Bullying de putaria

23/03/2021

23abr2021

As amigas de Milena adoravam sacaneá-la por sua inexperiência sexual. Mas Milena jurou que isso acabaria no Cabaré do Papai

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BULLYING DE PUTARIA

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Milena sofria de bullying de putaria. Não é dos mais divulgados pela mídia, mas é um tipo de bullying terrível, estigmatizante ao extremo e causador de males difíceis de suportar, em especial para os adolescentes. Algumas pessoas superam o problema e seguem com suas vidas, mas outras infelizmente não, e para elas a vida se transforma num inferno diário.

O caso de Milena é exemplar. Mais novinha da turma, dezessete anos, todos os seus namoros haviam sido bem comportadinhos, com exceção do último, que durou apenas um mês mas, em compensação, lhe levou a virgindade, o que serviu para aliviar um pouco a pecha de santinha que ela carregava entre as amigas. Mas só um pouco mesmo, pois em comparação com o que elas faziam por aí, era como se ainda continuasse virgem. As amigas não tinham dó: aproveitavam toda oportunidade para humilhá-la com suas inacreditáveis histórias de putaria, cada uma mais deliciosa que a outra. Milena, arrasada, chorava de inveja na solidão de seu quarto. E, para piorar a depressão, ela era a única que nunca tinha ido ao Cabaré do Papai.

Ah, o Cabaré do Papai… As amigas enchiam a boca para dizer que era a festa mais maravilhosa da cidade, que só acontecia uma vez por ano, que era isso, que era aquilo e aquilo mais. Menor de idade e proibida por lei de frequentar certos lugares, à menina Milena só lhe restava sofrer seu bullying resignada, vendo as fotos e os vídeos das amigas na festa, em seus modelitos provocantes, todas elas sensualizando horrores e vivendo gloriosos momentos de diva. O jeito era esperar a maioridade, fazer o quê?

Por isso, quando foi anunciada a edição seguinte do Cabaré do Papai, Milena não pôde acreditar na odiosa coincidência: seria exatamente no dia anterior ao seu aniversário de dezoito anos. Ah, não, um dia antes? Era muito, muito azar. Teria que esperar pela edição do ano seguinte. Mais um ano inteiro de bullying. Mais doze meses de depressão.

Não, não, que azar que nada, Milena pensou melhor, sorte, isso sim, muita sorte. Iria à festa, iria sim, mas… tchan, tchan, tchan, chegaria à meia-noite, ninguém poderia proibir sua entrada. O Cabaré do Papai seria o carimbo oficial de sua nova vida.

E assim fez. Foi a sua tão sonhada iniciação na festa que as cruéis amigas tanto usavam para sacaneá-la. E foi uma iniciação, digamos, mais que completa. A santinha apareceu lá vestida como uma diabinha sexy, com tridente e chifrinhos vermelhos piscantes, fez um puta sucesso, todos queriam tirar foto com ela, recebeu mil cantadas, dançou com o barman em cima do balcão e, como se não bastasse, ainda ganhou o concurso Musa do Papai. As amigas, boquiabertas, não acreditavam no que viam.

A festa deixou Milena tão inspirada que ela decidiu iniciar-se também, naquela mesma noite, em outro tipo de festinha, já conhecida das amigas: o ménage à trois. E foi assim que a santinha, já não mais tão santinha, terminou a noite no motel com ninguém menos que o supergato cantor da banda e a namorada dele, lindíssima. E no motel, aproveitando o embalo dos seguidos orgasmos, decidiu que já era hora também de iniciar-se no sexo anal, pois, entre as amigas, só ela ainda não havia dado o bendito cu. Então, animada com o coroamento de sua noite de estreia na sagrada putaria, Milena pôs-se de quatro na cama e arrebitou bem a bunda, assessorada pela namorada do cantor supergato, que foi muito solidária e lhe deu todas as dicas para ela aproveitar bem a primeira visita pela porta de trás. Porém, após duas horas de show pesado e mais três horas de motel com um par de mulheres com o diabo nos couros, o coitado do cantor não tinha mais força nem para abrir o tubo de gel, de forma que Milena teve que se virar com a namorada mesmo, que acoplou à cintura um pau de silicone e, com muita competência, finalmente a livrou do triste time das virgens anais, missão cumprida.

Naquela manhã, Milena, agora com dezoito anos, chegou em casa feliz e realizada com sua tripla iniciação: Cabaré, ménage à trois e anal. Sim, anal com pau artificial de mulher, é verdade, mas onde estava escrito que precisava ser pau natural de homem? Sem falar que agora era vip permanente do Cabaré do Papai, não pagaria mais para entrar, que chique, heim, já pensou a cara de inveja das amigas? A ex-santinha Milena nem quis tirar a roupa: dormiu vestida de diabinha mesmo, com um sorriso maroto nos lábios e os chifrinhos vermelhos pendurados na porta do guarda-roupa, ainda lhe piscando os parabéns. Bullying de putaria nunca mais.

(Este conto integra a série Interações da Sacanagem, com contos baseados em termos de busca no Blog do Kelmer. Divirto-me bastante vendo os termos que as pessoas usam nos mecanismos de busca e que as fazem chegar em meu blog. Termos deste conto: iniciação anal em cabaré.)

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Ricardo Kelmer 2013 – blogdokelmer.com

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Este conto integra os livros

Indecências para o Fim de Tarde
Ricardo Kelmer – contos

Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação. > saiba mais

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Quarentena Erótica
Ricardo Kelmer – contos

Nos contos de Ricardo Kelmer, o erótico pode vir com variados temperos: romantismo, humor, misticismo, bizarro, horror… Às vezes, vem doce e sutil, ou estranho e avassalador, e às vezes brinca com nossas próprias expectativas sobre o que seja erótico. Explorando fetiches, fantasias, delírios e tabus, e até mesmo experiências reais do autor e de seus leitores, as estórias deste livro acabam de chegar até você para apimentar seus dias, e suas noites, de quarentena. > saiba mais

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Indecências para o Fim de Tarde – Pré-venda

07/05/2014

07mai2014

Adquira antecipadamente com um bom desconto, tenha seu nome no livro e receba em casa

IFTDivPreVenda-01b.

INDECÊNCIAS PARA O FIM DE TARDE – PRÉ-VENDA

Tô lançando meu livro de contos eróticos Indecências para o Fim de Tarde. A versão impressa será lançada no segundo semestre (datas e locais a definir), mas como terei que bancar parte do investimento, inicio agora a pré-venda (até 30jun2014)

Os leitores que adquirirem o livro antecipadamente nesta pré-venda:
– Ganharão um bom desconto
– Seus nomes constarão na seção Galeria de Leitores Especiais do livro (opcional)
– Receberão o livro pelo correio (ou pessoalmente, no lançamento), com dedicatória
– Ganharão um persex (nas opções C e D)

O pagamento pode ser feito pelo Pag Seguro (cartão ou boleto) ou por depósito em conta (HSBC, Itaú, Banco do Brasil e Bradesco). Para outros países: PayPal.

O persex (liga de perna) é uma cortesia da sex shop Via Libido (vialibido.com.br).

PREÇOS (frete incluído)

OPÇÃO A: R$ 22
1 livro impresso

OPÇÃO B: R$ 24
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Brinde: livro eletrônico (PDF, com dedicatória personalizada)

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Brinde: livro eletrônico (PDF, com dedicatória personalizada) + 1 persex

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MAIS DE 4 LIVROS: a combinar

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IndecenciasParaOFimDeTardeCAPA-01aINDECÊNCIAS PARA O FIM DE TARDE
Ricardo Kelmer – Arte Paubrasil, 2014 – 208 pag

Os 23 contos deste livro exploram o erotismo em muitas de suas facetas. Às vezes ele é suave e místico como o luar de um ritual pagão de fertilidade na floresta. Outras vezes é divertido e canalha como a conversa de um homem com seu pênis sobre a fase de seca pela qual está passando. Também pode ser romântico e misterioso como a adolescente que decide ter um encontro muito especial com seu ídolo maior, o próprio pai. Ou pode ser perturbador como uma advogada que descobre que gosta de fazer sexo por dinheiro.

O erotismo de Ricardo Kelmer faz rir e faz refletir, às vezes choca, e, é claro, também instiga nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir. Seja em irresistíveis fetiches de chocolate ou numa selvagem sessão de BDSM, nos encontros clandestinos de uma lolita num quarto de hotel ou no susto de um homem que descobre verdadeiramente como é estar dentro de uma mulher, as indecências destas histórias querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação.

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INDECÊNCIAS PARA VOCÊ TIRAR A ROUPA

IndecenciasParaVoceTirarARoupa-01aMuitas mulheres têm esse fetiche, o de exibirem-se anonimamente para o público. Então criei uma promoção: envio o livro e a leitorinha faz uma foto erótica com ele, sem precisar mostrar o rosto, e a foto será usada em cartazes de divulgação da obra. Você gostaria de participar? Clique aqui e saiba mais.

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LIVRETOS DO BRINDE
formato bolso, 48 pag

Guia do Escritor Independente (dicas)
Memórias de um Excomungado (crônicas, reflexão, humor)
Um Ano na Seca (conto, erotismo, humor)
O Ultimo Homem do Mundo (conto, terror, humor)
Trilha da Vida Loca (contos)

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APOIO CULTURAL

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01- Indico por q o cara é fera galera!!!!ndico por q o cara é fera galera!!!! Katie Furge, Queensland-Austrália – mai2014

02- Esse cara é genial!! um ótimo escritor. Josy Felix, São Paulo-SP – mai2014

03- Um livro instigante. Um autor inteligente e preparado ao tratar com o assunto. Um assunto polêmico no contexto sócio cultural que não pode passar despercebido no mundo atual. Um convite a uma leitura prazeirosa com uma visão política e uma reflexão cítica. Um manual para os psicologos! Um convite a leitura simplesmente! Anosha Prema, Campinas-SP – mai2014

04- Livro do Ricardo Kelmer o/ Ilana Dubiela, Fortaleza-CE – mai2014

05- Lançamento do Livro do Escritor Ricardo Kelmer. Boa Leitura! Érika Menezes, Fortaleza-CE – mai2014

06- Amei o tema, a fotografia… quero ler e deliciar-me com o conteúdo, parabéns Ricardo. Donizete de Paula, São Paulo-SP – mai2014


Inspiración, essa vadia

12/04/2010

12abr2010

E não adianta argumentar, seu signo é a urgência. Desejo não é coisa que se adie, ela sempre diz

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INSPIRACIÓN, ESSA VADIA

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Inspiración… Os poetas de todos os tempos, eles sabem: não há nada, absolutamente nada igual a uma noite com ela. Por isso é que, apesar de não estar quente, achei necessário um bom banho. Troquei as calças e a camisa, mas mantive o cabelo molhado e sem pentear, do jeito que ela gosta. Pus lençóis novos na cama e até pedi a uma das meninas da taberna, a Ruiva, que me emprestasse a escova de cabelos, uma do cabo de osso trabalhado, bem bonita, que ela ganhou do marroquino.

Eu empresto, mas só se o poeta fizer um verso pra mim – a Ruiva negociou. As meninas adoram poesia. Sorri, fingindo que não esperava por aquilo. Mas era uma troca justa, uma escova por um verso. Então improvisei quatro linhas, a dona da escova sentada em meu colo, e, ao fim, ganhei um beijo e a escova. E deixei a taberna, levando uma garrafa de vinho debaixo do braço e uma alegria mal disfarçada no canto da boca. Que ficassem e se divertissem eles, os amigos lascivos e as amigas embriagadas. Eu iria para casa, esperar por Inspiración. Nada como uma boa isca para atrair a cigana do imprevisível, os poetas sabem.

