Ventos do óbvio

07/06/2015

07jun2015

Ela tinha o controle de sua vida, ela e mais ninguém. Renascer. Renovar-se

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VENTOS DO ÓBVIO

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Zap! Seria tão bom se a vida tivesse controle remoto. Era só apertar um botãozinho para mudar a programação…

Olhando para o controle em suas mãos, ela sorriu. Sim, era dona de sua própria vida. Ela é quem tinha o poder de mudá-la. Ela e mais nada e mais ninguém. Então apontou o aparelho para a tevê, fechou os olhos e… zap!, desligou. Por que não? Por que não começar agora?

E foi assim que fez. Largou o controle no sofá, levantou e naquele exato momento começou vida nova. Sim, assim mesmo, de repente, aproveitar que chegava a Primavera. Mudanças, mudanças… Ela tinha o controle de sua vida, ela e mais ninguém. Renascer. Renovar-se.

Decidiu começar por uma faxina geral na casa, como havia tempo não fazia, escutando as músicas prediletas. Depois tirou do baú os vestidos de verão, leves e coloridos, tão lindos. E decidiu parar de fumar, dessa vez conseguiria. Há quanto tempo não se sentia tão disposta? Muito tempo. Aliás, disposta e bonita, ela completou, olhando-se no espelho. Faxina concluída, agora levaria os vestidos para lavar. E assim fez, seguindo pela calçada, bonita, feliz e inspirando o ar fresco da Primavera.

Eis, porém, que veio um vento. Forte e repentino. Invasor. Ela ainda não havia voltado da lavanderia. O vento estúpido desarrumou a casa toda, que ela tão bem ajeitara. E foi embora, rápido como chegou, levando com ele o rango que ela deixara na geladeira, a guitarra, a furadeira e o aparelho de dvd. Ainda bem que o dinheiro das contas, separadinho sobre a mesa, o desgraçado não viu.

Caramba… Quando ela entrou e acendeu a luz, demorou a acreditar. Quando, por fim, acreditou, encostou-se à parede, mais perplexa que desanimada, olhando para a casa inteira desarrumada, tudo fora de lugar. Por que esse vento? Por que logo agora que decidira mudar?

A guitarra era da filha roqueira, que por sinal já desistira da carreira. O dvd estava quebrado, só fazia volume na estante. A furadeira, o amigo esquecera lá tinha anos. E a comida… bem, um ou dois quilinhos a menos não fariam mal. Felizmente, o prejuízo material fora mínimo.

Mover-se, precisava mover-se, ela sabia. Lentamente, levantou-se, e tentando injetar ânimo nos próprios passos, foi pegar um cigarro. Sim, tinha decidido parar de fumar, sim… mas… ah, vai, não sejamos também tão radicais, numa hora dessas só os vícios nos salvam! Só os vícios nos salvam…, ela repetiu para si mesma, gostara da frase. Mas o diabo do cigarro também não estava lá, o vento invasor levara. Que desgraçado, podia ter lhe deixado ao menos os vícios.

A noite veio e a encontrou assim, do jeito que você a vê agora, em pé no meio da sala bagunçada, ainda inconformada com o roubo, buscando entender. Entender o quê? Que, de fato, faltava algo mais violento para o verdadeiro renascimento começar? Que precisa se livrar ainda mais das velharias que ocupam a estante de sua vida? Que antigos vícios podem salvar somente o que já não vive? Ou, na verdade, não há nada para entender além do óbvio? E qual é o óbvio? Será o óbvio isso, que ela tem que parar de buscar significados ocultos e se tornar uma mulher mais pé no chão? Prestar mais atenção no sinal que fecha do que nas cartas do tarô? Ou o verdadeiro óbvio nada tem a ver com os óbvios que a gente pensa que descobre?

Rindo da própria confusão mental, ela senta no chão, cruzando as pernas e juntando a barra do vestido entre as coxas. Sente na bunda o chão frio e isso parece despertá-la. Ela sorri da ideia, que a bunda a faz sentir-se viva, mas que hora de pensar sacanagem… Depois fecha os olhos e suspira, resignada. O pior de tudo, sabe o que é? Não é a casa de cabeça para baixo, não, amanhã arruma tudo outra vez. Também não é a incerteza do futuro, o futuro não existe, já sabe. O pior mesmo é sentir-se cercada da mais gritante obviedade… e não conseguir vê-la!

Intuição… Agora ela percebe que a intuição já vinha tentando dizer-lhe algo. Sonhos, presságios, coincidências… Deveria ter atentado mais aos ventos? Sim, os ventos, eles sempre trazem algo. Dessa vez trouxeram destruição. Trouxeram algo mais também, uma sensação estranha… de que mudar não é só tirar os vestidos do baú… Não, não, nada disso, tudo na verdade é só a confirmação do fim de um ciclo… Hummm, mas casa significa o eu, então isso tudo na verdade quer dizer que…

Sacudindo a cabeça, ela finalmente liberta o grito primal, até então preso nas entranhas da dor, Aaahhh!!! Mais forte, Aaaaaaahhhhhh!!! Então, o eco de seu berro ainda ecoando na sala, ela levanta, caminha até a janela e suplica ao mundo: Por favor, alguém aí tem um cigarro? Não, não, esquece. Alguém aí tem óbvio? Isso mesmo, óbvio. Sem filtro, por favor.

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Ricardo Kelmer 2007 – blogdokelmer.com

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Esta crônica integra o livro Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino

Kelmer Para Mulheres – Nesta seção do blog, homem fica de fora

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Druuna e a salvação pelo sexo

18/04/2015

18abr2015

Com sua doçura e generosidade, ela simboliza a salvação através da verdadeira pureza, livre do pecado

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DRUUNA E A SALVAÇÃO PELO SEXO

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No futuro, num mundo hostil e decrépito, uma estranha doença ataca os pecadores, que se transformam em monstros e morrem vítimas de terríveis deformidades. Druuna é uma bela e voluptuosa garota que, para conseguir remédio para o namorado e descobrir as origens da doença, envolve-se em várias aventuras e faz sexo com as criaturas mais estranhas do Universo.

Este é o enredo dos quadrinhos de ficção científica-erótica Druuna, a obra-prima criada nos anos 1980 pelo desenhista italiano Paolo Serpieri, um mestre consagrado do desenho. O roteiro é ótimo e a técnica de Serpieri é um espetáculo visual, com seu traço inconfundível, a teatralidade das imagens, o jogo de luzes e sombras e o uso criativo dos ângulos de cena. E a morena Druuna, com sua tez ameríndia, com suas mesmerizantes curvas e protuberâncias e, particularmente, com sua bunda brasileiríssima, é um deleite para os olhos. As histórias são recheadas de sexo, pois Druuna, além de apetitosa, tem muito, mas muito apetite: ela aceita homens superdotados, mulheres de toda cor e sabor, mutantes depravados, monstros horripilantes e robôs insaciáveis, sempre dando e recebendo muito prazer.

À primeira vista, a história pode soar como mero pretexto para a sacanagem explícita e generalizada. Bem, ainda assim seria uma puta obra-prima da sacanagem, pela qualidade artística e pelas notáveis cenas de sexo. A saga de Druuna, porém, merece elogios também por sua profundidade temática: a garota que busca salvar seu namorado é o poder encarnado do sagrado feminino, que pode nos guiar no grande caos dos valores e nos religar à sabedoria instintiva. Os prazeres sexuais de Druuna nos remetem a todo instante à mítica tensão entre Eros e Tanatos, e sua imagem nua nos força o olhar para o contraste entre a beleza e a degradação num mundo que canta a mulher mas ao mesmo tempo a teme e a apedreja justamente… por ser mulher. O impacto que Druuna causa tem a típica força do mito: ela reverbera em nossa alma sensações de alumbramento, assombro, êxtase e reverência pela beleza e pela vida.

Uma história machista, violenta e pornográfica, que denigre a imagem feminina, e mais isso e aquilo mais… No início, Druuna recebia fortes críticas, principalmente de feministas radicais, que Serpieri sempre rebateu com segurança: sua história é uma alegoria da nossa própria realidade, em que somos ávidos por sexo mas, ao mesmo tempo, temos vergonha disso e envolvemos a nudez e o ato sexual num tenebroso clima de culpa, pecado e autonegação, o que nos torna neuróticos e violentos. Para Serpieri, sua heroína, sendo mulher, representa a vitória do belo, do natural e, principalmente, do prazer, sobre o mundo decadente em suas neuroses e contradições.

O contraste entre a imagem de Druuna e a decrepitude ao seu redor é a vitória da beleza e da vida diante da doença e da morte. Com sua doçura e generosidade, ela simboliza a salvação através da verdadeira pureza, livre do pecado, e redime o mundo pelo prazer. Boa sorte em sua missão, Druuna, e bons orgasmos.


Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com

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IFTCapa-05aIndecências para o Fim de Tarde
Ricardo Kelmer, contos eróticos

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Desculpem o atraso

08/03/2015

08mar2015

Em alguns minutos ela começaria a palestra, quando a mensagem chegou…

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DESCULPEM O ATRASO

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O salão do hotel estava lotado para sua palestra Feminismo no Século 21. Antes de começar, o celular fez o bip que ela tão bem conhecia. Leu a mensagem e suspirou… E correu para o elevador. Na suíte do nono andar, ele a recebeu, repreendeu-a pela demora e a estapeou. E ordenou que ficasse nua. De coleira e acorrentada, ela docilmente lambeu seus pés. Quando ele a pôs de quatro e a segurou forte pela cintura, ela tremeu de expectativa, antevendo o instante seguinte: ele montado sobre ela, o pau inteiro enfiado em sua bunda, e ela agradecida pela honra de servi-lo… Meia hora depois, ela agradeceu os aplausos, desculpou-se pelo atraso e iniciou a palestra. No rosto, a expressão compenetrada. No cu, a lembrança do gozo de seu senhor.
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com

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> BDSM na Wikipedia – BDSM é a sigla de Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão e Sadomasoquismo. Na Wikipedia há informações básicas bem organizadas.

> Submissas na cama, mas não na vida – elas são feministas e adeptas do BDSM – Matéria do UOL, 18.12.17

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Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino – Livro de contos e crônicas sobre a mulher

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Suvinando priquita

21/01/2015

22jan2015

Pois você acredita que tem mulher que suvina priquita? Parece mentira, mas é verdade

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SUVINANDO PRIQUITA

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Pois não é que tem mulher suvinando priquita a essa altura do campeonato? Calma, eu explico. Lá naquele pedaço de chão mítico chamado Ceará há uma piada que as próprias mulheres fazem entre si, que eu adoro, e que só podia vir de lá mesmo, onde se faz graça com tudo que é sagrado e tudo que é desgraça. A piada é a da “suvinagem de priquita”.

Rio muito quando lembro dessa história. Mas vamos falar sério que o assunto mexe com coisa preciosa. Pra quem não sabe, suvinar é ser sovina com algo, e priquita é o mesmo que piriquita, xoxota, perereca, aquele negócio gostoso que tem dez mil nomes. Pois você acredita que tem mulher que suvina priquita? Parece mentira, mas é verdade.

Impossível, alguém vai dizer, afinal tá uma carestia danada de homem, a concorrência é cada dia mais acirrada e, pra piorar, os caras estão tudo virando gay. Poizé, não dá pra entender. Em vez de aproveitar o vento favorável e distribuir, tem mulher suvinando priquita. Mas elas suvinam por quê? Segundo a Discovery Channel, isso é normal, as fêmeas sapiens selecionam seus parceiros por meio de complexos joguinhos de sedução. Mas a suvinagem é um jogo tão complexo que o parceiro muitas vezes foge correndo.

Quelzinha, por exemplo. Quelzinha suvina porque não acha legal dar na primeira vez, que é pro gato, ou a gata, não pensar que ela é fácil, e nem dá na segunda, que é pro pretendente ficar na fissura, e nem dá na terceira, que é pra testar se a pessoa quer ela ou a priquita dela. Bem, desnecessário dizer que Quelzinha suvinou tanto que passou o Carnaval sozinha, ela e a priquita suvinada. Veja o caso de Rebeca, que desde o ano passado tá com a priquita guardada na geladeira. Por que ela faz isso? Porque tá esperando aparecer alguém melhor pra ela dar de comer. Segundo a Discovery Channel, quando ela se der conta que, quanto mais o tempo passa, mais o melhor fica pra trás, aí será tarde demais.

Uma prima minha suvinava priquita porque achava que era muito nova. Dezoito anos. Isso lá é idade pra alguém suvinar priquita. Hoje, vinte anos depois, ela ainda tá na ativa, mas já se arrepende da suvinagem da juventude. Poizé, mizifia, se a suvinagem não é recomendável quando você tá novinha, imagine quando a demanda cair.

Inconformadas. É assim que ficam certas mulheres quando descobrem que a amiga, mais bonita, não tá aproveitando devidamente as vantagens físicas que a Natureza lhe deu. Aí vem a frase típica: Mulher, eu não acredito não, tu tá suvinando priquita? E a fêmea suvinante, flagrada na descarada suvinagem, perde a esportiva: A priquita é minha ou é tua? E assim o mundo segue com suas injustiças, umas suvinando e outras carecendo.

Tem suvinagem de bilau? Eis um tema controverso. O bicho homem suvina pra esperar vir coisa melhor? Pra não pensarem que ele é fácil? Uma leitorinha me disse que alguns suvinam pra não se envolverem emocionalmente. Ahnn? Olha, nunca vi um caso assim, mas esse mundo é tão louco, né? O que sei é que às vezes o pênis sexual masculino não obedece ao desejo da cabeça de cima (um conflito fisiológico que a fêmea sapiens felizmente não tem), mas aí não é suvinagem, é fogo amigo mesmo.

A minha vó me ensinou que o que se guarda com fome, o gato, ou a gata, vem e come. Ops! É justamente isso que você quer, que comam, né? Que bom. Mas com a perseguida, o buraco é mais embaixo. Guardar sua fofolete na geladeira é muito arriscado, e se faltar energia? E se ela ficar com cheiro de estrogonofe? Olha, mizifia, se você aceita uma dica, faça o ritual da priquita sincera, é batata. Funciona assim: você põe um espelho que nunca foi usado na frente da querida ditacuja e pergunta, olhando sério pra ela: Amiga, eu tô te suvinando?, pode falar, amiga, se abra comigo. Se a amiga começar a chorar, aí você já sabe: tire imediatamente a pobrezinha da geladeira. E vamos economizar com água que é melhor, né?

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Ricardo Kelmer 2015 – blogdokelmer.com

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VÍDEO-CRÔNICA

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APROFUNDANDO O TEMA…

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SUVINAGEM E CARIDADE

(Com informações gentilmente cedidas pelo Instituto Tábata de Pesquisas Alcovitais. Nossos agradecimentos à senhorita Tábata, sempre muito caridosa.)

