.

– É verdade. Mas nossa ação poderia ser o suficiente para alterar o futuro.

Que história louca…, eu penso. Agora, ela já parece um filme de suspense policial. Será tudo um grande delírio? Será Adélio tão criativo a ponto de inventar tudo isso que me conta? Bem, ele ficou vinte anos preso, é tempo suficiente para criar muitas histórias, com infinitos detalhes. E Marisa? Se ele é louco, o que dizer dela? Todas essas ideias me passam pela mente ao mesmo tempo, mas sei que preciso estar atento ao relato.

– Então, soubemos que Bozonaro se hospedaria novamente no Hotel Brilhante – Adélio retoma a narrativa. – Dessa vez, Marisa e eu decidimos nos hospedar lá também. Era véspera do feriado de Sete de Setembro. Chegamos de manhã. À noite, na hora de sempre, Bozonaro chegou, pegou a chave do quarto e tomou o elevador para o décimo sétimo andar. Marisa, que aguardava na recepção, fez uma ligação para o nosso quarto, no mesmo andar. O telefone tocou apenas uma vez, era o sinal. Saí do quarto e fui até o vaso de plantas que ficava no fim do corredor, próximo à porta do quarto que ele reservara.

– Que quarto era?

– Acho que… 1709.

– Sim, era o 1709 – confirmou Marisa. – E nós estávamos no 1701. Ambos ficavam nas pontas do corredor. E o elevador ficava no meio.

Anoto os números no caderno. Mas sei que ela fala a verdade.

– A câmera filmadora já estava lá no vaso – prossegue Adélio –, camuflada entre as folhas, devidamente posicionada para a porta do 1709. Pressionei o botão e ela começou a filmar. Corri e entrei no quarto. Como não havia câmeras de vigilância nos corredores, pude agir tranquilamente. Meia hora depois, o telefone tocou outra vez. Então, abri um pouco a porta do quarto e ouvi a porta do elevador se abrindo. Espiei com cuidado e vi uma mulher caminhando pelo corredor, de costas para mim e de frente para a filmadora. Lembro bem do som de seus saltos no chão, poc, poc, poc… Não consegui ver bem seu rosto, mas era ruiva e alta, e usava um minivestido preto. Imaginei que pudesse ser uma prostituta. Ela passou pela porta do 1709 e se aproximou do vaso de plantas. Tive medo de que ela houvesse visto a filmadora, mas o que ela queria era jogar algo na lixeira, talvez um chiclete. Após isso, ela voltou, foi até a porta do 1709, bateu e esperou. A porta se abriu e ela entrou. Logo depois, surgiu a cabeça de Bozonaro, ele olhando para um lado e para o outro do corredor, certificando-se de que ninguém havia visto nada. Pensei comigo: perfeito.

De fato, é uma história muito interessante, eu penso enquanto Adélio bebe um pouco dágua. E, como li o processo e sei de alguns detalhes do que aconteceu aquela noite, fica mais interessante ainda, pois posso acompanhar o relato e, ao mesmo tempo, compará-lo com as informações oficiais. Até agora, tudo se encaixa perfeitamente.

– Peguei a filmadora e fui para o quarto e, logo depois, Marisa chegou. Vimos as imagens com atenção e ela também achou que era uma prostituta. Fosse ou não, consideramos que já tínhamos o material que precisávamos. Como ficaríamos no quarto até a manhã seguinte, agora era hora de relaxar. Abri a janela do quarto para podermos respirar o ar da noite e fui tomar banho. Pouco tempo depois, escuto uma voz de homem. Era ele, Bozonaro. Do lado de fora da janela, no parapeito que circundava o prédio, ele apontava uma arma para Marisa. Nesse momento, eu já havia desligado o chuveiro e fiquei escutando em silêncio, apavorado e calculando como agir.

– E a visitante?

– Ele a mandara embora. Provavelmente, foi ela quem o avisou sobre a filmadora no vaso de plantas.

– Ele entrou e me mandou sentar na cama – Marisa segue com o relato, revelando sua visão dos fatos. – Estava espumando de ódio, os olhos vermelhos, e seu hálito cheirava a bebida. Com a pistola apontada para mim, falou assim: “Não conheço aquela travesti, ela errou de quarto, tá ok, tá ok?”. Disse e repetiu várias vezes. Depois, perguntou quem havia me contratado, citando alguns nomes.

– Que nomes ele falou?

– Não lembro, eu estava muito nervosa. Só pensava em Adélio e torcia para que ele continuasse quieto no banheiro, pois temia que Bozonaro o matasse.

– Também não lembro – Adélio emenda. – Certamente, eram adversários políticos. Mas como ele tinha mania de perseguição, podia ser qualquer pessoa.

– Sem saber o que dizer, falei que fui contratada pela esposa dele – continua Marisa. – Ele pareceu ficar confuso. Então, pegou a filmadora e a minha bolsa e disse que se eu contasse a alguém sobre aquela noite, mandaria me matar. Pensei que sairia pela porta, mas ele parou e me olhou de um jeito estranho. E me mandou tirar a roupa e ficar nua. Achei melhor fazer o que ele queria. Porém, ele desistiu, e disse que eu era muito feia, que não merecia ser estuprada. Quando tocou a maçaneta para sair, viu as roupas de Adélio e perguntou se havia alguém no banheiro. Respondi que estava sozinha. Ele foi até o banheiro e tentei impedi-lo, e caímos sobre a cama. Nesse momento, Adélio saiu e se jogou sobre ele.

– Ele o reconheceu, seo Adélio?

– Não nesse momento – responde Adélio, retomando a narrativa. – No meio da briga, consegui pegar a pistola e o golpeei na cabeça. Ele cambaleou e ficou encostado na parede, tonto, com a cabeça sangrando. Apontei-lhe a arma, falei quem eu era e disse que não queríamos matá-lo, apenas propor um acordo. Ele riu com sarcasmo e disse que ninguém o impediria de cumprir seu glorioso destino, que Deus o escolhera para guiar o Brasil. Então, virou-se e passou uma perna para fora da janela. Marisa e eu nos olhamos, nervosos, sem saber o que fazer. Ele passou a outra perna e ficou lá, do lado de fora, de pé no parapeito. Falei para ele que entrasse, pois podia cair, mas ele respondeu fazendo um gesto com os braços, me dando uma banana, e saiu caminhando pelo parapeito na direção de seu quarto. Nós vimos tudo da nossa janela. Ele parou na janela do 1709, ficou imóvel por alguns segundos e, em seguida, despencou no vazio. Foi horrível.

Adélio para de falar. Agora, olha novamente para o jardim. Sua expressão é calma e suas mãos estão juntas novamente, as pontas dos dedos se tocando. Marisa se levanta, posta-se ao lado dele e toca delicadamente seu ombro. Olho para Kátia, que olha para eles aparentemente impressionada.

– Você me disse que leu o processo – diz Adélio, agora olhando para mim. – Está tudo lá.

– Sim. O corpo dele foi encontrado logo depois no pátio dos fundos do prédio – falo, expondo o que sei. – Como a janela do 1709 estava aberta, a polícia suspeitou logo da travesti, que ela o teria empurrado pela janela. Porém, nunca conseguiu localizá-la, nem descobriu seu nome verdadeiro, apenas o nome que deixou no registro da recepção: Zarla Cambelli, que ela, provavelmente, não mais usou. Dias depois, o senhor se apresentou à delegacia com a pistola de Bozonaro e contou que veio do futuro com a missão de evitar que ele se tornasse presidente do Brasil, e sustentou isso por todo o processo. Dona Marisa confirmou sua versão e chegou a ser considerada suspeita, mas não havia provas contra ela. O senhor realmente achava que havia matado Bozonaro? Ainda pensa assim?

– Não sabemos se ele perdeu o equilíbrio ou se ele se atirou, nem jamais saberemos o que pensou em seus últimos momentos. Talvez o golpe na cabeça o tenha feito se desequilibrar, ou talvez não. De todo modo, a sensação de culpa me atormentava, e foi por isso que me entreguei à polícia.

As duas mortes de Jair Bolsonaro CAPA 4aAnoto a palavra “suicídio” e penso na relação entre as mortes de Bozonaro. No sonho de Adélio, ele, derrotado, se mata com um tiro na cabeça. Na vida real, ele é golpeado na cabeça e cai do alto de um prédio. Do alto de suas ambições políticas…

– O que fizeram com a filmadora e o filme?

– Destruímos.

– O senhor foi diagnosticado como sendo portador de transtornos psicológicos, e por isso considerado inimputável. Ficou por vinte anos num manicômio judiciário. Como foi essa experiência?

– Não foi fácil. Precisei conviver diariamente com pessoas com muitos sofrimentos mentais e existenciais. Vivi, na própria pele, a imensa dificuldade que a sociedade tem de lidar com aquilo que ela não compreende. Mas tive o apoio de Marisa, que nunca faltou nos dias de visita.

Neste momento, por trás do casal, Kátia os fotografa: Adélio sentado na poltrona e Marisa em pé ao seu lado, a mão em seu ombro, a silhueta deles contra a luz que vem da porta aberta, e ambos a olhar na direção do jardim lá fora… Acho que será uma bela foto.

– E para a senhora, dona Marisa, como foi?

– Ele sofreu muito mais do que eu naquele lugar.

– Claro que não – rebate Adélio. – Ela chorava todos os dias.

– Vamos morrer bem velhinhos, discordando – brinca Marisa, e em seguida eles se beijam.

– Bem, acho que estou satisfeito – falo, e Kátia me faz um sinal de positivo. – O senhor gostaria de dizer algo mais?

– Sim – responde Adélio. – Você lembra que, quando conversei a primeira vez com Bozonaro, falei que, caso seguisse na carreira política, ele sofreria um atentado que quase o mataria?

– Sim, lembro.

– Foi durante a campanha presidencial. Num comício na rua, um homem o esfaqueou e ele precisou ser operado. As investigações da Polícia Federal concluíram que o homem agiu sozinho, mas ficaram muitas dúvidas, inclusive suspeitas de que o atentado foi forjado. O fato é que isso virou o jogo a favor de Bozonaro, serviu de motivo para ele não comparecer a nenhum debate e foi fundamental para ele vencer as eleições no segundo turno. Sabe como se chamava o homem que o esfaqueou? Adélio.

– Adélio? Tinha o mesmo nome do senhor?

– Sim.

Penso um pouco. O que isso pode significar?

– Coincidência? – pergunto.

– Não sei. Assim como eu, ele também foi considerado inimputável por ter transtornos mentais. Mas há algumas diferenças entre ele e eu. Aquele Adélio foi missionário evangélico e afirmou que agiu a mando de Deus. E eu sou ateu. Ele tentou matar Bozonaro. Em nenhum momento, Marisa e eu pensamos nisso. O que fizemos foi tentar convencê-lo por argumentos e, depois, por chantagem. Se aquele Adélio tentou evitar o futuro tenebroso que se anunciava muito próximo no horizonte do Brasil, seu ato teve o efeito contrário: ele ratificou o futuro. O futuro que eu anulei.