Maria de la Inspiración… Foram as meninas que me contaram que ela andava pelas ruas do povoado hoje de manhã. Que bela notícia…, pensei enquanto o som de seu nome me remetia às tantas alegrias que essa cigana desatinada me proporcionou durante a vida. Quantos versos lhe dediquei, cavalgando-a com paixão noites adentro? Poemas de saliva, rimas de sêmen, sonetos de suor…

É uma vadia, eu sei, eu sei, não precisa repetir. Todos sabem, e não há poeta que não o saiba deveras. O povoado inteiro a conhece, e as nossas pudicas mulheres a evitam quando ela, para alegria dos homens daqui, resolve aparecer. Mas isso certamente se trata de uma inassumida inveja por parte dessas respeitáveis senhoras recatadas e sem graça. Por não terem os homens na mão como os tem a cigana adorável. Tão bonita que nem precisava tanto. Ardente como nenhuma delas jamais poderá ser, de tão preocupadas com a vida alheia. E o vinho mais forte, creia, não embriaga tanto quanto a visão de seu corpo nu.

Mas, vadia. Dona de uma inconstância irritante. Como adivinhar o que pensa, saber o que realmente quer? Costumo dizer-lhe que ela é como são todos os felinos: aparecem quando não se espera, e se os chamamos, não vêm. Ela? Apenas ri, vaidosa da própria crueldade. Sim, ela é muito cruel. Usa e abusa de decotes generosos, servindo os seios em bandeja para a fome da noite. E se realiza, sim, como se realiza, sob os olhares dos homens. Então creio mesmo que deva se alimentar dos desejos alheios, a danada.

É fácil percebê-la numa festa: duas ou três canecas de vinho e lá está Inspiración a caminhar por entre as mesas, toda faceira e provocante, aceitando de bom grado tragos e elogios. Claro, desnecessário dizer que sua simples presença deixa enlouquecidos os árabes: da última vez presenciei meia dúzia de confusões. Os mais velados arregalam os olhos e coçam os bigodes – mas lhes transparece na cara o que lhes passa pela cabeça. Não creia, no entanto, ser possível subjugá-la. Ouse dominá-la e verá que escapole feito água entre os dedos. Submete-se apenas se lhe for vantajoso. Inspiración é tão fugaz quanto o brilho daquela estrela cadente.

E quando tenho a certeza de que homem nenhum a fará abrir as pernas dessa vez, eu inclusive, eis que vejo a vadia deixar a taberna de braços com o embriagado catalão, tão deslumbrado com a sorte que pagou bebida a meio mundo.

Eu a amo. Com desprezo, doçura e paixão, não nego. Mas essa sua volubilidade eterna nunca me dá tempo de me preparar. Aparece de surpresa em lugares ou situações que eu jamais esperaria. Surge de repente e eu, desprevenido, sinto-a insinuar-se lânguida pela minha virilha, as costas, o pescoço. E não adianta argumentar, seu signo é a urgência. Desejo não é coisa que se adie, ela sempre diz. E não é mesmo, não é mesmo, descobre a cada vez meu corpo vertido em beijos, minha alma convertida em versos.

Às vezes me enche de ciúmes, a diaba. Vejo-a na mesa de outros homens, sorridente, generosa. Mas não me permito levá-la tão a sério. Sorrio e entendo sua alma alegre e infantil. E quando inventa de dançar? Aí sim, é a própria expressão da felicidade. Solta os cabelos negros e com eles chicoteia o ar. Joga longe os sapatos e vai, rodopiando ao ritmo das palmas, tão cheia de graça e tão exata que penso se realmente não terá sido a dança inventada para ela. Seus movimentos aprisionam os olhares, e os homens se deliciam com a mais remota possibilidade de possuírem-na, e babam e gesticulam e se ensurdecem de tantos gritos e exclamações desvairadas. As meninas da casa são suas amigas, e ela sempre lhes traz roupas e enfeites e faz revelações pelas cartas sem cobrar. É uma dádiva essa cigana.

Marca encontros e me faz esperar em vão. Outras vezes acha de aparecer na pior hora possível. Rejeita meus versos em noites sem lua e em outras noites se deleita com eles e os deposita carinhosa em seu decote enluarado. Não tem jeito, previsível é coisa que Inspiración jamais conseguirá ser.

Mas certas iscas costumam dar resultado, sim. Por isso é que vim para casa mais cedo, deixei para trás a festa na taberna. A noite agradável, o vinho, o azeite da candeia renovado, meu corpo de banho tomado… Mel de atrair abelha.

“Armadilha”…, Inspiración dirá, já posso ouvir, o sorriso que eu bem sei nos lábios vermelhos. Então servirei mais vinho, apaixonado pelo seu pentear-se ao espelho, o cabelo negro dengosamente acariciado pela escova bonita a que ela não resiste. O corpo inflamável sob o vestido de pano fino… Candeia acesa em monte de feno seco… – eu já me vejo escrevendo depois sobre suas costas nuas, inspirado.

“O poeta está ficando ordinário” – ela sussurrará, virando-se na cama e me roubando um beijo. E eu, que certos escrúpulos já perdi:

“A gente se merece…”

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Ricardo Kelmer 1989 – blogdokelmer.com

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Este conto integra os livros:

> Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino
> Indecências para o Fim de Tarde

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MAIS SOBRE LIBERDADE E O FEMININO SELVAGEM

AMulherSelvagem-11aA mulher selvagem – Ela anda enjaulada, é verdade. Mas continua viva na alma das mulheres

Sexo tinto – Palmas para a musa dos inebriados

A mulher livre e eu – A liberdade dessa mulher reluz no seu jeito de ser o que é – e ela é o que todas as outras dizem ou buscam ser, mas só dizem e buscam, enquanto ela tranquilamente… é

Em busca da mulher selvagem – Era por ela que eu sempre me apaixonava, essa mulher que era quem ela mesma desejava ser e não a mulher que a família, religião e sociedade impunham que ela fosse

Amor em liberdade – O que você ama no outro? A pessoa em si? Ou o fato dela ser sua propriedade? E como pode saber que ela é só sua?

As fogueiras de Beltane – As fogueiras estão acesas, a filha da Deusa está pronta. O casamento sagrado vai começar

Medo de mulher – A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará

Alma una – Eu faço amor com a Terra / Sou a amante eterna / Do fogo, da água e do ar / Sou irmã de tudo que vive / Ninfa que brinca com a vida / Alma una com tudo que há

Quem tem medo do desejo feminino? (1) – A maternidade, a castidade e a mansidão de Nossa Senhora como bom exemplo, e a força, a independência e a liberdade sexual da puta como exemplo contrário, a ser jamais seguido
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MAIS SOBRE INSPIRAÇÃO

O chamado da caverna – Mas talvez não, talvez se decida por entregá-la ao mundo, mãe que não pode criar o filho porque sua missão termina em parir

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DICA DE LIVROS

vtcapa21x308-01Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino
Ricardo Kelmer – contos/crônicas

Com que propriedade um homem pode falar sobre o universo feminino? Neste livro RK ousou fazer isso, reunindo 36 contos e crônicas escritos entre 1989 e 2007, selecionados em suas colunas de sites e jornais, além dos textos inéditos. Usando o humor e o erotismo, eles celebram a Mulher em suas diversas e irresistíveis encarnações, seja através de instigantes personagens femininos ou através do olhar e do discurso masculinos.

Ciganas, lolitas, santas, prostitutas, espiãs, sacerdotisas pagãs, entidades do além, mulheres selvagens – em todas as personagens, o reflexo do olhar masculino fascinado, amedrontado, seduzido… Em cada história, o brilho numinoso dos arquétipos femininos que fazem da mulher um ícone eterno de beleza, sensualidade, mistério… e inspiração.

Mulheres que correm com os lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem (Clarissa Pinkola Estés –  Editora Rocco, 1994)

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990)

As brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley – Editora Imago, 1979)

Mulheres na jornada do herói (Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro – Editora Ágora, 2010) – É ainda mais interessante ver o relato das mulheres pois elas sempre foram, mais que os homens, historicamente reprimidas na busca pela essência mais legítima de suas vidas

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01– Achei lindo o conto da cigana. Como diria Oswaldo Montenegro em sua musica, “Virtuosa e profana Pra cantar o sol. Dança, dança, dança pra cantar o sol Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol Fiz do meu corpo cabana Pra cantar o sol…” e por aí vai. Acho que essa coisa de mistério que envolve os nômades é que faz tudo ficar ainda mais encantador, lindo!! Marcia Morozoff, Brasília-DF – jan2006

02- Viva a você, caro amigo. Nos delicia com tuas linhas sempre sinuosas como uma bela e incomível cigana. Viva o Phoder da palavras bem ditas e mal ditas idem Só para te passar um grande abraço. Maninho (Aluisio Martins), Fortaleza-CE – jan2007

03- costumo fugir do mundo real ás madrugadas no bate papo do meu estado…meu personagem é esssa mulher sobre quem ecreveu…assim me visto assim me imponho. sou conhecida como “vadia”. meus devaneios ficam apenas alimentando ou atormentando espíritos inocentes me sinto gostosa faço meus parceiros delirarem…é tudo virtual, não permito encontros mas eles só descobrem isso quando já estão envolvidos enebriados, seduzidos…e eu me vou deixando-os livres…para sonharem comigo. bjs amigo. Diva, Macapá-AP – abr2007

04- Curioso. Será a musa, sempre feminina? Se pensarmos nela como “Inspiracion”, sim. Sempre sim. Alma, fada, algo diáfano que se deixa penetrar pelo espírito masculino. Mas quem (ou o quê) inspira as mulheres a escrever? Levanto a peteca porque o Ricardo nos dá uma imagem feminina da inspiração assim como fizeram os escritores de todo o Mundo. Digamos então que existe a ECLOSÃO. E que esta, apesar de substantivo feminino, é notoriamente masculina. Assim se chama meu “muso”. E ele chega como um Cavaleiro do Fogo, um Príncipe de Bastões me obrigando a fazer sua vontade. E escrever que nem uma louca, num astral de emergência. Por falar nisso, por onde andará meu cavaleiro? Monica Berger, Curitiba-PR – ago2007

05- A colocação da mulher, que mesmo sendo vadia, tem todo o encantamento do homem… lindo! Será que todas nós temos um pouco de Inspiración? Mulheres masculinizadas… isso no sexo masculino agora tem até nome, e é: metrossexualismo! Concordo no ponto em que mulheres devem exigir direitos iguais, mas não perder o jeito feminino! Talvez isso pareça contraditório para algumas pessoas… Pamela Bathory, Juiz de Fora-MG – set2007

06- O texto da Inspiración é um de meus favoritos. Aprecio a Espanha (que duplo sentido! rs) e, como danço Salão, já me arrisquei no flamenco…Enfim. O conto é maravilhoso e, ao contrário da comentarista anterior, eu não diria ‘apesar de ser vadia’, mas justamente por sê-la. Engraçado como as pessoas sempre intepretam um sentido pejorativo nisto… Estou ansiosa pelo novo livro, e sempre estarei passando por aqui para conferir os novos escritos. Abraços. Mariana Melo, Maceió-AL – set2007

07- Talvez todas mulheres sejam Inspiración, não que sejam vadias, mas que seja mulher, que não sejam marrentas; mulheres que tem suas curvas, saliências e reentrâncias. Um bom conto. Abraços! Kelly Cristina, Fortaleza-CE – set2007

08- Correndo o risco de estar um pouco atrasada, mas gostaria de dizer que achei muito lindo o texto sobre a Inspiração, rsrs, uma vadia! a frase que mais gostei foi: “à minha maneira eu a amo. Com desprezo, doçura e paixão”. Essa mulher me lembra Lilith. Adoro Lilith. Um abraço, e que Inspiración te acompanhe! Fabiane Ponte, Curitiba-PR – set2007

09- Inspiración vadia é tão linda!!!!!! CIGANA DO IMPRVISÍVEL É DEMAIS!!!! Beeeijo calliente na tua Alma Cigana Na tua Bela e Perigosa Inspiración. Patrícia Lobo, Salvador-BA – jun2011

10- O texto “Inspiracion,essa vadia”,lido na faculdade, me despertou curiosidade para ler o Vocês Terráqueas. Rita Queiroz, Fortaleza-CE – jun2012