De modo geral, entende-se por “suvinagem” o ato de negar um nheco-nheco a alguém quando o indivíduo não deveria fazê-lo. É um termo acusatório, com conotação negativa. Pra ocorrer a suvinagem, é preciso antes de tudo que exista o interesse por parte da outra pessoa. Se ninguém deseja sua priquita ou seu bilau ou seu furico, então você não pode ser acusado de estar suvinando nada. Entendeu, né? Espero que sim, pois não vou desenhar nada.

Os motivos da suvinagem podem ser:

Ausência de tesão – Nesse caso, o uso do termo suvinagem é controverso, pois se o indivíduo ou a indivídua não sente tesão, então não estaria havendo suvinagem. Porém, há uma corrente de pensamento, o bonobismo, que defende que, mesmo sem sentir vontade ou sentindo pouca vontade, devemos fazer a caridade, ou seja, temos o dever moral de fazer um nheco-nheco com quem nos deseja. Por que se chama bonobismo? Depois explico.

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Suvinagem por interesse – Algumas pessoas praticam a suvinagem pra certificar-se do grau de interesse do outro, pra atiçar o desejo do outro ou por puro prazer de torturar até a morte o ser desejoso. Pra alguns, a vingança é um bom motivo: primeiro provoca-se e depois suvina-se, o que se assemelha a deixar alguém com muita fome e depois levá-lo a um ótimo restaurante onde o coitado poderá tão somente olhar e cheirar os pratos. Tem gente muito ruim por aí que vive pra se vingar: atiça pra todo lado e pra todo mundo o tempo todo, mas na hora H, tome suvinagem. Há um projeto de lei que quer proibir que alguém suvine mais que três vezes por dia. Muito justo.

Economistas – Há os que suvinam porque acham que merecem coisa melhor. Evidentemente, têm todo o direito de achar. São os chamados economistas. O ato de economizar sexo pra usufruí-lo melhor no futuro é, evidentemente, um contrassenso, pois sabe-se que quanto mais se pratica, melhor se faz. Isso nos remete a uma natural constatação: os economistas trepam mal.

CARIDADE

A caridade é o oposto da suvinagem. Na caridade pura, o ato não contém qualquer outro interesse que não o de satisfazer o tesão do outro. Na caridade relativa, o ser caridoso tem algum tipo de satisfação ‒ passar o tempo, por exemplo. Porém, quanto mais houver prazer ou recompensa para a alma caridosa, menos caridoso será o ato. Se a caridade envolve sofrimento, não é mais caridade, e sim autotortura, mais ou menos como se obrigar a escutar por uma noite inteira a coletânea das pregações do pastor Feliciano.

Caridade por interesse – Se o indivíduo faz o nheco-nheco porque tenciona uma promoção no trabalho ou vingar-se do ex ou da ex, isso obviamente não é caridade. Um caso para se pensar é o da moça que apostou com as amigas que treparia 100 vezes num ano: quando faltava um dia para expirar o prazo, a conta estava em 99. O que ela fez? Deu para o pastor da igreja, que a perseguia fazia tempo. Isso é caridade? Evidente que não, pois a moça ganhou a grana da aposta e, de quebra, ainda vai para o céu. Quando morrer, claro.

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Bem para o mundo – Os defensores da caridade sexual argumentam que a prática alivia as tensões do mundo e promove uma sensação de bem-estar coletivo, além de friccionar e aquecer o mercado dos motéis e sex shops. A caridade, obviamente, nada tem a ver com violência sexual, pois é necessário que o indivíduo caridoso queira, de livre vontade, a realização do ato. A Cinta-Liga Caridosa, uma ONG que promove a prática da caridade em todo o mundo, sugere que a ONU incentive os líderes mundiais a fazer caridade antes de cada rodada de negociações. O Blog do Kelmer apoia a iniciativa.

Nheco-nheco sem vontade – Caridade é muito bonito mas… como fazer sem vontade? Para a fêmea sapiens, costuma ser mais fácil, ao menos teoricamente. Para o macho, caso o ato requeira um bilau ereto, costuma ser mais difícil. Machos sapiens jovens geralmente possuem boa disposição para a caridade mas, com o avançar da idade, encontram crescentes dificuldades para a prática pois, como sabemos, a fisiologia do tesão masculino requer que haja uma concordância entre a cabeça de cima e a cabeça de baixo, ou seja, entre a vontade consciente de fazer o nheco-nheco e o necessário interesse orgânico pelo ato. Quando não há esse entendimento, isso se chama discordância duplo-cabeçal. E é literalmente brochante.

Caridade masculina – A natureza duplo-cabeçal do tesão masculino é responsável por situações dramáticas, como a do sujeito que reserva a suíte presidencial do motel mais caro da cidade para uma noite de sexo selvagem com a amada e, na hora H, o máximo de selvageria que consegue é chutar o balde de gelo do champanhe, muito puto por ter brochado. O oposto também acontece: o macho sapiens é surpreendido por uma súbita e incontrolável ereção ao ver a própria mãe pelada ou ao ver a vizinha na piscina do prédio, sendo que a guria tem doze anos ‒ em ambos os casos, o desejo sexual partiu da cabeça de baixo e chocou-se com a moral da cabeça de cima, que o rejeita. Os bonobos, aqueles nossos primos macacos que trepam até em velório, não têm esse problema: quem não faz caridade é expulso da tribo. Por isso, os humanos caridosos também são chamados de bonobos. Daí a bonobice, a corrente que defende que devemos sempre fazer caridade, inclusive em velório.

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Dicas para a cidade masculina – Aos machos sapiens que não desejam ser acusados de suvinagem, seguem dicas para a prática da caridade. Se houver ausência de tesão, o fetiche pode ajudar a erguer o interesse do bilau. Fetiches existem aos zilhões, escolha o seu: pés, chicotes, fotinhas safadas, filminhos na TV, acessórios, falar como neném (sim, tem gente que se excita com isso)… Muito comum também é o uso da imaginação: feche os olhos e lembre daquela sua prima danadinha que fingia dormir enquanto você a bulinava, e ela não acordava nem quando você metia nela. Pense num sono pesado.

E as pilulazinhas subidoras de bilau? – Fármacos como o Viagra (que fazem aumentar a circulação de sangue no interior do bilau e, consequentemente, provocam a ereção, nem sempre resolvem o problema da discordância duplo-cabeçal. Se o sujeito quer o nheco-nheco mas o bilau não quer, as pilulazinhas, por si só, não farão o desgraçado traidor mudar de ideia. Porém, se o sujeito conseguir se concentrar em algum fetiche ou na lembrança da prima safadinha, o bilau acabará se animando e concordando com a cabeça de cima, e terá a seu favor um melhor fluxo sanguíneo proporcionado pelo remédio, o que acarretará numa ereção mais firme e prolongada. Conclusão: vai fazer caridade? Passe antes na farmácia.

Gemedores e paradinhos – Os praticantes da caridade podem ser divididos em dois grupos: os gemedores e os paradinhos. Os caridosos gemedores são os que se esforçam para agradar, e para isso gemem, gritam e aceitam experimentar posições estranhas, como a Ventania no Bambuzal. Alguns até fingem orgasmos mirabolantes, e há casos de gemedores tão competentes que eles mesmos ficam na dúvida se fingiram ou se realmente gozaram. Obviamente, se um gemedor goza, não é mais um gemedor, é um gozador mesmo, e os gozadores não estão fazendo caridade nenhuma. Há gemedores radicais que apelam e até dizem que amam e que querem casar, ou o contrário, que jamais jamais vão casar, um agrado que cada vez tem funcionado melhor. Já os caridosos paradinhos não fazem nada disso, no máximo esticam o braço e trocam o canal da TV. Como tem gosto para tudo, até os paradinhos fazem sucesso. Aliás, alguns paradinhos se especializam e se fingem de mortos, e só abrem os olhos e se mexem quando o outro vem avisar que a pizza chegou.

Dicas para caridade feminina – O Blog do Kelmer aceita sugestões das leitorinhas.

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CASOS DE SUVINAGEM E CARIDADE. OU NÃO

SuvinagemClaraMeadmore-01Virgem aos 105 anos – Clara Meadmore tem 105 anos e se orgulha de não precisar de dentadura. Nascida em Glasgow, na Escócia, no início do século 20, ela acredita que o segredo de sua longevidade é nunca ter feito sexo, pois, segundo ela, sexo envelhece. Para ela, o nheco-nheco sempre foi algo complicado, que atrapalharia sua vida. “Eu sempre estava ocupada fazendo outras coisas, e nunca tive tempo de pensar em sexo”, explica. Esse caso pode ser considerado como suvinagem?

SuvinandoPriquitaCaridadePeterLynagh-01Abstinência gera caridade no Camboja – O australiano Peter Lynagh apostou com um amigo que ficaria um ano sem sexo e, depois, a aposta se transformou em uma arrecadação para caridade, com a página Pete’s Chastity for Charity (Castidade de Pete para a Caridade) no Facebook, e levantou mais de US$ 50 mil para a instituição Free to Shine, que educa e salva meninas cambojanas do comércio sexual. Esse caso pode ser considerado como suvinagem?

SuvinandoSexoCaridadeMaríaCarolina-01Sexo pelas crianças pobres – María Carolina é uma prostituta chilena. Ela decidiu doar o dinheiro arrecadado com 27 horas de trabalho (cobrando U$ 300 por cada hora e meia) para uma campanha de caridade em favor de crianças pobres e deficientes. Esse caso pode ser considerado como caridade?

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As fogueiras de Beltane – A sexualidade sem culpa de uma sacerdotisa pagã

O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas – uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

A noiva lésbica de Cristo – Se hoje a sexualidade feminina ainda apavora a mentalidade cristã, no século 17 ela era algo absolutamente demoníaco

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990) – Um livro belo e libertador, que celebra o sagrado na sexualidade

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SÉRIES ERÓTICAS DESTE BLOG

Diametral,NinfaJessi03aAs aventuras de Diametral e Ninfa Jessi – A mais bela e safada história de amor jamais contada

As taras de Lara – Desde pequena que Lara só pensa naquilo. E ai do homem que não a satisfaz

Um ano na seca – O que pode acontecer a um homem após doze meses sem sexo?

O último homem do mundo – O sonho de Agenor é que todas as mulheres do mundo o desejem. Para isso ele está disposto a fazer um pacto com o diabo. Mas há um velho ditado que diz: cuidado com o que deseja pois você pode conseguir

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DICA DE LIVRO

IFTCapa-04aIndecências para o Fim de Tarde
Ricardo Kelmer – contos eróticos

Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação.

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COMENTÁRIOS
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01- Ricardo Kelmer, me lembro tanto de ti quando escuto isso. Dou uma gargalhada imensa. Nely Rosa, Fortaleza-CE – jan2015

02- Amei essa de suvinar… kkk gente querendo dá… e doidinha suvinando. Pô… que desigual! Bjs Carol. Caroline Correia Maia, Fortaleza-CE – jan2015

03- já li e adorei Ricardo Kelmer! Show! Solange Brito, Fortaleza-CE – jan2015

04- Sobre perder tempo com alguns preconceitos que depois podem pesar muito quando nos dermos conta de que a vida simplesmente passou! ( gostei, Kelmer, por mim, pode deixar de sovinagem com a nova postagem!!! ). Tereza Cristina da Silva, Fortaleza-CE – jan2015

05- Um absuuuurdo, essa suvinagem!!!kkkkkk. Ariane Araújo, Fortaleza-CE – jan2015

06- Ainda tem quem faça isso. Ninguém deve suvinar nem água quem dirá o resto. Valéria Assunção, Fortaleza-CE – jan2015

07- Não achei nada de engraçado e acrescento portanto je ne pa suis suvinando qualquer coisa…. Maria Socorro Lima Giambarba, Fortaleza-CE – jan2015

08- Suvinar piriquita é nova pra mim. Conheci como ‘regular’. Aqui em sampa… tb já vi: regular essa micharia. Hahaha. Ana Cristina Martins, São Paulo-SP – jan2015

09- Não achei a crônica machista e tb não concordo q ela incite a mulher a fazer o q ela não está a fim, é apenas uma idéia bem humorada de não ser suvina, mas quem tem q decidir é ela, sabe, acho isso muito controverso e relativo Ricardo Kelmer! Solange Brito, Fortaleza-CE – jan2015

10- É por isso que eu não suvino não, dou e dou de coração e pernas abertos! Samara Do Vale, Fortaleza-CE – fev2015

11- ” cheiro de estrogonofe”? oh putaria! hahahahaha. Gerardo Lima, Fortaleza-CE – fev2015

12- Segundo discovery channel….kkkkkkkkkkkk, menino tu é uma figura, adoooorooooo, eta povo suvino!! Regia Alves, Fortaleza-CE – fev2015

13- está muito divertida com os ajustes para a publicação liberada. Kkkkkkkkkk falar como neném??? Brochante! Kkkkkkk eu me divirto com essas doidices Kelmicas! Ivonesete Zete, Fortaleza-CE – fev2015

14- rsrsrs muito boa… Hugo de Freitas, Fortaleza-CE – fev2015

15- Pior que tem homem que sovina bilau sim… sabe, aquele papo de: – To me guardando pra minha musa. tenho um amigo que diz isso e bota defeito em todas q querem fazer caridade interesseira com ele ( elas só querem gozar), pois ele só quer uma mulher (a musa dele) que é sovina pra ele. Dorah Andrade, São Paulo-SP – fev2015

16- Vou enviar o e-mail mas eu particularmente ñ sou suvina kkkkk gosto de sexo … Luciene Maia, Fortaleza-CE – fev2015

17- Explica pra este gringo a suvinagem……….. Matthew Berigan, Campina Grande-PB – fev2015

18- Foi uma das coisas que mais me divertiram quando estive em fortaleza….além do Teatro do Humor, que este…não tem prá ninguém! Fatima Carvalho, Santo André-SP – fev2015

19- Eu ouvi assim: ” Ta regulando essa micharia?” Jane Arruda de Siqueira, São Paulo-SP – fev2015

20- Muito bom. Você montou uma enciclopédia erótica!! Pura sacanagem!! Jane Arruda de Siqueira, São Paulo-SP – fev2015

21- Pois é Ricardo Kelmer nessa suvinagem toda, ninguém come ninguém, e ninguém dá pra ninguém muito sem graça mesmo. Dorah Andrade, São Paulo-SP – fev2015

22- Ai…ai…Kelmer! Regina Zamora, São Paulo-SP – ago2015

23- Caro uy uy! Iris Salas, Granada-Espanha – ago2015

24- Kkkkkk. Marialucia da Silveira, Campinas-SP – ago2015

25- Parabéns, Kelmer! Giba C. Carvalho, Recife-PE – ago2015

26- Kkkkkkkkkkkkkkk! Demais! Dri Flores, São Paulo-SP – ago2015

27- kkkkkkkk. Nilzete Lalá Nascimento, São Paulo-SP – ago2015

28- Sensacional!! Espetacular demonstração da autêntica molecagem cearense!!! Henrique Daniel Carvalho, Fortaleza-CE – ago2015

29- Já li 10 vezes. Rogers Tabosa, Fortaleza-CE – ago2015

SuvinandoPriquita-01a

 


 


A revolta das peladonas

12/11/2014

12nov2014

Um dia elas começaram a correr peladas pelas ruas. Foi só o início…

ARevoltaDasPeladonas-01.