Penso um pouco sobre o que ele acaba de falar. São ideias instigantes.

– E sabe em que cidade ocorreu o atentado? Juiz de Fora.

– Foi por isso que vieram morar aqui?

– Na verdade, conhecemos Juiz de Fora no início do namoro, antes do sonho, e adoramos a cidade. Desde então, planejávamos vir morar aqui. Coincidência? Não sei.

Mais um detalhe intrigante na história… Então, anoto algumas informações no caderno, agradeço e dou por encerrada a entrevista. Em seguida, é servido um café, que tomamos enquanto o casal nos mostra as árvores do terreno, orgulhosos delas. O sol se põe por trás da casa quando deixamos o sítio.

Enquanto dirijo de volta para a cidade do Rio de Janeiro, é impossível não pensar sobre tudo que escutamos naquela sala. Penso que demorarei um bom tempo até chegar a uma conclusão sobre a incrível história de Adélio e Marisa. Ou talvez jamais chegue.

O que Adélio falou sobre o fascismo me deixou com a pulga atrás da orelha, mas continuo achando que uma desgraça daquele tamanho não tem condições de acontecer no Brasil, nem agora em 2010 e nem nos próximos anos. Um governo neofascista de extrema-direita… Não, não mesmo. Pelo menos desse perigo estamos livres.

Porém, quanto a uma pandemia mundial devastadora, acho que, infelizmente, é só uma questão de tempo para acontecer. Espero que quando ela chegar, nosso sistema público de saúde esteja melhor do que hoje e que os políticos e empresários entendam que a economia demora mas se recupera, mas os mortos não ressuscitam.

– Como ficaram as fotos? – pergunto para Kátia, enquanto ela observa no visor as fotos que fez.

– Parecem boas. As fotinhas da Amanda estão ótimas, ela é superfotogênica.

– Você acha que ele é louco, meu amor? – devolvo-lhe a pergunta que ela me fez na ida.

– Claro que não, Leandro. Você acha?

– Não sei.

– Acho que eles são muito lúcidos. E acho que ele acessou mesmo o futuro, e eles conseguiram alterá-lo. Você não acredita?

– Também não sei.

– Pois eu acredito. Naquele futuro de 2022 eles não puderam ficar juntos na velhice, mas nesse eles podem. E numa casinha linda.

– Parece que eles se amam, né?

– Com certeza, e é uma história de amor maravilhosa. Ela esperou vinte anos por ele!

De fato, é algo admirável, penso eu.

– Você faria isso por mim, Leandro?

– Eu?

– Sim, você.

– Sinceramente?

Kátia olha para mim, aguardando a resposta. Eu rio, e aperto sua bochecha.

– Esperei por você durante quarenta anos, meu amor. Vinte a mais não será problema.

Ela ri. E rimos juntos.

Ligo os faróis para enxergar melhor a estrada. Temos um futuro pela frente para nós dois. E quando a pandemia vier, espero lembrar do conselho de Adélio.

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Ricardo Kelmer 2020 – blogdokelmer.com

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OBS.: Este conto foi escrito, originalmente, em maio de 2020 para um concurso promovido pela livraria Lello, de Portugal (não foi classificado). Um ano depois eu o reescrevi, com algumas alterações. Qualquer semelhança com a realidade, infelizmente, poderá ser mais que uma trágica coincidência.

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As duas mortes de Jair Bolsonaro CAPA 4aAs duas mortes de Jail Bozonaro – Após ter uma visão do futuro, Adélio quer impedir que Jail Bozonaro, um militar reformado com ambições políticas, torne-se presidente do Brasil.

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Robinho, Bolsonaro, Deus e a cultura do estupro – Culpado por estupro, Robinho diz que Deus está no comando e que fará um gol para homenagear Jair Bolsonaro.

A alma fascista do governo Bolsonaro – Roberto Alvim apenas escancarou a alma fascista do governo Bolsonaro. Mas a alma fascista continua lá

O beijo da resistência contra a besta do fascismo – O fascismo não faz política ‒ ele é a negação da política, pois não dialoga, apenas agride, persegue e censura

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Resistência antifascista

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Crônica de uma morte evitável

30/06/2021

30jun2021

Galvonis 20210628 01

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CRÔNICA DE UMA MORTE EVITÁVEL

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Meu pai, um saudável idoso de 89 anos, tomou as duas doses da vacina em março. No início de junho, teve febre leve por 3 dias, descobriu que estava com covid e foi para o hospital da Unimed, onde a tomografia dos pulmões mostrou que ele poderia se tratar em casa. No hospital, a médica lhe receitou ivermectina e azitromicina (do kit covid, só faltou a cloroquina). Voltou para casa, não melhorou e no sábado 05jun retornou ao hospital, sendo internado com 50% dos pulmões comprometidos, e 3 dias depois foi intubado e transferido para a UTI. Ele morreu neste domingo à noite, após três semanas internado.

Meus sentimentos se misturam entre a tristeza e a indignação pelo atendimento ineficiente que meu pai recebeu quando foi a primeira vez ao hospital (a médica que o atendeu se chama Patrícia Mesquita Vilas Boas, otorrinolaringologista), o que só aumenta minha raiva do presidente genocida, que continua a incentivar o uso de medicamentos sem eficácia, a desrespeitar as medidas sanitárias e a zombar dos mortos. Se meu pai tivesse tomado as medicações corretas, provavelmente seria tratado em casa, sem precisar voltar ao hospital.

Obrigado a todos que cuidaram dele, em especial ao doutor Guilherme Dourado. Aos que aderiram à campanha #Vaidarcerto, deixo uma indagação: Vai dar certo para quem? Para meio milhão de brasileiros que morreram, como meu pai, deu muito errado, e dará muito errado para outros milhares que morrerão.

A nós, que seguimos vivos, um alerta: a vacina contra covid é necessária, mas como qualquer outra vacina, não garante 100% de imunização. Portanto, mesmo vacinados, precisamos seguir muito cuidadosos enquanto o vírus estiver circulando. E, igualmente importante: continuemos a denunciar os crimes desse governo genocida. Os responsáveis precisam pagar pelas desgraças que causaram e continuam causando.
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Ricardo Kelmer 2021 – blogdokelmer.com

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ESCLARECIMENTO – Optei por não citar o nome da vacina que meu pai tomou porque essa é uma informação que não tem importância para o relato. Como já não bastasse lutarmos contra o negacionismo de parte da população, ainda há os que querem escolher que vacina tomar. Essas pessoas não entendem que a nossa estratégia de sobrevivência à pandemia é coletiva, e não individual. Precisamos atingir o mais rápido possível um alto percentual de imunização grupal, e qualquer vacina ajuda nessa estratégia. Querer escolher vacina é uma postura egocêntrica e mesquinha, quase negacionista, que reforça a desinformação geral e em nada contribui para a diminuição da nossa tragédia.

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DICA DE LIVRO

Viajando na Maionese Astral CAPA 07aVIAJANDO NA MAIONESE ASTRAL
Memórias exóticas de um escritor sem a mínima vocação para salvar o mundo
Miragem Editorial, 2020

Enquanto relembra as pitorescas histórias de quando largou uma banda de rock para liderar um aloprado grupo esotérico e lançou-se como escritor com um livro espiritualista de sucesso (Quem Apagou a Luz? – Certas coisas que você deve saber sobre a morte para não dar vexame do lado de lá) que depois renegou, o autor fala, com bom humor, sobre sua suposta vida no século 14, carreira literária, amores, sexo, drogas ilegais, prostituição e crises existenciais, reflete sobre sua relação com o feminino, o xamanismo, a filosofia taoista e a psicologia junguiana e narra sua transformação de líder de jovens católicos em falso guru da nova era e, por fim, em ateu combatente do fanatismo religioso e militante antifascista.

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A omissão do cidadão de bem

16/06/2021

16jun2021

Resistência Antifascista Artista 01

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A OMISSÃO DO CIDADÃO DE BEM

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Até hoje, muitos se perguntam como Adolf Hitler pôde fazer todo o mal que fez e por que a maioria dos alemães aceitou as ações do nazismo, por mais cruéis que fossem.

O contexto social e político da época contribuiu, mas houve algo fundamental: a omissão dos que poderiam ter feito algo e não fizeram. Muitos “cidadãos de bem” fecharam os olhos para os crimes dos nazistas, pois não mexiam com suas famílias ou seu dinheiro. Mesmo discordando totalmente do governo, pessoas influentes se calaram, por receio de desagradar, por interesses comerciais, por covardia.

A situação do Brasil tem muitos pontos em comum com a Alemanha de Hitler. Quando o governo genocida de Jair Bolsonaro for devidamente julgado, o que já está ocorrendo, o posicionamento dos brasileiros influentes também será julgado. É por isso que não se deve tentar ser neutro em tempos de crise como a que vivemos, pois a neutralidade significa aceitar passivamente o que acontece ou pode acontecer, ou seja, é um posicionamento.

Há artistas, esportistas e outros famosos que não se posicionam contra o genocídio do governo Bolsonaro por medo de perder público ou prejudicar seus valiosos contratos. Hoje, ganham fama e dinheiro, sim, mas a covardia ficará marcada em sua testa com o sangue dos inocentes e seu nome apodrecerá eternamente na lata de lixo da história.

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Ricardo Kelmer 2021 – blogdokelmer.com

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Viajando na Maionese Astral CAPA 07aVIAJANDO NA MAIONESE ASTRAL
Memórias exóticas de um escritor sem a mínima vocação para salvar o mundo
Miragem Editorial, 2020

Enquanto relembra as pitorescas histórias de quando largou uma banda de rock para liderar um aloprado grupo esotérico e lançou-se como escritor com um livro espiritualista de sucesso (Quem Apagou a Luz? – Certas coisas que você deve saber sobre a morte para não dar vexame do lado de lá) que depois renegou, o autor fala, com bom humor, sobre sua suposta vida no século 14, carreira literária, amores, sexo, drogas ilegais, prostituição e crises existenciais, reflete sobre sua relação com o feminino, o xamanismo, a filosofia taoista e a psicologia junguiana e narra sua transformação de líder de jovens católicos em falso guru da nova era e, por fim, em ateu combatente do fanatismo religioso e militante antifascista.

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Vai dar muito errado

02/04/2021

VAI DAR MUITO ERRADO

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À primeira vista, essa campanha #vaidarcerto, lançada em Fortaleza, parece louvável. Podemos vê-la nas redes sociais, nas fachadas das lojas… Quem seria contra uma mensagem tão simpática em meio à tragédia da pandemia de covid-19?