11- É incrível esse texto. O sentimento do personagem para com Inspiracion, é o que me chama mais atenção. É um desejo carnal que entrelaça com um sentimento que foge dos preconceitos e esteriótipos social. INSPIRACION, me faz recordar alguns episódios da vida cotidiana. Wescley Gomes, Fortaleza-CE – fev2014

12- Incrivelmente sensacional… Carla Falcão Bouth, São Paulo-SP – fev2014

13- Está bem romântico. Mais que o seu habitual. Luc Lic, São Paulo-SP – fev2014

14- Gostei… Erika Menezes, Fortaleza-CE – fev2014

15- Adoro este texto !!! Há uma ambiguidade no nome da personagem…Todo escritor, poeta para escrever/criar precisa de inspiração. Então nada melhor do que esse habilidade ser retratada como uma mulher cheia de mistérios, indomável…Lindo!!!Adoooooro. Michele Nagle, Fortaleza-CE – fev2014

16- adoooru. Sandra Xavier Amarantha, Poá-SP – fev2014

17- Huuuuuuum, obrigada pela homenagem Ricardo Kelmer. Esse poema deixa a gente suspirando, pois encontramos sempre um tanto de Inspiración dentro de nós. Essa alma de cigana dançante há sim em todas as mulheres, mas , infelizmente, nem todas a expressam, nem todas conseguem ser inspiração. Felizes aquelas que dançam a vida, encantam os corações dos seus espectadores e levam ao mundo a sua alegria! Sandra Xavier Amarantha, Fortaleza-CE – fev2014

18- Inspiración… Adoooooro! Renata Kelly, Fortaleza-CE – mai2014

19- E perfeito! Amei. Amanda Rangel Ryback Lobo, Carlópolis-PR – fev2017

20- Meu “signo é a urgência”… Adoro esse texto. Christiane Oliveira, Rio de Janeiro-RJ – fev2017

21- Nossa gostei de mais principalmente da parte que fala que o poeta e está ficando ordinario e você com certos escrúpulos rsrsrsrsrd parabéns lindas palavras e pensamentos bem certos gosto dos seus poemas são bastante inspiradores 😀 uma boa tarde querido amigo. Silvanna Carvalho – fev2017

22- Uau. Que texto esplêndido. Adorei. Ana Paula Mayer, Boa Vista-RR – fev2017

23- Maravilhoso amei. Anairda Dry Lima, Rio de Janeiro-RJ – fev2017

24- Adorei amigo parabéns e obrigado por compartilhar. Lili Liliane, Poços de Caldas-MG – fev2017

25- Uau! sim!! Maravilha de cigana que encanta e deslumbra a todos e aparece sem pedir e faz da vida a liberdade de seguir seus desejos e emoções irresistível e urgente, está sempre presente quando é preciso ser feliz e esquecer dos padrões e se deixar levar pelo seu pulso vibrante da paixão. Eu já vivi muitas vidas assim…faz parte de mim faz parte de nós. Gratidão pela fuga poética que me embriagou…bjos!!! Bya Blanco, Rio de Janeiro-RJ – mar2017

26- Maravilhoso me indentifiquei kkkk muito bom!!! Gostei da parte que ela não consegue ser previsível. Anabela Simões, Feira de Santana-BA – mar2017

27- Que lindo. Elizandria Vieiro, mar2017

28- Adorável cigana imprevisível… Muito bom texto! Neyane Macedo Infurna, Rio de Janeiro-RJ – mar2017

29- Encantada, amigo! Sarah Carvalho, Campo Maior-PI – mar2017

30- Inspiración o verdadeiro espelho de muitas mulheres… Que no qual eu me incluo. Perfeito! 👌💃 Vivi Oliveira, Seropédica-RJ – mar2017

31- mto bom. Aline Lira, São Caetano do Sul – mar2017

32- Lindo amei. Lucineia Seiberth Kamke, mar2017

InspiracionEssaVadia-02a



Lolita, Lolita

03/09/2009

03set2009

A calcinha desce suave pelas coxas finas, beija os joelhos, pousa nos pezinhos… Engulo seco. Diante de mim a luz dos meus dias, fogo em minha alma

LolitaLolita-04

LOLITA, LOLITA

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A cena sempre me extasia, sua língua faceira saltando três vezes… Olho em silêncio enquanto ela lambe o papel, fecha o baseado e acende, segurando na ponta de seus dedinhos finos. Ela puxa a fumaça devagar, os olhinhos fechados, tão linda… E eu amo sua boca enquanto ela solta a fumaça. A boca. Que ela sempre esquece entreaberta, na medida exata, meio dedo, ela faz de propósito, sabe que não resisto. O que essas colegiais andam aprendendo no recreio?

Vai, fuma, minha amiga quem me deu, você vai gostar. Hoje não, meu anjo, obrigado. Ah, é, pois só de mal não vou fazer aquilo. Então cumpro minha parte no trato, dou uma tragadinha, o suficiente para que a doce chantagista se satisfaça. Ela me mostra a língua, me chama de velho careta. Entendam, quero sóbrios os meus sentidos, para depois passar todas as imagens, uma por uma, e recordar… e recordar… até que seja novamente terça-feira.

Trancada a porta da suíte. Cerradas as cortinas. Os pequenos cuidados de sempre. Mas as cortinas, eu sei, ela depois abrirá para olhar a cidade, ela e seu prazer de me desobedecer. E eu paciente a puxarei para dentro, perigoso ficar na sacada, meu anjinho, eu já disse, principalmente assim de calcinha. Ela protestará, claro: Seu chato, parece meu pai! E citará probabilidades, uma chance em mil de alguém reconhecê-la ali no vigésimo andar. Mas vocês hão de convir, já foi sorte demais encontrá-la, não tenho mais idade para abusar do destino.

No frigobar, ela se diverte: iogurtes, suquinhos e chocolates que devora e guarda na mochila, levará para a amiga. Na TV, vibra com os clipes musicais, essas bandas modernas com nomes estranhos e garotos idiotas que ela adora, e zomba do meu ciúme cantarolando em seu inglês vacilante, o que me faz lembrar de seu curso, justamente onde ela deveria estar agora. Mas vocês vão entender, as terças são minhas.

Ela vem para a cama, lânguida e relaxada. Tira minha camisa e brinca com os pelos brancos do meu peito, me aperta as sobras da barriga. Com meu cinto, brinca de me chicotear, rindo como se fosse a coisa mais engraçada do mundo. Depois, salta da cama: Me dispa, escravo, é uma ordem. Sim, minha princesa.

Fico na ponta da cama, ela à minha frente. Tiro seu uniforme com cuidado, da outra vez rasguei a saia. Desabotoo a camisa e os seios pequenos me olham. Pergunto se estão com saudade e ela os move para cima e para baixo: Siiiim, estamos… E outra vez morre de rir. As meias brancas mantenho no lugar, quase no joelho, gosto assim. A fita no cabelo também. Ela ergue a saia plissada e surge a calcinha, hoje é azul claro, combina com a tarde. A vontade é de arrancá-la, me controlo, o coração quer sair do peito. A calcinha desce suave pelas coxas finas, beija os joelhos, pousa nos pezinhos… Engulo seco. Diante de mim, a luz dos meus dias, fogo em minha alma.

É nas curvas de seu corpo quase infantil que eu me desgoverno: tento dirigi-la, mas ela faz o que tem vontade e minhas juntas sofrem para segui-la. Ela geme sob o peso de meu corpo, dança sobre ele, senta em meu rosto, vira de costas, sim, sou tua Lolita, para sempre, siiiim… Lembro do trato e ela cumpre a promessa, bebendo-me até a última gota, adora observar minhas reações. Depois, na telinha da máquina, ela apaga as fotos em que está feia e zomba da minha expressão apaixonada, manda por e-mail, pliiis, você nunca manda, malvado. Ela me oferece chiclete, e diz que a amiga quer um dia participar também… Paro, sem acreditar no que ouço. Você não devia ter contado, nossa felicidade não precisa de mais ninguém! Mas ela é minha amiga… Foda-se sua amiga, já falamos disso, quer estragar tudo, tem merda na cabeça?!

Vamos em silêncio até o shopping, uma lágrima escorre de seu olho. Que eu não vejo porque não ouso olhar, mas sei, porque é a mesma lágrima que tremula no meu. Paro e ela sai do carro, fecha a porta. Três passos e retorna, e emoldura o rosto na janela, e sussurra: Fica assim não, desculpa… A boca. Por favor, não quero que acabe, pliiis… A boca entreaberta, meio dedo. Meu coração se derrete. Entrego-lhe o dinheiro do cinema e do lanche, mais um pouco para gastar com bobagens. Te amo, ela diz sorrindo, e eu respondo eu também. Ela conta orgulhosa que verá seu primeiro filme de catorze anos e, como se revelasse um segredo mortal, diz que a amiga entrará com carteira falsa. Não precisa correr, meu anjo, tem tempo. Mas ela já se virou. E lá se vai minha Lolita, correndo estabanada pelo estacionamento, mochila às costas, as pernas, as meias brancas. Tão linda em seu prazer de me contrariar.

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Ricardo Kelmer 2005 – blogdokelmer.com

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– Este conto integra o livro Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino
– Este conto integra o livro
Indecências para o Fim de Tarde

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LOLITA E VLADIMIR NABOKOV

VladimirNabokov-01Vladimir Nabokov nasceu em 22 de abril de 1899 em São Petersburgo, na Rússia. Morou na Inglaterra, Alemanha e a partir de 1940 viveu nos Estados Unidos. Morreu em 1977, na Suíça. Seu romance Lolita, publicado originalmente em 1955, é seu livro mais conhecido. A história do amor entre o quarentão desequilibrado e sua enteada de doze anos foi traduzida em dezenas de línguas, gerou duas versões cinematográficas (1962 e 1997) e deu origem aos termos lolita e ninfeta, significando meninas adolescentes ou menores de idade sexualmente precoces.

> Covering Lolita – Sessão do site do estudioso alemão de literatura Dieter Zimmer, que reúne capas de edições de Lolita, publicadas desde 1956 em dezenas de países.

A menina que teria inspirado “Lolita” – Um novo livro aprofunda a relação entre o romance de sucesso de Nabokov e a história real de Sally Horner, de 11 anos, sequestrada e maltratada por um pedófilo em 1948
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O PRIMEIRO PARÁGRAFO de Lolita é considerado por muitos como uma das mais belas introduções da literatura ocidental.  Eu, particularmente, concordo.

“Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta. Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.”

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MAIS SOBRE SEXUALIDADE FEMININA

OIncubo-06O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas – uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

A gota dágua – A tarde chuvosa e a força urgente do desejo. Ela deveria resistir, mas…

A torta de chocolate – Sexo e chocolate. Para muita gente as duas coisas têm tudo a ver. Para Celina era bem mais que isso…

O mistério da cearense pornô da California – Uma artista linda e gostosa, intelectual e transgressora, que adora perversões e, entre uma e outra orgia, luta pela liberação feminina

Bettie Page, nós te amamos – Ela é um ícone da moda, da arte erótica e também do universo BDSM, inspirando artistas e fetichistas

Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino – Livro de contos e crônicas sobre a mulher

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DICA DE LIVRO

IFTCapa-04aIndecências para o fim de tarde
Ricardo Kelmer, contos eróticos

Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação.

