Para Belchior com Amor

PBCA 3a ed CAPA 20a
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Para Belchior com Amor – 3a edição
Org.: Ricardo Kelmer e Alan Mendonça – Contos, crônicas e cartas – 132 pag
Miragem Editorial/Editora Radiadora 2022 – ISBN: 9786588905258
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Lançado em 2016, Para Belchior com Amor chega à sua terceira edição. Organizada pelos escritores Ricardo Kelmer e Alan Mendonça, esta edição foi enriquecida com ilustrações e novos autores, com mais contos, crônicas e cartas inspirados em canções de Belchior. O livro traz 24 textos de 23 autores cearenses, e conta com a participação especial da cantora Vannick Belchior, filha caçula do rapaz latino-americano de Sobral, que escreveu uma bela carta para seu pai.

Literatura para celebrar um notável literato. Ele que soube, como poucos, harmonizar música e poesia, e que fez de sua obra e sua vida um intenso canto de amor, liberdade, questionamento e rebeldia. Salve Belchior!

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OPÇÕES

Livro impresso – 132 pag, 11,5 x 18 cm, brochura, capa papel Supremo 250g, miolo papel pólen, orelhas, 150g. Direto com o autor. R$ 49 (frete incluído)

E-bookNa Amazon (kindle)

Livro-pdf – Direto com o autor: R$ 9

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TrilhaDaVidaLoca2017Capa-01a– Pagando R$ 5 a mais, você leva também o livro de bolso Trilha da Vida Loca (48 pag), com contos baseados em sucessos musicais da dor de cotovelo (Odair José, Diana, Waldick Soriano, Núbia Lafayette, Paulo Sergio…)

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>> PAGAMENTO

– PIX: rkelmer@gmail.com
– PAG SEGURO (cartão de crédito, débito ou boleto)
– DEPÓSITO (Bradesco e Caixa Econômica)

CONTATO: rkelmer@gmail.com – Instagram: @ricardo_kelmer

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EDIÇÕES
– Publicado originalmente em 2016 em versão impressa e eletrônica (PDF), pelo selo Miragem Editorial
– Publicado originalmente em 2016 em versão eletrônica pela Amazon, pelo selo Miragem Editorial
– Segunda edição: mar2017, pelo selo Miragem Editorial
– Terceira edição: jul2022, numa parceria do selo Miragem Editorial com a Editora Radiadora

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APRESENTAÇÃO

PBCA 3a ed Capa 3D 15 PNGEsta terceira edição de Para Belchior com Amor, uma parceria do selo Miragem Editorial com a Editora Radiadora, foi ampliada e, agora, são 24 textos de 23 autores conterrâneos de Belchior, que escreveram contos, crônicas e cartas baseados nas canções desse cearense de Sobral.

Dentro da diversidade da cultura brasileira, Belchior é um nome plenamente reconhecido por seu talento e a originalidade de seu trabalho, no qual une a técnica esmerada da composição melódica com a feitura literária das letras, enriquecidas com filosofia, erudição popular e cultura pop e, muitas vezes, estabelecendo um provocante diálogo com a obra de outros poetas e artistas da contemporaneidade e do passado.

Mesmo tendo sido, em boa parte, criadas nos anos 1970, suas canções mantêm-se atuais, ganhando releituras e conquistando novos admiradores. Sua polêmica decisão de ausentar-se dos palcos e dos holofotes da mídia conferiu-lhe status de lenda viva e reacendeu o interesse por ele, que aumentou ainda mais após sua morte, em 2017.

Na poesia de Belchior ecoa um grito de liberdade e resistência contra a opressão do sistema sobre o indivíduo, que sufoca seus sonhos e robotiza sua existência. É um brado de inconformismo, que nos alerta para a exploração capitalista que gera escravos assalariados e zumbis do consumo. A poesia de Belchior é anárquica, pois em vez do poder, defende a supremacia do amor, do prazer e da paixão. É um clamor latino-americano que brota da dor das minorias e dos excluídos, de todos que não comungam com o deus mercado e renegam a ração diária fornecida pela mídia poderosa. É a rubra poesia dos que sangram, mas não se deixam enquadrar.

Esperamos que estes textos proporcionem às pessoas uma rica experiência de imersão na obra desse formidável artista, e que instiguem a curiosidade de conhecê-la melhor.

Viva Belchior!

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OS AUTORES E AS MÚSICAS QUE INSPIRARAM SEUS TEXTOS

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Aguapé – Izabel Gurgel

Alucinação – Thiago Arrais

A palo seco – Ana Karla Dubiela

Apenas um rapaz latino-americanoJosé Américo Bezerra Saraiva

Até mais verLéo Mackellene

BahiunoNirton Venâncio

Comentário a respeito de JohnKelsen Bravos

Como nossos paisRicardo Guilherme

Como o Diabo gostaRoberta Laena 

Conheço o meu lugarEthel de Paula

Coração selvagemCleudene Aragão

Divina comédia humanaRicardo Kelmer

Fotografia 3×4 – Raymundo Netto

Galos, noites e quintais – Joan Edesson de Oliveira

Monólogo das grandezas do BrasilJosely Teixeira Carlos

Na hora do almoçoGero Camilo

ParalelasCarmélia Aragão

Pequeno mapa do tempoMariana Marques

Sujeito de sorteJeff Peixoto

Todo sujo de batomXico Sá

Velha roupa coloridaRoberto Maciel

YpêRicardo Kelmer

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APERITIVO

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TRECHOS DOS TEXTOS
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AGUAPÉ
ou: O ruído da renda (Izabel Gurgel)