Lamento lembrar que nem tudo que reluz é ouro. Apesar da boa intenção de alguns que aderiram à campanha, infelizmente estão se aproveitando de uma mensagem positiva de otimismo para desviar a atenção da população para o centro do problema. É muito cinismo. Na defesa da campanha, alguns chegam a exibir o número de recuperados, o que nada significa, pois até os recuperados podem se reinfectar. Outros apelam para a necessidade de fé, a mesma fé que faz muita gente contrair o vírus nas igrejas. E há os empresários que fazem de tudo para furar a fila da vacina, para dar certo logo para eles.

É claro que é importante manter a esperança e é ótimo que as empresas incentivem práticas saudáveis. Porém, só o distanciamento social e a vacinação em massa é que têm o real poder de frear o avanço da pandemia. Infelizmente, a imunização demorará a atingir um número satisfatório, pois o governo federal recusou-se a comprar as vacinas quando teve a oportunidade ainda em agosto de 2020 e segue boicotando os melhores esforços com seu negacionismo científico e sua insistência no falso dilema saúde-economia.

No fim do ano, a coisa terá dado errado, muito errado para 800 mil pessoas. Talvez eu ou você que agora me lê nem estejamos vivos para chorar essas mortes. Mas o importante é que vai dar certo, né?

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Ricardo Kelmer, abr2021 – blogdokelmer.com

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Um futuro pela frente 100Um futuro pela frente – Após ter uma visão do futuro, Adélio quer impedir que Dijair Coronaro, um jovem e ambicioso capitão do Exército, não se torne presidente do Brasil.

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01- 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 Juliana Ricarte, Fortaleza-CE – abr2021

02- Dia desses, noutro grupo, houve um debate sobre essa expressão “Vai dar certo”. Eu reviro os olhos quando a ouço ou vejo, pelo menos no contexto dessa pandemia. Essa e “vai passar”. Já deu tudo muito errado, vivemos o caos e um desastre completo. Claro que em um momento isso vai passar, mas é um saco ter que ouvir isso quando você está cercado de morte por todos os lados. Cupertino Freitas, Fortaleza-CE – abr2021

03- Sinceramente, não tem como dar certo. Estamos morrendo pelas mais diversas causas. Não temos vacina para todos, não temos hospital para todos e, muito provavelmente, não teremos cemitério para todos. Bevenuta Sales, Fortaleza-CE – abr2021

04- É verdade! O marketeiro apropria-se de uma expressão popular e a transforma num jargão político para expressar um interesse político! Carlos Bonfim, Fortaleza-CE – abr2021

05- Realmente, nada está dando certo, e se der, já vai ser tarde demais. 😓😓 Vânia Dias, Fortaleza-CE – abr2021

06- Excelente texto, perfeito. Moacir Bedê, Fortaleza-CE – abr2021


A verdade vencerá

09/03/2021

09mar2021

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A VERDADE VENCERÁ

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Justiça tardia não é justiça. É verdade que a anulação das condenações de Lula deixa claro que ele sofreu uma absurda perseguição política e lhe oferece, enfim, a chance de um julgamento justo, além de lhe restituir os direitos políticos e revelar cada vez mais a podridão da Lava Jato. Mas tudo isso não apaga a imensa injustiça feita. Quem devolverá a Lula os 580 dias passados na prisão? Quem ressuscitará dona Mariza, que morreu assistindo ao massacre diário do marido? Quem fará voltar a roda do tempo para nos livrar de um presidente genocida? Quem consertará a estátua da Justiça brasileira?

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rk – blogdokelmer.com 2021

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A crueldade do Capitão Cloroquina

25/02/2021

25fev2021

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A CRUELDADE DO CAPITÃO CLOROQUINA

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A tragédia que ora vivemos seria menor não fosse a incompetência do governo Bolsonaro. Incompetência? Não, não foi apenas isso. No início, Jair Bolsonaro menosprezou o perigo do coronavirus e contribuiu para o negacionismo científico, espalhando desinformação e teorias conspiratórias e incentivando a desobediência às medidas de distanciamento social. E assim 50 mil brasileiros perderam a vida. E daí?, zomba o presidente.

Depois, guiou-se pelo falso dilema “economia versus saúde”, acreditando que seria mais vantajoso que o vírus agisse livremente para eliminar logo os mais frágeis, visando a imunidade de rebanho − que jamais viria, pois o vírus pode vitimar as pessoas mais de uma vez. Outros 50 mil perderam a vida, e tudo que o presidente tem a dizer é que todos um dia vão morrer. Para piorar, insistiu o máximo que pôde em falsos tratamentos preventivos e gastou uma fortuna em remédios ineficazes. Mais 50 mil mortos, aos quais o presidente responde, insensível: “Eu não sou coveiro”.

Em 2020, Bolsonaro teve a chance de garantir as doses de vacina necessárias e que agora tanto nos fazem falta, mas negou-se a fazê-lo. Com isso, ajudou a empurrar mais 100 mil para a tumba. E ele continua dificultando. E ele segue gerando aglomerações. Não é apenas incompetência – é crueldade. É um projeto criminoso. Se depender do Capitão Cloroquina, em 2022 ainda haverá muitos brasileiros a vacinar, e até lá choraremos meio milhão de mortos.

Parabéns a você que ajudou a eleger o presidente genocida. Parte desses mortos vai também para a sua conta.

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Ricardo Kelmer 2021 – blogdokelmer.com

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Um futuro pela frente – Após ter uma visão do futuro, Adélio quer impedir que Dijair Coronaro, um jovem e ambicioso capitão do Exército, não se torne presidente do Brasil.

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Robinho, Bolsonaro, Deus e a cultura do estupro – Culpado por estupro, Robinho diz que Deus está no comando e que fará um gol para homenagear Jair Bolsonaro.

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O beijo da resistência contra a besta do fascismo – O fascismo não faz política ‒ ele é a negação da política, pois não dialoga, apenas agride, persegue e censura

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A marreta do padre

05/02/2021

05fev2021

A MARRETA DO PADRE

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O ato do padre Júlio Lancellotti, em São Paulo, derrubando com uma marreta as pedras cimentadas sob um viaduto, foi grandioso e desde já passa para a galeria de imagens da resistência antifascista no Brasil. Revoltado com a estratégia higienista da prefeitura paulistana para resolver a questão das pessoas em situação de rua, Julio Lancellotti fez o certo, o óbvio: devolveu a essas pessoas o único lugar que elas possuem para morar.

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Ricardo Kelmer 2021 – blogdokelmer.com

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Resistência antifascista

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Não tente controlar o vento

06/01/2021

Uma resposta para lavar a nossa alma antifascista

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NÃO TENTE CONTROLAR O VENTO

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Esta semana vi o filme 2020 nunca mais (Death do 2020), encomendado pela Netflix aos criadores da série Black mirror. Com roteiro de Annabel Jones e Charlie Brooker e direção de Alice Mathias e Al Campbell, o filme é um divertido pseudodocumentário sobre alguns dos acontecimentos que fizeram de 2020 um ano tão bizarro.

Ri muito. Adoro aquele típico humor inglês. Com o foco direcionado para o trio covid, Donald Trump e Boris Johnson, ficaram de fora as imbecilidades de Jair Bolsonaro. Compreensível. Foram tantas que precisariam de um filme só para elas.

O filme terminou e eu pensei: poderá 2021 ser tão bizarro quanto foi 2020? Difícil? Pois eu, sinceramente, acho que a coisa vai piorar. A febre só retrocede após atingir seu ápice. O neofascismo, a ganância capitalista e o fanatismo religioso só cederão se forem seriamente confrontados, e ainda não foram.

Sabe a Elba Ramalho, aquela cantora que já afirmou ter sido chipada por extraterrestres? Pois mal entrou 2021 e a peçoa umana abre o bico para dizer que a pandemia de covid é uma maligna estratégia dos comunistas para destruir os cristãos. Gente… Isso a Netflix não mostra. O que deduzir de tamanho absurdo? Que o chip dos etês veio com defeito, só pode.

Parafraseando Manuel Bandeira em seu poema Na boca, felizmente existe o uísque na vida. Vou tomar uma, porque a aberração tá de um jeito que só vai bebendo. Um brinde aos comunistas malvados, que raptarão Elba e a levarão ao alto daquele serrote em Quixadá, para que o Comandante Asthar, da Confederação Intergalática, troque seu chip.

E, felizmente, existe também Chico César, ufa, para mostrar que a Paraíba não produz apenas cristãos com lamentável deficiência cognitiva. Em resposta a um admirador, que lhe pediu para não fazer músicas de cunho político, Chico falou o óbvio, que toda arte tem um cunho político, que não lhe peçam para silenciar e morrer calado, que ou respeite ou saia, que não tente controlar o vento, e que não veio botar ninguém para dormir, mas está aqui para acordar os dormentes.

Putz, que resposta! Lavou a nossa alma! Foi tão bonita que fui ler atentamente e antevi nela uma música. E já convidei meus parceiros musicais a botar uma melodia nesse trecho e enviar para o Chico. Acho que ele vai gostar.

Não tente controlar o vento
Não pense que a fúria
Da luta contra as opressões
Pode ser controlada
Eu sou parte dessa fúria
Não sou seu entretenimento
Não vim botar ninguém pra dormir
Vim acordar os dormentes
Sou o fio da história feito música
No pescoço dos fascistas
E dos neutros

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Ricardo Kelmer 2021 – blogdokelmer.com

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NÃO TENTE CONTROLAR O VENTO
Texto original de Chico César – Adaptação: Ricardo Kelmer
Música: Joaquim Ernesto – Arranjo: Leandro Cavalcante
Vozes: Itauana Ciribeli e Leandro Cavalcante

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Robinho, Bolsonaro, Deus e a cultura do estupro – Culpado por estupro, Robinho diz que Deus está no comando e que fará um gol para homenagear Jair Bolsonaro.

A alma fascista do governo Bolsonaro – Roberto Alvim apenas escancarou a alma fascista do governo Bolsonaro. Mas a alma fascista continua lá

O beijo da resistência contra a besta do fascismo – O fascismo não faz política ‒ ele é a negação da política, pois não dialoga, apenas agride, persegue e censura

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Maradona es mejor que Pelé

25/11/2020

Uma camiseta para homenagear Dieguito

MARADONA ES MEJOR QUE PELÉ

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Em 2018, o bloco Simpatizo Fácil, de Fortaleza, homenageou Diego Armando Maradona com uma provocativa camiseta que estampava uma marcante característica do craque portenho: o engajamento político. Antenado com as questões sociais de seu tempo, o hermano fez questão de demonstrar seu apoio a Lula, unindo-se às forças de resistência contra a perseguição ao ex-presidente e diferenciando-se de Pelé, que na política tem o feio hábito de vestir todas as camisas. Gracias, Dieguito. Hasta la victoria siempre!