A REVOLTA DAS PELADONAS
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No futuro, nossos bisnetos comentarão na hora do recreio:

‒ Que aula incrível! Adoro história do Brasil.

‒ Você viu? Quando começou, ninguém entendeu nada.

‒ Mas quem poderia desconfiar, né?

‒ Ninguém. Eram apenas mulheres correndo peladas pelas ruas.

‒ Diziam que eram loucas, ou que estavam em busca de fama.

‒ Marketing de tênis esportivo.

‒ Muitas eram presas por atentado ao pudor. Mas logo eram liberadas. E faziam de novo.

‒ Minha avó foi presa doze vezes, e ela já tinha setenta anos. Os delegados não aguentavam mais. A senhora pelada na rua de novo, vovó?

‒ Sério? Que demais! Você deve ter muito orgulho, né?

‒ Sim, e meus pais também. Tanto que me batizaram com o mesmo nome dela.

‒ A primeira peladona na minha família foi minha tia. Ela aproveitou e nunca mais voltou pra casa. Largou o marido que batia nela e montou uma banda de rock, que era seu grande sonho.

‒ Além de marido, muitas largaram o trabalho. Por isso diziam também que era uma conspiração… como é mesmo?

‒ Feminista-naturista-comunista radical.

‒ Diziam também que estavam possuídas pelo demo.

‒ Que nem a amiga da minha mãe, coitada. Expulsaram o demo dela, mas ela largou a igreja e continuou correndo pelada, e fazia questão de passar em frente bem na hora da sessão de descarrego.

‒ A Revolta das Peladonas, foi assim que o fenômeno ficou conhecido. Ficar pelada era uma forma simbólica de se libertar das opressões machistas na família, no trabalho, na religião, e até no barzinho. Mas a coisa logo passou do simbolismo pras reivindicações.

‒ Ah, deve ter sido o máximo! De repente estavam todas peladonas, ofendendo os bons costumes. A mulher do cara, a filha, a vizinha, a diretora do colégio, a gerente do banco…

‒ E como não podiam prender milhões de mulheres, tiveram que aguentá-las peladas em todo canto, a exigir direitos iguais. E tanto fizeram, que conseguiram. Hoje o termo feminista nem faz mais sentido.

‒ Mas mantiveram a lei de atentado ao pudor pra nós homens. Pode uma coisa dessa?

‒ O povo daquela época era muito burro.

‒ Pois é, e deu no que deu: os homens também se revoltaram, exigindo direito de nudez igual. O deputado Tiririca fez um discurso histórico no plenário. Só de dentadura. Foi aí que ele virou patrono da Revolta dos Peladões.

‒ E acabou Presidente da República.

‒ Tem uma estátua dele no meu condomínio. Só de dentadura.

‒ Se a gente vivesse cinquenta anos atrás, algum adulto já teria vindo aqui mandar a gente vestir uma roupa. E eu certamente seria mandada pro Conselho Tutelar.

‒ Ainda bem que vivemos no tempo de hoje. Nem me imagino todo vestido nesse calor.

‒ Minha prima, como é muito religiosa, usa uma folhinha de parreira.

‒ Viver numa sociedade onde a nudez é pecado deve deixar a gente neurótico.

‒ O que você trouxe pra gente lanchar?

‒ Maçã. Quer uma?
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com

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O INÍCIO DA REVOLTA

Mulher é detida pela polícia ao correr nua em parque de Porto Alegre – Uol, 30.10.14

Outra mulher sai andando nua em Porto Alegre – Uol, 06.11.14

Em 11 dias, terceira mulher é flagrada pelada em Porto Alegre (RS) – Uol, 09.11.14

“Logo entrou em um carro”, diz testemunha de pelada no RS – Terra, 11.11.14

O que significa a onda de peladas em Porto Alegre – Zero Hora, 11.11.14

Google tira do ar game inspirado em mulheres nuas de Porto Alegre – Bol, 13.11.14

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 IMAGENS DA REVOLTA

 ARevoltaDasPeladonas20141030-01As pioneiras da Revolta das Peladonas surpreenderam a todos

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ARevoltaDasPeladonas20141030-02Vistas como um perigo à ordem estabelecida, muitas peladonas foram presas

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ARevoltaDasPeladonas20141106-01Cada vez mais ousadas, as peladonas desafiavam abertamente a lei

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Impotentes diante de tantas peladonas, os homens tiveram que aceitar as reivindicações por direitos iguais

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SOBRE NUDISMO E NATURISMO

Naturismo-02aO nudismo é uma prática integrada no conceito mais vasto de naturismo que consiste na não utilização de vestuário para actividades recreativas em ambiente social. A nudez total é vista como uma forma de contacto com a natureza e sem conotações sexuais ou morais de modéstia. A prática do nudismo poderá ser efetuada em praias, lagos, piscinas ou outros espaços – usualmente ao ar livre – normalmente em áreas designadas para o efeito. (fonte: Wikipedia)

O naturismo (não confundir com naturalismo) é um conjunto de princípios éticos e comportamentais que preconizam um modo de vida baseado no retorno à natureza como a melhor maneira de viver e defendendo a vida ao ar livre, o consumo de alimentos naturais e a prática do nudismo, entre outras atitudes. (fonte: Wikipedia)

Federação Brasileira de Naturismo

Corte Europeia rejeita pedido de andarilho britânico de caminhar nu – Folha de São Paulo, 28.11.14

 

SOBRE FEMINISMO E SEXUALIDADE FEMININA

AsCiclistasOrgasticasDaColombia-01aAs ciclistas orgásticas da Colômbia – Ciclistas usam a energia de seus orgasmos para vencer corridas

Os apuros do homem feminista – Minha busca por relações igualitárias foi dificultada também porque muitas mulheres, mesmo oprimidas, preferiam relações baseadas no velho modelo machista

As fogueiras de Beltane – A sexualidade sem culpa de uma sacerdotisa pagã

O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas – uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

A noiva lésbica de Cristo – Se hoje a sexualidade feminina ainda apavora a mentalidade cristã, no século 17 ela era algo absolutamente demoníaco

A torta de chocolate – Sexo e chocolate. Para muita gente as duas coisas têm tudo a ver. Para Celina era bem mais que isso…

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990) – Um livro belo e libertador, que celebra o sagrado na sexualidade

Lola Benvenutti e a coragem de viverA única salvação possível é sermos quem verdadeiramente somos. Parabéns, Lola, por sua coragem e autenticidade

O mistério da cearense pornô da California – Uma artista linda e gostosa, intelectual e transgressora, que adora perversões e, entre uma e outra orgia, luta pela liberação feminina

A entrega – Memórias eróticas (Toni Bentley, Editora Objetiva/2005) – A ex-bailarina filosofa sobre sua profunda experiência de amor e salvação pela submissão no sexo anal

Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino – Livro de contos e crônicas sobre a mulher

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COMENTÁRIOS
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01- Imaginação fértil Ricardo Kelmer. rsrsrs Mas pelo o que anda acontecendo, é bem provável que vá ser assim mesmo e aí a gente volte ao “paraíso”. Renata Kelly, Fortaleza-CE – nov2014

02- kkkkkkkkkkkkkkk adorei! Marici Silva, São Paulo-SP – nov2014

03- kkkkkkkkkkkkk! ótimo texto! Diana Sulamericana, Fortaleza-CE – nov2014

04- Muitoooo booommm!! Sergio Santos!! Leia isto!! E a sua cara!! Jane Arruda de Siqueira, São Paulo-SP – nov2014

ARevoltaDasPeladonas-01a


 


A grana do lanche

05/11/2014

05nov2014

A jovem advogada Dinorah descobriu que gosta de fazer sexo por dinheiro, e agora vive um dilema: afinal, ela é ou não é uma puta?

Este é um dos contos do livro recém-lançado Indecências para o Fim de Tarde (Editora Escrituras, selo Arte Paubrasil). Ele será publicado nesta postagem em 10 capítulos até 30.11.14. Os leitores que comentarem durante esse período concorrem ao sorteio de 1 livro impresso + 1 livro em PDF com dedicatória personalizada. Mesmo que você não goste de algo na história, para mim será muito útil acompanhar suas impressões durante a leitura.

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A GRANA DO LANCHE

cap. 1

DINORAH É UMA MOÇA BONITA, mas nada que chame demais a atenção. Tem vinte e cinco anos, faz o tipo mignon, pele clara, cabelo loiro ondulado na altura dos ombros, olhos castanhos, enfim, é uma dessas garotas que você vê aos montes nas tardes dos shoppings. Vive na capital, classe média alta, mora com os pais, não trabalha, abandonou Administração e agora cursa Direito numa faculdade particular. Desde a primeira vez, aos dezesseis anos, transou com onze caras, e também com a Pati, que depois se tornou a melhor amiga. E namorou um cara por quatro anos. O namoro terminou e é nesse ponto que encontramos Dinorah, solteira, numa mesa do café do shopping, olhando para uma nota de cem reais. E dizendo baixinho para si mesma: Eu não sou puta, eu não sou puta…

Esta é a nossa menina. Permita-me chamá-la assim, nossa menina, porque acho que combina com seu jeitinho quase infantil, e porque tenho a impressão que você também vai gostar dela. Mas por que Dinorah está repetindo para si mesma que não é puta? Porque horas antes ela conheceu um cara ali mesmo no café e… Bem, é melhor contar do começo.

Às sextas, após a última aula da tarde, Dinorah costumava passar no shopping que fica pertinho da faculdade para tomar um capuccino. Numa dessas sextas, ela viu um cara numa mesa próxima, tipo quarentão charmoso, de camisa social, gravata, paletó pendurado no encosto da cadeira, a pasta do tipo executivo ao lado no chão. E ela? Vestidinho estampado, sandalinha, mochila, cabelo preso. Os dois sozinhos. Ela achou o cara interessante, e ficou atiçadíssima quando ele ergueu a xícara de café, olhando para ela, e sorriu. E ela sorriu também. Logo depois ele estava em sua mesa e ela já sabia que o quarentão se chamava Carlos, morava em outra cidade, era executivo de uma empresa e uma vez por mês ia à capital a trabalho, era separado e não tinha filhos. Pelo menos foi isso que ele dissera.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa e ela disse que não bebia, o que era verdade. Enquanto ele pedia outro café, Dinorah sentiu que uma ideia instigante nascia em sua mente… Não, talvez não fosse na mente. Ideias podiam nascer entre as coxas? Se podiam, aquela definitivamente nascera lá. Aquele cara era um desconhecido, não era tão bonito mas era interessante, parecia ser confiável e estava abertamente a fim dela, e ainda morava em outra cidade… Transar com um desconhecido. Por que não?, pensou nossa menina, e agora a ideia tomava conta de seu corpo inteiro, feito uma onda de calor gostoso.

É, por que não, ela continuava pensando, e a ideia se tornara uma sensação que ficava cada vez mais excitante. Sexo sem compromisso, um cara mais velho, depois tchau, cada um segue sua vida, isso combinava com a sexta, sexta era um dia bom para experimentar coisas novas. Sim, decidiu Dinorah. Daria para ele, sim, bastava ele querer. Mas não gostou do nome, Carlos era sem graça. Executivo era mais sexy.

Do que você gosta, Executivo, posso te chamar de Executivo?, ela perguntou, disposta a mudar logo o papo para rumos menos formais. E ele respondeu que podia, e emendou, meio sério, meio insinuante: Gosto de garotas da sua idade. Dinorah sorriu, surpresa, uau, ele não perde tempo. Melhor assim, ela não estava mesmo a fim de muito papo. Posso te chamar de Loirinha?, ele quis saber. Pode, respondeu ela, gostando daquele joguinho. Do que você gosta, Loirinha? Ela decidiu que era hora de passar o ponto de não retorno: Gosto de caras que gostam de garotas da minha idade.

Quando a garçonete trouxe a conta, ela quis pagar sua parte, mas ele, delicadamente, perguntou se ela ficaria chateada se ele pagasse tudo. Se fosse uma situação normal, Dinorah ficaria, sim, ela acha que mulher tem que dividir a conta, principalmente ela que ganha uma boa mesada dos pais. Mas aquela não era uma situação normal, e ele pagar tudo combinava com a situação, um executivo bancar uma noite de prazer para uma jovem estudante safadinha. Não, Executivo, não vou ficar chateada, muito pelo contrário…

Menos de uma hora depois, Dinorah estava no motel com Executivo. Um desconhecido, um cara mais velho, experiente, isso era muito interessante e ela sentia-se bem safada. Executivo tinha um pau grande, mas ele a fodeu com cuidado para não machucar. Superexcitado, ele lambeu e chupou todas as partes de seu corpo, comeu-a em várias posições e gozou com ela montada nele, e ele sempre chamando-a de loirinha gostosa, loirinha safada…

No fim, após pagar a conta, Executivo perguntou-lhe se tinha gostado e ela respondeu que sim, e estava sendo 99% sincera, pois, embora sem orgasmos, ela tivera muito prazer. O 1% restante era porque ela achava que poderia ter se soltado um pouco mais. Ele deu-lhe seu cartão e disse que dentro de um mês estaria de volta.

Já no táxi, ele se ofereceu para deixá-la em casa, mas ela disse que preferia voltar para o shopping pois queria fazer um lanche. Seguiram pelas ruas em silêncio. Dinorah sabia que não o procuraria novamente, já havia realizado seu desejo safadinho, mas sentia-se bem e não via a hora de contar tudo para a amiga Pati, com quem adorava dividir suas confidências mais sórdidas. Quando o táxi parou em frente ao shopping e ela se preparava para abrir a porta do carro, Executivo pôs em sua mão, discretamente, uma nota de cem reais. Ela olhou para a nota, sem entender. É pro lanche, ele explicou, sorrindo calmamente, aceite, Loirinha, por favor. Confusa, ela pôs a nota dentro da mochila e desceu.

Numa mesa do café, Dinorah agora observava a nota de cem em suas mãos. Ainda podia sentir o pau do Executivo dentro dela, sua buceta latejando… Era para estar feliz, afinal a transa fora boa, o cara a tratara bem… Mas e aquela nota de cem? Por acaso ele achava que ela era uma puta? E, se achava, então valia cem pilas? Aquilo era muito ou pouco?

Pediu outro capuccino, mas bebeu sem vontade. Decidiu ir para casa, não se sentia muito bem. Entrou na sala e seus pais assistiam a um programa religioso na tevê. Beijou a mãe, beijou o pai e sentou-se com eles no sofá. Tudo bem, filha?, perguntou o pai. Ela respondeu que sim, só estava um pouco cansada. Tem lasanha no micro-ondas, avisou a mãe. Ela respondeu que estava sem fome e foi para o quarto. Sentada na cama, sentia-se um tanto angustiada. É pro lanche, Executivo dissera. Mas um lanche não custava tudo aquilo. Na verdade, com cem reais ela poderia jantar num ótimo restaurante, vinho incluído. Assim sendo, era óbvio que não dera o dinheiro para lanche nenhum. Ele havia lhe pago pelo sexo, era óbvio.

