Livrarias nunca deveriam morrer

13mar2023

Livraria Cultura 1

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LIVRARIAS NUNCA DEVERIAM MORRER
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Ela era bonita e charmosa, e acomodava suas preciosidades em quatro lojas do Conjunto Nacional. Só depois é que mudaria para aquele imenso espaço que fora do Cine Astor. Mas já tinha status de templo cultural da cidade. Falo da Livraria Cultura, em São Paulo. Foi lá, em 1995, que fiz o lançamento de meu livro da fase espiritualista Quem Apagou a Luz? – Certas coisas que você deve saber sobre a morte para não dar vexame do lado de lá, em dobradinha com a amiga Ana Claudia Domene, que lançava seu romance Aaran.

Quase um ano antes, eu deixara Fortaleza e fora tentar a vida no Rio de Janeiro, e agora, veja só, estava assinando dedicatórias em meu livro de estreia. Meu primeiro lançamento em livrarias. Na Livraria Cultura. Uau!

Entre 2006 e 2016, eu morando em São Paulo, sempre arrumava um pretexto para uma passadinha básica na Livraria Cultura… e acabava ficando lá por horas, esquecido do mundo. A primeira coisa que eu fazia era conferir se meus livros não haviam escapado da ordem alfabética nas estantes. E costumava também pegar um livro qualquer para ler, mas ficava atento, olhando de soslaio, para flagrar o mágico momento em que algum leitor seria fisgado por um livro meu – o que nunca aconteceu. Será que outros escritores têm também esse fetiche?

Para mim, a Livraria Cultura começou a morrer em 2007, quando mudou para aquele gigantesco espaço do Conjunto Nacional. Livros se carregam de um canto para outro, sem problema, mas a alma de uma livraria, não.

Sinto pena e tristeza. É doloroso acompanhar sua decadência. Sim, sei das dívidas trabalhistas e das denúncias de abusos sofridos pelos funcionários, e sempre torci por eles. Mesmo assim. Ver uma livraria agonizar dói demais na alma da gente.

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Ricardo Kelmer 2023 – blogdokelmer.com

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Quem Apagou a Luz?
Certas coisas que você deve saber sobre a morte para não dar vexame do lado de lá
(ensaio)

Lançado em 1995, este livro resume, numa linguagem descontraída, as crenças e vivências que norteavam o grupo esotérico do qual o autor participou nos anos 1990, abordando temas como experiências fora do corpo, reencarnação, vida após a morte, extraterrestres e guias espirituais. A partir de 2000, quando o autor assumiu seu ateísmo, este livro deixou de ser publicado, interrompendo uma trajetória de sucesso. Porém, em 2020, para divulgar seu livro Viajando na Maionese Astral – Memórias exóticas de um escritor sem a mínima vocação para salvar o mundo, ele decidiu relançá-lo numa edição especial, junto com o Maionese.

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