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Ricardo Kelmer 2020 – blogdokelmer.com

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Robinho, Bolsonaro, Deus e a cultura do estupro

17/10/2020

17out2020

Culpado por estupro, Robinho diz que Deus está no comando e que fará um gol para homenagear Jair Bolsonaro

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ROBINHO, BOLSONARO, DEUS E A CULTURA DO ESTUPRO

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A pressão funcionou: temendo perder seus patrocinadores, o Santos Futebol Clube desistiu de contratar o jogador Robinho, que foi condenado na Itália, em primeira instância, a nove anos de prisão por participar de estupro coletivo contra uma jovem de 23 anos no camarim de uma boate. Pelo relato do próprio Robinho, ele “apenas” pôs o pênis em sua boca. “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”, contou o jogador a um amigo, segundo consta no processo.

Robinho culpou a Rede Globo por persegui-lo, disse que ela está a serviço do Diabo e que Deus está no comando de sua vida, e afirmou ainda que fará um gol e homenageará seu ídolo Jair Bolsonaro, aquele que falou para uma mulher que não a estupraria porque ela não merecia, e que se gaba de ter feito quatro filhos homens, mas no quinto deu uma fraquejada e nasceu uma mulher.

No mundo ainda muito machista do futebol, coisas abomináveis acontecem e não vêm a público. É uma bolha, onde imperam leis mafiosas que visam defender o jogador mau-caráter, especialmente quando ele é rico e famoso e as ocorrências envolvem mulheres. Esse caso do cristão e cidadão do bem Robinho é típico, e quando ele, canalhamente, busca refúgio na religião e evoca o auxílio do presidente misógino e fascista, o caso revela-se em toda sua podridão e expõe a tragédia moral de uma sociedade que elegeu como presidente a aberração de nome Jair Bolsonaro.

Que as torcidas antifascistas (como a Resistência Tricolor, do Fortaleza, da qual eu e minha namorada fazemos parte) e os torcedores conscientes cobrem de seus clubes, cada vez mais, a postura correta, não apenas em relação à cultura do estupro e à violência contra a mulher, mas a todas as formas de preconceito e opressão.

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rk – blogdokelmer.com 2020

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Muita perda e nenhum ganho

25/06/2020

MUITA PERDA E NENHUM GANHO

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A escritora Lya Luft, 81 anos, autora de Perdas e Ganhos, é mais uma a engrossar as fileiras dos arrependidos. Frustrada com o presidente da República que ajudou a eleger, ela afirma estar muito entristecida com a situação do país.

A senhora está triste, dona Lya? Puxa… Olha, eu respeito seus sentimentos, mas deixe-me dizer algo. Jair Bolsonaro não enganou a ninguém. Ninguém. Durante anos, ele atacou as mulheres, ofendeu homossexuais, negros, índios e nordestinos, afirmou que as minorias teriam que se curvar à maioria, disse que iria metralhar os opositores, assumiu-se admirador de um torturador assassino, a quem homenageou em pleno Congresso, incentivou a sonegação de impostos, apoiou milícias armadas e lamentou que a ditadura militar não matou trinta mil pessoas, entre muitas outras coisas deploráveis.

Durante anos, a senhora, como todos nós, ouviu esse perigoso discurso fascista, típico de quem despreza a democracia e os direitos humanos. A senhora sabia disso tudo, mas, mesmo assim, votou nele, conscientemente. Por esse motivo, a senhora não tem o direito de reclamar. Mas tem o dever moral de nos ajudar a consertar essa tragédia nacional, que só aconteceu graças a pessoas que, como a senhora, votaram num demente psicopata e cruel para ser o governante do país porque não queriam a esquerda no poder.

Bem, a senhora ao menos teve a decência de assumir publicamente seu erro, coisa que a grande maioria não fará.

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Ricardo Kelmer 2020 – blogdokelmer.com

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Resistência antifascista

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Nunca subestimemos o fascismo

02/06/2020

NUNCA SUBESTIMEMOS O FASCISMO

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Tudo é política, inclusive o silêncio. Não existe neutralidade nem isenção num momento decisivo como este, em que ideologias fascistas ameaçam fortemente a democracia.

Sim, o fascismo é um fenômeno histórico do século 20, mas suas ideias vivem na alma humana. É lá, nas sombras, que o fascismo aguarda, sorrateiro, pela situação propícia, com predileção pelas crises econômicas e políticas, esperando pelo messias que o representará. Ele é mutante e sutil, sabe se adaptar aos novos tempos. Suas ideias seduzem porque são simplistas, reluzem como um elixir mágico para os problemas e legitimam os ódios e preconceitos latentes que, numa democracia, não têm espaço para se manifestar. Por natureza, ele é a antipolítica, pois despreza o diálogo e só entende a disputa pela ótica da violência. Nunca subestimemos o fascismo. Ele está entre nós, agora mesmo, se espalhando pelas mentes suscetíveis, como um vírus.

O fascismo é como uma epidemia. Tudo o que fizermos antes para contê-lo soará como exagero, e tudo que fizermos depois será tarde demais.

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Ricardo Kelmer 2020 – blogdokelmer.com

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Resistência antifascista

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Um brinde na varanda

26/03/2020

26mar2020

Quem da sua família você deixaria morrer para que a economia não seja prejudicada?

UM BRINDE NA VARANDA

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Tenho amigos e familiares que são seguidores do grande deus Mercado. São fieis que cultivam em seus mantras diários palavras perfumadas de empreendorismo, meritocracia e maximização dos lucros. Apesar de pensarmos diferente, são pessoas de quem gosto, e é por isso que inicio este texto com uma pergunta para elas: Quem da sua família você deixaria morrer para que a economia não seja prejudicada?

As máscaras higiênicas são o rosto da pandemia de covid-19, mas são as máscaras do caráter que estão a cair e a revelar quem é quem. Para a imensa maioria, é a saúde das pessoas que deve ser priorizada, mas para os fieis mercadistas, o grande deus manda rezar assim: Se é certo que cinco ou sete mil morrerão, e eu não estarei entre eles porque posso pagar por um bom hospital, então que morram, mas a economia não pode parar, amém.

Um dos problemas dessa oração é que se rígidas medidas não forem tomadas, como a quarentena social, os mortos não ficarão em apenas cinco ou sete mil e a tragédia escorrerá também para os serviços de saúde privada. Porém, os seguidores do deus Mercado avaliam, em sua cega fé, que a grande maioria de mortos será de pobres e idosos, e isso não afetará tanto a economia, ou ao menos o seu negócio. É essa lógica neoliberal que guia os pronunciamentos e a criminosa postura do presidente da República, que critica a “histeria” porque é comprometido até a medula com os interesses das grandes companhias e dos acionistas da Bolsa de Valores, e dos líderes religiosos, que o ajudaram a ser eleito ‒ com as igrejas vazias, coitados, como arrecadarão seus abençoados dízimos?

Jair Bolsonaro é um demente fascista, mentiroso e cruel, disso já sabíamos. A desagradável surpresa fica por conta de seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que ia num razoável caminho de sensatez, mas que infelizmente parece ter fraquejado diante do mórbido patrão & seus filhinhos. Bem, isso não surpreende de todo, já que Mandetta, no recente caso da compra de máscaras para seu ministério, favoreceu a empresa que financiou suas campanhas a deputado, em vez de buscar melhores preços. Como ministro da Saúde, vê-se que ele realmente entende de economia.

Voltando à pergunta do início do texto. Não nos iludamos. Se for necessário, os fieis seguidores do deus Mercado sacrificarão, sim, seus pais e avós, sem problema. E no ano que vem, na varanda de seus apartamentos, conferirão as cotações na Bolsa e, enxugando a lágrima que insiste em não cair, erguerão um brinde aos mártires que deram suas vidas por um deus que está sempre de olho nas melhores ações. Amém.

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Ricardo Kelmer 2020 – blogdokelmer.com

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Resistência antifascista

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O beijo da resistência contra a besta do fascismo – O fascismo não faz política ‒ ele é a negação da política, pois não dialoga, apenas agride, persegue e censura

Polícia ou milícia? – Que o erro e a coragem de Cid Gomes nos ensinem sobre o extremo perigo do fascismo policial

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01- Coerência e sabedoria. Vou compartilhar. Olivia Brasil, Fortaleza-CE – mar2020

02- Canalhas! Seu texto ferve, meu caro! Leo Mackellene, Sobral-CE – mar2020

03- SENSACIONAL. Moacir Bedê, Fortaleza-CE – mar2020

04- Ótimo texto. Fátima Fernandes, Brasília-DF – mar2020

05- Com certeza, a idéia é esta, um velho é apenas estatística, não é um pai ou mãe, um avô ou avó, um ente querido que está partindo por causa de um doença disseminada. Esta ideologia está sendo propagada, quero ver na hora que começar a mortandade. E veja, a morte por asfixia é muito cruel e não vai ter respirador. Você já pensou, uma pessoa que trabalhou a vida inteira ter uma morte destas? Ligia Eloy, Lisboa-Portugal – mar2020

 


Polícia ou milícia?

20/02/2020

20fev2020

Que o erro e a coragem de Cid Gomes nos ensinem sobre o extremo perigo do fascismo policial

POLÍCIA OU MILÍCIA?

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Aos amigos de todo o Brasil, para entender o que se passa no Ceará.

O grupo político dos Ferreira Gomes (Ciro, Ivo, que é prefeito de Sobral, e Cid, senador, todos do PDT) é aliado, no âmbito estadual, do governador reeleito Camilo Santana (PT). Para a disputa pela prefeitura de Fortaleza, independente de como atuarão, ambos estarão contra Capitão Wagner.

Wagner, deputado federal pelo PROS, é oficial da PM e tentará novamente a prefeitura de Fortaleza. Ele, que apoia Jair Bolsonaro, é um fascista que usa a insegurança pública para se eleger, e a sublevação dos quartéis tem seu total apoio. Se o governo estadual fraquejar contra os policiais amotinados, ele se fortalece.

Agora, minha opinião:

Policial fazer greve é ilegal, mas se deve continuar a ser, isso é outra questão. Policial merece bom salário e boas condições de trabalho? Claro que sim, e que isso seja negociado dentro da lei. Agora, policial amotinado, mascarado, armado, que depreda patrimônio público e usa viatura para fechar o comércio e aterrorizar a população é bandido. Isso é prática típica de milícias, e contra milicianos não se pode ir para o enfrentamento de peito aberto. Portanto, mesmo estando do lado certo, Cid errou, e teve muita sorte, pois agora poderíamos estar lamentando sua morte.

Se esses milicianos tentaram assassinar um senador da República na frente de todos, dá pra ter uma ideia do que fazem nas comunidades pobres. Acho que a maioria da população, principalmente a pobre, apoiará Cid e o governador Camilo, e que o fascista Wagner não obterá lucro.

Com o governo Bolsonaro, intensificou-se o processo de “milicianização” das polícias, e é isso que ele deseja: governar com o apoio de milícias dentro e fora da esfera estatal. Isso seria o enterro de nossa adoecida democracia.

Agindo no espírito intempestivo que marca sua família, Cid foi aloprado e arriscou-se bastante, mas sua coragem denunciou nacionalmente o extremo perigo da situação, e espero que nos ajude a entender que o Ceará não pode virar um Rio de Janeiro e que a luta urgente agora é contra o fascismo miliciano que alcançou o Planalto e contaminou também as forças policiais.