Eu não sou uma puta, falou para si mesma mais uma vez, e dessa vez amassava forte na mão a nota de cem. Que merda, como os homens podiam ser tão insensíveis? Levantou da cama e foi ao banheiro, controlando-se para não chorar. Por que ele tinha que estragar tudo? Fez um bolinho com a nota e jogou no vaso sanitário. Eu não sou uma puta. Ao contato com a água, a nota abriu-se e ficou boiando, como se olhasse para ela, duvidando do que ela dizia. Eu não sou uma puta e nem preciso dessa grana escrota, murmurou, a voz abafada pelo som da descarga.

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AGranaDoLanche-06acap. 2

NOS DIAS QUE SE SEGUIRAM, Dinorah ruminou sobre o assunto. Não estava arrependida, mas… havia a questão dos cem reais. Será que ele realmente achava que ela era puta? O que teria pensado, que naquela sexta, em vez de faturar, a puta decidira transar com um cara qualquer sem cobrar, e que coincidiu de ser ele? Mas, se fosse isso, por que ainda assim lhe dera dinheiro? Que merda, Dinorah não se conformava. Será que uma mulher não tinha o direito de trepar com um desconhecido sem ser confundida com uma puta?

No espelho do armário, nossa menina observou-se dezenas de vezes, virando de lado, fazendo poses. Será que tinha jeito de puta? Não, não podia ser isso, ela era uma garota normal, vestia-se como suas amigas e não exagerava na maquiagem. E, além do mais, tinha ódio dessas meninas muito fáceis, e sempre fora convictamente monogâmica em todos os seus relacionamentos.

Contou tudo para Pati. Desencana, respondeu a amiga, você não é puta, e o cara quis apenas ser gentil. Mas Dinorah não desencanou. Pesquisou sites de prostituição, olhou as fotos das garotas de programa, viu que a maioria cobrava mais que cem reais. Como Executivo podia achar que ela era uma daquelas mulheres?

Na última sexta do mês ela terminou o almoço no restaurante da faculdade e decidiu não ir às aulas da tarde, estava ansiosa demais, não conseguiria se concentrar. Botou os livros na mochila e foi para o café no shopping. Sentou-se em sua mesa predileta, pediu um capuccino e esperou. Meia hora ela esperou. Uma hora. Quase duas horas depois Executivo chegou, vestido do mesmo jeito, o paletó aberto, a pasta de executivo, e logo que entrou, percebeu sua presença. Posso sentar?, ele perguntou, simpático. Parecia contente em revê-la. Ela não conseguiu sorrir. Mas fez que sim com a cabeça e ele sentou.

– Cara, vou ser bem direta e quero que você seja sincero, tá? Por que você me deu aquela grana? Você acha que eu sou puta?

Ensaiara cuidadosamente aquelas exatas palavras durante as duas horas em que esperou por ele. Mas não falou nada disso. Porque simplesmente era uma questão que não tinha mais importância. Bem, na verdade ainda tinha importância, sim, mas de um outro modo… Saíra mais cedo da faculdade para garantir que o encontraria, e queria reencontrá-lo para tirar a limpo a história dos cem reais, sim, mas… algo nela havia mudado durante aquelas duas horas. Uma ideia estranha sobrevoava seus pensamentos, tão estranha que não ousava admiti-la… Mas de uma coisa ela sabia: queria transar novamente com aquele cara.

Uma hora depois, no motel, sob o peso do corpo dele, Dinorah gemia de prazer. Não era exatamente tesão pelo Executivo que sentia, e não era apenas tesão por estar sendo fodida por um quase desconhecido às cinco da tarde num motel, enquanto suas colegas assistiam aula de Direito Processual. Sim, tudo isso era excitante, porém enquanto ele metia firme em sua buceta e segurava suas pernas escancaradas na posição do frango assado, e ela assistia a tudo pelo espelho do teto, nossa menina fechou os olhos e imaginou os dois voltando para o shopping… Imaginou o táxi parando, os dois no banco de trás e… E o quê? A imagem seguinte parou um segundo antes de surgir em seu pensamento, esperando sua autorização. O táxi chegando no shopping, parando e… e…

Sem esperar mais pela autorização, a imagem que faltava invadiu de vez seu pensamento. O táxi para no shopping, Executivo abre a carteira, tira uma nota de cem e entrega a ela. Enquanto a imagem congelava em sua mente, ela recebendo o dinheiro no táxi, e na cama Executivo metia fundo em sua buceta, Dinorah gozou, de um jeito que nunca havia gozado antes, tão intenso que parecia que não ia acabar mais. E quando enfim acabou, na verdade não havia acabado: ela o abraçou com as pernas, puxando-o forte contra seu corpo e exigindo que ele continuasse a meter, e gozou novamente, outra vez intenso, uma coisa louca.

Pouco tempo depois, o táxi parou no shopping. Executivo deu-lhe um beijo no rosto e disse que no mês seguinte estaria no mesmo lugar novamente. Ela apenas sorriu. E aguardou quieta, sentada ao lado dele, as pernas juntas, mochila ao colo. Como nada aconteceu, ela aproximou a boca de seu ouvido e perguntou baixinho: Você não tá esquecendo nada? Ele pensou por alguns segundos, até que finalmente compreendeu. Então abriu a carteira, tirou uma nota de cem e deu para ela. Dinorah guardou-a na mochila, disse obrigado, abriu a porta e saiu. Instantes depois, no café, tomou o capuccino mais gostoso de quantos já tomara em toda sua vida.

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NA SEMANA SEGUINTE, Dinorah marcou com Pati num barzinho, queria contar sobre seu segundo encontro com Executivo. Ela adorava sair com a amiga, apesar de Pati, morena do tipo gostosona como era, sempre atrair todos os olhares disponíveis do ambiente. Na noite em que se conheceram, numa festinha quatro anos antes, Pati beijava um cara e convidou Dinorah a se juntar a eles. Dinorah riu, pensando que aquela garota devia ser muito louca. Mas pensou por que não e aceitou. O beijo ficou triplo e eles terminaram na cama. No dia seguinte, já eram amigas.

Nossa menina chegou ao barzinho e viu a amiga bebendo no balcão com um homem. Ao ver Dinorah, Pati deixou-o lá sozinho e foi abraçá-la.

– Você vai dispensar aquele gato? – Dinorah perguntou.

– Dei pra ele ano passado. Deixa o gato ficar com mais vontade.

– Pati sempre arrasando os corações…

Sentaram-se numa mesa, e Dinorah contou o que acontecera na sexta anterior.

– Você cobrou pra transar, sua danadinha! – Pati comentou, surpresa.

– Eu não, só queria a grana do lanche. E nem precisava tanto.

– Mas você falou pra ele que era pro lanche?

– Não.

– Humm. Então agora ele vai achar que você cobrou pelo sexo.

– Talvez eu tenha cobrado mesmo.

‒ Talvez ou cobrou? Decida-se, Dinorah.

‒ Antes eu estava realmente superencucada, mas admito que, na verdade, eu estava achando excitante a ideia de ser paga pra transar. Nessa segunda vez, isso ficou claro pra mim.

– O nome disso não é prostituição, amiga?

– Ou será um fetiche?

– Você acaba de inventar o fetiche remunerado.

– Você também sai com os caras, Pati, eles te levam no carro deles, te pagam barzinho, restaurante, motel… É a mesma coisa, não? No meu caso, foi uma grana pro lanche.

– Tá bom, você venceu. Mas você por acaso gastou a grana com lanche?

– Não. Mas podemos gastar agora. Vamos pedir o quê?

– Ai, amiga, você não existe!
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AGranaDoLanche-06acap. 4

NÃO POSSO SER UMA PUTA, pensava Dinorah, sentada diante de seu guarda-roupa, porque puta nenhuma no mundo teria um guarda-roupa tão comportado. Porém, ser paga para transar, ah, isso tinha que admitir: era uma delícia. Nem o preço importava, o dinheiro em si não era importante, ela não precisava dele. Importante era ser paga. Lembrou da segunda transa, de como foi bom, do quanto se excitou imaginando que logo depois seria paga… Será que as putas também sentiam aquele mesmo tipo de excitação gostosa, aquele frenesi de saber que o homem à sua frente dispõe-se a gastar uma grana para estar dentro dela?

Decidiu dar um passo adiante em seu fetiche. Quando, no fim do mês, reencontrou Executivo no shopping e foram novamente para o motel, dessa vez ela fez diferente. Tirou a roupa, ficou inteiramente nua e pediu que ele se encostasse na bancada, o que ele fez. Ela ajoelhou-se no chão, abriu sua calça, pôs o pau para fora e o acariciou, vendo-o crescer rapidamente em suas mãos até ficar imenso e inteiramente rijo. Passou a língua devagar por toda sua extensão, beijou-o delicadamente na ponta e, um instante antes de começar a chupá-lo, parou de repente. Ergueu o rosto e olhou para ele. E falou, calmamente: Hoje eu quero adiantado.

Surpreso, Executivo abriu os olhos. Durante alguns segundos os dois se olharam em silêncio, o pau dele, duro e latejante, a um centímetro da boca de nossa menina, feito uma lança paralisada em pleno voo. Executivo sorriu e disse que aquilo não era problema. Ainda encostado na bancada, pegou a carteira, tirou uma nota de cem reais e entregou a ela. Dinorah pôs a nota sobre a cama e voltou à sua posição de joelhos. Segurou Executivo pelas coxas e começou a chupá-lo, fazendo exatamente como num vídeo erótico que vira aquela semana, engolindo o máximo que podia até senti-lo na garganta, até engasgar-se e lágrimas descerem por seu rosto, e depois voltando lentamente até a ponta da cabeça, sem deixar em nenhum momento de envolvê-lo totalmente com os lábios, sem usar as mãos, e repetindo o movimento cada vez mais rápido.

Pouco depois, ela percebeu que as pernas do Executivo tremiam e ele se apoiava na bancada com os braços. Ela o escutou gemer mais forte e logo depois sentiu o jato de sêmen em sua boca, um gosto de doce e salgado, morno, quase quente, que ela saboreou e engoliu. Depois afastou a boca e dirigiu o resto do jato para seu rosto, e com a outra mão espalhou o líquido pelas duas faces, pela boca, pelo pescoço, pelos peitos. Enquanto Executivo dobrava-se para trás, Dinorah, ainda ajoelhada e toda lambuzada de sêmen, olhava para a nota de cem sobre a cama e maravilhava-se de ser a mulher mais suja e feliz do mundo.

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DIAS DEPOIS DO TERCEIRO ENCONTRO com Executivo, Dinorah conheceu Bruno num bar, e o interesse foi mútuo. Ela, porém, não queria namorar, estava adorando a vida de solteira, e não cogitava interromper os encontros com Executivo. Mas Bruno insistiu, e uma noite transaram no apartamento dele. No dia seguinte, ela disse que não queria namorar, mas que topava ficar com ele, e assim foram ficando, ficando, até que um dia ela percebeu que estavam se relacionando como namorados. E decidiu deixar a coisa como estava.

Pouco mais velho que ela, Bruno administrava os postos de gasolina do pai, era rico e morava numa cobertura. Com ele o sexo até que era bom, mas… sempre faltava um algo mais. Ou ela é quem andava muito exigente? Sim, talvez fosse isso. As transas com Executivo haviam despertado seu lado selvagem, e com Bruno ela não se sentia sexualmente completa.

Uma noite, durante um fim de semana que passavam na serra, ela percebeu que havia putas na pracinha próximo ao hotel. A visão das garotas se oferecendo aos homens a fez sentir-se especialmente tarada naquela noite. Foram para o quarto do hotel e ela pediu que ele entrasse depois, exatamente cinco minutos depois. Bruno topou a brincadeira e quando entrou, ela estava nua, de quatro sobre o sofá, e o chamava: Quero que você me coma aqui. Bruno perguntou se ela não gostaria de tomar um banho antes. Não ‒ foi sua resposta, enfática. Pouco depois, enquanto Bruno satisfazia sua vontade, ela, gemendo alto de prazer, pediu que ele a chamasse de puta. Ele não chamou, e ela insistiu e insistiu, até que ele obedeceu. Mas o puta dele foi tão sem ênfase que ela não aguentou:

– Me chama de puta, porra, de puta safada! Vai, me chama, porque é isso que eu sou mesmo, uma putinha vagabunda! Eu sou muito putaaaaaaa!!!

E foi assim que ela gozou, o namorado comendo-a de quatro no sofá e ela berrando que era puta, para desespero dele, preocupado com o escândalo. E, apesar de Bruno nunca participar do texto exatamente como ela queria, assim passaram a ser seus melhores gozos, ele metendo nela de quatro e ela gritando que era puta, muito, muito puta.
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OS ENCONTROS COM EXECUTIVO se sucediam, sempre na última sexta do mês, quando ele ia à capital. Encontravam-se no café do shopping e seguiam para o motel. Quase não se falavam, não era necessário. Dinorah não queria saber sobre a vida dele e ele não tinha interesse pela vida dela – tudo que queriam era sexo. Os cem reais do lanche, Executivo pagava adiantado, logo que chegavam ao motel. A nota, Dinorah fazia questão de deixá-la à vista, e adorava ser fodida olhando para ela.

Era uma puta? Ou tudo aquilo era apenas uma fantasia? Ela ainda se perguntava isso. E ainda não sabia a resposta. Sempre escutara que o motivo das mulheres virarem putas era a falta de perspectivas ou os problemas familiares. Ela não tinha nenhum problema sério, levava uma vida confortável, tivera educação religiosa e mantinha uma ótima relação com seus pais. Não tinha motivo para querer ser uma puta. Bem, na verdade tinha um, sim: o fetiche de ser paga. Será que alguma outra mulher já havia virado puta pelo mesmo motivo?

Pelo sim, pelo não, nossa menina decidiu dar uma renovada no guarda-roupa. Comprou roupas novas, uns vestidos mais justos, umas calcinhas mais safadas. E comprou um vestidinho branco colante que jamais pensou que teria coragem de usar. Usou-o a primeira vez com Executivo. Enquanto o aguardava no café, sentiu que os homens a devoravam com o olhar. Era a primeira vez que era olhada daquela forma tão explícita. E era um delícia. Executivo adorou o vestido e pediu que ela o vestisse sempre, e sem calcinha, no que foi atendido. Não tem sempre razão, o cliente?

Executivo nunca lhe perguntou se ela de fato usava o dinheiro para lanchar. Ele apenas pagava e pronto, e Dinorah apenas recebia e transava que nem uma puta, ou pelo menos como achava que uma puta transava, com muita vontade. Passou a ler bastante sobre prostituição, devorando tudo que encontrava sobre práticas sexuais e preferências masculinas. Via vídeos na internet e depois praticava com, digamos assim, seu cliente.

– Cliente? É assim que você tá chamando o cara? – perguntou Pati, rindo da amiga. – Então você já assumiu a putice.

– Existe puta de um homem só?

– Se não existia, agora existe.