E então contou que ouviu Aguapé pela primeira vez passando por Russas. Haviam saído de Icó na madrugada, e o cinema que é qualquer estrada começaria ali, com o dia amanhecendo. “O vento em disparada \ arranca as plumas \ da paisagem”. Ouviu a voz de Francisco Carvalho. Miração da memória. Rezou pelo poeta achando bom não ser ano de liturgia da seca. O motorista aumentou o volume do rádio, ligado desde a saída da ribeira do Salgado. Belchior e Fagner, Aguapé. “Companheiro que passas pela estrada, seguindo pelo rumo do sertão…”. E outra vez Francisco Carvalho. Lembrou dele dizendo do silêncio, o silêncio é uma figura geométrica.
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ALUCINAÇÃO (Thiago Arrais)

Se meu pai não houvesse me cantado, somente os dois, nas águas de um açude que entardecia no Cariri, “mas se você quiser me atirar, mate-me logo, à tarde, às três, pois à noite eu tenho um compromisso e não posso faltar, por causa de vocês”, e me mostrasse o sorriso ironicamente cúmplice à minha perplexa infância; se Xico Sá não escrevesse – muito depois, sobre tardes caririenses ainda mais antigas no Balneário do Caldas a ouvir o mesmo cantor debochado (não meu pai) como quem toma uma cachaça (e tomava), acompanhado do pai – não o meu, mas o seu “Big Jato” do filme de Claudio Assis – que é diretor de que muito gosto e portanto entra nesta crônica memorial;
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A PALO SECO 
ou: Um golpe de faca só lâmina (Ana Karla Dubiela)

No campus da UFSC, um grupo magro de estudantes divide o último baseado à espera do show. Um frio cortante gela a espinha e a grama orvalhada refrigera a bunda. Mais de uma hora de atraso, por problemas técnicos. Goela seca, grana curta. Uma “vaquinha” garante o garrafão de vinho doce que compramos ali mesmo no bairro Pantanal, na casa de uma camponesa de rosto de maçã, que sempre vem nos atender arrastando os chinelos, a qualquer hora da noite. Nunca decorei seu nome esquisito, mas guardo até hoje seus traços europeus e o orgulho com que nos dava para provar dezenas de vinhos, armazenados por gradação de cor, na antiga Frigidaire vermelha.
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APENAS UM RAPAZ LATINO-AMERICANO (João Américo Bezerra Saraiva)

Caro, divino e maravilhoso rapaz latino-americano.
Você disse que vinha, e veio, lá do Norte, com o mar nos olhos. Era noite sem vento, e eu nem cri na minha sorte. Houve curiosidade, um calmo susto, alguma palidez por trás do ouro do seu rosto. Quero ser justo! Mesmo que não pudéssemos manter a lua cheia acesa, ou não, ainda, nem no seu nem no meu coração, eu vi você, uma das coisas mais lindas da natureza e da civilização, eu vi você, saindo do sertão da sua solidão para um sonho feliz de cidade a que depressa aprendeu chamar de realidade.
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ATÉ MAIS VER
ou: O camarada imaginário (Léo Mackellene)

Era uma vez um homem e seu tempo. A parede era áspera e estava frio, muito frio, mesmo ali dentro. Se tinha acostumado a ver o quarto escuro, ido já tantas vezes nele. Se não tivesse perdido a capacidade de arrancar alegria ao futuro, acharia irônico, talvez até sorrisse. Mas achou triste terminar os dias assim, no quarto de um hotel que tinha o nome do inimigo, em pleno Leningrado. Estava frio e incômodo. Iessenin mergulhou a ponta do dedo na pequena poça de sangue, antes que a morte lhe roubasse a consciência em estar vivo, e escreveu, na parede áspera, ainda um último poema,
Adeus, meu camarada!
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BAIHUNO
ou: Tempos de barbárie (Nirton Venâncio)

Em 10 de setembro de 1993, o jornal Correio Braziliense publicou uma entrevista com Belchior em página inteira no Caderno Dois. O cantor e compositor cearense esteve na Capital Federal para o show de lançamento do disco Bahiuno.
Itamar Franco estava há quase um ano na Presidência da República, depois do impeachment do abjeto Collor. Na entrevista, concedida ao jornalista Irlan Rocha Lima, Belchior, em resposta sobre a realidade nacional daquele momento, disse que “A confusão é geral, mas acredito que, antes de tudo, precisa-se restaurar a cidadania. Há um fosso intransponível entre as elites, sejam elas políticas, governamentais e empresariais, e o povo. A resolução das questões estruturais do país passa pela política, mas os políticos que estão aí são incapazes, incompetentes para essa tarefa.”
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COMENTÁRIO A RESPEITO DE JOHN
ou: Comentários a respeito de ti e de mim ‒ dois caras tão sentimentais (Kelsen Bravos)

Caro Belchior, há certos acontecimentos, apesar de breves, tão intensos a ponto de ficarem eternos. Deixam de ser efêmeros, porque durante toda a vida reverberam dentro do peito, a sempre atiçar a brasa da emoção na fogueira de utópicas razões, para inflamar de paixão o tesão de viver a vida. E você, Belchior, é responsável por uma ruma desses momentos a nos impulsionar a sonhar muito, mas, sobretudo, a viver mais do que sonhar.
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COMO NOSSOS PAIS
ou: O que há de vir (Ricardo Guilherme)