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Ricardo Kelmer 2020 – blogdokelmer.com

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SAIBA MAIS

Resumo dos acontecimentos – Por que o motim ocorreu após o acordo de aumento salarial? Quem ganhou com o desfecho? Quem perdeu?

Afilhado de Moro e marido de Carla Zambelli, coronel da Força Nacional fala como líder de motim – Coluna do Reinaldo Azevedo


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Resistência antifascista

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01- Perfeita sua colocação meu amigo. Junior Torres, Fortaleza-CE – fev2020

02- Perfeito, Ricardo Kelmer. Renata Damasceno, Fortaleza-CE – fev2020

03- Exato! Alexandre Domene Ortiz, Fortaleza-CE – fev2020

04- Pessoal Miliciano não faz greve não. Miliciano ganha grana boa de forma paralela. Foram policiais doentes, com um senador doente. Alexandre vê um post que coloquei agora falando da saude mental dos trabalhadores da segurança (policiais). Isso sim é um caso sério. Eles possuem motivos, pois o sistema o maltrata para serem violentos. Um senador não pode ser violentos com grevistas. Duas horas depois que aconteceu com o CID, a policia federal chegou e tomou o quartel. Que deixasse eles no quartel. Este CID é louco. Mas a loucura dos policiais, por problema de trabalho é que devemos nos preocupar. Miliciano é outra história. Pedro Parente, Fortaleza-CE – fev2020

05- Pedro Parente, Quando escrevia o texto, pensei em dizer que os policiais têm direito a reivindicar melhores salários e condições de trabalho, mas achei muito óbvio. Mas sua observação me fez ver que ainda assim, é bom que se diga. Então, inseri essa observação. Obrigado. RK, fev2020

06- Não se “passa pano” pra fascista nem se trata miliciano com flores.Devemos nos ater a coragem que denunciou nacionalmente o perigo da situação e a necessidade urgente de luta contra o fascismo miliciano. Denise Gurgel,

07- Apoio e solidariedade a Cid Gomes. Iracema Manoel Fonseca, Fortaleza-CE – fev2020

08- É um absurdo pensar que Cid iria passar o trator por cima das pessoas e esmagar todos como estou vendo em inúmeros comentários! Cid não seria capaz disso e realmente o trator parou após a grade cair. Os tiros foram desferidos quando o trator estava padado e uma pessoa falava com Cid. Marcio Andre, Fortaleza-CE – fev2020

09- Milicianos militarizados aparelhados pelo Estado e mantidos por empresários desonestos contra coronéis mantidos pelo Estado e aparelhados por empresários desonestos. E nós aqui, no meio desse fogo cruzado… insuportável! Paola Bra Déc, Canoa Quebrada-CE – fev2020

10- Paola Bra Déc por isso, vou de PSOL! Temos que mostrar nas urnas essa contaminação do poder e acabarmos com esse banquete de “ratos”( com todo respeito aos ratos ). Walber Steffano, Fortaleza-CE – fev2020

11- Exatamente Ricardo! Ana Claudia Domene, Fortaleza-CE – fev2020

12- Milícia. Vilma Araújo, Fortaleza-CE – fev2020 

13- Finalmente um post sensato! Rani Victor Gomes da Silva, Fortaleza-CE – fev2020

14- Vou discordar do todos! Independente de opinião ou mesmo escolha escolha partidária Um Senador da República foi alvejado por sabe-se lá quem, tratravestidos de policiais militares, encapuzados com pano vermelho (mas poderia ser verde e amarelo e com os dizeres ” Ordem e Progresso), em frente à um Posto Militar. QUE PORRA É ESSA? Quer dizer que se Mariele fosso do PSL, não teria nenhum mimi mi? De maneira semelhante, quer dizer que pouco importa o que defendia a jornalista se TODOS, começaram a se interessar sobre outra desconstrução (Ela deu o furo ou não?). Se mais uma vez um representante do POVO leva tiro. Porra Como já dizia Chico… QUEM É VOCÊ? André Marinho Marinho, Fortaleza-CE – fev2020

15- Lhe encontrei Ricardo que bom e como sempre com lucidez para entender o que querem fazer com o Ceará. Olivia Brasil, Fortaleza-CE – fev2020

16- Porra Ricardo Kelmer, arrebentou! Ana Eufrázio, Fortaleza-CE – fev2020

17- Ceará não é Rio de Janeiro. Miliciano aqui não se cria, tratora-se. #AceleraCid. Maria Rejane Reinaldo Reinaldo, Fortaleza-CE – fev2020

18- Melhoras ao meu senador Cid Gomes !!!! Aqui, milicianos não têm vez!!! Socorro Aranha

19- Muito bem colocado👏👏👏 Nelbe Avelino,

20- Milícia! Lana Arrais, Fortaleza-CE – fev2020

21- Muito bem esclarecido, é essa a realidade! Odilardo Muniz Lima,

22- Nesse episódio eu apoio o Cid. Marília Lima, Fortaleza-CE – fev2020

23- Verdade. Flavia Fontenelle

24- Excelente reflexão. Excelente texto. Janice Chaves

25- Perfeito!  Vou compartilhar! 👏🏼👏🏼👏🏼 Yalis Cardoso, Fortaleza-CE – fev2020

26- Exatamente isso! João Felipe Matias

27- A policia Militar tem que se reciclar, onde ja se viu errar o alvo assim ?? Nelsinho Basile, fev2020

28- Cuidado. Você pode ser processado por incentivo ao crime. RK, fev2020

29- Processado vai ser aquele otário que tentou matar uma centena de pessoas, entre elas mulheres e crianças. A sua opiniao nao é de forma alguma a da grande maioria dos cearenses, voce se dirige ao resto do pais como se falasse em nome de todos e isso nao é verdade, é apenas mais uma tentativa de encobertar os desmandos desse governo inutil do pt e esse atraso socialista. Quanto a me processar fique a vontade. Nelsinho Basile, fev2020

30- e a lei é a ordem onde ficam? Emerson Pinzindin, fev2020

31- a ordem foi quebrada pelo senador machao que saiu de fortaleza com o plano pronto, retro abastecida e a vontade de fazer bagunça, de aparecer, de incitar a populacao. Nao estou defendendo a desordem da Polícia, vejo nessa situacao outras intenções. Nelsinho Basile, fev2020

32- Cid cometeu um erro de usar trator pra derrubar a grade, de incitar pessoas a ir la com ele, mas jamais mataria as pessoas que estavam na frente dele, tanto que apos a queda da grade o trator para. Nessa hora atiraram e pra matar! Poderiam ter dado tiro de advertência ou alguma outra atitude antes de tentar matar um senador. Agora quebra de ordem os grevistas ja vinham cometendo muito antes dessa loucura de Cid.. Exageram tanto que falam em crianças kkk e outros vão e repetem kkk. Onde é que havia criança ali? Marcio Andre, fev2020

33- Nelsinho Basile Por favor, me ajuda a localizar a parte do texto em que afirmo que falo em nome de todos cearenses, pois não estou encontrando. E não sou eu quem te processaria. Apenas te alertei. RK, fev2020

34- Nelsinho Basile 😂😂😂😂 que perfeito idiota és! 😂 Susana X Mota, Leiria-Portugal – fev2020

35- Susana X Mota eu poderia agora nesse momento lhe agredir com palavras como voce fez comigo, mas dando uma leve olhada na sua time line eu vi que voce apesar de ser uma feminista de merda é tambem uma defensora dos animais. Isso prova que nem todo ser humano é de todo ruim, asquetoso e idiota. Bjo, te cuida !! Nelsinho Basile, fev2020

36- Nelsinho Basile grande idiota cuida d tua vida pq Cid escapou e vai viver muitos e muitos anos. Thiago Alcantaras, fev2020

37- Nelsinho Basile se eles n pensaram neles mesmo pq foi eles q fizeram a cagada toda se tivesse pensado teria pedido esposas e filho p ficar em casa ao lado do Cid também tinha crianças e mulheres e a bala podia ter pego em qualquer um. Também tentaram ao Cid mas o plano falhou eles n tentem mas nem o b nem o c n funcionará rsrsrs. Thiago Alcantaras, fev2020

38- ISSO foi coisa de Bandidos Melicianos Nazista querendo se dá bem nas Próximas eleições.Nao se enganem isso não é coisa de Polícia. Polícia séria é pra passar Segurança a População não distroi Patrimônio público. Iva Lima, fev2020

39- Acelerar uma retroescavadeira em cima de pessoas, mesmo que sejam criminosas não é meio de combater o crime, para isso se instituiu o Estado de Direito. No Ceará tem um governo que já tinha acionado os meios públicos, institucionais, legais e civilizados para reprimir os crimes militares dos amotinados. E de mais a mais é ingênuo acreditar que o tal ato acelerado tenha banido a milícia ou o facismo político por ela encabeçado. Martír Silva, fev2020

40- Concordo de A a Z, Ricardo Kelmer! Karla Karenina, fev2020

41- Políciais fecharem comércio, sequestrarem viaturas, se encapuzarem para intimidação, etc e etc, “é coisa” de bandido. Isso não justifica o destempero do Cid é claro, mas os conflitos se multiplicam, exemplo: grileros, garimpeiros etc, invadindo terra indígena e por aí a fora. Tudo reflexo do “bolsonarismo”. Ricardo Gurgel Gurgel, fev2020

42 Tempos de trevas. Mari Carmem Liria Andreu, fev2020

43- Faço minha a sua opinião. Certeiro. Emerson Oliveira, fev2020

44- Boa noite!!! Parabéns ao nobre senador, pois sua atitude foi democrático. Será que dentro de uma igreja não tenha bíblia sagrada? Pois suas irresponsabilidade poderia ter causado vários mortos. Se foi PM ou não o atirador agiu de legítima defesa pois os tiros só foram efetuados após ele tentar passar a reta escavadeira por cima dos manifestantes, outra ele destruiu patrimônio público assim como os manifestantes danificaram as VT ele cometeu o mesmo crime. Pq ele não tomou a mesma atitude do Wagner que foi ao palácio da abolição tentar ter uma audiência com Camilo Santanna. Ele só não foi preso pq é protegido pela imunidade parlamentar. Valdilson Mendes, fev2020

45- Texto perfeito e irretocável. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏 Carlos Pontes, fev2020

46- estamos em tempos sombrios e escorregadios…. Camilo pediu ajuda Federal e Fortalece Bolsonazi que insinua que a “esquerda “não tem capacidade de lidar com a situação. Denise Costa, fev2020

47- Finalmente consegui entender essa bagunça tda. É óbvio q s milicianos ,bandidos encapuzados pondo o terror a serviço de quem ganharia com isso. Mariadeusly Correia, fev2020

48- Isso… esse momento é perigoso… milicianos bolsonaristas testam os limites da legalidade… João Batista, fev2020

49- Milícia!!!! James Queiroz, fev2020

50- Muito bem… concordo total com vc, meu nobre. Abçs de paz! Mardineuson Sena, fev2020

 


A alma fascista do governo Bolsonaro

17/01/2020

17jan2020

Roberto Alvim apenas escancarou a alma fascista do governo Bolsonaro. Mas a alma fascista continua lá

A ALMA FASCISTA DO GOVERNO BOLSONARO

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O tenebroso vídeo que Roberto Alvim, Secretário de Cultura do governo Bolsonaro, fez para divulgar o Prêmio Nacional das Artes tem várias e claras referências ao nazismo: estética, discurso, tom da voz, música… Quem primeiro percebeu isso foi o Jornalistas Livres, um site de jornalismo independente. Bolsonaro foi obrigado a demiti-lo, mas só a demissão é pouco. Ele deveria ser preso por apologia ao nazismo. Se não for, nossas instituições estarão motivando outros a fazerem o mesmo, ou pior.