– Se ele me vê assim, pra mim tanto faz.

– Então deixe de ser besta e cobre mais, amiga.

– Ah, Pati, não é pela grana, é pelo prazer.

– Prazer tem esse cara. Conseguiu uma putinha bonita, classuda, futura advogada, que dá pra ele por cem pilas. Mixaria. Eu cobraria mais, na boa.

– Mas você é gostosona, Pati, tem peitão, bundão. Eu sou normal.

– Mas fode bem, não fode? É disso que os caras gostam.

Sim, fodia bem. Executivo que o dissesse. A cada vez Dinorah se soltava mais e vivia mais verdadeiramente seu fetiche de ser puta. Não importa se você tem prazer, aconselhava uma prostituta num livro de memórias, faça-os crer que tem e eles adorarão isso, e você terá real prazer por vê-los tão felizes. Interessante, pensou ela, matutando sobre esse trecho. Com Executivo, ela não precisava fingir, pois realmente sentia prazer. E sentia prazer não apenas físico, mas também em descobrir que aquela experiência lhe permitia explorar intensamente sua sexualidade, sem qualquer tipo de culpa, e isso era maravilhoso. Passou a adorar que ele gozasse em sua boca: ela engolia tudo e queria mais, sinceramente sedenta do jorro de sêmen. Aprendeu também a fazer anal, a receber o pau dele inteiro em seu cu, e se no início doía, depois passou a gostar e um dia foi assim que gozou, sentada sobre Executivo, o pau dele totalmente enterrado em seu cu, e ela subindo e descendo feito uma louca descabelada, transtornada pela sensação de estar sendo absolutamente preenchida por trás… e ainda ser paga por isso. Ah, era muita felicidade.

E o namoro com Bruno? Ia do mesmo jeito. Fora da cama se entendiam muito bem, saíam, bebiam e iam a festas, mas no sexo ela continuava um tanto insatisfeita. Sim, tinha prazer com ele, e ele com ela, mas com Bruno não conseguia ser a puta que sentia ser. Sexo anal, por exemplo, ele se recusava a fazer, dizia que era nojento, e ela não se conformava com isso.

Uma noite, enquanto viam um documentário sobre prostitutas na TV, Dinorah comentou que elas eram muito corajosas por trabalhar na rua de madrugada. E Bruno respondeu que elas não eram corajosas, eram doentes. Ela argumentou, dizendo que aquele era o trabalho delas, mas ele disse que era um trabalho de gente doente, e que quem pagava também era doente. Aquilo atingiu nossa menina em algum ponto sensível, era como se Bruno estivesse falando dela, e ela não era doente. Depois desse dia, Dinorah achou mais prudente não tocar no assunto. E deixou de gritar que era puta quando ele a comia de quatro. Uma pena, pois era o prazer mais gostoso que tinha com ele.
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UM DIA DINORAH RECEBEU a notícia que menos esperava. Após a transa, ainda no motel, Executivo lhe disse que um novo gerente assumiria seu lugar na empresa e que, por isso, ele não iria mais à capital. Aquela, portanto, era a última vez que se viam. Dinorah escutou em silêncio, sem conseguir acreditar. Ficou arrasada. Quando chegaram de volta ao shopping e ele lhe estendeu a nota de cem, ela olhou para ele com desdém e disse: É por conta da casa. E saiu.

Foi como se de repente lhe puxassem o chão de seus pés. De uma hora para outra ela perdia sua fantasia. Fantasia? Não, era mais que isso, e só agora ela se dava conta do quanto realmente precisava daquilo em sua vida. Ser puta não era só fantasia, era uma parte de sua vida que não podia mais ignorar. Foram treze meses lindos, treze encontros com Executivo onde aprendeu mais sobre sexo que em todas as suas experiências anteriores. Se dependesse dela, aqueles encontros nunca teriam fim.

E agora?, ela se perguntava, inconformada. Agora tinha apenas seu namorado, que não percebia o que ela era. Dinorah virou-se na cama, sem sono, e conferiu no relógio as três horas da madrugada. Puta. E pela milésima vez pensou no significado daquela palavra.

Dias e dias de tristeza, noites e noites mal dormidas. Dinorah não se conformava em ter sido abandonada. Até que um dia, quando já não suportava mais, entrou em contato com Executivo e perguntou se poderia visitá-lo em sua cidade uma vez por mês. Ela iria por conta própria, ele não precisaria se preocupar com nada. Mas Executivo disse que não seria possível.

– Por favor, você é meu único… cliente – ela completou a frase, e não se surpreendeu com o que dizia.

– Você vai conseguir outros, Loirinha, você é ótima.

– Você acha caro? Posso fazer por cinquenta.

– Obrigado, mas…

– Faço por dez reais, você quer?

– Loirinha, por favor…

– Um real.

Silêncio. Dinorah esperava ansiosa pela resposta. Acabara de pedir um real para transar. A puta mais barata do mundo.

– Você vai me cobrar um real? Tá falando sério?

– Sim.

– Como você pode cobrar um real por um programa?

– E como você pode não querer?

– Eu realmente não entendo.

– Não tente entender. Apenas aceite, por favor…

Novo silêncio. Dinorah sabia que havia ido longe demais. Mas era sua última cartada.

– Desculpa, Loirinha, não vai dar.

É, não deu. Executivo realmente não estava mais a fim. Ele, porém, disse que falaria com o gerente substituto, talvez se interessasse. Você promete?, perguntou nossa menina, um brilho de esperança acendendo-se em seus olhos. Ele prometeu.

Os dias seguintes foram de uma terrível expectativa. Ficou difícil prestar atenção às aulas. Passou a se irritar com qualquer coisa que Bruno dizia, e o sexo com ele, que já não era essas coisas todas, foi rareando até que ela perdeu de vez a vontade. Preocupado, ele perguntou o que estava acontecendo e ela desconversou, dizendo que estava concentrada nas provas da faculdade. Até mesmo a mãe percebeu algo errado, e para ela Dinorah disse que o problema era o namoro, que não ia bem. Para Pati, porém, contou a verdade, e a amiga sugeriu que fosse franca com Bruno e revelasse sua tara secreta.

– Ele me larga na mesma hora – Dinorah respondeu.

– Você arruma outro rapidinho, sua boba.

– Que homem iria aceitar isso, Pati?

– É. Só um cafetão mesmo.

– Cafetão eu não quero.

‒ Qual é o problema? Se alguém te arruma cliente, é justo que ganhe comissão.

– Eu sei que é justo. Mas não quero mais gente envolvida, entende?

‒ Então reza pro novo gerente gostar de você.

Um mês depois, o celular de Dinorah tocou. Era o novo gerente. Ele estava na capital e queria conhecê-la. No dia seguinte, uma sexta, ela pôs o vestidinho branco, sem sutiã e sem calcinha, e foi encontrá-lo no bar do hotel onde ele se hospedava. Chamava-se Jaques, era mais novo que Executivo e era um cara muito bonito. Ele disse que seu colega havia falado bem dela e que estava interessado.

– Ele te falou como é o meu esquema?

– Sim, Loirinha. Cem reais adiantados, né?

– Isso mesmo.

– Fechado. Vamos subir pro meu quarto?

– Você decide, Chefinho. Posso te chamar assim, você tem jeito de Chefinho.

E assim foi. Naquela noite, no décimo quinto andar do hotel, Dinorah foi novamente puta, agora com um novo cliente. Ele pagou adiantado, ela pôs o dinheiro sobre a mesinha ao lado e falou: Agora deixa tua putinha te chupar, Chefinho. E abriu a calça dele, recebendo em sua boca o pau do novo cliente, e nessa noite ela entendeu que os clientes de uma puta eram diferentes, uns mais cuidadosos, outros mais rudes. Aquele era do tipo rude. Não tinha o pau grande como o de Executivo, mas era um tanto indelicado, o que não a impediu em nada de sentir-se feliz, afinal estava novamente fazendo o que adorava fazer, estava outra vez transando por dinheiro. E dessa vez havia algo de muito especial: era a primeira vez do cliente, e era preciso fidelizar a clientela. Quer comer meu cu, Chefinho, é oferta especial da casa, ela perguntou, manhosa. E Chefinho quis, sim, e a pôs de quatro e a enrabou com violência, puxando seu cabelo, e Dinorah, mesmo sentindo-se rasgada por dentro, deleitou-se ao observar-se no espelho ao lado, parecia uma cadela devassa, e bem à sua frente, sobre a cama, os cem reais do lanche, mais belos que nunca.
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A VIDA VOLTOU AO NORMAL para Dinorah. As aulas voltaram a ser o que eram, a irritação com Bruno sumiu e até o sexo com ele ficou mais interessante. Bem, não tão interessante como com Chefinho, é verdade, que, diferente de Executivo, ia à capital duas vezes por mês. E sempre que ia, procurava Dinorah. E ela não recusava, o que a obrigou a ter o dobro de cuidado para que Bruno não desconfiasse.

Um dia, Chefinho disse que queria sexo a três, e perguntou se ela por acaso não tinha uma colega. A ideia não a agradou muito, mas não podia perder o novo cliente. Ela disse que falaria com uma amiga. A amiga era Pati, claro, a única que poderia topar aquela parada e, além disso, elas já haviam transado a três uma vez, não seria nenhuma novidade. Pati trabalhava como operadora de telemarketing para poder pagar a faculdade de Turismo e uma graninha extra certamente seria muito bem vinda. Além disso, era inteligente e descolada, saberia lidar bem com a situação.

– Ai, amiga, não sei se eu levo jeito pra puta.

– Ah, nem vem, eu sei que você gosta de uma boa putaria. E ele é lindo, você daria pra ele de graça.

– É rico?

– Acho que sim.

– Quanto a gente cobraria?

– Semana que vem ele volta. A gente marca um encontro e você negocia, que tal? Você é melhor que eu nisso.

Na semana seguinte, elas se encontraram com Chefinho no bar do hotel. Pati foi vestida com uma minissaia bem curta e um decote tão generoso que a cada dez segundos magnetizava o olhar abobalhado do Chefinho. Ele gostou dela, que se apresentou como Morena, e ofereceu duzentos.

– Pra cada uma, Chefinho? – perguntou Pati, à frente das negociações.

– Não, pras duas.

– Então nada feito.

Dinorah tremeu. Tudo que não podia acontecer era perder o cliente por ganância da amiga. Mas confiava nela.

– Quanto vocês querem?

– Quatrocentos é um preço justo.

– Tudo isso? Sua amiga cobra cem.

– Meu lanche é mais caro, Chefinho.

Dinorah suava. Conhecia bem Pati e sabia de sua personalidade forte e determinada. Determinada até demais. Talvez não houvesse sido uma boa ideia…

– Pago trezentos, Morena.

– Trezentos é o meu preço. Pague mais cem e terá duas meninas lindas e fogosas em sua cama.

– Você é tão competente quanto sua amiga?

– Se você não gostar, te devolvo a grana.

Dinorah aguardou nervosamente a resposta do homem. À frente dele, os peitos de Pati se ofereciam feito dois melões numa bandeja, e Chefinho, coitado, até se esforçava por não olhá-los, mas seus olhos inapelavelmente escorregavam para dentro do decote da Morena e a muito custo é que conseguiam sair de lá. Chefinho afrouxou o nó da gravata, deu um gole no uísque e falou, enfim, que o negócio estava fechado. Enquanto ele pedia a conta ao garçom, Pati piscou um olho para Dinorah, que sorriu aliviada.

Pati precisou devolver o dinheiro? Longe disso. As duas deram muito prazer ao Chefinho, uma de cada vez, as duas juntas, os três misturados, o pau na buceta da Loirinha e a boca nos peitos da Morena, Morena chupando Loirinha e Chefinho enrabando Morena… Duas horas depois ele estava esgotado, mas totalmente satisfeito com o dinheiro investido.

Quinze dias depois, Chefinho voltou à capital e a dupla Loirinha e Morena novamente compensou cada real pago por elas. Dinorah e Pati, grandes amigas e agora grandes parceiras do ménage à trois. Para Pati, além do prazer da putaria, que ela realmente gostava, havia agora seiscentos reais todo mês ajudando bastante no orçamento. Para Dinorah, alívio: o cliente estava garantido. E ainda ajudava a amiga. Tudo sob controle.

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A VIDA, PORÉM, RESERVAVA surpresas desagradáveis para nossa menina. Uma noite, três meses depois do início da parceria sexual com Pati, ao chegar à cobertura de Bruno, ela percebeu de imediato que algo não estava bem. Bruno recusou o beijo e disse que queria conversar. Sentaram-se no sofá, mas ele logo levantou-se e perguntou:

‒ Há quanto tempo você faz programa?

Dinorah tomou um susto tão grande que ficou muda.

‒ Não vai responder? ‒ ele insistiu.

Ela pensou em fingir que não sabia do que ele falava, mas percebeu que não conseguiria. E respondeu a verdade, que começara pouco antes de conhecê-lo. Ela podia ver a sombra da decepção em seus olhos, ele estava arrasado. Perguntou-lhe como descobrira e ele disse que dias antes um amigo a havia visto num bar com Pati e um homem, e os seguiu até o motel. Por quê, Dinorah?, Bruno perguntou. E ela nada respondeu. Por quê, Dinorah? E dessa vez ela respondeu a única coisa possível: Porque eu gosto.

O clima era horrível. A vontade era de levantar e sair correndo, mas ela sabia que não podia fugir assim daquele momento. Bruno tinha direito a um mínimo de consideração de sua parte.

– Não vai dar pra continuar.

– Desculpa, Bruno. Eu não queria que terminasse assim.

– Por isso você sempre defendia as putas. Você é uma delas.

Dinorah fechou os olhos. Ouvir aquilo daquela forma era doloroso. Mas…

– Você é uma doente, Dinorah.

Era doloroso, sim, mas foi nesse momento, confrontada com a acusação que sofria, que ela finalmente compreendeu. Não, não era doente. Era uma puta. Não era a sua profissão, mas gostava de transar por dinheiro, e isso era o bastante, não? Sim. Tinha alma de puta. Fosse fetiche, fantasia ou realidade, era isso que ela era: uma puta. Era puta, sim. De corpo e alma.

– Eu não menti pra você, Bruno. Te falei várias vezes que eu sou puta.

– Falou? Quando?

– Quando a gente transava.

– Mas… na transa não vale.

– É nesse momento que uma mulher revela suas melhores verdades, você não sabia?

Bruno não respondeu. Tinha os olhos marejados e olhava para um ponto qualquer no espaço. Dinorah sentiu pena dele, mas sabia que nada mais havia a ser feito. Caminhou até a porta, abriu e, após dezoito meses de um namoro que nunca deveria ter começado, saiu para sempre da vida de Bruno.

Naquela noite não conseguiu dormir, seu ser inteiro era um turbilhão de pensamentos e sentimentos. Por um lado, estava triste por Bruno. Não o amava, mas gostava dele. Como poderia ter sido diferente? Não, não poderia, ele jamais aceitaria sua condição. Por outro lado, sentia-se aliviada, pois agora finalmente não tinha mais dúvidas: ela era puta, sim. Transar por dinheiro era delicioso e não machucava ninguém, o que havia de errado nisso? Por que não continuar? E já que namorado nenhum a aceitaria, ela seguiria solteira mesmo, pelo menos enquanto sentisse prazer em ser puta.