Pela minha paixão você me pergunta. Digo que estou encantado com uma nova invenção, pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação. Aí você talvez até venha me dizer que eu estou por fora ou então que estou inventando, mas se disser, diz porque você ama o passado e não vê que o novo sempre vem.
Acontece, entretanto, que o novo vem do velho. Feito a frase daquele que tramou augustas pontes entre o ontem e o amanhã ao afirmar que o passado pressente futuro. Do vai e vem dos atávicos rastros vêm os nossos lastros.
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COMO O DIABO GOSTA (Roberta Laena)

sempre desobedecer, nunca reverenciar.
um verso que nos toca em múltiplos sentidos, em muitas poéticas de vida e de luta. histórico, registrando a indignação do artista face à ditadura brasileira, é duplamente presente: presente-atual, do hoje, e presente-regalo, do que se guarda e se leva na camisa suja de batom. uma alucinação de bolso, talvez?
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CONHEÇO O MEU LUGAR
ou: Belchior mora no porão (Ethel de Paula)

Uma voz feito faca corta o mormaço da tarde, suspendendo o tempo. Ela diz sobre um lugar. Um lugar utópico, intangível, inalcançável. Um Nordeste-ficção que nunca houve, onde a vida comovida, livre e triunfante é própria da pessoa. Um abraço-canção em torno do homem e sua utopia de liberdade, ímpeto ainda hoje afinado ao pensamento dos gregos, aqueles que, na Antiguidade, intuíram que homens livres só poderiam governar e cuidar de outros homens livres quando se dedicassem à sobre-humana tarefa de governar e cuidar de si mesmos.
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CORAÇÃO SELVAGEM (Cleudene Aragão)

Dirigindo para um pequeno povoado de praia, perto de Fortaleza, com o coração na boca, vou pensando o que é que eu vou perguntar para o Belchior.
Será que eu vou conseguir falar, diante do meu maior ídolo? Do autor da minha canção preferida, entre todas do Universo? Vai ser tipo o que o meu pai dizia sobre o que vemos depois da morte: sei como vai ser não, só vou saber quando chegar lá.
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DIVINA COMÉDIA HUMANA
ou: O amor é uma coisa mais exótica que um conto em terza rima (Ricardo Kelmer)

A sombria floresta de Beatriz anunciou-se naquela tarde de sábado, num ponto de ônibus do centro, após ela sair do culto na igreja. Anunciou-se nos olhos do atraente moço de porte atlético que lhe pediu informação. Com simpatia, ela lhe explicou que ônibus deveria tomar, e era o mesmo que ela tomaria, ora veja. E juntos sentaram, ele com sua mochila vermelha, ela com a bíblia ao colo, quase a mão dele em sua mão. Chamava-se Antonio, e Beatriz soube que estudava filosofia, mas gostava mesmo era de ser goleiro, e nos fins de semana jogava por times de bairro, e ela achou isso tão lindo… (leia na íntegra)
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FOTOGRAFIA 3×4 (Raymundo Netto)

“Sobral?”, riu-se. “E existe isso?”
“Existe, seu guarda. E não é só no Norte, não, viu? Na Europa também. O senhor já deve ter estado por lá, claro.”
O policial, que tirando a farda e a arrogância, não era muito diferente daquele moço encantado, de cabelos ventaneados, basto bigode e surrado pela cidade grande, percebeu a mangação, lhe devolveu o documento e advertiu:
“Tome juízo, rapaz. Assim como você, tem muitos aqui no xilindró.”
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GALOS, NOITES E QUINTAIS (Joan Edesson de Oliveira)

Quando dei por gente a primeira vez, num sertão distante no tempo, profundo na geografia do país, já havia um tempo negro entre nós, e a força já fazia conosco o mal que a força sempre faz.
Quando meus ouvidos de menino magro e triste nasceram para a música a primeira vez, fazia um tempo que era de sussurros, de meias-palavras, de coisas não ditas, de pessoas que se iam para não mais voltar. O que me chegava pelo rádio, naquele lugar tão longe, falava de coisas que eu ainda não entendia direito, de coisas que eu ainda aprenderia, num longo caminho que mal começara.
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MONÓLOGO DAS GRANDEZAS DO BRASIL (Josely Teixeira Carlos)

Talvez tenham sido exatamente esses versos da canção “Monólogo das grandezas do Brasil”, de Belchior, que me fizeram querer seguir essa viagem, a mesma que o sobralense fez no final da década de 60. E, assim, depois de 26 anos morando no Ceará, “sem ter medo da saudade”, como cristalizou “Mucuripe”, parti de Fortaleza para São Paulo para um doutorado na USP, justamente para estudar a obra do compositor das canções que me inspiraram por tanto tempo no ímpeto de migrar.
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NA HORA DO ALMOÇO (Gero Camilo)

Sol de comer sombra, e eu meio-dia e meio-homem, querendo engasgar de tristeza e fome. Até ontem parecia que não havia por trás da minha casa, depois que o leite desceu pela mão e as pernas tremeram de prazer e eu quase caí no chão do quarto, depois que o pau gozou com o vaivém da mão, os pelos enrolaram junto com as ideias e pensei… deve haver pra mais longe. Restaria a família. Ficariam ali petrificados à espera da poeira do Vesúvio, da goteira de Canudos, ficariam ali, eternos até na morte.
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PARALELAS
ou: Macabéa e a bailarina (Carmélia Aragão)