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01- Rica, Lolita merece todas as homenagens. Amor de perdição, amor de redenção – e não é sempre assim? Mas você ainda vai demorar para virar um Humbert Humbert, um velhinho tarado. Quarenta anos é uma idade ótima, ótima! Ana Beatriz Nogueira, Brasília-DF – jul2005

02- Caraca , mermão! Fiquei zonzo. Sem saber o que pensar. Sem saber o que dizer. Mas cheio de imagens retidas na retina da memória. Se eu fosse fazer algum comentário, arriscaria um que é um grande lugar-comum, eu sei, mas foi o que me bateu: senti falta de conhecer um pouco mais essa Lolita, de perscrutar algumas de suas motivações, ainda que difusas, próprias de uma adolescente, uma adolescente que já é muito diferente das adolescentes de quando estávamos no segundo grau, quanto mais em relação àquela criada por Nabokov. Acho que o amigo fez uma crônica-conto, que deixa no leitor a sensação de que há muito mais pra contar. Aliás, percebo que já estava entregue ao prazer do conto, tanto é que nas linhas finais já me via na expectativa de alguma surpresa, alguma reviravolta típica de conto. Mas o final teve sabor de crônica-poesia. Como diria Leminski, a vida é mesmo crônica. O que “ falta ” neste texto provavelmente só atesta sua qualidade. Marcelo Pinto, Rio de Janeiro-RJ – jul2005

03- Tá ótimo! Deu bem a idéia da estória toda numa página só! Eu não li o livro mas vi o primeiro filme e o remake. E gostei, é muito perverso porém. Isabella Furtado, Modena-Itália – jul2005

04- Quarentão, careca, e agora perdido por garotinhas! Esse não é o Ricardo Kelmer que conheci. Um beijo saudoso, e lembre-se de que, ao meu lado, voce sempre serah o garoto… Clotilde Tavares, Natal-RN – jul2005

05- Bela… Lolita. Bjo. Graça Carpes, Rio de Janeiro-RJ – jul2005

06- He,he,he, As Lolitas de hoje não são “tão puras” como a do nosso nobre Nabokov, né? Sinal dos tempos … Álvaro de Paula, Fortaleza-CE – jul2005

07- Oi, Ricardo. Bem que poderia haver a versão homo de lolita..já pensou eu iria adorar e se eu fosse o lolito seria melhor ainda…rsrsrsrr. Abraços. Fabiano, Fortaleza-CE – jul2005

08- Adorei a crônica, achei bem sensual, mas talvez incentive o assedio a jovens meninas. Cacilda Luna, Fortaleza-CE – jul2005

09- Primoroso… Nelson Neraiel, Rio de Janeiro-RJ – jul2005

10- Uma menina, só mesmo uma menina. Pobres velhinhos…kkkkkkkk! Muito bom. Adorei. Mas uma pergunta cretina: o texto é só uma homenagem mesmo? Desculpa, não resisti 🙂 Luana Patrícia, Fortaleza-CE – jul2005

11- Olha, adorei essse texto da Lolita…Parabéns! Pela sua criatividade!!! Clécio Rhustem, Crateús-CE – jul2005

12- O filme é maravilhoso. Já vivi um amor louco desse. Lisa Mary, Fortaleza-CE – jul2005

13- oi, ricardo. li o teu texto “lolita, lolita”. gostei muito. escrevi algo num clima parecido. talvez queiras ver: http://www.fotolog.net/daimon/?photo_id=8958936 . abraço. Paulo Amoreira, Fortaleza-CE – jul2005

14- Oi Ricardo, Adorei o texto da ninfa (Nabokov ‘2005) principalmente o ” beija os joelhos e pousa…”. Puta tesão,,,. Agora que já tô quase acabando as 130 ou mais páginas da minha tese (parece ridículo pelo número!) talvez possa te devotar a atenção devida… a merecida, jamais!!!. Beijos. Valmir Menezes, Lisboa-Portugal – ago2005

15- Tornei-me sua fã recentemente desde que li um texto seu na página do IG. semanalmente abro seu site para ver as novidades. Você parece ser um estilo raro de homem não o conheço,mas mesmo assim me identifiquei algumas de suas produções,outras fiquei um pouco cismada como no caso de “lolita” me senti agredida não se foi porque já pasei dos trinta, ou se porque como mãe de duas garotas e ainda mais sendo professora tive a impressão de que estava lendo uma apologia ao sexo com menores de idade. De qualquer forma voltei outras vezes para desfrutar de suas idéias,li e vi sua revelação nos quarenta anos,Adorei seu texto suas fotos então…. bjs e muito sucesso!!!! Sua fã. Diva645 – Rio de Janeiro-RJ – out2005

16- li um texto seu (Lolita, lolita) e gostei muito… Trabalho com produção cultural, sou apaixonada por literatura e bons textos sempre me impedem de ficar calada, porisso tive que fazer essa pequena invasão pra lhe trazer as minhas congratulações! realmente é um texto polemico, mas gostei do seu jeito de escrever sobre um assunto tão polemico tornando a coisa assustadoramente natural… Um grande beijo! Wania Alvarez, Santos-SP – mar2006

17- Caramba, que realismo!Deus me vi quando ainda aos treze… Tanbém escrevo e deveras fiquei anestesiada, o comportamento de uma ninfeta é esse mesmo! Parabéns! Nádia Rosa de Castilho, São Francisco do Sul-SC – jul2006

18- O primeiro conto q li foi sobre a Lolita… sorriso… fiquei um pouco incomodada, sabe aquela coisa hipócrita de achar a menina mto nova, mas no fundo sentindo maior tesão pela coisa??? Pois é, lembrei também q sempre tive uma queda, não, um TOMBO, por homens assim 15, 20 anos mais velhos (e hj isto me é complicado… rsss). Ilde Nascimento, São Luís-MA – abr2009

19- E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R! sensacional!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Literatura pura, com romance, erotismo e poesia. Camila Briganti, São Paulo-SP – mai2011

 


O íncubo

15/11/2008

15nov2008

Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas. Mas… e se ainda existirem?

OIncubo-05

O ÍNCUBO

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Ele virá como num sonho, mas será real. Porque habita a realidade mais profunda ‒ e inadmissível, não esqueça ‒ dos seus desejos. Chegará devagar e sem alarde. E deixará os sapatos à entrada para poder pisar delicadamente o seu chão e sentir, desde o início, todos os detalhes de sua presença. Ele, o meticuloso.

Haverá uma roupa no sofá da sala, você anda meio desleixada? Quem será o moço no porta-retrato, seu namorado? Que diria se acaso soubesse que ele esteve em seu apartamento a essa hora da noite? A porta de seu quarto estará trancada, evidentemente, mas ele já sabe que você anseia por essa visita. E é exatamente por isso que poderá vir e entrar. Se esse encontro não existisse antes em seu pensamento, minha querida, ele não passaria jamais por essa porta, aberta ou fechada.

Ele entrará em seu quarto enquanto acostuma os olhos à penumbra do ambiente, os olhos que a encontrarão em sua cama, dormindo tranquila, os lábios roçando o travesseiro e o cabelo escorrendo pelas curvas do seu rosto suave. Então, ele se permitirá profanar a harmonia do quadro e afastará para o lado uma mecha de cabelo que insiste em querer seus lábios. Ele, o profano.

Não, de forma alguma ele se sentirá culpado por invadir assim sua intimidade mais secreta, logo você, tão cheia de recatos. Porque foi você quem quis assim, embora jamais o revele, nem a si mesma. É essa a lógica: você tem de chamá-lo para que ele possa vir. Ele estará, portanto, somente realizando um velho desejo seu. Aliás, ele gostaria imensamente de estar presente quando, pela manhã, você sonolenta a lavar o rosto, viesse a primeira lembrança do sonho que teve, tão estranho, tão louco… Mas tão real, não? Ah, ele adoraria vê-la, você estancando subitamente, em pé ao espelho, os olhos na expressão de quem lembra, o gesto suspenso na vã tentativa de congelar o resto de lembrança que vai fugindo, fugindo… E a cara de incredulidade e espanto. Mas não, ele não poderá estar presente, seus poderes não resistem longe dos sonhos.

OIncubo-06

Ele puxará a ponta do lençol, descobrindo seu ombro magro. Mais um pouco e os seios surgirão aos seus olhos agradecidos, descansando suaves e alheios no ritmo sereno de sua respiração. Ele não resistirá e deixará escapar um sorriso… Nesse momento já não poderá evitar deter-se um pouco e comparar a imagem que tem à mulher que conhece, tão pudica. Se você pudesse despertar agora, certamente teria um de seus repentes de indignação e bradaria que ele está violando sua intimidade e que não tem o direito. Mas nesse sonho, minha querida, não há lugar para violências. E, além do mais, não foi você quem o chamou? E quem melhor que ele, o que capta o que se esconde, para entender a beleza tímida dos seus seios?

Então, de repente, para total surpresa dele… você se moverá, virando o corpo e privando-o da visão de seus seios. Ele confessará, do alto de suas vivências no assunto, que, tsc-tsc, por essa não esperava. Então, sussurrará ao seu ouvido, sorrindo uma revolta bem-humorada, que certos pudores não têm jeito, não adormecem nunca…

Em sinal de protesto, ele retirará, de uma vez, o lençol que ainda cobre o restante de seu corpo. E terá outra surpresa o nosso amigo. Duas, para ser exato. Quem, em algum tempo, poderia imaginar, inclusive ele, que aquele autêntico recato ambulante dormisse nua, inteira e despojadamente nua? E, mais curioso ainda, que fosse tão desejável sem vestes?! Ninguém, certamente, você sempre fez questão de se ocultar demais. E ele muito menos, ele que há algum tempo flagra a ânsia dessa aventura por trás das couraças de sua defesa.

Retirado o lençol, o profano se afastará da cama e se posicionará melhor para observar, pintor orgulhoso do novo quadro. Você nua e sem defesa. Entregue aos olhos de um homem como jamais imaginou que pudesse. A pele brilhando na penumbra. O corpo inteiramente nu, convidativamente disposto sobre a cama, finalmente autorizado, nihil obstat. Ah, como ele se deliciará ao vê-la aprisionada em sua própria nudez…

E ele percorrerá com os olhos comovidos as paisagens de seu corpo, montes e planícies, savanas e cavernas. Gozará enternecido todas as minúcias de sua pele e procurará novos ângulos para sua beleza inconsciente ‒ e finalmente despudorada. Um fino e cruel ladrão de intimidades, desumano e desrespeitador. Ora, convenhamos, ele dirá, um pouco de perversidade não faz mal a mulher nenhuma! Principalmente a você que sequer admite durante o dia o que se permite em sonhos…

Então, ele perceberá, desconfiado, a sua respiração mais intensa, o ritmo acelerado. Aproximará o rosto do seu, já antevendo a nova surpresa, e, por fim, constatará sua excitação. Ora, ora, ele exclamará sorrindo, então o sonho já começou… E, enquanto se despe ao lado da cama, observará seus movimentos angustiados e impacientes, como se buscasse alguém ausente.

Ele comparecerá a esse encontro porque você o quer, vamos deixar isso bem claro, mas também porque anda curioso por saber o que existe por trás de toda essa sua aparente frieza e indiferença. Aparente, sim, ele sempre soube disso, pois mesmo nas mulheres, bichos ardilosos que sempre foram, o olhar nem sempre acompanha a velocidade da mentira ‒ ou da habilidade, como queira. E foi o olhar, minha querida, foi exatamente esse pequeno detalhe que naquele dia a denunciou, a você e suas tão bem cuidadas aparências. Foi apenas um encontro instantâneo de olhares, tudo muito rápido, é verdade, somente um desejo que por um segundo escapou sorrateiro de sua vontade e que, ao perceber o olhar dele, voltou logo a ser desdém. Ah, mas já era tarde. Ele agora sabia de tudo.

Jogada a roupa a um canto, ele deitará ao seu lado na cama, já chega de perversidade. Sentirá então o calor receptivo e o aroma delicado de sua pele. Você jogará ao chão velhos escrúpulos, que por lá ficarão enquanto ele não se for, e decerto que se espantarão ante toda sua disposição revelada. Seus olhos estarão sempre fechados, mas verão tudo em seu sonho. Só não verão os olhos dele, o que fará mais difusa ainda sua recordação.

Enquanto sua boca o procura e seus braços exigem com avidez o corpo dele, ele sorrirá dessa sua insuspeitada ardência. E finalmente fechará os olhos, deslizando para dentro do seu sonho. E só retornará quando novamente abri-los.