Quando amanheceu e a claridade do dia invadiu o quarto, ela estava em paz consigo mesma, não mais havia conflito em sua alma. Então levantou e encontrou os pais na sala tomando café. Sentou à mesa e eles logo comentaram sobre o estado de espírito da filha. Ela riu e contou que estava novamente solteira. A mãe comentou que ela estava mais bonita, e que o namoro não estava mesmo fazendo bem a ela, e o pai lembrou que em poucos dias ela receberia o diploma de advogada, bola para frente, minha filha. Página virada, vida nova, ela respondeu, sorridente.

Após o café, calçou os tênis e, enquanto os pais saíam para a missa das oito, seguiu para o parque. Era um belo domingo ensolarado, ela pensou, perfeito para recomeçar a vida. Do parque mesmo ligou para Pati, para contar as novidades. Falou que ainda estava triste por Bruno, mas que se sentia muito feliz por ter finalmente assumido o que ela, de fato, era. E preveniu a amiga:

– Ele sabe que você também tá no esquema, Pati. Melhor a gente tomar cuidado.

– Eu não tô mais, Dinorah.

– Como assim?

– Eu ia te contar num momento mais oportuno… mas acho melhor resolver isso agora.

Dinorah sentiu um calafrio. O tom de voz da amiga a assustava.

– Mas… você estava tão animada. O que aconteceu, Pati?

– Eu e Jaques estamos namorando.

Ficou em silêncio. Pati e Chefinho namorando? Escutara direito?

– Viajo na próxima semana, já tô com tudo pronto. Vou morar com ele.

Não. Pati só podia estar brincando.

– É sério, Dinorah. Você vai ter que arrumar outro cliente.

– Mas… Pati…

– Desculpa, Dinorah. Boa sorte.

Ela escutou o som da ligação encerrada. Sentada no banco do parque, tinha a impressão que estava sonhando, que em breve algo aconteceria e ela, puff, despertaria. Mas nada aconteceu. Cinco minutos antes sorria feliz para o mundo, e agora estava totalmente sem chão. O namorado descobrira que ela era puta e o único cliente que tinha a abandonara para ficar com sua melhor amiga. Sem cliente, sem amiga, sem namorado, sem nada. Aquilo era a realidade, brilhando tão forte quanto o sol sobre sua cabeça.
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AGranaDoLanche-06acap. 8

UM MÊS DEPOIS, RECUPERADA DO BAQUE, Dinorah começou a estudar as possibilidades. Tinha vinte e sete anos, era agora uma advogada formada e trabalhava num importante escritório. Dois anos antes começara a transar por dinheiro e descobrira nisso o grande prazer de sua vida. Embora tivesse plena consciência de todos os riscos envolvidos, não estava disposta a abrir mão do prazer. Precisava fazer algo para continuar tendo sexo pago.

Mas o quê, exatamente? Bater ponto em alguma rua? Não, isso estava fora de cogitação, pois temia por sua segurança e nem podia tornar públicas suas atividades. Os bares dos hotéis pareciam ser uma opção interessante, mas desistiu quando descobriu que teria que deixar uma gorda comissão com os gerentes. Tudo de que precisava era um único cliente, só isso.

Optou pelo Pai Tomás, um bar de sinuca que era frequentado também por mulheres que faziam programa. Lá certamente não encontraria conhecidos. Escolheu um vestido discreto, chegou no bar cedo e sentou-se num banco do balcão. Pediu um suco. Enquanto reparava no ambiente, percebeu que um cara acenava para ela da mesa de sinuca. Um segundo antes de sorrir de volta, reconheceu o cara: era um conhecido da faculdade. Que merda, pensou Dinorah, assustada. Desanimada, levantou e foi embora.

No dia seguinte, pesquisou mais lugares e encontrou um bar num bairro distante. Talvez lá não topasse com conhecidos. De fato, não topou, mas os homens que o frequentavam eram feios e grosseiros, jamais transaria com eles, nem por pouco nem por muito dinheiro.

Não lhe agradava ter que anunciar-se em sites de garotas de programa, mas pelo jeito não havia opção melhor. Então criou coragem e ligou para um número que conseguira num dos tais sites. Era o telefone de um tal Dinho, o cara que fizera as fotos das garotas. A ideia era fazer fotos bonitas e sensuais como aquelas, mas ela posaria de máscara para não ser reconhecida. Um dia depois ela foi ao estúdio conversar com o fotógrafo. Dinho tinha cinquenta anos, era um profissional experiente e lhe pareceu um cara confiável. Ela explicou que queria as fotos para fazer uma surpresa ao namorado, e marcaram a primeira sessão de fotos para a semana seguinte. Ela comprou algumas peças de lingerie, luvas e apetrechos. E as máscaras, claro.

No dia marcado, lá estava nossa menina, nervosa mas decidida. Dinho a tranquilizou, dizendo que ela era uma mulher linda, de sensualidade natural, que não ia ser difícil fazer boas fotos, e que podiam explorar seu jeitinho de menina, misturando ingenuidade e malícia, e ela adorou a ideia. Ele explicou que no estúdio ficariam apenas ele e sua assistente, que o ajudaria na iluminação e na troca de roupa. Combinaram que naquela primeira sessão ela fotografaria vestida e que, na segunda sessão, com ela mais relaxada, fariam as fotos de nu. Ele perguntou se ela aceitava uma taça de vinho para relaxar, mas ela recusou. E assim, durante as três horas seguintes, Dinorah experimentou várias poses, fez caras e bocas e trocou muitas vezes de roupa. Ao fim, Dinho elogiou-a e disse que ela se saíra muito bem.

Três dias depois, fizeram a segunda sessão, e dessa vez Dinorah aceitou a taça de vinho, pois estava mais nervosa. Foi uma sábia decisão. O vinho a ajudou a relaxar e ela posou com muita naturalidade para a lente de Dinho, seminua e totalmente nua, e enquanto os cliques se sucediam, ela lembrava das noites com Executivo e Chefinho, e aquilo tudo a deixou num tal estado de excitação que teve ímpetos de se masturbar ali mesmo, na frente de Dinho e de sua assistente. Quando a sessão terminou, ela continuou deitada sobre as almofadas por algum tempo, nua e relaxada, curtindo as boas possibilidades com que o futuro lhe acenava. Acho que temos fotos maravilhosas, Dinho falou, você fotografa muito bem. Dinorah agradeceu o elogio e a assistente lhe entregou sua roupa.

Dias depois, ela voltou ao estúdio e gostou bastante das fotos, todas feitas com muito bom gosto. As máscaras lhe escondiam bem a identidade, e seu corpo parecia mesmo o de uma adolescente. Mesmo nua e em poses provocantes, alguém diria que aquela garota era uma puta?

Pagou o restante do acertado e levantou-se para ir embora.

– Seu namorado é um cara de sorte – Dinho disse. – Ele vai ter uma bela surpresa.

Dinorah parou e pensou um pouco. Por que mentir para ele?

– Na verdade, não tenho namorado.

– As fotos são pra algum trabalho?

– Ahn… Não. Sim.

Dinho sorriu, e pelo sorriso, Dinorah desconfiou que ele já havia entendido tudo. Sentiu-se desmascarada.

– Fique tranquila, Dinorah, sou um profissional e já tô acostumado com esse tipo de trabalho. Se quiser alguma dica de site, posso sugerir alguns muito bons.

– Na verdade… – ela começou a responder, sem jeito. – Eu não sou exatamente o que você tá pensando, Dinho.

Ele a olhou curioso. Ela reparou que ele tinha olhos pretos muito bonitos, como não reparara antes? Aliás, não eram apenas os olhos, ele era realmente um cara bonito e charmoso, aqueles cabelos grisalhos, o porte elegante…

– O que você é, então?

De repente, ela sentiu uma imensa vontade de contar tudo para ele. Sim, mal o conhecia, mas talvez ele pudesse realmente ajudá-la, quem sabe?

– Tem um barzinho legal aqui perto, quer ir comigo? – ele perguntou.

Meia hora depois, na mesa do bar, Dinorah abriu o jogo sobre sua fantasia de transar por dinheiro. Contou sobre os programas com Executivo e Chefinho, o namoro frustrado com Bruno, o lance com Pati e também sobre seus planos de usar as fotos para conseguir um novo cliente. Dinho escutou tudo em silêncio. Ao fim, ela falou:

– Tá surpreso, né?

– Admito que sim.

– Você acha que eu sou uma puta?

Dinorah fez a pergunta e esperou nervosamente pela resposta. Não que ela fosse mudar o que pensava a respeito de si mesma, pois quanto a isso já não tinha dúvidas. Mas saber o que Dinho pensava tornara-se de repente algo muito importante.

– Não sei o que você é – ele respondeu, olhando sério em seus olhos. – Mas se é uma puta, então é a puta mais linda e verdadeira do mundo.

Ela ficou pasma. Não esperava por uma resposta como aquela. Ele tocou seu rosto com delicadeza, aproximou-se devagar, como se dando tempo para que ela recuasse, mas ela não recuou, e ele a beijou na boca. Suas línguas se envolveram num beijo quente enquanto as mãos buscaram com sofreguidão o corpo do outro. Dinorah estava gostando de tudo: o jeito dele de beijar, as mãos firmes em seu corpo, o cheiro… Séculos depois, quando suas bocas se separaram, ele falou, ofegante:

– Quero te comer, Dinorah. Agora.

Ela adorou ouvir aquilo. Já ia dizer eu também quando ele completou:

– Te pago adiantado, como você gosta.

Ela quase riu. Não seria nenhum sacrifício dar de graça para aquele cara, mas já que ele queria pagar, mil vezes melhor.

– Você me paga no motel.

– Pode ser em meu apartamento? Moro na rua de baixo.

– O cliente manda.

E foram. O apartamento era um quarto e sala com decoração simples e uma pequena sacada. Dinho pôs Lovage para tocar e a levou para o quarto. E lá transaram até a exaustão. Quando Dinorah acordou, já estava claro, e Dinho dormia ao seu lado na cama. Ela o observou por alguns instantes, admirando sua excitante beleza de homem vivido, as marcas no rosto… Para quem tinha cinquenta anos, ele estava bem, e até aquela barriguinha era um charme. E o pau, molinho como estava, nem lembrava o pau grosso e inquieto que horas antes metia gostoso nela, invadindo-a de todas as formas, com uma mistura de delicadeza e violência que ela adorou. Ela levantou-se, pegou a nota de cem no chão, vestiu-se e saiu em silêncio para que ele não acordasse. No elevador, viu-se no espelho e riu de sua cara de boba. Ah, não, Dinorah, ela pensou, você não está apaixonada, não está, entendeu?
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ESTA SIM, ESTA NÃO, ESTA SIM, esta não, esta sim. A escolha das melhores fotos não foi difícil, havia várias muito boas, e logo Dinorah tinha as suas prediletas separadas num arquivo em seu computador. Faria ainda uma segunda triagem e depois escolheria os sites onde as publicaria. Sua intenção era atrair homens de outras cidades, seria menos arriscado. Mas faria isso no dia seguinte, estava muito cansada, o dia fora cheio, com aula de manhã e à tarde, e no dia seguinte tinha que acordar cedo. E, além disso, havia dormido pouquíssimo na noite anterior.

A noite anterior… Ela desligou o computador e ficou lembrando da noite com Dinho, no apartamento dele. Fora uma transa incrível, maravilhosa mesmo. Ele a comera de um jeito que ela jamais havia sido comida antes, nem por Executivo, nem por Chefinho, nem por ninguém. Comera-a com vontade, com tesão, ao mesmo tempo com violência e com doçura, ao mesmo tempo o beijo alucinado e o pau entrando e saindo com delicadeza, como era possível aquilo? E metera nela olhando fundo em seus olhos, tão fundo que ela de repente se perdia no olhar dele e o quarto sumia, tudo sumia, e ela sentia-se uma coisa só junto dele, um único ser, que transava consigo mesmo… Que coisa louca.

Será que ele fazia isso com as outras garotas que fotografava? Será que havia gostado dela? Ele tinha um jeito especial de olhar, como se a visse como realmente era, e ela se sentia nua quando ele olhava assim, mais nua que quando esteve sem roupa diante dele no estúdio. Ou ele olhava assim para todas? Ele era atraente, inteligente, devia haver muita mulher atrás dele. Por que estava solteiro?

Dinorah virou-se na cama, sentindo-se docemente envolvida pelas lembranças da noite que teimava em não terminar. Será que ele ligaria, querendo outro programa? Ou era do tipo que não se envolvia com clientes? E se ela mesmo ligasse, com a desculpa de que queria fazer mais fotos? Parecia uma boa ideia, ela pensou, mas logo repensou: Caramba, e por que eu faria isso? Não. Não e não. Melhor esquecer o cara e se concentrar no que tinha a fazer. Se ele quisesse ser seu cliente, ótimo, e se ele foi um cliente de apenas um programa, ótimo também. E assim nossa menina adormeceu, com a questão resolvida.

Doce ilusão. A questão voltou à estaca zero dois dias depois: no escritório, durante o intervalo para o lanche, ela viu uma mensagem dele: Quero te ver de novo. Quem disse que conseguiu se concentrar depois disso? Enquanto tentava organizar o material de um cliente sobre sua mesa, os pensamentos e as dúvidas voltaram à sua mente. Até que não aguentou mais, saiu da sala e dirigiu-se ao banheiro, trancando-se num box.

– Oi, Dinho. É a Dinorah.

– Que bom que você ligou. Podemos marcar um horário?

Ele quer outro programa, pensou Dinorah, subitamente feliz.

– Claro. Pra quando?

– Pra hoje.

– Hoje?

‒ Sim, hoje.

‒ Bem, eu…

– Eu pago o dobro.

– Ahn… só um instante – ela falou, fingindo que estava em dúvida. ‒ Pode ser amanhã?

– Não. Eu pago o triplo, Dinorah. Não, o quádruplo. Mas tem que ser hoje.

Uau, ela pensou, desse jeito ele vai acabar me devolvendo tudo o que paguei pelas fotos…

– Deixa ver… Pode ser às dez? – ela perguntou, e achou aquilo superexcitante, fingir que consultava a agenda para ver se havia algum horário livre entre os programas do dia.

– Tá ótimo, te espero em meu apartamento. Você tem vestido preto?

Percebendo que alguém entrava no banheiro, respondeu baixinho:

‒ Tenho um que você não vai acreditar.

‒ Venha vestida nele, por favor.

Quando encerrou o expediente, foi direto para o shopping e comprou um vestido novo: preto, curtinho e de costas nuas. E às dez chegou no prédio do cliente. Nossa menina já tinha experiência, você sabe, mas ela nunca esteve tão nervosa como nessa noite. Enquanto o elevador subia, ela olhava-se no espelho e ajeitava o vestido, o cabelo, o brinco, o vestido de novo… E aquele batom vermelho, não estava um pouco demais? Percebendo o próprio nervosismo, ela terminou rindo de si mesmo: era a própria adolescente indo para o primeiro encontro.