Talvez, um dia, Ângelo, quando você voltar, vou pedir que se deite no chão para eu desenhar o contorno de teu corpo. Vai parecer mau gosto, eu sei, encontrar o contorno deslocado de um corpo chapado, aqui, no chão da sala, tal como a perícia costuma fazer nos locais do crime. Mas não é crime. É saudade. É você, Ângelo. É deitar dentro da sombra do teu corpo, Ângelo, e me sentir abraçada pela tua ausência. A gente era as sobras da noite: a paraíba e a bicha preta. As tristes alegres figuras, como você mesmo dizia, toda vez que começava a contar nossa história: do encontro da Macabéa com a Bailarina. (áudio)
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PEQUENO MAPA DO TEMPO (Mariana Marques)

Zezinho,
Só soube te pedir a benção depois que você partiu. Era aquela velha coisa: você nunca me obrigou, eu nunca fiz. Depois aprendi a dizer no começo de cada conversa, inclusive as terminadas subitamente por alguém em redor. Quando a gente conversa com alguém que já morreu é difícil não ser interrompido, afinal todo mundo pensa que a gente está sozinho. Tolos.
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SUJEITO DE SORTE (Jeff Peixoto)

O ano de 2015 se despedia com a luz dos fogos de artifício a queimarem no céu, com o som estridente de uma contagem regressiva feita por aquela multidão que vestia branco. O certo é que aquele ano que terminava trazia uma tristeza imensa que tomara conta de Gaspar. Um dia antes, um jogo de conspirações sobrenaturais fez com que um sólido relacionamento de cinco anos se despedaçasse como se fosse um velho copo americano que beija o solo. Sua noiva, Christine, resolvera que o ano novo que se apresentava não seria mais com ele. De onde deveria ter vindo a crueldade daquela mulher? Afinal, não se dá cabo de uma relação assim, numa virada de ano.
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TODO SUJO DE BATOM
ou: Uma balada nova falando de brotos, de coisas assim (Xico Sá)

Ela havia levado um bolo do namorado ou daquele cara que só promete. Ele estava apenas caminhando sem rumo pelas ruas do centro da metrópole como qualquer outro rapaz sem cartaz. Ela foi até o orelhão e ligou para o desalmado, tum, tum, tum… Ele teve a súbita compreensão do drama.
A primeira lufada do vento frio que veio do vale do Anhangabaú zombou de fazer um S de solidão com o cachecol vermelho da moça. Somente ele, um suburbano tão sentimental, leu tudo que se passava naquela cabeça.
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TUDO OUTRA VEZ (Alan Mendonça)

Eu também sou apenas um rapaz latino-americano, sem parentes importantes e vindo do interior, do Rio das Onças, e também tenho as veias abertas em voz e sangue, entre o sonho e o som azucrinados entre os berros e os silêncios da América Latina. Eu era apenas um menino e era poeta. Tinha roupas coloridas, o corpo em artesanato, um sol estampado no peito nu, cabelo ao vento e o delírio dos versos voando da radiadora. Tudo isso me alucinava desesperadamente em português… sons, palavras: navalhas, sem cantar como convém e sem querer ferir ninguém.
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VELHA ROUPA COLORIDA
ou: O passado nunca mais (Roberto Maciel)

Sim, isso é uma carta, meu amigo. Ou uma conversa. Ou não, como o antigo compositor baiano e o poeta louco americano me diziam.
Só escrevo desse jeito porque não sei onde estou e nem aonde vou. Não sei quando parti nem sei se vou voltar. Tenho medo de ser denso, e disso nunca fiz segredo. É o medo que já aconteceu e também o medo do que já aconteceu. O medo que está logo ali, não é? Sempre. Dobrando a esquina, há perigo e não há mapa do tempo. Um Rio, um Porto Alegre, um Recife, medo Fortaleza, medo Ceará, Paranapá. Avião. Sempre.

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YPÊ
ou: O dia em que entendi Belchior (Ricardo Kelmer)

Um dia, pelos idos de 1984, meu velho amigo Alberto Perdigão me apresentou certa música de Belchior. Eu tinha vinte anos e já amava o bardo bigodudo, e subia o som no último volume quando o rádio tocava Coração Selvagem. Mas a música que Alberto me mostrou era outra, chamava-se Ypê, do disco Objeto Direto, de 1980. Lembro que ela me soou estranhamente bela, e em suas palavras parecia reluzir algo precioso, mas que eu sentia ser incapaz de alcançar.

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Lançamento no Theatro José de Alencar (Fortaleza, out2016)

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AUTORES

Alan Mendonça (organizador) – Escritor, letrista, dramaturgo e editor [Radiadora]. Mestre em Linguística Aplicada, exerceu, entre os anos de 2017 e 2019, as funções de Coordenador do Fórum de Literatura, Livro, Leitura e Biblioteca e de Conselheiro de Literatura no Conselho de Políticas Culturais do Estado do Ceará. Até por esses dias, suas palavras pousam de avoar em 16 livros, 4 discos e 12 espetáculos teatrais.

Ana Karla Dubiela – Mora em Fortaleza. É escritora e jornalista. Especialista, mestre e doutora em Literatura (UFF/RJ). Organizou a coletânea de crônicas Pandemônio (2022). Autora de três livros sobre a obra de Rubem Braga, da biografia Pedro Freitas – A vitória do trabalho e coautora de As Mães de Chico Xavier. Proferiu palestras na Câmara Federal, na Casa de Rui Barbosa (RJ), na Bienal Nacional da Crônica (ES), entre outras.