OIncubo-06No outro dia, você lembrará de quase tudo, mas sua lembrança será como névoa que aos poucos se dissipará, terminando por se transformar na sensação de já ter vivido algo assim em algum dia, algum lugar…

Mas como, se tudo foi apenas um sonho?, você se perguntará, sempre surpresa com a qualidade das lembranças que a farão sorrir pelos cantos do dia, subitamente envergonhada. O que foi? ‒ a amiga indagará, desconfiada, e você disfarçará, procurando qualquer coisa para se ocupar e fugir do flagrante. Mas nem sempre conseguirá conter o sorriso que, fora do seu controle, denunciará a si mesma uma descarada satisfação.

Você pensará nele, sim, e por pouco não se renderá ao desejo, várias e vacilantes vezes ao lado do telefone. Sussurrará na rua, sem querer, o nome do maldito, mas ao mesmo tempo evitará encontrá-lo, pois se sentiria nua nesse encontro. E toda vez que se recordar dessa noite, perceberá um vento gelado lhe roçar os pelos e trazer arrepios. Ventos do outro mundo? Lera certa vez alguma coisa sobre demônios que invadem o sono das mulheres para copular com elas, lendas medievais. A história não lhe saíra da cabeça.

Demônios… Não sabia que pudessem ser tão competentes, você pensará, permitindo-se afinal brincar um pouco. Muito competentes…

Mas não, não ‒ você sacudirá a cabeça, abandonando tal absurdo, e voltará aos afazeres. Entrar no sonho dos outros, imagina, seria o fim do mundo…

Mas… e se fosse possível? E se realmente eles pudessem…

Não, não, foi tudo um sonho ‒ você repetirá mais uma vez, lutando contra a vontade que arde de vê-lo novamente. Foi apenas um sonho louco e alguma coincidência. E, além do mais, há muito que essas coisas não existem.

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Ricardo Kelmer 1991 – blogdokelmer.com

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Este conto integra os livros
Vocês Terráqueas
Guia de Sobrevivência para o Fim dos Tempos
Indecências para o Fim de Tarde

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VÍDEO
The Doors – The spy. Com imagens de Milo Manara
Criei este vídeo para ilustrar o conto “O íncubo”, e homenageando uma banda e um artista que adoro

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Este conto integra o livro
Guia de Sobrevivência para o Fim dos Tempos

O que fazer quando de repente o inexplicável invade nossa realidade e velhas verdades se tornam inúteis? Para onde ir quando o mundo acaba? Nos nove contos que formam este livro, onde o mistério e o sobrenatural estão sempre presentes, as pessoas são surpreendidas por acontecimentos que abalam sua compreensão da realidade e de si mesmas e deflagram crises tão intensas que viram uma questão de sobrevivência. Um livro sobre apocalipses coletivos e pessoais.

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01- Eu já lí esse texto no jornal…muito louco..muito bom mesmo gostei, parabéns! Paulo César Cândido, Fortaleza-CE – abr2007

02- Mais outra crônica soberba!!! Humberto de Melo Batista, Fortaleza-CE – abr2007

03- SURPREENDENTE! Sou sua fã! E se fã é sinônimo de fanática…também sou! ;^) Grande beijo! Danila Gomes, Fortaleza-CE – abr2007

04- Oi, Ricardo ! Tuas crônicas são pra lá de inusitadas.E é isso que faz a grande diferença.Cada tema ! kkkk gosto demais do teu estilo de satirizar. Estou repassando para os meus contatos, Um grahde abraço ! Zinah Alexandrino, Fortaleza-CE – abr2007

05acabei de ler o teu íncubo, fiquei impressionada, você realmente conhece o feminino, o mais escondido do feminino, neste conto você escreveu sobre algo que me acompanha desde a infância. IK, São Paulo-SP – fev2011

06- ‎”Você dormirá tranquila, os lábios roçando o travesseiro e os cabelos escorrendo pelas curvas do seu rosto suave. Então ele se permitirá profanar a harmonia do quadro e afastará para o lado uma mecha de cabelo que insiste em querer seus lábios.” Que malvadeza! 😀 Muito bom, Ricardo!!! Thanks! Cristiane Rocha, São Paulo-SP – abr2011

07- Tradução do trecho que você citou, Cristiane: “Você capotará na cama depois do vuco-vuco, mordendo a fronha e toda desgrenhada, com o cabelo por cima da cara de exausta. O caba, enxerido, não satisfeito em aperrear teu cansaço, ainda vai te perturbar por mais, começando a tirar os cabelos enfiados na tua boca.” Lincoln Silveira, Fortaleza-CE – abr2011

08- Esse sempre mexe um pouco comigo, a 1ª fez que li parecia mais um Dejavú do que simplesmente mais um conto. E mais, eu só durmo sem calcinha, acho que isso facilita um pouco a vida do íncubo hehe. Dolores Agnes, Fortaleza-CE – dez2012

09- Adoro esse conto do Íncubo, por que mistura mistérios e desejos ocultos das mulheres… A escrita do Kelmer é maravilhosa, adoro seu jeito de escrever totalmente descontraído e divertido! Ana Jess Sousa, Fortaleza-CE – fev2013

10- Uaaaaau! O conto ficou ainda mais delicioso ao som de The Spy! Belas ilustrações! Renata Kelly, Fortaleza-CE – jun2014

11- Muito bom aliás adoro todos teus contos…acho que já recebi a tal visita deste íncubo…rsrsrs (detalhe não tão púdica, rsrsrs) !!!!! Brincadeiras a parte…parabéns pelo blog também!!! Leide de Assis, Belém-PA – jun2017

OIncubo-06


A torta de chocolate

02/08/2008

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Sexo e chocolate. Para muita gente, as duas coisas têm tudo a ver. Para Celina, era bem mais que isso…

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A TORTA DE CHOCOLATE

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Foi em sua festa de aniversário de dez anos. Celina havia distribuído os pedaços da torta de chocolate entre os parentes e amigos e agora comia feliz o seu pedaço. Ela sentiu a torta se desmanchando na boca, o doce meio amargo do chocolate, a saliva se misturando à torta, envolvendo, dissolvendo…

Muitas outras vezes sentira aquela mesma sensação maravilhosa, aquele mesmo deixar-se flutuar pelos céus do sabor, o prazer incomparável… Mas dessa vez foi diferente. Houve uma outra sensação, que surgiu como uma onda suave, nascendo em algum lugar indefinido do corpo e avançando por todos os lados ao mesmo tempo, uma onda trazendo outra atrás dela, várias ondas que se espalham e vão se espalhando, invadindo, preenchendo, assustando, enquanto o coração se acelera, a respiração fica ofegante…

Foi ali mesmo na sala, em pé ao lado da mesa e em frente a todo mundo, ali mesmo, saboreando o último pedaço da torta de chocolate, que Celina teve o primeiro orgasmo de sua vida.

O que começou naquele dia, aos dez anos, prosseguiu naturalmente, fazendo Celina experimentar orgasmos sempre que comia uma saborosa torta de chocolate. Nesse instante, a experiência se repetia e ela se sentia misturar ao próprio pedaço de torta que comia, o chocolate irresistível, a saliva tomando sua boca inteira, o coração a bater forte, aquele calor interior, a vista escurecendo, as pernas fraquejando…

Foram muitas tortas maravilhosas, incontáveis. Algumas, porém, se tornaram inesquecíveis. Aquela do aniversário, por exemplo, era a mais cara da padaria do seo Nuno, tanto que o pai só comprava em datas especiais. Mas às vezes ele cedia à insistência da filha e chegava do trabalho trazendo a surpresa mais que aguardada, que serviria de sobremesa para os jantares seguintes. O primeiro pedaço Celina comia na mesa, junto com o pai e a mãe, mas sempre de forma contida. Era o segundo pedaço o especial, esse sim, que ela comia de madrugada, os pais já dormindo. A menina Celina caminhava silenciosamente até a geladeira, de camisola e pantufas de coelhinho, pegava um grande pedaço e se trancava com ele no quarto, e lá, deitadinha na cama, afastava as bonecas de pano e, esquecida do mundo e de si mesma, entre doces murmúrios de languidez, deliciava-se entre seus múltiplos orgasmos de chocolate.

Depois, na adolescência, Celina conheceu outras tortas, como a do novo colégio, que tinha pedaços de morango, era uma delícia, mas que precisava comer trancada num boxe do banheiro para poder gozar sossegada. Mais tarde, conheceu a do café do Cine Gazeta, uma torta divina, com uva e leite condensado, que por semanas seguidas lhe proporcionou públicos orgasmos após a sessão de arte, ela sentadinha na mesa do canto, ao lado dos pôsteres dos filmes, sozinha, as coxas roçando uma na outra por baixo da mesa, os olhinhos revirados por trás do óculos escuro.

Um dia, conversando com uma amiga da faculdade de publicidade, contou que sentia prazer quando transava, sim, mas que não se comparava ao prazer que lhe davam suas tortas queridas. Aquilo era normal? Teria ela algum distúrbio sexual? A amiga riu muito e lhe sugeriu ir a uma sex shop.

Dias depois, Celina chegou em casa com uma caixinha comprida de papelão, embrulhada para presente, que guardou no congelador da geladeira. À noite, após tomar banho, trancou-se no quarto e pôs uma musiquinha suave para tocar. Depois penteou-se vagarosamente diante do espelho e tirou a roupa. Ajoelhada sobre a cama, abriu a caixinha e desembrulhou do papel alumínio um pau todo de chocolate, maciço, ainda gelado, vinte centímetros de comprimento, cinco de espessura.

Durante algum tempo ela não conseguiu deixar de olhar para o objeto marrom em sua mão. Era lindo, perfeito, imponente… e absolutamente irresistível. Deu-lhe uma leve lambida com a ponta da língua e o gosto do chocolate fez seu corpo inteiro se arrepiar. Depois lambeu a partir da base, a língua percorrendo devagarinho toda a extensão do objeto, até chegar à cabeça, que pôs inteira na boca, detonando uma explosão de saliva.

Então deitou-se e abriu as pernas. E segundos depois o pau de chocolate estava todo dentro de sua buceta, indo e vindo, derretendo-se, misturando-se aos seus fluidos… E quando o gozo chegou, ela retirou o pau dentro de si e levou à boca, e comeu com sofreguidão, enquanto novas ondas de prazer surgiam dentro dela, uma após outra, e outra de novo, e quando tudo terminou, Celina só teve forças para virar de lado e adormecer, vencida pelos tantos orgasmos, o corpo, o cabelo, o lençol, tudo lambuzado de chocolate.

Um pau de chocolate era delicioso. Mas não era uma torta de chocolate. Pena que não existiam paus de torta de chocolate, lamentava-se Celina.

Um dia, veio-lhe a revelação. Foi enquanto comia um pedaço de torta na confeitaria. No momento em que sentia a torta se desmanchando na boca, ela pensou em como se sentiria a torta naquele exatíssimo instante. Como seria ser cortada, estripada, dilacerada e depois devorada, sem compaixão, inteiramente devorada, até o último pedaço, devorada até que nada mais restasse?

A partir daí, por várias vezes julgou ter chegado bem perto da resposta, da sensação exata, quase pôde sentir o que a torta sentia, quase… Mas no último instante algo sempre lhe escapava, como um gosto que se perde na boca e não mais se encontra.

Até que um dia teve a ideia. Uma ideia perfeita. Mas que necessitava de um plano igualmente perfeito. E ela começou a arquitetar seu plano, passo a passo, com muita paciência.

Primeiro, entrou numa comunidade virtual de adoradores de torta de chocolate. Conheceu lá muitas outras pessoas que, como ela, sabiam exatamente o que vinha a ser esse louco arrebatamento provocado por um pedaço de torta de chocolate se desfazendo na boca. Ali na comunidade, as experiências eram todas compartilhadas, e Celina aprendeu novas receitas e soube de outros lugares onde poderia degustar uma boa torta.