Dinho a recebeu com um sorriso generoso, e disse que ela estava maravilhosa… Ela agradeceu e entrou. Ele ofereceu vinho, ela aceitou um pouquinho. Sentada no sofá da sala, sentiu voltarem as sensações da noite que passara com ele, o sexo gostoso, o cheiro bom do peito dele, aquele olhar intenso… Dinho chegou com o vinho, deu-lhe uma taça e brindaram. A esta noite, ele falou, e as taças tilintaram. E para Dinorah, aquele som foi como um sino a badalar a verdade que ela não queria admitir: estava apaixonada. Apaixonada por um cliente. Quanto amadorismo de sua parte…

Ela pediu que ele contasse um pouco sobre sua vida, estava curiosa por saber mais sobre aquele cara tão interessante. Ele contou que já fora casado, que tinha um filho da idade dela que morava com a mãe, que adorava seu trabalho de fotógrafo e que mais não falaria pois não conseguia se concentrar com uma mulher tão linda e especial pertinho dele. Dinorah riu, lisonjeada.

Dinho pôs a taça sobre a mesa, pegou a carteira, tirou quatrocentos reais e deu para ela. Dinorah pegou as quatro notas de cem, separou três e as devolveu a ele.

– Mas combinamos quatrocentos.

– Meu preço é cem – ela disse, sorrindo. – Guarde pras próximas vezes.

– Próximas vezes?

– Só se você não quiser.

– Eu quero muito mais que próximas vezes, Dinorah.

O que ele queria dizer com aquilo? Ela precisava saber.

– Muito mais como?

Ele respirou fundo antes de responder.

– Não consigo tirar você da cabeça desde o primeiro dia. Nunca conheci uma mulher tão incrível como você, acredite. Sei que isso não é a coisa mais sensata do mundo… eu não devia… mas… eu tô apaixonado, Dinorah.

Ela não acreditava no que ouvia. Pôs a taça sobre a mesa, ao lado da taça dele, e as duas tilintaram novamente. Aproximou-se, ficando colada ao corpo dele. E, com o rosto bem pertinho do dele, sussurrou:

– Eu é quem não devia. Mas também me apaixonei por você.

– Verdade?

Ela percebeu a felicidade nos olhos dele, e por um instante Dinho lhe pareceu um garotinho a ganhar o presente com o qual mais sonhava.

– Verdade. Mas não sei se isso é bom. Demorei pra aceitar o que eu sou, mas hoje eu não tenho nenhuma dúvida.

‒ O que você é?

‒ Eu sou uma puta, Dinho. Você pode achar que é apenas um fetiche, mas eu sei bem o que eu sou.

– Eu gosto de você do jeito que você é.

– Putas não devem se apaixonar por clientes, é a regra número um.

– Eu sei. Mas é fácil resolvermos isso.

– Como?

– Basta você ser minha namorada.

– Não entendi.

– Aceite namorar comigo e eu continuarei te pagando, como um cliente.

Dinorah riu, mas continuava sem entender. Aquilo não fazia sentido.

– Sei que você já cobra barato. Mas eu jamais terei grana suficiente pra te pagar o tanto que eu quero te comer. Então a gente namora e você me faz um bom desconto, o que acha?

Aquilo começava a fazer sentido.

– Você queria um cliente exclusivo, né? É isso que falta pro teu fetiche, tô certo?

Estava certo, sim, ela pensou, estava certíssimo.

– Seja minha namorada, Dinorah. E eu serei o cliente que você tanto procura.

Dinorah puxou-o para si e o beijou apaixonadamente. Sim, aquilo fazia todo o sentido do mundo.
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AGranaDoLanche-06acap.10

NOSSA HISTÓRIA AGORA DÁ UM SALTO no tempo, um ano na frente. Você acha que esse namoro deu certo? Acha possível dar certo um namoro onde ela é puta e ele é cliente? Bem, até agora tem dado certo sim, e muito certo. Ela cobra por cada transa, cobra mesmo, e se ele não tem o dinheiro na hora, ela anota numa cadernetinha. Dez reais por cada transa. Se for só um boquetinho básico, cobra a metade, e ela sempre engole, feliz. Anal? Claro que faz, afinal é uma de suas especialidades. Meter em seu cu custa o dobro, porém ela sempre dá o anal seguinte de brinde, não é nenhum sacrifício. Ménage à trois é cortesia da casa, mas ela tem que aprovar previamente a outra. Swing foi uma novidade, ela não esperava, mas topou conhecer e hoje é ela quem pede para ir. Apesar da inflação, ela não pensa em aumentar preços, pois a quantidade de transas compensa e, além do mais, ela faz questão de manter o cliente, por quem está cada vez mais apaixonada. Ele, então, nem se fala: passou até a evitar as massas e a correr no parque para melhorar a forma física, pois quer ser um cinquentão em forma para que sua putinha sinta orgulho do namorado-cliente.

E as fotos que fizeram? Ficaram lá no computador, sem usar, ela já está satisfeita com a clientela que possui. Mas as roupas que comprou para fazer as fotos, essas ela faz questão de usar com Dinho, todas elas, e dia desses ainda comprou mais, inclusive uma fantasia de aeromoça, que essa era uma antiga fantasia dele, transar com uma aeromoça ao som do tema de Aeroporto 77. Um dia a mãe dela desconfiou daquelas roupas tão estranhas no guarda-roupa da filha e Dinorah decidiu contar a verdade… mas pela metade: disse que tinha esse fetiche de se fantasiar, e que o namorado adorava. Se a desculpa funcionou bem, até hoje Dinorah não sabe.

Mês e meio atrás, o casal decidiu que seria melhor morar junto. Só com a grana do táxi que ela pegava para ir vê-lo já fariam uma boa economia. E ainda tinha o escritório em que ela trabalhava, que ficava perto. Os pais aprovaram a ideia com ressalvas, principalmente o pai que não gostava do fato de Dinho ter a mesma idade dele. Fizeram um jantar de despedida para a filha única que saía de casa e Dinho jantou com eles, o que não serviu muito para que simpatizassem mais com ele, pois em certo momento Dinho não conseguiu controlar o hábito que tinha de chamar a namorada pelo apelido carinhoso. Nada preocupante, claro, se o apelido carinhoso não fosse… Putinha. Dinorah tentou consertar, mas ela e Dinho tiveram uma crise de riso e o jantar terminou num clima meio surreal, uns sem entender muito e outros se controlando para não rir.

Semana passada o namoro completou um ano. A comemoração? Uma viagem para o Pantanal, onde ficaram sete maravilhosos dias. E quem pagou a viagem foi ela, só com o dinheiro que juntou em um ano de programas com seu cliente amado. E, para completar o pacote nupcial, não cobrou um centavo para transar com ele, foi tudo cortesia.

Bem, quase tudo. No último dia, após o café da manhã na pousada, enquanto arrumavam as mochilas para ir embora, bateu o tesão urgente-urgentíssimo e começaram a se agarrar no quarto. Quando já estavam nus, e ela de quatro sobre a cama, Dinorah perguntou se ele ficaria chateado se ela… bem, se ela cobrasse por aquela saideira.

‒ Ah, Dinho, esta semana foi tão maravilhosa… Seria a cereja do bolo, você não acha?

‒ Uma puta com lábia de advogada… ‒ ele respondeu, rindo.

‒ Ou o contrário.

‒ Só tem um problema. Já gastamos tudo, estamos zerados.

‒ Não tem nada aí na carteira?

‒ Só cartão.

‒ Ah, não…

Nesse momento, o funcionário da pousada bateu na porta para ajudá-los a levar as bagagens. Dinho enrolou-se na toalha, foi até ele e conversou baixinho alguma coisa. Depois fechou a porta e voltou.

‒ Resolvido.

‒ O que você fez?

‒ Pedi emprestado um real ‒ respondeu ele, sorrindo e jogando a moeda sobre a cama. ‒ Agora, de quatro, Putinha. Já.

Dinorah imediatamente obedeceu e, feliz, voltou a ficar de quatro sobre a cama, a bunda empinada. E, de olhos fechados, aguardou o instante seguinte, aquele mágico instante em que a vida parece suspensa e tudo que existe é a quase insuportável expectativa de que no segundo seguinte ela sentirá um pau duro invadindo sua buceta, e ao lado lhe sorrirá o seu suado, e gozado, dinheirinho.
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Ricardo Kelmer 2013  – blogdokelmer.com

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IndecenciasParaOFimDeTardeCAPA-01aIndecências para o Fim de Tarde
Ricardo Kelmer – contos eróticos

Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação. > saiba mais

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INDECÊNCIAS PARA VOCÊ TIRAR A ROUPA

IndecenciasParaVoceTirarARoupa-01aMuitas mulheres têm esse fetiche, o de exibirem-se anonimamente para o público. Então criei uma promoção: envio o livro e a leitorinha faz uma foto erótica com ele, sem precisar mostrar o rosto, e a foto será usada em cartazes de divulgação do livro. Você gostaria de participar? Clica aqui.

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APOIO CULTURAL

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- A grana do lanche ou a grana por ter sido o lanche?! (O que pensa o Executivo da Loirinha? Como a Loirinha se sente? Vai saber! ) Confusa a situação da Dinorah, mesmo que uma garota deseje agir como uma puta por um dia (falo das artimanhas e safadezas), muitas vezes ela não quer ser paga por isso, é como se valesse pouco, como se diz no popular: fica se sentindo uma merda. O pior ainda é quando a garota namora o cara mais velho e já fica todo mundo falando que é por causa do dinheiro e o cara ainda quer dá uma grana pra garota para “ajudá-la” nas despesas… Já passei por isso. Os caras precisam ter mais noção, saber com quem estão lhe dando e não sair ofendendo as garotas assim. Renata Kelly, Fortaleza-CE, nov2014

02- O conto é ótimo,adorei!Mas realmente a situação dela é dificil de entender..pode ser que o cara tenha sido apenas gentil,mas em nossa sociedade tem muitos dogmas e preconceitos em relação á liberdade sexual da mulher.Então,entendo a confusão que ele tá sentindo…complicado. Thaís Guida, Rio das Ostras-RJ – nov2014

03- Eu só tenho uma coisa a dizer: BICHA BURRA! Como q me joga uma nota de 100 pila fora assim? AHUAHEUAHEUAEHU muito bom! Elaine Evangelista, São Paulo-SP – nov2014

04- Ricardo meu mestre em putaria, me diga… Este livro estará disponível à compra no próximo sarau? Ozi Garofalo, São Paulo-SP – nov2014

05- Eu acho que ta super certa sim! Quantas vezes uma mina nao dá e depois o cara nem olha na cara, sequer lhe dá um café ou cigarrinho de “depois”??? Tem mais é q cobrar mesmo AHUEHAUEHEUEHUE. Elaine Evangelista, São Paulo-SP – nov2014

06- Uaaaaaaaau! Não tinha lido os capítulos 2 e 3… O negócio esquentou hein! A verdade é que toda garota gosta de ser respeitada, mas tem o seu lado santa e seu lado puta. O complicado é o cara saber qual lado explorar na hora da transa, mas não custa nada a garota sugerir o que quer, talvez custe para o cara “a grana do lanche”. rs! E como eu falei no comentário anterior, os caras devem ficar ligados para não saírem ofendendo quem não quer ser assim uma “puta”, ser paga, mas se a garota tá afim e se excita com isso que mal tem né. Renata Kelly, Fortaleza-CE, nov2014

07- Entendo o conflito que ela vive…mas não acho que ela seja puta,acho que é um fetiche dela. Thaís Guida, Rio das Ostras-RJ – nov2014

08- Terminei de ler os capitulos agora, enfim, minha conclusão: ela nao era prostituta nao. Tinha apenas o fetiche de ser tratada com uma. Se fosse de fato, teria dado pra qualquer um (como os caras xexelentos do boteco q ela foi), pois é isso que as puta de fato fazem … se importam apenas em serem pagas ^^ Bem bacana a historinha, acho que faz quem lê pensar bastante e refletir ^^ Parabens Kelmer. Elaine Evangelista, São Paulo-SP – nov2014

09- Sucesso com sua inocente Dinorah. Gilvanilde, Fortaleza-CE, abr2015

10- Ô cabra pra se garantir esse Kelmer. Rogers Tabosa, Fortaleza-CE, abr2015

11- Ricardo Kelmer melhor a cada leitura. Diego Claudino, Rio de Janeiro-RJ – mai2015

12- Valeu, Primo. A Dinorah está com tudo. Parabéns pela graça e verossimilhança da criatura. Abração. Leite Jr., Fortaleza-CE – mai2015.

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Indecências para você tirar a roupa

29/10/2014

29out2014

Leitorinhas liberam seus fetiches e ajudam a divulgar meu livro

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INDECÊNCIAS PARA VOCÊ TIRAR A ROUPA

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Meu livro de contos eróticos Indecências para o Fim de Tarde foi lançado em nov2014, pela Editora Escrituras (selo Arte Paubrasil). Para divulgá-lo, bolei uma estratégia de marketing que vai depender diretamente dos fetiches das minhas leitorinhas amadas.

É o seguinte. Enviarei o livro gratuitamente a algumas leitoras do Brasil e exterior, e elas farão fotos com ele. As fotos serão eróticas e anônimas (sem mostrar o rosto, com máscara, óculos escuros etc), mas sempre mostrando a capa do livro. Criarei cartazes com essas fotos e somente eu e a fotografada saberemos que é ela na foto, ninguém mais saberá, nem mesmo ninguém da editora. Os cartazes serão exibidos em meu blog e nas redes sociais, sendo que os mais ousados serão exibidos apenas em meu blog, nos Arquivos Secretos (acesso com senha, em breve).

Algumas leitoras, mesmo sendo tímidas, adoraram a ideia de se exibir em segredo para o público e instigar fantasias. É realmente um fetiche clássico, eu sei, e algumas leitoras já fazem isso em meu blog, enviando fotos suas para ilustrar meus textos. Outras gostaram e acharam excitante, mas têm medo, mesmo sabendo que jamais serão reconhecidas na foto. Entendo e respeito os receios de cada uma, mas sei que às vezes certos medos escondem um urgente desejo de libertação e de viver as verdades mais íntimas. E sei também que, independente de padrões estéticos, cada mulher é uma deusa e possui sua própria beleza e poder. Meu convite a essas mulheres é justamente este: que se permitam ser, ainda que anonimamente, a Deusa da Beleza que verdadeiramente são.

Você gostaria de participar, leitorinha? Que maravirilha! Você pode pedir a alguém para fazer a foto (profissional ou amadora) ou você mesma pode se fotografar, onde e como você quiser, sozinha ou acompanhada, vestida, com pouca roupa ou nua, do jeito que se sentir melhor. Mas lembre-se que a capa do livro tem de estar bem visível.