Carmélia Aragão – Nasceu em Sobral. É escritora e doutora em Literatura pela PUC-Rio na área de literatura, leitura, formação do leitor e políticas públicas. Seu livro de contos Eu Vou Esquecer Você em Paris foi premiado no III Edital de Incentivo às Artes da Secult-CE. Trabalhou para o governo do Ceará e na Cátedra UNESCO de Leitura/RJ em projetos de leitura e acesso aos livros.

Cleudene Aragão – Nasceu em Fortaleza. É professora universitária e diretora da Editora da UECE, gestora cultural e escritora. Publicou o ensaio Rachel de Queiroz e Xosé Neira Vilas: Vidas feitas de terras e palavras (Prêmio Osmundo Pontes, 2011) e, com outras autoras, as coletâneas de contos Quantas de Nós (Prêmio Moreira Campos, 2010) e Rastros de Mentiras e Segredos (2017).

Ethel de Paula – Nasceu em 1971, em Fortaleza. É jornalista, com interesse e inserção em projetos editoriais, culturais, memorialísticos e acadêmicos que privilegiam histórias de vida, memórias e narrativas. Graduada em Comunicação Social pela UFC, é mestre em Memória Social pela UNIRIO.

Gero Camilo – Nasceu em Fortaleza, 18 de dezembro de 1970. É poeta, dramaturgo, ator, autor, cantor, compositor e diretor.

Izabel Gurgel – É jornalista. Realiza conteúdos e atividades curatoriais. Com uma compreensão ampliada de patrimônio cultural, trabalha com livro e leitura em ações formativas baseadas em trajetórias artísticas, acervos e bens materiais e imateriais. Colabora com o Festival Alberto Nepomuceno – FAN.

Jeff Peixoto – Nasceu em Fortaleza, em 1978, onde mora. Escritor e jornalista. É autor dos romances O Melhor Livro do Ano e O Mal de Janine, e do livro de poemas Leuconíquia. Seu romance 96 Dias Embaixo da Cama recebeu o Prêmio Jader de Carvalho, concedido pelo Governo do Estado do Ceará.

Joan Edesson de Oliveira – Nasceu em Cedro, em 1965, e mora em Sobral desde 1993. Educador e escritor. É autor de Com Margaridas nos Olhos (poesia), Do Voo dos Elefantes e Outros Azuis (poesia) e O Plantador de Borboletas (contos). É colunista do Portal Vermelho.

José Américo Bezerra Saraiva – Nasceu em Várzea Alegre, em 1964. Mora em Fortaleza. É professor do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFC e autor dos livros A Identidade de um Percurso e o Percurso de uma Identidade: Um estudo semiótico das canções do Pessoal do Ceará (2012), A Trama Poética em Caetano Veloso (2014) e Exercícios de Semiótica Discursiva (este em parceria com Ricardo Lopes Leite).

Josely Teixeira Carlos – Professora de linguística, Pós-doutora em Análise do Discurso e Música pela Paris X e doutora em Letras pela USP/Sorbonne. Pesquisadora da USP, com teses de mestrado e doutorado sobre o compositor e cantor Belchior. Site: www.discosediscursos.com

Kelsen Bravos – Professor, escreve contos, crônicas, poesia e canções. Edita o Evoé! (kelsenbravos.blogspot.com) e produz o ConVida – espaço de bate-papo via Instagram/Youtube. Tem publicados onze livros para infância. Integra o GPLEER/UECE (Grupo de Pesquisa – Literatura: Estudo, Ensino e (Re)leitura do mundo).

Léo Mackellene – É escritor, professor e músico. Vocalista da Trovador Eletrônico, banda de rock cearense criada em 2016 especialmente para tocar o disco Alucinação com os arranjos originais. Tinha o sonho de tocar com Belchior no palco. Por ironia do destino, aconteceu, mas não como sonhou: era o seu velório, no Theatro São João, em Sobral, em 1º de maio de 2017.

Mariana Marques – Nasceu em Fortaleza em 8 de junho de 1982. É publicitária e produtora cultural. Publicou em 2009 o pequeno livro Transatlântico e participou das coletâneas Semana (2007) e Metropolis (2011). Realiza em Fortaleza desde 2018 a Auê Feira e sonha com uma cidade mais gentil.

Nirton Venâncio – Poeta e cineasta, publicou Roteiro dos Pássaros (1981), Cumplicidade Poética (1986), Poesia Provisória (2019) e Trem da Memória (2022). Realizou Um Cotidiano Perdido no Tempo (1988), O Último Dia de Sol (1999), Dim (2007), Walking on Water (1990) e Pessoal do Ceará – Lado A Lado B (2022).

Raymundo Netto – Mora em Fortaleza, onde nasceu em 1967. Editor e escritor. É autor de Um Conto no Passado: cadeiras na calçada (romance), Os Acangapebas (contos), Crônicas Absurdas de Segunda (crônicas), Quando o Amor é de Graça! (crônicas) e, no prelo, Fantásticos! (contos). Publicou em outros gêneros: ensaios e infantojuvenis. Site: AlmanaCULTURA: raymundo-netto.blogspot.com.br.

Ricardo Guilherme – Nascido em Fortaleza, em 1955, é ator, dramaturgo e diretor teatral, com mais de cem espetáculos realizados em cinquenta anos de atividades, inclusive com temporadas internacionais. Poeta, contista, professor da UFC, com Notório Saber em Artes Cênicas, Comunicação Social e Arte-Educação. É formulador do Teatro Radical, objeto de dissertações e teses em universidades do Brasil e do exterior.