Não é a primeira vez. Em nov2019, na UNESCO, em Paris, Alvim fez um discurso muito parecido, causando constrangimento aos presentes. Sobre o vídeo, o agora ex-secretário se explicou, mas não convenceu. Como secretário de cultura, ele tinha obrigação de saber sobre as referências nazistas de seu vídeo. Se não sabia, é mais uma prova de que não tem condições de chefiar qualquer coisa ligada à cultura.

O filhote de Goebbels apenas escancarou a alma fascista do governo Bolsonaro. Mas a alma fascista continua lá, na perseguição às minorias, no culto às armas, no apoio às milícias, no ataque diário à imprensa e às instituições democráticas, na censura às artes, na tentativa de impor abstinência sexual aos jovens, na exaltação a torturadores, nas mentiras repetidas à exaustão… Jair Bolsonaro contratou um nazista para chefiar sua secretaria de cultura. Isso não surpreende. Mas esqueceu de lhe dizer que tudo bem ser nazista – o que não pode é assumir publicamente.

E o tal Prêmio Nacional das Artes, criado pelo governo e que levou Alvim a fazer o vídeo? O governo levará adiante um prêmio de clara ideologia nazista, com seu refrão de exaltação a Deus, pátria e família e a odiosa tentativa de controlar a arte?

A direita “liberal” e a mídia que a apoia querem nos convencer que é possível aplaudir a política econômica de Bolsonaro e, ao mesmo tempo, criticar suas posições fascistas e antidemocráticas. Não é. Lembremos que a política econômica de Hitler foi apoiada também pelo capital. E aí? É possível dizer que Hitler era mau, mas sua política econômica era boa?

Quem apoia o fascismo é fascista, ainda que não saiba o que é isso. Quem ajudou a eleger Jair Bolsonaro é fascista.

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Ricardo Kelmer 2020 – blogdokelmer.com

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SITE DO JORNALISTAS LIVRES – “Somos uma rede de coletivos originada na diversidade. Existimos em contraponto à falsa unidade de pensamento e ação do jornalismo praticado pela mídia tradicional centralizada e centralizadora. Pensamos com nossas próprias cabeças, cada um(a) de nós com sua própria cabeça. Os valores que nos unem são o amor apaixonado pela democracia e a defesa radical dos direitos humanos.”

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Resistência antifascista

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LEIA NESTE BLOG

O beijo da resistência contra a besta do fascismo – O fascismo não faz política ‒ ele é a negação da política, pois não dialoga, apenas agride, persegue e censura

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Comentarios01COMENTÁRIOS

01- Delirante.. Marília Lima, Fortaleza-CE – jan2020

02- Macabro! Régis Aragão, Fortaleza-CE – jan2020

03- Nojo!!!! Vergonha!!!! Ale Magna, Fortaleza-CE – jan2020

04- Excelente, Ricardo! Lia Rocha, Belém-PA – jan2020

05- Concordo plenamente.. Emilia Augusta Bedê, Fortaleza-CE – jan2020

06- Perfeito Ricardo Kelmer, como sempre excelente texto. Moacir Bedê, Fortaleza-CE – jan2020

07- Lixo nojento! Carol Suletroni, São Paulo-SP – jan2020

08- Exatamente, para ser desse governo é pré-requisito ser fascista, só não pode escancarar. Cada dia menos respeito por quem apoia… Ana Claudia Domene, Albuquerque-EUA – jan2020

09- Fora Governo Nazifascista. João Barreto Pessoa, Fortaleza-CE – jan2020

10- Tá dum jeito, que eles não tem mais nem vergonha de expor as idéias que tem. O que é isso??? Paola Bra Déc,  Canoa Quebrada-CE – jan2020

11- “Quem apoia o fascismo é fascista, ainda que não saiba o que é isso. Quem ajudou a eleger Jair Bolsonaro é fascista” … é simples assim… e nós precisamos tirar esses fascistas do poder. Arnaldo Afonso, São Paulo-SP – jan2020

12- É uma vergonha! Desgoverno fascista! Lílian Martins,  Fortaleza-CE – jan2020

13-  Cemefista Ricardo Kelmer, o amigo poderia nos brindar um pouco da sua verve literária abordando o período LULA/DILMA quando flertaram com um pais capitaneado pelos irmãos cubanos? Fala um pouco do Chaves, do Maduro, do Che….disserta que agora somos obrigados a pagar dívidas desses países, pois somos garantidores de operações não honradas. Lembrei, também, daquela aventura africana e daquele filho de ditador que foi pego com recursos esquisitos, relógios e pedras preciosas apreendidas num aeroporto, em momento de eleição no Brasil. Ora, falar de Nazismo, sem esse contraponto é, no mínimo, leviano. Faz isso não, meu nobre. Não quero crer que você faça parte da turma do quanto pior, melhor…..Grande abraço! Arthur Valente, Fortaleza-CE – jan2020

14- Arthur, a postagem é sobre nazismo no governo Bolsonaro. Se vc quer debater sobre isso, fique à vontade. E sobre o “quanto pior, melhor”, eu fui um dos avisaram sobre o perigo fascista que representava a candidatura de Jair Bolsonaro e escrevi bastante alertando sobre isso. Eu adoraria dizer agora que eu estava errado e que Bolsonaro nada tem de fascista. Mas ele não ajuda. RK

15- tudo bem, você pode achar fascista, nazista e outros “istas” da moda. O que me refiro (vc foi bem seletivo), é que vc não critica Lula, Dilma e os desmandos de outrora. Fale algo a respeito…. Arthur Valente, Fortaleza-CE – jan2020

16- Arthur, mesmo sendo socialista como sou, tenho algumas críticas aos governos Lula e Dilma. Acho, por exemplo, que eles abriram concessões demais ao deus mercado. Mas a postagem é sobre o fascismo no governo Bolsonaro. Fique à vontade para debater sobre isso. RK

17- Eu li uma frase muito boa: se um nazista senta com 10 pessoas à mesa e nenhuma se levanta, então tem 11 nazista. Wilza Freitas, Angra dos Reis-RJ – jan2020

18- Realmente. Não muda também obfato de que devemos resistir com força e sem desistir jamais. Luciana Maria, Fortaleza-CE – jan2020

19- Na ortografia governamental, imprecionante! Luciana Maria, Fortaleza-CE – jan2020

20- E a venezuela,e Cuba?meu,esses bolsominions sao óbvios demais. Junior Lopes, São Paulo-SP – jan2020

21- Passou da hora da gente tacar fogo nessa gente podre. Fascista se combate com fogo. Forma mais eficaz. Auana Borém, Brasília-DF – jan2020

22- É isto. Tem de ser papo reto. O resto é cu de ampola. Teo Ponciano, São Paulo-SP – jan2020

 
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Os fascistas cristãos atacam novamente

27/12/2019

27dez2019

Ser sagrado não pode ser critério para definir os limites da liberdade de expressão, pois tudo que existe é sagrado para alguém


OS FASCISTAS CRISTÃOS ATACAM NOVAMENTE

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O atentado terrorista à sede da produtora Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, não pode ficar impune, caso contrário, servirá de incentivo para ações fascistas-cristãs ainda mais violentas.

Numa democracia, a arte é inteiramente livre para reinterpretar, criticar e debochar de qualquer coisa, inclusive do que é sagrado para alguém. Ser sagrado não pode ser critério para definir os limites da liberdade de expressão, pois tudo que existe é sagrado para alguém. Para a religião rastafari, a maconha é divina. Não podemos fazer humor com a maconha? Para a cientologia, que tem seu status de religião confirmado em vários países, extraterrestres são um assunto muito sério. Não podemos zombar de extraterrestres?

Para os artistas, sua arte é sagrada, mas eles sabem que qualquer um tem o direito de criticar e zombar da sua arte.

Religiosos têm todo o direito de não gostar que debochem de suas crenças. E qualquer um tem todo o direito de debochar delas.

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Ricardo Kelmer 2019 – blogdokelmer.com

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A PRIMEIRA TENTAÇÃO DE CRISTO

Este ano, o especial de Natal do Porta dos Fundos se chama A Primeira Tentação de Cristo, e foi lançado na Netflix. Nele, Jesus (Gregório Duvivier) é surpreendido com uma festa de aniversário de 30 anos. Na ocasião, Maria (Evelyn Castro) e José (Rafael Portugal), os pais do aniversariante, fazem uma revelação bombástica: ele foi adotado e seu verdadeiro pai é Deus (Antonio Tabet). Outra das surpresas é que Jesus poderia estar em um relacionamento com outro homem.

O episódio gerou indignação entre cristãos e conservadores, que mobilizaram um abaixo-assinado contra a Netflix. Gregório Duvivier ironizou o abaixo-assinado. “Sim, vi que são 300 mil pessoas. Acho que fizemos algo errado, porque é muito pouca gente. Da próxima vez, acho que vale pegar mais pesado. O Porta tem quase 20 milhões de inscritos. 300 mil é um fiasco. Mas de qualquer jeito, vale pra medir a audiência. Pelo menos 300 mil pessoas viram. É mais que a base de apoio do Bolsonaro”.

Palavra do Senhor: Imperdível!