Como a associação entre chocolate e prazer sexual era um tema recorrente nas conversas, foi fácil para ela pesquisar sem revelar sua estranha condição e chegar à conclusão da qual já desconfiava: somente ela era capaz de ter orgasmos apenas comendo um pedaço de torta. Celina adorou saber disso. Decididamente, era uma mulher muito especial.

Mas não era essa constatação o objetivo principal do plano.

Meses depois, participou do encontro da comunidade, num piquenique realizado no parque da cidade. Lá, conheceu pessoalmente vários membros do grupo, fez amizades e, é claro, provou de todas as tortas levadas pelos novos amigos, todas deliciosas, sim, e em vários momentos Celina precisou de boa dose de autocontrole para não gozar ali mesmo, sentada na grama do parque, entre uma dúzia de pessoas que acabara de conhecer. Preferiu manter seu segredo.

O dia marcado para a execução da parte final do plano foi um sábado, seis meses após seu ingresso na comunidade. Uma estratégica espera de seis meses.

Os convidados chegaram em seu apartamento no fim da tarde e Celina os recebeu com alegre hospitalidade. Eram três homens, os três que ela escolhera, com cuidado e paciência, após tê-los conhecido pessoalmente nos encontros da comunidade. Os três mais interessantes.

Ela serviu suco e refrigerante e avisou que a torta que ela mesmo preparara seria servida após o filme. Dito isso, ligou o DVD e começaram a ver um documentário sobre… tortas de chocolate, claro, que mostrava a história da iguaria, suas variadas versões, as receitas, os clubes de amantes de tortas de chocolate e até os torneios que eram realizados para eleger as melhores tortas do mundo.

Quando o filme terminou, Celina podia escutar o som da saliva estalando na boca dos convidados: como ela calculara, já estavam todos famintos. Um deles perguntou sobre a torta e ela pediu um pouco mais de paciência, pois queria mostrar um outro filme, este sobre o preparo da torta vencedora do último concurso realizado. E assim, por mais uma hora, os convidados de Celina assistiram a um bombardeio de cenas de torta de chocolate, e a cada imagem ela podia escutar os suspiros de absoluto encanto dos três homens.

Quando terminou, ela acendeu a luz da sala e viu no rosto de todos eles o mais puro e genuíno olhar da fome. Celina sorriu por dentro: estavam no ponto.

Então pediu que ficassem ali na sala, que num minuto ela os chamaria para finalmente comer. E eles obedeceram, esfregando as mãos, lambendo os lábios, salivando…

Quando a voz de Celina os chamou, os três homens se dirigiram à cozinha, mas quando lá chegaram, nada viram. Onde estava a torta? E Celina, para onde fora?

Aqui! – era a voz dela, e vinha do quarto. Eles riram da brincadeira da amiga e foram para lá. E quando chegaram, viram algo incrível. A luz do quarto estava apagada, e do banheiro vinha uma fraca luz que envolvia de penumbra o ambiente. E na cama, sobre o lençol branco, repousava… uma imensa torta de chocolate, de três níveis, uma de chocolate preto, outra de chocolate branco e outra de brigadeiro com uvas vermelhas e chantilly.

Durante algum tempo, eles ali ficaram, em pé à entrada do quarto, olhando para o inacreditável objeto disposto sobre a cama. Não havia qualquer dúvida: era a torta mais linda, mais inconcebivelmente perfeita que jamais veriam em toda a vida. Foi quando, de repente, a silhueta de alguém surgiu no vão da porta do banheiro. Era Celina. Nua. Inteiramente nua.

Ela manteve-se lá por um longo minuto, enquanto passeava a mão pelo próprio corpo, acariciando-se languidamente. Depois saiu caminhando, passou bem perto dos três homens e deu a volta na cama, parando do outro lado. E eles continuaram do mesmo jeito, imóveis, sem sequer piscar o olho.

Celina subiu na cama e, de pé, posicionou-se de costas para eles, as mãos na cintura. Depois pôs um pé de cada lado da torta e ficou assim, de pé e de costas, as pernas abertas, a torta entre elas. Os três homens olhavam pasmados, sem acreditar e sem conseguir desviar os olhos da cena. Celina então pôs uma mão em cada joelho, dobrou as pernas e foi descendo… descendo lentamente… a bunda se aproximando da torta, se aproximando… a brancura de sua bunda contrastando com o marrom do chocolate… descendo devagarinho…

Então ela parou, sua bunda como que suspensa no ar, pouco acima da torta. Durante aqueles intermináveis segundos, a bunda de Celina, aberta logo acima da torta, era uma imagem tão absurda que nenhum dos três conseguiu dizer qualquer palavra, como se estivessem aguardando tão somente que a realidade voltasse ao normal e no instante seguinte finalmente entendessem que tudo não passara de uma alucinação coletiva.

Subitamente, Celina deixou-se cair. E a realidade de sua bunda despencando sobre a torta, afundando por entre o chocolate, enterrando-se como uma grande cereja no alto do bolo, era real demais para ser suportada. Os três homens então avançaram, enquanto a bunda de Celina prosseguia deslizando sobre a torta, mexendo-se em movimentos circulares, o chocolate grudando-se à sua pele, espalhando-se pelas nádegas, depois pela cintura, as pernas, os braços, os seios…

Instantes depois, Celina sentia seis mãos que mais pareciam doze a deslizar sobre seu corpo, e ela se sentiu apalpada, agarrada e puxada de um lado para outro como se cada mão quisesse ficar com um pedaço, e depois foram as bocas a experimentá-la, e ela se sentiu lambida, mordida e comida, três bocas fartando-se de seu corpochocolate, e depois, na mistura dos corpos lambuzados, ela sentiu-se preenchida ao mesmo tempo por três carnudos e pulsantes paus achocolatados que, feito colheres enlouquecidas, chafurdaram em seu interior, indo e voltando, entrando e saindo, enchendo-a e esvaziando-a, mais rápido, com força, mais rápido ainda, com mais força, até que o gozo chegou, intenso e avassalador, e no derradeiro pensamento que teve antes de desfalecer de tanto prazer, Celina sorriu em paz, pois finalmente não apenas entendera o que sentia uma torta de chocolate: ela agora era a própria torta, uma grande e bela torta de chocolate, devorada viva por três homens famintos e enlouquecidos.
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Ricardo Kelmer 2007 – blogdokelmer.com

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Este conto integra os livros:
> Vocês Terráqueas – Seduções e perdiçoes do feminino
>
Indecências para o Fim de Tarde

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MAIS SOBRE SEXUALIDADE FEMININA

OIncubo-06O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas – uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

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DICA DE LIVRO

IFTCapa-05aIndecências para o fim de tarde
Ricardo Kelmer – contos eróticos

Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação.

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Ola, Kelmer Amei o conto, nao tem como dizer, uma DELiCIA,com certeza me estimulou a ler outros e por que não ,lhe conhecer melhor. Abraços. Valesca – ago2008

02- Amo este conto com sabor chocolate!!!!!!! Chris, Rio de Janeiro-RJ – ago2008

03- Ao ler A TORTA DE CHOCOLATE… Meus deuses, pensei: Kelmer, vc é um tarado!! Em seguida: Acho que tb sou uma tarada!! risos Não, falando sério, me diz de onde vc tirou inspiração para escrever este conto??? Fiquei super… ahhnn, super, sabe?! rss… Outra coisa, por favor, imploro: me diz onde fica esta Fantástica Fábrica de Chocolates??!!! rss. Ilde Nascimento, São Luís-MA – abr2009

04- me gusta! Wanessa Bentovski, Fortaleza-CE – dez2011

05- Este fez-me transpirar… 😛 Susana X Mota, Leiria-Portugal – dez2011

06- delíciaaaa. Vanessa Lua, Fortaleza-CE – dez2011

07- Uma combinação esplêndida… :9. Nadine Araújo, Fortaleza-CE – dez2011

08- Torta de chocolate? Humm, adoro!!! ( a torta e o conto). Maria do Carmo Antunes, São Paulo-SP- dez2011

09- Eu vou de chocolate, realmente me excita a ideia. Quem sabe um dia eu não me entrego a gula e a luxúria, meus pecados favoritos?!? Amanda Lima, Fortaleza-CE – mar2013

10- intenso!!! Débora Araújo, Fortaleza-CE – mai2013

11- adoreiiiiiiiiiiiii o conto do bolo de chocolate. minha vontade foi correr pra cozinha, fazzer um e chamar uns amigos pra provar. Bruna Barros, Campina Grande-PB – mai2014


A gota dágua

14/07/2008

14jul2008

A força da tempestade, o poder do desejo. Ela deveria resistir, mas…

A GOTA DÁGUA

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Razão. Você a evoca, angustiada. E a razão surge, gritando em cada sinal vermelho: pare de ser louca! Mas aí o sinal esverdeia e você precisa seguir em frente na tarde cinza, entre os automóveis e a chuva que não cessa. Ainda bem. Não fosse o sinal verde, talvez agora você ainda estivesse ali, pensativa, o carro parado no cruzamento. O cruzamento alagado da ruazinha da razão com a imensa avenida da loucura… e do desejo.

As pessoas na rua correm para se proteger da chuva, todas certas de seu caminho, seguem rápidas e decididas. Você, não. Você segue devagar, e o seu medo de prosseguir reza para o próximo sinal estar fechado. Pararia ali mesmo no meio da rua, não fossem os carros atrás. Tudo em seu ser se contradiz, uma célula quer ir, outra morre de medo. Sim e não. Verde e vermelho. Em seu peito o coração bate no compasso da urgência, não, em suas veias o sangue se desencontra, sim. No rádio, música nenhuma entende seu estado de ânimo. E essa chuva a deixar tudo ainda mais confuso… Sim e não. Ai, que vontade imensa de gritar… Você respira fundo. E acelera.

Francamente falando, você sabe muito bem que limites existem para serem quebrados, não é? E os seus há muito que lhe desafiam. Sim. Para ser exato, desde que ele surgiu, de repente, não mais que de repente. Ele e seu olhar inquietante, o jeito diferente… Você já não sabe se ele é louco ou se louca fica você toda vez que o vê. Tem algo nele que dá um calor, não é? Você nunca sentiu antes, não sabe explicar. Não. É algo meio insano, que lhe faz inventar mentiras e largar o trabalho no meio da tarde. Algo que lhe faz soltar o cabelo, deixar o sutiã na bolsa e sair no meio dessa chuva louca. Ai, e essa chuva… Sua vida era tão certa e hoje tudo é tão imprevisível. Mas ao mesmo tempo você tem raiva dele, por invadir assim seu espaço, virando seus dias de cabeça para baixo, ele não tinha o direito, não tinha. Não. Sim, ele tinha.

Ahnn… mas e a ética, como fica? Afinal, você tem namorado. E você o ama. Bem, na verdade talvez não o ame como achava que amava. Sim, pois se amasse não desejaria esse homem assim. Ou não? Ou o amor nada tem a ver com o desejo? Se os homens são capazes, por que você não seria também? Uma mulher pode entregar-se a um homem, uma vez só, e voltar para outro, como se nada tivesse acontecido? Como uma chuva que vem de repente e depois já passou? Sim, pode, você mesma responde, surpresa com a própria determinação. Pode voltar, sim, mas não como se nada houvesse acontecido, pois sempre terá acontecido, sempre… – você completa, olhando seu sorriso estranho no retrovisor. Você lembra da última briga, um dia antes, e então seu pé pisa mais fundo no acelerador, sim. E a chuva aumenta. Sim. Não. Não se trata de vingança, nada disso. É só a velocidade do desejo. Não. Na verdade, é mais que isso. É uma necessidade. Sim. Você tem de encontrá-lo. Você precisa. Sim. É a única coisa que importa agora.