Ricardo Kelmer (organizador) – Escritor, roteirista e produtor cultural. É criador do projeto Livros da Rua, que promove a produção artística local por meio da distribuição de livros para a população que habita ou trabalha nas ruas. É autor de O Irresistível Charme da Insanidade (romance), Guia de Sobrevivência para o Fim dos Tempos (contos) e Viajando na Maionese Astral (memórias).

Roberta Laena – Pesquisadora e autora do livro Fictícias: candidaturas de mulheres e violência política de gênero. Doutora em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, analista judiciária do TRE-CE, artista nas horas vagas.

Roberto Maciel – Nasceu em Fortaleza, em 1962, onde mora. Jornalista, produtor cultural e gaitista. Organizou, com Adísia Sá e Fátima Vilanova, o livro Ombudsmen/Ouvidores – Transparência, Mediação e Cidadania (Ed. Demócrito Rocha). É coprodutor, com Luiz Carlos de Carvalho e Jefferson Gonçalves, do CD Belchior Blues, tributo à poética de Belchior na interpretação de nomes do blues brasileiro. Realiza desde 2008 o Festival Canoa Blues, em Canoa Quebrada-CE.

Thiago Arrais – Descendente de Santana do Cariri. Mora em Fortaleza. Diretor teatral. Graduado em direção teatral (UFRJ). Mestre em Teatro (USP). Doutorando em Estudos Artísticos por Coimbra. Pesquisador convidado em Sorbonne. Fundador e diretor do Coletivo Soul. Contemplado pelo programa Itaú Rumos Cultural pelo projeto Undead: Desmortais do Inominável. Professor do curso de Licenciatura em Teatro do IFCE.

Vannick Belchior – Filha nordestina e caçula de Belchior. Nasceu em Fortaleza em 24 de fevereiro de 1997. É formada em direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e começou a carreira como cantora no ano de 2021.

Xico Sá – Nasceu em Crato, em 1962. Mora no Rio de Janeiro. Escritor e jornalista. Tem vários livros publicados, entre eles O Livro das Mulheres Extraordinárias e Big Jato, que virou um longa-metragem.

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APOIO CULTURAL

A primeira edição do livro impresso contou com o apoio de:
AFIM – Associação dos Fiscais do Município de Fortaleza

SEEACONCE – Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Locação e Administração de Imóveis Comerciais, Condomínios e Limpeza Pública do Estado do Ceará.

A segunda edição do livro impresso contou com o apoio de:
Pousada Casa do Ângelo (Jericoacoara-CE)
Pousada Roane (Taíba-CE)
Pousada Canoa Beach (Canoa Quebrada-CE)

A terceira edição do livro impresso contou com o apoio de:
Cantinho do Frango (Fortaleza-CE) – Floresta Bar (Fortaleza-CE)
Tecnus Inteligência Contábil (Juazeiro do Norte-CE – Unopar (Juazeiro do Norte-CE)
LA Auditoria e Assessoria Contábil (Fortaleza-CE) – Literati (@confrarialiterati)

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Lançamento no Centro Cultural Banco do Nordeste (Fortaleza, out2016)

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Capa das duas primeiras edições

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ENTREVISTA – TV DIVIRTACE (nov2022)
O jornalista Felipe Muniz esteve no lançamento do livro, no festival Canoa Blues, Canoa Quebrada-CE

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ENTREVISTA – CORREIO BRAZILIENSE (out2017)
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01- Como surgiu o desejo de organizar o livro?
Ricardo Kelmer: Belchior me fascina desde a adolescência, no fim dos anos 1970. Em 2015, eu e um parceiro musical começamos a criar um show para celebrar seu aniversário de 70 anos, que contemplasse, além da música, a sua poesia e filosofia de vida. Mas não deu certo. Então pensei em escrever um livreto de bolso com contos inspirados em suas canções, mas vi que não teria fôlego. Finalmente, pensei: por que não unir vários autores conterrâneos do rapaz latino-americano, juntar forças e talentos para celebrar sua arte? Deu certo.

02- Como colocar a obra de Belchior em diálogo com outra arte, como a literatura?
RK: Belchior é um literato, antes de ser músico. Ele mesmo afirma isso. Ele estudou literatura, poesia e filosofia, e suas letras revelam claramente isso. Faça um teste: leia as letras sem pensar na melodia e você se dará conta de que aquilo é poesia, e de boa qualidade. Explorar suas canções pela via da literatura é, ao meu ver, uma espécie de continuação das letras, uma amplificação dos temas, um aprofundamento da mensagem belchiórica. Os lançamentos do livro acontecerão em contextos interartísticos, com shows musicais e peças de teatro, pois a obra e a vida de Belchior também têm forte potencial teatral.

03- Como foi a seleção dos autores?
RK: Priorizei autores que tivessem uma forte relação afetiva com a obra de Belchior, e que pudessem criar textos literários, ainda que opinativos, nos gêneros conto, crônica, carta ou prosa poética. Procurei abranger estilos diferentes e trazer as visões não apenas de gente da literatura e da linguística, mas também do teatro, da música e do jornalismo. Há autores que nasceram nos anos 1950 e outros nos anos 1980, o que nos permite ver como a obra de Belchior atingiu gerações distintas. Infelizmente, por limitação de tempo e espaço, outros autores talentosos não puderam participar, o que me deixa triste. A esses, peço desculpas.