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INRITADO
Neste vídeo, o Porta dos Fundos responde aos protestos dos cristãos por seu especial de Natal de 2019

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MAIS SOBRE ESTE TEMA

Polícia investiga grupo autodenominado integralista por ataque ao Porta dos Fundos – O Povo, dez2019

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Bolsonaro diz que vai indicar ministro do Supremo “terrivelmente evangélico” – O Povo, jul2019

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O beijo da resistência contra a besta do fascismo – O fascismo não faz política ‒ ele é a negação da política, pois não dialoga, apenas agride, persegue e censura

Jesus e a pecadora do pé de goiaba – Eis que naquela tarde, a caminho de Cafarnaum, Jesus passou embaixo de um pé de goiaba e viu uma mulher lá em cima

> mais sobre religião e ateísmo

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01- Ricardo, meu caro, você como sempre perfeito em suas colocações. Te admiro muito. Continuaremos sendo resistência! #MaisAmorMenosÓdio #LulaLivre #MariellePresente Fabiano Brilhante, Fortaleza-CE – set2019

02- Decidi publicar no meu blog: https://gentedemidia.blogspot.com/2019/09/artigo-o-beijo-da-resistencia-contra.html. Nonato Albuquerque, Fortaleza-CE – set2019

03- “Ame e deixe os outros amarem ‒ este é meu recado para os fascistas que aguentaram ler até aqui. Mas sei que eles não concordarão. Porque é o ódio ao diferente o sentido de suas vidas” …. …. ….. é isso aí. vale pra Witzel, Bolsonaro, Doria e Crivella… Temos que chamar esses monstros que estão no poder pelo primeiro nome deles: FASCISTAS! Arnaldo Afonso, São Paulo-SP – set2019

04- Pra quem tem curiosidade de ler a graphic novel ,com a patética ideia de falar mal sem ler .Eu li.Baixei gratuitamente aqui as nove edições da HQ,que foram colocadas posteriormente num só exemplar.Baixei um leitor de quadrinhos e li no celular: https://bancadoporcoaranha.blogspot.com/2019/06/vingadores-cruzada-das-criancas-2010.html  Luis Carlos Trajano, Areia-PB – set2019
 
 
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Racismo e violência policial

20/11/2019

20nov2019

Existem bons e honrados policiais, mas as estatísticas mostram que a população negra é injustiçada diariamente por ações policiais truculentas e desastrosas


RACISMO E VIOLÊNCIA POLICIAL

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No Brasil, a população negra é a grande maioria entre as vítimas da violência policial. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 75,4% das pessoas mortas em intervenções policiais entre 2017 e 2018 eram negras. Evidentemente, existem bons e honrados policiais, mas as estatísticas mostram que a população negra é injustiçada diariamente por ações policiais truculentas e desastrosas.

Nesta terça-feira 19nov, no Congresso, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), que é policial militar, destruiu um painel com uma charge do desenhista Carlos Latuff que denunciava justamente a violência policial contra a população negra, repetindo o gesto de seu colega, deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que em 2018 quebrou uma placa em homenagem à vereadora negra assassinada Marielle Franco. E ainda afirmou que se o painel voltar à exposição da qual fazia parte, o destruirá novamente.

O dia da Consciência Negra, 20nov, foi criado para nos fazer refletir sobre o racismo em nossa sociedade, além de celebrar a cultura afro-brasileira e a história negra, que mentalidades racistas como a do deputado Coronel Tadeu querem apagar dos registros. Que ele seja exemplarmente punido para que sua atitude não se torne incentivo para outras violências fascistas.

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Ricardo Kelmer 2019 – blogdokelmer.com.

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A luta de Marielle continua – Haverá bala suficiente para nos deter em nossa luta por justiça social? 

Duas bandeiras – Foi o blindado, mãe. Ele não me viu com a roupa de escola?

O protesto da babá negra – Talvez ela saiba que quando um governo tem como objetivo a equidade social e a redistribuição da riqueza do país, automaticamente atrai o ódio das elites econômicas, que lutarão para manter seus privilégios

> mais sobre política

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01-

 
 
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Paris, sua ingrata

04/10/2019

04out2019

Você vive a declarar seu amor pela bela Paris, eu sei, você fala francês, tem apartamento na Avenue Foch, come no restaurante do chef Guy Savoy…

PARIS, SUA INGRATA

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Fernando Henrique, tenho uma notícia difícil pra lhe dar. Melhor sentar.

Seguinte. Lula agora é Cidadão Honorário de Paris. Sim, aquele metalúrgico retirante do interior de Pernambuco que virou Presidente da República. Sim, ele está preso, eu sei, mas agora é cidadão de honra parisiense. Assim como Nelson Mandela, exatamente. Quer um copo dágua?

A homenagem, concedida pela Prefeitura de Paris, foi em razão do compromisso de Lula com os direitos humanos e a redução das desigualdades sociais e econômicas no Brasil. Não fique assim, Fernando… Sim, eu sei que ele é o brasileiro que mais possui títulos honoris causa dados por universidades do exterior. Sim, claro, elas estão todas equivocadas. Calma, beba devagar.

Tem mais. O texto da homenagem cita a perseguição política que ele está sofrendo, que o faz ser vítima de um processo judicial injusto. E diz que por causa dele, os defensores da democracia estão sendo perseguidos. Não, você não está sendo perseguido, fique tranquilo.

Sim, compreendendo. Você vive a declarar seu amor pela bela Paris. Pois é, você fala francês, tem apartamento na Avenue Foch, come no restaurante do chef Guy Savoy, eu sei. Você nasceu no Brasil por engano, todos sabem.

Tem certeza que quer ficar só? Tá bom. Mas se precisar de algo, é só chamar, viu? Tchau.

Gente, por precaução, melhor vocês ficarem aqui perto da porta. E lembrem-se: nada de música francesa hoje. Deve ser muito ruim amar sem ser correspondido…

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Ricardo Kelmer 2019 – blogdokelmer.com

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Sugestão de música para este momento difícil
Joe Dassin – Et si tu n’existais pas

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LEIA NESTE BLOG

A dor de um gigante – Lula poderia ter fugido do país e, no exílio, prosseguir sua luta, mas deixou-se ser preso, porque acredita em justiça

Segredos de famíliaO pai descobriu um terrível segredo de seu filho. E agora, o que pode acontecer com sua carreira política?

Entrevistando o candidatoNa entrevista, o candidato deverá responder a perguntas feitas pelo povo. Como se sairá?

Golpe de mestre à brasileira – O processo seria custoso e traumático, e provocaria séria desestabilização na democracia, mas melhor isso que suportar mais um governo de esquerda no Brasil

A foto repugnante e o sonho que não pode ser preso – A foto que resume a baixeza moral dos fascistas que querem a morte de Lula

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COMENTÁRIOS

Comentarios01

01- 👏👏👏👏👏 Célia Terpins, São Paulo-SP – out2019

02- Merci!!!!!!! Kkkkkkk. Ethel de Paula, Fortaleza-CE – out2019

03- Isso aí é mesmo que dar um chute nos zovo de um coxinha. Moacir Bedê, Fortaleza-CE – out2019

04- Au royaume des aveugles, le borgne est rói #lulalivre. Daniela Costa Gonçalves, Brasília-DF – out2019

05- Merecidamente. Um Estadista. Ermúsio Ferreira Soares, Fortaleza-CE – out2019

06- 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏 Marialucia da Silveira, Campinas-SP – out2019

07- Como sempre um ótimo texto. Fath Fernandes, Brasília-DF – out2019

08- A charge do FHC tá hilária! “Et moi? Et moi??” 🤣🤣🤣. Rebecca Fontes, Fortaleza-CE – out2019

09- 👋👋👋👋👋👋 Dangelo Feitosa, Fortaleza-CE – out2019

10- Você é sensacional! Rossany Mouji, Campo Grande-MS – out2019

11- Rico, que maldade! O Fernando Henrique sempre foi amiguinho do PT (e vice-versa), mesmo tendo sido atacado ferozmente pelo partido diversas vezes – especialmente depois do Lula tomar posse. Quando, aliás, o PT ajudou a enterrar as investigações sobre o caso Banestado. Lembra não? Outro dos muito passos do tango dos amantes nem tão discretos foi quando o o ególatra sociólogo (que não chega a rivalizar com Lula no quesito, sejamos justos) ajudou o presidiário (ops, preso político, sorry) a se livrar do mensalão. Entre outros minuetos. C’est tour farinhá du même sac, mon ami. Je t’embrasse. Marta Crisóstomo Rosário, Brasília-DF – out2019

12- Valeu, Ricardo Kelmer. Brennand De Sousa Bandeira, Fortaleza-CE – out2019

13- muito, muito, muito, muito bom!!!!!! Doug de Paula, Fortaleza-CE – out2019

14- Matou a pau! Tu é meu fã! Roberto Maciel, Fortaleza-CE – out2019

15- Et moi? Monsieur dansé! 🤣 Christianne Silton, Fortaleza-CE – out2019

16- Maravilhoso,Kelmer!!!👏🏾👏🏾👏🏾🇫🇷🇧🇷🇻🇳 Giordani Carvalho, Fortaleza-CE – out2019

17- Boa! André de Sena, Recife-PE – out2019

18- Que puta texto, Kelmer! Parabéns! Laisa Kaos, São Paulo-SP – out2019

19- kkkkkk. Ricardo Guilherme, Fortaleza-CE – out2019

20- kkkkkk. CHUPA NAZISTA DA HAVAN! Giovanni Marsallis, Fortaleza-CE – out2019

21- Cadê os bolsominions? Infartaram? Márcio Fernandes Martins, Fortaleza-CE – out2019

22- Tantos toscos com inveja e ódio agora. Marcelo Vieira Luz, Fortaleza-CE – out2019

23- 🤣🤣 Socorrinha Oliveira, Acopiara-CE – out2019

24- Lula, um homem do mundo. Bira Dantas, Campinas-SP – out2019

25- Merci. Daniel Motta, Fortaleza-CE – out2019

26- Esta gente da direitaburra está desqualificando Paris. Logo eles que sonham em serem europeus. Afff… Que cansaço. Ana Magalhães, Vila Nova de Gaia-Portugal – out2019

………. 27- Sim. Eu tenho dito que o PIB francês terá um pequeno declínio, sem os clientes da Havan na torre eiffel… Jorge A. C. Santana, Salvador-BA – out2019

28- “Moi” seu cu! Hélio Speziali Aroeira, Belo Horizonte-MG – out2019

29- A inveja é uma merda. Veronica Guedes, Fortaleza-CE – out2019

30- 🤣🤣🤣🤣 Renata Menezes Lotfi, Fortaleza-CE – out2019

31- Paris é uma festa. Lúcia Menezes, Rio de Janeiro-RJ – out2019

32- A inveja não permite que governem o País… estão a se morderem de raiva e de o que fazer para eliminar de vez…esse CIDADÃO PARISIENSE…sem que ele tenha se ajoelhado sos pés de quem quer que seja! Tomaram papudos?.Arrasa PRESIDENTE LULA…QUE ELES SE MATAM! Irene Oliveira da Silva, São Paulo-SP – out2019

33- LULA LIVRE ! Leonor Oliveira Moreira, Fortaleza-CE – out2019

34- Fantástico! 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼😉 Chris Costa Lima, Fortaleza-CE – out2019

35- Contam que FHC ao receber a notícia quedou-se em posição fetal e chorou 😂 Mauro Gouvêa, Alfenas-MG – out2019

………. 36- não duvido nem um tiquinho… 😂 Chris Costa Lima, Fortaleza-CE – out2019

37- Muuuito bom seu texto! Humor fino e estilo primoroso! Marcia Santos, out2019

38- Ricardo Kelmer, vc é simplesmente genial. Kkkkk. Leiam! Fabíola Líper, Fortaleza-CE – out2019

39- Kkkkkk. Dami Cruz, Fortaleza-CE – out2019

40- Roteiro de filme!! O título já tem!! 😂😂😂 Amei!! Lucia Arnaud, Fortaleza-CE – out2019

41- Simplesmente fantástico o seu texto, Ricardo Kelmer! Silêda Franklin, Fortaleza-CE – out2019

42- 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 Idalina Cavalcante, Fortaleza-CE – out2019

43- Parabéns! Quase um episódio de seriado… Maria Emília Lino, Paraty-RJ – out2019

44- Perfeitoooooo. Andreia Pilloneto, Farroupilha-RS – out2019

45- Ricardo Kelmer é gênio. Moacir Bedê, Fortaleza-CE – out2019

46- Perfeitoooooo. Andreia Pillonetto, Farroupilha-RS – out2019

 


O machismo contra o futuro do planeta

27/09/2019

27set2019

Nosso futuro como espécie passa necessariamente pela luta das mulheres por seus direitos e pela preservação do único lar que temos


O MACHISMO CONTRA O FUTURO DO PLANETA

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“É uma histérica, mal-amada”. “Ela precisa de sexo, de um homem”. “Vá fumar sua maconha lá na Suécia”. Foi com estas palavras que, nesta semana, o radialista Gustavo Negreiros, da 96FM, de Natal-RN, referiu-se a Greta Thunberg, a ativista ambiental sueca que tornou-se porta-voz dos movimentos mundiais que lutam por mudanças urgentes nas políticas climáticas governamentais e que discursou esta semana na ONU. Detalhe: Greta tem 16 anos.