Em frente ao prédio dele, dentro do carro, você inventa mil coisas para se dar mais um tempo para pensar. Olha a chuva lá fora, ajeita o espelho, sente o ar abafado dentro do carro, é como estar numa gruta úmida… Então, finalmente pega o celular. E liga. E deixa chamar uma vez. E desliga. Agora só tem de aguardar alguns segundos, só isso. Mas não são alguns segundos – são séculos! Séculos inteiros de dúvida e angústia, onde razão e desejo vêm se chocar em sua alma feito as gotas da chuva que batem no vidro, uma gota sussurrando sim e a outra gota gritando não, sim e não, não e sim…

Lógico que não! Súbito, você se dá conta do absurdo. Claro que não. O que está fazendo? Esperando por um homem que mal conhece? Para quê? O que lhe dirá? Que largou o trabalho no meio dessa tempestade só para lhe desejar boa tarde? O que ele vai pensar? Vai pensar que é louca, claro. De repente, tudo fica límpido como um dia de sol. Não, não vale a pena se arriscar tanto por algo que não tem chance de dar certo, não, alguém que você não sabe quem realmente é, não, alguém que semana que vem irá embora, alguém que…

A porta se abre, porém. E ele entra depressa, sentando no banco ao seu lado. Todo molhado, rindo, parece um menino travesso. E você dá de cara com aqueles olhos, aquele sorriso… Meu Deus, você pensa, me ajude, por favor me ajude… Mas seu deus não pode ajudar, não com essa chuva toda. Não. Ele então se aproxima, estende a mão e delicadamente toca seu rosto. Não é mais um menino travesso, é um homem, essa mão é de homem, esse cheiro é de homem, você sabe, o seu corpo sabe. Então tudo que não podia acontecer, acontece: uma gota dágua escorre… da mão dele… para dentro… de seu decote. Sim. Você a sente deslizar… pelo contorno do seio… devagar… cada pelinho acusando… a passagem da gota. Não. Enquanto a gota prossegue em seu íntimo percurso, você fecha os olhos, um arrepio na alma inteira. Sim. Você quer morrer só para não ter que decidir. Você se controla para não abrir a porta e sair correndo, uma louca gritando na tempestade. Você quase explodindo, esticada entre o sim e o não, o não e o sim… Não. Não, você não abre a porta. Nem grita. Nem poderia. Porque os lábios dele, molhados e quentes, tocam os seus, e toda dúvida se desmancha em sua boca. E da vida previsível faz-se a aventura. Não mais que de repente.

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Ricardo Kelmer 2006 – blogdokelmer.com

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vtcapa21x308-01Este conto integra o livro
Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino

Ricardo Kelmer

Ciganas, lolitas, santas, prostitutas, espiãs, sacerdotisas pagãs, entidades do além, mulheres selvagens – em todas as personagens, o reflexo do olhar masculino fascinado, amedrontado, seduzido… Em cada história, o brilho numinoso dos arquétipos femininos que fazem da mulher um ícone eterno de beleza, sensualidade, mistério… e inspiração.

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A entrega – Memórias eróticas – A ex-bailarina filosofa sobre sua profunda história de amor e salvação por meio da submissão no sexo anal

Quem tem medo do desejo feminino? – Você consegue imaginar Nossa Senhora tendo desejos sexuais? Alguma vez na vida você a imaginou fodendo?

O íncubo – Demônios que invadem o sono das mulheres para copular com elas

Lolita, Lolita – Ela é uma garotinha encantadora. E eu poderia ser seu pai. Mas não sou…

O desejo da deusa – Ela, ele, o desejo e um deus repressor

A torta de chocolate – Sexo e chocolate. Para muita gente as duas coisas têm tudo a ver. Para Celina era bem mais que isso…

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Comentarios01 COMENTÁRIOS
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01- tenho certeza que tu é uma lésbica encarnado num corpo de homem rss ta xou bjs. Jéssica Gianbarba, Fortaleza-CE – jun2006

02- Rica, Li A Gota D’agua e lembrei de Chico Buarque, mesmo porque ele tem uma musica com esse titulo. Voce expoe a alma feminina nesse conto.E paixao e uma coisa tao boa, lendo deu ate vontade de sentir de novo. Muita verdade, muito dentro da alma da mulher. O publico jovem, entre os 20 e 30 anos, vai adorar. Mulheres. Adorei a mistura de sentidos com a chegada da tempestade, como se a natureza fosse um espelho do que estava acontecendo. Achei a ultima frase do conto muito lugar comum, muito ja dita. Acho que o desfecho merecia algo a mais… nao sei. Mas eu sempre bato nessa tecla com voce, ne? O final… Fabiana Vasconcelos, Boston-EUA – jun2006

03- A mulher do conto sabe que vai levar pra sempre a certeza de que viver e MARAVILHOSO! Fabiana Vasconcelos, Boston-EUA – jun2006

04- É isso, adorei. A gente não lê, devora! E só quem já passou por uma paixão como essa sabe o que é: a vertigem, a vontade, a angústia e o prazer, inesquecíveis. Tem uma frase que resume bem essa história; “Porque não viver intensamente, se a vida é uma aventura da qual não sairemos vivos?” Bjks. Sandra Ribella, Limeira-SP – jun2006

05- Magnífica a composição com Vinícius e seu “soneto de separação”! E muito bom o modo como ilustras a dúvida, a inquietação, a angústia, a luta do desejo contra a ética num cenário de chuva e trânsito – o cenário perfeito: estivesse sol e o encontro fosse num qualquer lugar idílico e todos os sentimentos negativos se esbateriam com a luz e a paz, e a banda sonora seria com o “soneto de fidelidade”. As cricunstâncias mudam tudo mesmo… 🙂 Susana Mota, Leiria-Portugal – jun2006

06- Gota D’água: Belo texto de amor proibido… toma cuidado para ele não ser motivo de cornos te ameaçarem! Jayme Akstein, Rio de Janeiro-RJ – jun2006

07- Olha,concordo com a leitora que acredita que vc é uma lésbica reencarnada no corpo de um homem! Logo que comecei a ler me veio, imediatamente,um frio no estômago.Pois passei por situação muito,mas muito parecida mesmo com esta que vc escreveu…Mas acho que não conseguiria descrever com tanta precisão os conflitos daquele instante. Belíssima descrição de detalhes,muito poético,angustiante e,ao mesmo tempo, excitante. Obrigada despertar em mim lembraças tão gostosas! Mereces um beijo por isso Ricardo! Sidiany Colares, Fortaleza-CE – jul2006

08- Oi Rica! Adorei o teu texto! Estou começando a escrever agora.^^ Mas é bem isso mesmo, as mulheres tem isso mesmo do desejo e a razão, mas é devido a postura da sociedade sabe, essa coisa de ceder é vista como falta de caráter, é como colocar tudo a perder, conheço pessoas que cederam e pagaram caro sabe, não tem nada mais hípócrita do que isso. As pessoas se esquecem que não são “posses” e sim seres que anseiam por felicidade, e isso não é relativo. Graziele Lice, Bauru-SP – jul2006

09- Gostei muito do conto Gota d´água, psicologicamente bem moderno, você é talentoso mesmo. Não te conhecia e é um prazer ler teus contos. Miriam, Criciúma-SC – jul2006

10- Olá Ricardo, Vim lhe agradecer pelo texto. É lindo, e sabe? tem algumas partes que parece que sou eu…rs Tenha uma semana iluminada. Abraço. Márcia Milani, São Carlos-SP – jul2006

11- cara Fantástico corri as palavras, parágrafos e me deparei não mais com um texto…mais com um carrossel de imagens instigantes,lépidas e visceralmente vivas!!!!! Foi hipnótico, senti a alma da personagem….sensação estranha e deliciosa! Valeu!!! Marcelo Amoreira, Fortaleza-CE – jul2006

12- lindo, lindo, lindo. Glaucia Costa, Fortaleza-CE – jul2006

13- Nooooosssa! Ricardo! Lindo! Perfeito! Impressionante como você tem o poder de adentrar na alma feminina e dizer exatamente o que pensamos, o que queremos, o que desejamos! Não fosse pela parte que ela tem namorado, eu diria que sou eu, essa mulher aí! Já aconteceu comigo, é é bom , muito bom, deixar a razão voar pelos ares e a loucura tomar conta! Beijos, muitos beijos para você! A cada dia eu tenho mais vontade de te conhecer pessoalmente! Obrigada mesmo! Cláudia Martins, Montes Claros-MG – jul2006

14- Não mais que de repente, vc me surpeendeu com o que acabei de ler… bjo. Márcia Cristina Menezes, São Paulo-SP – jul2006

15- Per-fei-to…parabéns… Valéria Pinheiro, Fortaleza-CE – jul2006

16- Oi Ricardo, nem sei se lembra mais de mim, depois que virou estrela(hehehe), mas quero lhe parabenizar pelos textos e pelas fotos sensuais que vc tirou de vc mesmo. Parabens pelo seu trabalho e sua coragem. Sucesso!! Beijos. Eloah Gonçalves, Fortaleza-CE – jul2006

17- muito bom ! Suely Andrade, Brasília-DF – jul2006

18- Gostei bastante do “A gta D’agua…a duvida cristã…o arrependimento antes do feito…asede por sexo devido a rotina com o oficial… Sim! Acho totalmente possivel, votar para o namorado depois de ter passado nos braços de outro… Nádia Rosa de Castilho, São Francisco do Sul-SC – jul2006

19- Adorei! Você sempre me provoca dois sentimentos: o primeiro é de inveja, porque gostaria de escrever como você escreve; o segundo é de prazer, o prazer de ler você, o prazer de saber que você vai escrever de novo e eu vou ler novamente. Nem conheço você muito bem pessoalmente, mas dentro da minha mente você é um velho conhecido. Obrigada por me mandar este texto. Vou repassa-lo para minha irmã lá na Califórnia. Bjs. Virgínia Lígia Freitas, Fortaleza-CE – jul2006

20- Adorei, porque já vivi uma situação de dúvida assim parecida. Incrível como você sendo homem, consegue captar as sensações femininas! Você escreve muito bem, parabéns! Elisa Pimazoni, São José do Rio Preto-SP – jul2006

21- RK, vc sempre surpreende, quanto mais num domingo a noite! Como disse Clarisse Lispector ” É por isso que nos dá uma dor no coração sempre que lemos aquelas linhas escritas pela mão de um mestre e a reconhecemos como nossas, como os tenros brotos que esmagamos porque nos faltava fé para acreditar em nosso próprio critério de verdade e beleza.” Ana Sherida Alexandrino de Oliveira, Fortaleza-CE – jul2006

22- wwwooowwww adorei !!!!!!!! gostei tanto que depois de ler voltei a ler interpretando , como e quando voce passou a conhecer a alma feminina assim ???? beijos. Walkiria Fonseca, Nova York-EUA – jul2006

23- se eu pudesse….. agora seria uma gota d’agua…. percorrendo o seu corpo…. como sempre!!! voce surpreendente… ardentemente…. louco!!! beijos…e beijos. Rita de Cássia, São Paulo-SP – jul2006

24- Bom dia Rk, gosto muito quando no final dos seus contos e artigos você menciona esse filme. Sem dúvida foi o filme mais lindo e sensível sobre o Planeta Terra que assistí. Uma viagem cheia de beleza e luz! Rk, sobre esse conto da figura que ama um homem e senti desejo por outro, é super natural, até porque a libido é uma coisa que faz parte da nossa natureza. Não vejo nenhum problema em viver os dois sentimentos, ainda mais se eles forem fortes e vedadeiros! Se cuida tá? Com carinho e paz. Lua, Fortaleza-CE – jul2006

25- Arrasou…Eita…perdi até arespiração …rsrsrsrsr Saudades..Beijos. Viviane Avelar, Fortaleza-CE – jul2006

26- Meu querido amigo Como sempre divino na suas estórias. Vc tem uma maneira de expor que nos faz penetrar no conto e vivenciá-lo na sua íntegra. É muito gostoso. Adorei Bjinhos. Mariucha Madureira, Brasília-DF – jul2006

27- demais amei..perfeito. Teca Baima, Fortaleza-CE – jul2006

28- Muito bacana o texto. Parabens! Um abraco. Sorys Mello, Rio de Janeiro-RJ – jul2006