04- Como avalia o resultado?
RK: Como tive a ideia do livro e do projeto Belchior Sete Zero em junho, e tivemos três meses para preparar tudo, é incrível que tenhamos conseguido. Acho que só o fizemos de fato porque captamos o zeitgeist, isso que os alemães explicam como sendo o espírito de uma época. Belchior é o espírito deste agora. Sua obra e sua própria vida nos dizem muito neste momento, mais ainda do que diziam nos anos 1970. Os autores captaram isso, e seus textos nos mostram um Belchior atualíssimo, revelando-o por diversos ângulos, exercitando possibilidades ficcionais, misturando a vida de Belchior com suas próprias vidas, trazendo novos e curiosos significados para a sua arte… É um livro humilde, sem uma editora por trás, que será vendido pela internet ‒ mas se um dia chegar a Belchior, espero que ele se sinta carinhosamente abraçado e perceba o legado de amor que sua obra espalhou Brasil afora.

05- Como foi escrever a partir de uma canção dele?
RK: Minha canção preferida é Coração Selvagem, e eu tencionava escrever um conto a partir dela. Mas como outra autora a escolheu primeiro, deixei que a própria música me escolhesse. E aí quem me escolheu foi Divina Comédia Humana. No início, relutei, pois ela me soava estranha para basear um conto. Então, fui ler a Divina Comédia, de Dante, e percebi como Belchior se inspirou nela para criar a sua música, e então ela resplandeceu aos meus olhos. Meu conto fala da salvação pelo amor, mas o amor que liberta, e não o amor limitante das convenções. E como adoro complicar, escrevi o conto em terza rima, a mesma técnica que Dante usou para escrever seu magistral poema. Não sei se alguém antes já escreveu prosa em terza rima, mas foi o que fiz.

06- Qual a importância do Belchior para a nossa música? E qual a influência dele para esses escritores?
RK: Belchior trouxe a literatura e a filosofia para a música popular, o que é algo notável. Fez músicas muito profundas, que discorrem sobre temas que a maioria dos compositores da MPB evitam, e ainda assim ele foi popular. Ele foi original, aliando erudição e cultura do povo, crítica social e romantismo, paixão e inquietação existencial, e sua obra dialoga constantemente com outros escritores e artistas do passado e do presente. Belchior fez sucesso, sim, mas nunca se vendeu à cartilha do sucesso a todo custo. Lendo os textos desse livro, qualquer um poderá perceber que as ideias de liberdade, contestação e rebeldia, tão presentes na obra de Belchior, pulsam forte em cada página. Não tenho dúvidas de que para esses autores, o bardo bigodudo de Sobral é um precioso exemplo de lucidez nesses tempos cegos do essencial.

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PROGRAMA PAPO LITERÁRIO
TVC – Fortaleza-CE
(fev2017)

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PROGRAMA IDENTIDADE CULTURAL
TV Assembleia – Fortaleza-CE
(mai2017)
Minha participação: 24m15s a 33m45s

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PROGRAMA CABECEIRA
TV Assembleia – Fortaleza-CE
(out2022)

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FALARAM DO LIVRO POR AÍ

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FalaramDoLivroTelegrafo-01Livro faz homenagem aos 70 anos de Belchior – Correio Braziliense, 02.10.16

Tudo outra vez – Diário de Pernambuco, 05.10.16

Livro “Para Belchior com amor” reúne histórias inspiradas na obra do compositor cearense – O Povo Online, 06.10.16

Ainda somos os mesmos – Diário do Nordeste, 07.10.16

Belchior 70 anos – EBC, 26.10.16

Celebrando o poeta – Diário do Nordeste, 26.10.16

Livro reúne crônicas e contos inspirados em músicas de Belchior – O Povo, 12.08.22
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DICAS (livros, textos, vídeos)

Belchior – Apenas um rapaz latino-americano – Biografia de Belchior escrita pelo jornalista Jotabê Medeiros, pela Editora Todavia

Cantora uruguaia Laura Canora canta Como Nuestros Padres – Vídeo no Youtube

Esses jovens que resgataram Belchior – Hoje, esses jovens se sentem órfãos de seu cantador das coisas do porão. Mas trazem tatuado na alma e no corpo o que Belchior lhes ensinou

O dia em que entendi Belchior – Ele já não tinha metas, estava finalmente livre para deixar a roda-viva que nos entorpece diariamente com a sedução das falsas necessidades

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Muito bacana este projeto! Mais um canal de divulgação da extraordinária obra do grande cancioneiro e assim de estarmos sempre perto do inesquecível poeta. Super valeu a iniciativa!! Neyane Macedo Infurna, Rio de Janeiro-RJ – set2016

02- Ótimo livro! Já estou nas últimas páginas e amando a leitura. Recomendo. José Olinda, Acarape-CE – out2016

03- Muito bom! Belo projeto e excelentes textos!! Parabéns a todos! Jean Jentz, São Sepé-RS – out2016

04- Para Belchior com amor” é mais do que uma declaração sincera a um dos maiores artistas nacionais e ao conjunto de sua obra. Trata-se de uma releitura sóbria de canções que marcaram toda uma geração e que ainda arrancam um cantarolar de quem sequer sabe por onde anda este meu conterrâneo de Sobral/Ce. Nestes tempos em que a música verdadeiramente se confundiu com a literatura, Belchior deve ser enaltecido pela indiscutível beleza de suas letras e melodias. Daí porque a tarefa de escrever textos literários a partir de suas canções não é apenas instigante, mas das mais prazerosas. Em nome de todos os autores envolvidos, envio um abraço carinhoso para a querida Carmélia, que já não a vejo faz muito tempo, mas que soube diminuir a distância com o seu “Paralelas” (ou: A Macabéa e a Bailarina).
Aproveito para parabenizar o organizador da obra Ricardo Kelmer, o qual tive o prazer de conhecer no último sábado, através do amigo Rogers Tabosa, oportunidade em que lhe disse o quão gostaria de ter confessado o meu inquebrantável amor pelo Belchior neste irretocável projeto literário.
Por fim, o Belchior Sete Zero merece todos os aplausos, caríssimos Marta Pinheiro, Ricardo Kelmer e Rogers Tabosa! Mendes Junior, Fortaleza-CE – nov2016