A lamentável atitude do radialista, conhecido em Natal por ser fervoroso defensor de Jair Bolsonaro, é típica de uma mentalidade machista, que busca desqualificar as mulheres que ousam ter voz ativa e lutam por igualdade de gênero. Após a imensa repercussão que sua fala teve, o radialista pediu desculpas, mas não adiantou: o programa perdeu seus patrocinadores e ele foi demitido. Que sirva de lição aos misóginos.

Ao mandar Greta fumar sua maconha lá na Suécia, o radialista repete xingamentos típicos dos que associam o pensamento progressista de esquerda a devassidão e pecado. Para essas pessoas, todo socialista ou defensor da democracia é um drogado que financia o narcotráfico, exatamente como faz o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ao culpar o usuário de maconha pela violência em seu estado. É um raciocínio raso, que ignora que a política proibicionista é que sustenta o tráfico de drogas, proporcionando muito lucro a policiais, advogados, juízes, políticos e até líderes de igrejas evangélicas que se aliam aos traficantes para expulsar outras religiões de suas comunidades.

Greta Thunberg, que este ano foi indicada ao Nobel da Paz, tem limitações causadas por um tipo de autismo, mas isso não a impede de liderar manifestações e discursar para multidões. Ela representa a juventude que cansou dos discursos vazios dos governantes e se organiza cada vez mais, em diversos movimentos espalhados pelo mundo, para exigir políticas mais efetivas em relação à crise ecológica. Seu discurso na ONU já é considerado por analistas internacionais um dos mais fortes da história da organização.

Isso, obviamente, desagrada aos interesses do grande capital, que em sua ganância desenfreada por lucro, não se importa com a saúde do planeta. No Brasil, o governo Bolsonaro, apoiado pelo agronegócio, pecuaristas e mineradoras, é um perfeito exemplo desse perigoso descaso. A propósito, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que o presidente quer emplacar como embaixador nos Estados Unidos, fez uma postagem no Twitter com informação e foto falsas sobre Greta. É uma atitude deplorável, mas, partindo da familícia, que se elegeu graças à estratégia de espalhar mentiras como a mamadeira de piroca, esse jogo sujo não surpreende. Assim como o radialista demitido e o deputado fritador de hamburguer, muitos outros misóginos da direita mundial tentam agora desqualificar Greta, até mesmo Donald Trump, com xingamentos e comentários chulos e preconceituosos.

Nosso futuro como espécie passa necessariamente pela luta das mulheres por seus direitos e pela preservação do único lar que temos. Que mais Gretas surjam. Que as crianças e adolescentes de hoje nos salvem do pesadelo maior de amanhã.
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Ricardo Kelmer 2019 – blogdokelmer.com


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VEJA O VÍDEO

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GRETA THUNBERG NA WIKIPEDIA

EDUARDO BOLSONARO PUBLICA INFORMAÇÃO E FOTO FALSAS SOBRE GRETA THUNBERG – UOL, 26.09.19

NÍVEL DO MAR AUMENTA 2,5 VEZES MAIS RAPIDAMENTE, APONTA RELATÓRIO – O Povo, 26.09.19

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LEIA MAIS NESTE BLOG

O urgente resgate do feminino – Reconhecer e integrar em si o feminino é uma questão urgente do nosso tempo, e tem implicações gerais, até mesmo no campo da ecologia

O menino e o feminino misterioso – Esse instante numinoso em que o feminino sagrado mostrou-se para mim, sob a meia-luz de seu imenso mistério

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WikiLeaks e o nascimento da cidadania global – Quanto mais as pessoas se conectam à internet, mais elas se entendem como participantes ativos dos destinos do mundo e não apenas de seu país

Medo de mulher – A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará

A mulher selvagem – Ela anda enjaulada, é verdade. Mas continua viva na alma das mulheres

Marchando com as vadias – Se ser vadia é ser livre para exercer a própria sexualidade, então todas as mulheres precisam urgentemente assumir sua vadiagem, para o seu próprio bem e o de suas filhas

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Mega Sena dominada

19/09/2019

19set2019

Nem o mais criativo dos roteiristas do folhetim Brasil imaginaria isso


MEGA SENA DOMINADA

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A situação tá difícil: ameaça fascista crescendo, democracia ameaçada, natureza queimando… Mas aqui e ali temos que relaxar e contar umas piadas, senão é pior. E a melhor piada de todas aconteceu esta semana. A Mega Sena acumulada de R$ 120 milhões saiu para um bolão feito por quem? Por 49 funcionários do PT na Câmara dos Deputados, em Brasília, que costumavam jogar havia anos e que dessa vez apostaram cada um, em média, R$ 10. Cada aposta receberá aproximadamente R$ 2,4 milhões.

Uau! Nem o mais criativo dos roteiristas do folhetim Brasil imaginaria isso. Parabéns aos recepcionistas, copeiras e motoristas que agora terão que aguentar as sinceras demonstrações de amizade de familiares e amigos que não veem há duzentos anos. Mas isso é o de menos. Que bom que dona Sorte resolveu socializar o prêmio. Brindemos!

De imediato, os antipetistas surtaram, inconformados. Tanto partido no Brasil e a Mega Sena sai logo pro PT? Lula está por trás disso! Na Caixa só tem comunista bolivariano! CPI da Mega Sena já!!!

Bem, não duvido que, depois dessa, o Bozo demita o presidente da Caixa e exija que a partir de agora seja previamente informado dos resultados dos sorteios. Aliás, estão dizendo por aí que Aécio já pediu recontagem. E que Ciro reclamou que teria ganhado se o PT tivesse desistido de apostar, mas isso eu já acho que é maldade do povo.

A quem interessar saber, o PT continua defendendo a taxação das grandes fortunas e uma reforma tributária progressiva. Acho muito justo. Lembrando aos que se acham ricos: grande fortuna é muito mais que ter apartamento próprio ou carro do ano, viu?

Uma curiosidade. Como alguns funcionários, que sempre participavam do bolão, dessa vez não participaram, os ganhadores decidiram dividir o prêmio com eles. Que ótimo. Eis um belo exemplo de solidariedade socialista.

E os bolsominions e antipetistas que, revoltados, não jogarão mais na Mega Sena? Coitados. Mas é um direito deles. Assim sendo, comunico oficialmente aos membros da URSAL que a Mega Sena tá dominada. A partir de agora, só ursalista vai ganhar.

Mizifias e mizifios queridos, bora fazer logo nosso bolão da URSAL. Quem quer participar?

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Ricardo Kelmer 2019 – blogdokelmer.com

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Comentarios01COMENTÁRIOS

01- Com a extensa folha criminal do PT , tudo e possivel. A imaginacao voa.kkkkkkkkkk. Claudio Salazar, Fortaleza-CE – set2019

02- KKKK a melhor!! Um Salve aos Petistas Sortudos, mlhor tomar cuidado com o Recalque dos Bolsominions! vide Acima kkkk. Ligia Regina Lima, Guarulhos-SP – set2019

03- Amei. Luiza Perdigão, Fortaleza-CE – set2019

04- Chorei de rir. Humberto Nogueira, Russas-CE – set2019

05- Muitas estrelas! #LulaLivre. Vania Gondim, Fortaleza-CE – set2019

06- Rindo muito! Valeu, Kelmer! Estava c saudades das suas crônicas, o compartilhamento de ontem deu resultado!🤣🤣🤣🤣😘 Joyce Néia, São Paulo-SP – set2019

07- A sorte está com o PT ❤. Cássia Lopes, Fortaleza-CE – set2019

08- Uhuuuuuu, Ricardo Kelmer, dorei mizifi, bó ficar ricxs também! 😍😘. Claudia Baima, Fortaleza-CE – set2019

09- Vai dureza aguentar o mi mi mi dos bolsominiuns kkkkkkkkk. Moacir Bedê, Fortaleza-CE – set2019

10- Milagres acontecem. O prêmio ficará melhor nas mãos de 49 progressistas. Tenho certeza que esse dinheiro vai circular e movimentar a economia. Parabéns!! Fath Fernandes, Brasília-DF – set2019

11- Antes de tudo leiam! Patrícia Hakkak, São Paulo-SP – set2019

12- A Mega é petista!!! Eu adooooorooo!!! Simone Santos, Campinas-SP – set2019

13- Ahahah excelente! 😂 que dirá o Ciro? Susana X Mota, Leiria-Portugal – set2019

14- Bom demais! Celia Sporrer, Fortaleza-CE – set2019

15- hahahahaha adoooooro ❤️ Clarisse Ilgenfritz, Fortaleza-CE – set2019

16- ADOREEEEIIIIII!!! Lana Arrais, Fortaleza-CE – set2019

17- Bora pro bolão URSAL. Daniela Costa Gonçalves, Brasília-DF – set2019

18- rsrsrsrs…. tome! Arnaldo Afonso, São Paulo-SP – set2019

19- Ai, delícia!!!!!!!!!!!! Fabio Andrade, Fortaleza-CE – set2019

20- Deu certim! Julio César Montenegro, Fortaleza-CE – set2019

21- Kkkk. Maria Geny Brino Mattu, Piracicaba-SP – set2019

22- Hehehhehehehehehehehehe. Carol San, Fortaleza-CE – set2019

23- Momentinho de humor…😂😂😂😂 Ana Lucia Moreira, Fortaleza-CE – set2019

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