29- Lindo, lindo, lindo A Gota Dágua!!! Parabéns! Gilvanilde Oliveira Falcão, Fortaleza-CE – jul2006

30- Muito bom Kelmer. Dá pra ficar sem fôlego. Abraço. Ronald de Paula, Fortaleza-CE – ago2006

31- E aí mais uma vez vc consegue tocar o mais secreto medo e desejo de nuestra alma feminina. Sua terceira linguagem está bem afinada com nosso tempo. Resta fechar com mais inteireza. Lindo. Dijé Sales, Fortaleza-CE – ago2006

32- Não tem pecado, não tem culpa, não tem razão. Sim, tem razão. A razão induz ao pecado e a culpa. A leitura do texto induz à mínima reflexão… sentir-se úmida à sensação da chuva ou do desejo. Marlyzinha, São Paulo-SP – ago2006

33- Sobre “A gota d’água”…só te digo…vai sacar de mulher assim lá longe!!! Como é que a gente faz pros caras terem essa percepção que vc tem?? Queria um assim pra mim!!! Só me faz achar que vc tem uma alma hermafrodita… Bjs e bom final de semana!! Elaine Maria, Fortaleza-CE – ago2006

34- achei muito realistico, pois eu sou esse tipo de pessoa que ja traiu , mas viveu a cada vez esse dilema infernal de estar fazendo algo que para a minha criação conservadora era incrivelmente errado. mas por outro lado a minha minha mente altamente moderna queria fazer com urgencia. entendí toda a angustia do personagem tão bem, que cheguei a senti-la. sinceramente me deixou até triste. mas a intenção era essa né ? tocar na alma… Michelle Diamanti, Taranto-Itália – ago2006

35- Parabéns! pela tranquilidade empática a quql encontramos com tanto fluidez no texto. Marta Peixoto, Fortaleza-CE – set2006

36- Cara tu é demais, bá recebi por email de uma amiga o texto “A gota d’agua”, tu passaste exatamente o que uma mulher sente. Adriana da Silva de Souza, Porto Alegre-RS – set2006

37- criatividade junto com o talento e forma perfeita de juntar as palavras nesta cadência maravilhosa nos transporta para aventuras como a da gota d’água, mas sua experiência de vida deve ter uma contribuição significativa para tanta beleza. A beleza do seu trabalho faz com faz que meu íntimo busque transformar em um só a criatura e o criador! Este é o pecado capital dos fãs. certamente eu e mais trocentas mulheres teremos total identificação com este texto, pois a dúvida crucial deste sim e deste não já nos perseguiu em outros momentos de vida. bjs. Diva, Macapá – set2006

38- Crônica maravilhosa!!! Estória envolvente!!! A aventura que toda mulher deve sonhar, em seu íntimo, viver…Ler suas crônicas são ótimas!!! Beijos. Cynthia, São Paulo-SP – nov2006

39- Fala Kelmer! Blz? Confesso que ontem foi a primeira vez que li seus artigos, textos, desabafos, difícil definir… hummm…memórias sonâmbulas que fogem na madrugada gélida antes de serem acordadas pela realidade sem graça. Bom, li pela primeira vez ontem e hoje virei fã. E por que não virei fã ontem mesmo, quando devorei todos os textos com os olhos dilatados? Explico: ontem à noite encontrei alguns amigos no cubículo etílico que costumamos freqüentar. Mais do que uma simples reunião de temas cotidianos, debatemos a fragilidade do momento e oferecemos um trago de nossos traumas a quem estivesse disposto a encarar. Foi quando percebi que os textos que li esmagavam meu raciocínio, açoitavam minha defesa, guiavam minha cega convicção. Enquanto meus colegas de faculdade tropeçavam nos próprios cadarços e confessavam, friamente, “…o que ela quer? Um namorado ou uma padre, porra?” pensei quieto: “Putz! Preciso mandar um e-mail pro cara do O POVO! Aquele texto sobre a “razão” não quer ser dissolvido facilmente dos meus neurônios.” É isso, Kelmer! Mirando meus próprios rabiscos, como um faminto em meio a uma coxa de frango mal devorada, busquei os meus significados. A conclusão veio barulhenta: “Felipe, escreva menos e leia mais!” Abraço! Felipe Valério, Fortaleza-CE – nov2006

40- Meu Deus! Fantástico……..Ele se colocou bem no lugar de uma mulher tomada pelo desejo! Ficou linda a metáfora com o carro e a chuva!O desejo x razão…O molhado,a velocidade…E o desejo ensandecido a tudo guiando! A razão que vá foder tb! Mary Mundo, Orkut, Comunidade Mulheres Repensando Conceitos – jul2006

41- Difícil um homem saber como uma mulher se sente né? Porque é assim mesmo…quer,não quer,vai,não vai,deve,não deve… Até que chega a hora fatídica e não tem mais prá onde fugir.. Achei que a gente merecia um pouco de aventura. Morgana Cyber, Orkut, Comunidade Mulheres Repensando Conceitos – jul2006

42- adoro todos os textos do Ricardo,ele é mesmo um excelente escritor e um cara bem maluco. Já entrou no orkut dele? no álbum tem umas coisas bem interessantes.Me mato de rir com ele. Celinha, Orkut, Comunidade Mulheres Repensando Conceitos – jul2006

43- linnnndoooooooo…….. fiquei encantada… delioso ler a maneira como as emoções vão se digladiando… realmente beeemmm mulher!!! rsrsrs. Andréa, Orkut, Comunidade Mulheres Repensando Conceitos – jul2006

44- Me fez lembrar o trecho de uma música… …deixa chover, deixa a chuva molhar, dentro do peito tem um fogo ardendo que nunca vai se apagar… Clau, Orkut, Comunidade Mulheres Repensando Conceitos – ago2006

45- De onde tu tira essas coisas, quem te contou que assim… ai, Deus! Eu tenho medo de me ver sendo descoberta desse jeito… Isso com certeza ja aconteceu com alguma mulher, ou acontecerá ou acontece! Comigo acontece.. rs E essa parte é bem a minha cara: Tudo em seu ser se contradiz, uma célula quer ir, outra morre de medo. Sim e não. Verde e vermelho. Esse seu conto passa a ser o meu preferido. =) Beijos. PS: Voce me assusta…rsrs. Priscila Peres, Fortaleza-CE – abr2008

46- srsrsrsrsrs…vc é divino…dabolicamente divino…é redundante mas vou dizer …amo seus textos…sua fonte de inspiração deve ser louvada sempre…bjs meu escritor preferido… Laisa, Belém-PA – abr2010

47- Muito bom “A gota d’agua”, me descreveu. Me senti nua! Incrível teu conhecimento sobre a alma feminina. Coisa rara. Parabéns. Nina, Cricúma-SC – mai2010

48- No limite da Alma / A louca tempestade do desejo que verte / e desnuda a razão no momento da gota dágua / e o aroma vem, abarcando o sinal vermelho / com gosto de cereja ,,, Adorei o cinestésico fluído da gota !!! Márcia Costa, São Paulo-SP – mai2010

49- Tá bom que é meu preferido! Acho que já sei de cor algumas passagens. O texto mais sincero e honesto que já vi. E é cada situação que me vem… Beijo, encanto de criatura! Emília, Fortaleza-CE – mai2010

50- Querido amigo, Não pude me conter e estou aqui pra dizer que você descreve exatamente a minha alma que é super femenina. Estou vivendo uma paixão ou uma loucura de paixão e é exatamente como vc descreve com tanta riqueza de emoção. Esse amor que me queima a alma, que me deixa feliz por cada momento e quem foge e se esconde dentro da alma dele tão conflituosa me deixa cada vez mais cheia de desejo por ele…meus limites não tem limites e estou vivendo essa louca emoção e não sei pra onde vai…só não consigo ter raiva dele e me sinto como se estivesse responsavel por ele e tem mais tenho certeza que é uma missão , alias de outras vidas e me sinto tão impotente diante desse louco amor. A mistura de ternura e tesaõ me deixa sem razão…vou pela vida caminhado e deixando a vida seguir nosos caminhos…tenho uma alma apaixonada pela vida e pelas emoções… Maria, Fortaleza-CE – mai2010

51- Parabéns cara pelo conto. Muito bem escrito. Zé Netto, Fortaleza-CE – mai2010

52- Francamente falando você sabe das coisas. E eu uma menina assustada. Parabéns pelo texto. Christiane Oliveira, João Pessoa-PB – mai2010

53- já conhecia esse teu texto, que aliás é fantástico! beijos. Nina, São Paulo-SP – mai2010

54- Definitivamente gosto da sua forma de escrever! Acabei de ler tambem A gota dàgua… e estou sem palavras!!! Poxaaaa Kelmer muito bom!! Tambem gosto do Cerejas ao meio-dia. Aluska, Campina Grande-PB – mai2010

55- A gota d’agua me lembrou de uma certa tarde, ha mais ou menos uns 8 anos! Me ví ali,como se alguem descrevesse o que eu vivi. Selma, São Paulo-SP – mar2011

56- Você percebe um ponto interno de corrupção. Um sinal vermelho. “Não avançar” diz o aviso. É melhor cair fora e você sabe disso. É o momento certo de dizer não. Virar as costas e dizer não. Você detecta sua fonte de atração pelo proibido. E vai, está indo, está desobedecendo seu bom senso e se deixando levar. Maldita curiosidade! “E por que não fazer a escolha errada?” pergunto à mim mesma. “Você é uma idiota. Completamente louca e idiota” me respondo. Deve constar na minha ficha técnica: pessoa obsessiva Você não se importa. A lâmpada acende, pisca. Soa o alarme. Você ouve a sirene,sabe que ultrapassar significa perigo, que é um território minado. Mas você deixa detonar.  (Trecho de Filmes Proibidos, romance de Bruna Lombardi)

57- Uau “os limites existem para serem quebrados…” minha cara isso…amei. Paula Medeiros de Castro, São Paulo-SP – nov2011

58- Muuuuuito bom! Simone Marini, São Paulo-SP – nov2011

59- É de abrir o apetite para uma abordagem da Semiótica das Paixões… A hesitação (e a excitação) da personagem configura um estado de espera (Greimas), ou seja, o ponto zero do imprevisível percurso narrativo, o ponto, enfim, em que a paixão se instala. A manipulação recebeu um investimento discursivo dos mais oportunos, o que se exterioriza no emprego da segunda pessoa (“você” no gênero feminino). Tudo resulta numa diabólica manipilação da consciência em seu satânico papel de acusador (pois assim está na Bíblia). A gota d’água abrirá um novo estado passional. Qual? Não é preciso dizer, pois isso já seria outro ponto no conto que o leitor já construiu na sua imaginosa paráfrase mental. Valeu! Um abraço. Leite Jr., Fortaleza-CE – nov2011

60- “A gota d’Água” (pq ficar entre o sim e o não pode tirar o fôlego, mesmo! esse conto é marcante!) Jocastra Holanda, Fortaleza-CE – jun2012

61- O texto que indico, o meu favorito de Ricardo Kelmer é “A gota d’água”, adoro a forma como escreveu esse texto! escrevi um conto inspirado em “A gota dágua” e em experiências de uma montagem de um espetáculo. Samantha Pimentel, Campina Grande-PB – jun2012

62- o que gosto de verdade e sempre releio é “A Gota D’água”. Rosa Emília, Fortaleza-CE – jun2012

63- quem te disse q agente deixa o sutiã na bolsa? rss. Shirlene Holanda, São Paulo-SP – jan2014

64- Adoro esse texto. Samara Do Vale, Fortaleza-CE – jan2014

65- Vc entende de alguma forma o universo feminino. E muitas coisas q li parece q vc fala sobre mim. Nao é pretensão é simplesmente pq sou mulher. Carolina De Figueiredo, Içara-SC – mai2016

66- Nunca pensei que existisse um homem que entendesse tanto a alma feminina! Encantada. Ceci, São Paulo-SP – jul2016

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Protegido: A professora de literatura de meu marido (VIP)

04/07/2008

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