05- Sou fã declarado de Led Zeppelin (inclusive, eternizei os símbolos em minha pele), mas, na minha singela opinião, nenhuma canção desse quarteto musical fantástico supera ‘Divina Comédia Humana’ de Bel, e foi justamente essa obra que você se dispôs a escrever, fazendo com que minha ligação com o livro fosse ainda maior.
Talvez o relato de Ana Karla Dubiela falando sobre ‘A Palo Seco’ seja o que mais me tocou no geral por falar mais diretamente sobre meu contexto social, mas fiquei muito feliz com o fato da sua coletânea abordar a obra do artista Belchior de maneira mais ampla e não se restringir somente ao ‘Alucinação’, possivelmente a obra mais aclamada dele. 
São relatos que, de maneira poética, surreal e direta contemplam descrições riquíssimas e inspiracionais sobre a as criações do cantor, mas, ao mesmo tempo, valorizam a externação dos pensamentos de cada um dos colaboradores como exímios escritores e conhecedores do tema, trazendo ainda mais o leitor/fã para dentro do livro. Guilherme Pinotti, São Paulo-SP – out2016

06- gostei muito, vale a pena ser lido varias vezes principalmente daquele capitulo que ele decide sair de casa e tambem o capitulo que uma mulher encontra ele num povoado. Bosco Boscão, Caruaru-PE – nov2016

07- Quero agradecer por esse livro dedicado ao Belchior, nossa cada texto maravilhoso! Fiquei num vício só! Bárbara Cipriano, Fortaleza-CE – nov2016

08- Muito muito muito bom!!! Adorei a leitura e quem presenteei com o livro também está amando! Valeu, Kelmer!!! Patrícia Ramos, Natal-RN – jan2017

09- Devorei o livro, reli e gostei muito dos belos textos, uma bela homenagem ao Belchior. Quero ainda adquirir seus próprios livros e conhecer sua escrita de excelente nível. Obrigado e abraços. SouzaIsaac Soares, São Carlos do Pinhal-SP – fev2017

10- Projeto maravilhoso esse. Zilhões de parabéns à quem o concebeu, o elaborou e o realizou! Que micromobilização criativa fantástica em torno de uma personalidade criativa, que optou pela desistência como revelação. Cá com meus botões, fico só me perguntando: esse livro estaria existindo, em Alagoas, se Belchior fosse alagoano? Ricardo Maia, Maceió-AL – fev2017

11- Acabei de ler o livro “Para Belchior, com amor”. Gostei bastante,mas por uma questão pessoal destaco o seu conto”Divina Comédia Humana”; “Na hora do almoço”, de Gero Camilo, “Fotografia 3×4”, de Raymundo Netto e “Sujeito de sorte”, de Jeff Peixoto. Voltando ao seu conto: Gostei demais do seu estilo e vi no Kindle algumas obras suas ,que pretendo comprar e ler brevemente! Gostei tanto do livro que li de uma só vez e pretendo reler qualquer dia desses! Citei parte do seu conto na minha página do Facebook. Luis Carlos Trajano – Areia-PB – fev2017

12- Cara não saiu nem do carro, onde parava lia, quando comia lia, cochilando ainda lia e hj ao amanhecer a leitura completa se concluía. ….shooow!! Emelynne Pontes, Fortaleza-CE – mar2017

13- Leitura de hoje! Obrigada por este livro maravilhoso, Ricardo Kelmer! Luana Santana, Teresina-PI – mar2017

14- Livro para quem quer se aproximar da obra de Belchior por olhos de terceiros. Terceiros esses que expressam seu carinho e amor a este artista que nos deixou no dia 30 de Abril. Alisson HBD, mai2017 (Amazon)

15- Bom livro, mas um tanto irregular. Como toda coletânea de textos, há alguma irregularidade. Vale pra quem é fã do cantor e compositor cearense. Como eu. Arnaldo Heredia Gomes, ago2017 (Amazon)

16- Muito interessante ver como outras pessoas interpretam algo que você já havia interpretado antes. Leonardo Nicolay, set2019 (Amazon)

17- Li e achei muito bom, uma forma muito original de falar sobre alguém tão especial como Belchior, uso a palavra especial e ainda a acho banal, mas quem aprecia Belchior sabe o que eu quero dizer. Ligia Eloy, Lisboa-Portugal – abr2021

18- Gosto demais! Li alguns textos deste livro, adorei! Aliás, gosto de tudo que escreves, que bom que você resolveu escrever, foi mesmo um presente para quem aprecia uma leitura inteligente, bem humorada e sensível. Admiro muito voce e acho que você deve saber que existem leitores que sempre estarão dispostos a ler teus livros. Ligia Eloy, Lisboa-Portugal – abr2021

19- Tenho o privilégio de possuir um exemplar físico, devidamente autografado. Livro imperdível para os amantes do nosso grande artista bigodudo. Batista De Sousa Farias, Recife-PE – abr2021

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