Entre em contato pelo e-mail rkelmer@gmail.com e esclarecerei suas dúvidas. Não há prazo para o término dessa brincadeira gostosa. 🙂
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com

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IndecenciasParaOFimDeTardeCAPA-01aIndecências para o Fim de Tarde
Ricardo Kelmer – contos eróticos

Os 23 contos deste livro exploram o erotismo em muitas de suas facetas. Às vezes ele é suave e místico como o luar de um ritual pagão de fertilidade na floresta. Outras vezes é divertido e canalha como a conversa de um homem com seu pênis sobre a fase de seca pela qual está passando. Também pode ser romântico e misterioso como a adolescente que decide ter um encontro muito especial com seu ídolo maior, o próprio pai. Ou pode ser perturbador como uma advogada que descobre que gosta de fazer sexo por dinheiro.

O erotismo de Ricardo Kelmer faz rir e faz refletir, às vezes choca, e, é claro, também instiga nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir. Seja em irresistíveis fetiches de chocolate ou numa selvagem sessão de BDSM, nos encontros clandestinos de uma lolita num quarto de hotel ou no susto de um homem que descobre verdadeiramente como é estar dentro de uma mulher, as indecências destas histórias querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação. > saiba mais

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ELAS ESPERAM ANSIOSAMENTE POR VOCÊ…

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MAIS FOTINHAS PARA VOCÊ SE INSPIRAR
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IFTFotoCapa-103Indecências à luz do abajur

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IFTFotoCapa-108dIndecências ao amanhecer

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IFTFotoCapa-106aA estante indecente

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IFTFotoCapa-107aIndecências com rabo… de cavalo

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IFTFotoCapa-109Indecências em prelúdio

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IFTFotoCapa-102bIndecente, mascarada e felina

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IFTFotoCapa-104a.Indecências pela vidraça

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IFTLeitorasTiramARoupa-164Indecências a dois é melhor ainda

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Ué? Mas só mulher pode participar??? Que coisa mais heteronormativa! Luc Lic, São Paulo-SP – out2014

02- Êita! Só aguardando o meu! rs! Renata Kelly, Fortaleza-CE – out2014

03- Gostei da ideia das fotos,assim que receber o livro vou tirar uma foto bem sensual e te mando. já tenho até uma ideia… kkkkkkkkkkkk.. mas surpresa. Talita, Rio das Ostras-RJ – out2014

04- Bacana essa sua ideia de divulgação do Indecências para o Fim de Tarde. Bacana e sacana. rs O legal é q mexe com a autoestima das meninas e também com a libido delas e dos demais leitores. Fernanda, Rio de Janeiro-RJ – out2014

05- Adorey! E que esse livro indecente chegue logo. Samara Do Vale, Fortaleza-CE – nov2014

06- Genial a ideia do marketing! Parabéns pelo lançamento! Antonio Martins, Maceió-AL – nov2014

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Aécio Neves e as levianas

24/10/2014

24out2014

Tem hora certa pra chamar uma mulher de leviana

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AÉCIO NEVES E AS LEVIANAS

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O candidato à presidência Aécio Neves perdeu um significativo percentual de eleitoras mulheres ao repetir com a presidenta Dilma Roussef o que fizera em outro debate com a candidata Luciana Genro. Chamando-as de levianas (que fixação, eu, heim), sem querer comprou briga com muitas mulheres, inclusive as próprias levianas. Aecim, meu fi… Você, que já frequentou muito as baladinhas cariocas, já devia saber que tem hora certa pra chamar uma mulher de leviana. Em sua homenagem, acionei meu lado feminino, a Kelmerina, e fiz esta brincadeirinha, espero que não me leve a mal. Nem você, nem as levianas deste Brasil-sil-sil.

A propósito. Esta brincadeirinha já rendeu algumas ideias interessantes. Uma delas é criar o bloco carnavalesco Levianas do Aecim. A concentração seria no aeroporto e a madrinha do bloco chegaria de helicóptero. Tudo isso, evidentemente, com patrocínio do Pó Royal.
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com

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O BAILE DO PÓ ROYAL

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LEIA NESTE BLOG

MGM144O mistério da morena turbinada – Aí um dia ela, inocentemente, leva o computador numa loja pra consertar. Algum tempo depois dezenas de fotos suas estão na rede, inclusive fotos íntimas

O mistério da cearense pornô da California – Uma artista linda e gostosa, intelectual e transgressora, que adora perversões e entre uma orgia e outra luta pela liberação das mulheres

Lola Benvenutti e a coragem de viver – A única salvação possível é sermos quem verdadeiramente somos. Parabéns, Lola, por sua coragem e autenticidade

Me estupra, meu amor – Fantasiar ser estuprada é uma coisa – querer ser estuprada é outra coisa totalmente diferente

Os apuros do homem feminista – Minha busca por relações igualitárias foi dificultada também porque muitas mulheres, mesmo oprimidas, preferiam relações baseadas no velho modelo machista

As taras de Lara – Desde pequena que Lara só pensa naquilo. E ai do homem que não a satisfaz.

Estão abduzindo nossas mulheres – Abdução em massa de brasileiras! E bem debaixo do nosso nariz. Alguém precisa fazer algo, daqui a pouco só vai ter homem aqui

O feminino em mim – O feminino tem muitas luas, é menina e é mulher, é santa e é prostituta

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COMENTÁRIOS
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01- Fernando Vasqs Kkkkk, boa! Depois disso, o playboy perdeu 5 pontos com as mulheres no Datafolha.

02- eu, sou brasileiro, c muito orgulho, c muito amor. Shirlene Holanda, São Paulo-SP – out2014

03- Isso da um bloco de pre-carnaval bem bacana: As Levianas de Aecio. Ana Lucia Castelo,

04- hahahaha..Boa!!!! Tania Souza, São Paulo-SP – out2014

05- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Gizelle Saraiva, Natal-RN – out2014

06- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Jessica Giambarba, Fortaleza-CE – out2014

07- HAHAHAHAHAHHAHA. Sâmara Paula, Fortaleza-CE – out2014

08- Obrigado por me incluir nas Kelmericas! Bjos.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Você é ótimo…..kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Angela Marques Gadelha, Fortaleza-CE – out2014

09- kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Rildson Valmont, Fortaleza-CE – out2014

10- Risos levianos. Auri Castelo Branco, Fortaleza-CE – out2014

11- Hahahaha! É verdade que o Aécim tem dois filhos, o Levi e a Ana? André Braga Nunes, Fortaleza-CE – out2014

12- E são mesmo! Duas lokas! ahhhh pelamor … Ana Luisa Stoffelshaus, Santiago-México – out2014

13- Boa, boa! Carmélia Aragão, Fortaleza-CE – out2014

14- Hahahahaha. Joyce Néia, São Paulo-SP – out2014

15- Kkkkkkkkk, amei! Herjan Flor Branca Do Baobá, Fortaleza-CE – out2014

16- kkkkkkkkkkkkk kelmer, seu fanfarrão! kelmerina, sua leviana! Clarisse Ilgenfritz, Fortaleza-CE – out2014

17- kkkkkkkkkkkkkk… Kelmerina é bom demais!!! Déborah Lima, Fortaleza-CE – out2014

18- Kkkkkk…muitoooo bom!!! Nicole Guilhon, Fortaleza-CE – out2014

19- NÃO PERDER O HUMOR, JAMAIS! KKKKKK. Márcia Maracajá, Garanhuns-SP – out2014

20- Levianos unidos jamais serão vencidos! Deco Rodrigues, Pelotas-RS – out2014

21- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, morri bêbada, leviana e rindo do aparelho excretor dos outros (que no dos outros é refresco)!!!!!!!!!! Cibele Baptista, Barretos-SP – out2014

22- Nojo mortal só de ouvir a voz desse ser na propaganda eleitoral e o riso debochado dele chega a ser indecente… Viviane De Brito Monteiro, Santos-SP – out2014

23- Kkkkkkkkkkkkk Romulo MorelFortaleza-CE – out2014

24- RK COMENTA: Meu amigo Fábio Danesi (São Paulo-SP), com quem tive o prazer e alegria de trabalhar como roteirista no Rio de Janeiro, publicou suas previsões no Facebook logo após a confirmação da reeleição de Dilma Rousseff, em 26.10.14. Espero que ele erre feio. 🙂

Amigos e conhecidos que votaram no PT, anotem o que vou escrever aqui: Nos próximos anos, a inflação vai aumentar, o desemprego vai aumentar, os impostos vão aumentar, a dívida pública vai aumentar, o pobreza vai aumentar. Os investimentos, a poupança e a riqueza vão diminuir. Ao mesmo tempo, o PT tentará de todo jeito controlar a mídia, o supremo, a polícia federal e o ministério público. Tentará fazer a pior reforma política possível e destruir a nossa liberdade de escolha. Daqui a quatro anos, teremos um país bem pior. Então, na melhor das hipóteses, Aécio será eleito no primeiro turno e terá que ter a capacidade de um Fernando Henrique para colocar o país de volta nos trilhos. Se tiver, o Brasil só perderá alguns anos. Todos pagaremos caro por isso (menos os amigos do governo), mas, quem sabe, nossos filhos vejam um país melhor depois que saírem da faculdade. Na pior das hipóteses, o PT conseguirá controlar completamente o país, tornando a eleição um mero truque de ilusionismo totalitário. Anotem. Se eu estiver errado, podem me lembrar do que escrevi aqui. Porque eu vou ficar o tempo inteiro lembrando vocês, caso eu esteja certo.

 


As ciclistas orgásticas da Colômbia

15/09/2014

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Ciclistas adotam uniforme polêmico e usam a energia de seus orgasmos para vencer corridas

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AS CICLISTAS ORGÁSTICAS DA COLÔMBIA

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A equipe feminina de ciclismo colombiana RDI tem provocado polêmica por utilizar uma energia extra nas competições: o orgasmo. Orientadas pelo treinador Miro García, fisioterapeuta com especialização em Sexologia Desportiva, as seis atletas ganharam um uniforme desenhado especialmente para elas que deixa a genitália descoberta e permite o contato direto da vulva com o assento da bicicleta. O objetivo é excitar sexualmente a atleta durante a prova e utilizar a energia dos orgasmos obtidos para pedalar com mais rapidez.

Segundo o treinador, a média de cada atleta da RDI é de oito orgasmos por prova, sendo que a recordista é Cristina Rossy, que numa das etapas do Tour de l’Ardéche, na França, obteve vinte e sete orgasmos, e venceu a prova com folga. Desde que a nova técnica foi implantada, a velocidade média da equipe aumentou em 22%, o que a fez vencer todas as seis competições oficiais em que participou.

Apesar de reclamações de algumas equipes adversárias, que acusam a RDI de doping e falta de ética, a União Ciclística Internacional, que administra as competições, não vê motivo legal para impedir o uso do uniforme. Por outro lado, algumas equipes já demonstram interesse em experimentar a mesma técnica da equipe colombiana. As atletas da RDI afirmam que, se antes elas corriam atrás das adversárias, agora a equipe está sendo perseguida, tanto na pista como pelos moralistas de plantão. Segundo elas, ter orgasmos durante as práticas ciclísticas é comum entre muitas mulheres, e o que elas estão fazendo é tão somente direcionar a energia natural do corpo para pedalar mais rápido. Para não perder a conta dos orgasmos, as atletas os registram num pequeno aparelho instalado no guidom da bicicleta, que envia os dados em tempo real para o celular do treinador.

A polêmica já saiu do meio esportivo. Alguns grupos feministas demonstraram apoio à equipe, defendendo a livre sexualidade da mulher, enquanto outros condenaram o uniforme, alegando que se trata de exploração comercial do corpo feminino. A Liga das Senhoras Católicas do Cáucaso entrou com recurso para impedir que a equipe usasse o uniforme na Volta da Chechênia, o que não foi aceito pela Justiça. A prova foi vencida pela RDI, que dedicou a vitória a todas as chechenas.

Segundo García, o objetivo a longo prazo é capacitar as atletas a terem uma média de vinte orgasmos por prova, o que, segundo ele, daria condições à equipe de competir nas provas masculinas com chance de vitória. Indagado sobre se a técnica poderia transformar o ciclismo esportivo numa disputa de orgasmos, García diz que não está preocupado com isso, e que a tendência é que o orgasmo feminino seja reconhecido como um recurso legítimo das mulheres para a melhoria da saúde, da prática esportiva e também no trabalho. Ele apoia-se nas pesquisas do Centro de Saúde Sexual da Universidade de Indiana, nos EUA, que mostra que grande parte das mulheres já tiveram orgasmo induzido pelo exercício físico, e cita o caso da empresa alemã Hosth, que incentiva as funcionárias a se masturbarem no trabalho, e com a energia gerada pelos orgasmos passou a economizar 8% de energia elétrica, além de melhorar o ambiente profissional.

Cristina Rossy, a recordista de orgasmos da equipe, é uma entusiasta das ideias do treinador. Ela afirma, otimista: “O orgasmo feminino pode ser a solução do problema dos recursos energéticos do planeta, mas para isso as mulheres têm que se sentir livres para terem mais e melhores orgasmos, em qualquer lugar, a qualquer hora, sozinhas, em grupo ou com quem elas quiserem”. Sobre seu notável desempenho, Cristina, que desenhou o uniforme, explica que quando terminam as provas, ela e suas colegas estão eufóricas e bem-dispostas, e têm vontade de falar muito e discutir tudo relacionado à prova com o treinador. “Essa é a parte chata”, diz o treinador, divertindo-se, “pois tenho que escutar seis mulheres eletrizadas falando ao mesmo tempo durante horas”.

(fonte: Corriere di Napoli)
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com

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ESTA POSTAGEM INTEGRA A SÉRIE REAL PARALELO
Onde ficção e realidade se encontram no infinito
Mais postagens:

BarDoAraujoEASalvacao-04aBar do Araújo é a salvação – Espremido entre duas igrejas, o Bar do Araújo é a última resistência dos ateus. E do bom humor

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SOBRE ORGASMO FEMININO

17 curiosidades sobre o orgasmo feminino – Revista Superinteressante

Orgasmo na Wikipedia

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SOBRE SEXUALIDADE FEMININA

OIncubo-05O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas – uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

A torta de chocolate – Sexo e chocolate. Para muita gente as duas coisas têm tudo a ver. Para Celina era bem mais que isso…

Lola Benvenutti e a coragem de viver – A única salvação possível é sermos quem verdadeiramente somos

Me estupra, meu amor – Fantasiar ser estuprada é uma coisa – querer ser estuprada é outra coisa totalmente diferente

As fogueiras de Beltane – A sexualidade sem culpa de uma sacerdotisa pagã

O mistério da cearense pornô da California – Uma artista linda e gostosa, intelectual e transgressora, que adora perversões e, entre uma e outra orgia, luta pela liberação feminina

A noiva lésbica de Cristo – Se hoje a sexualidade feminina ainda apavora a mentalidade cristã, no século 17 ela era algo absolutamente demoníaco

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DICAS DE LIVROS

figlivrovocesterraqueas01Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino – Livro de contos e crônicas sobre a mulher

A entrega – Memórias eróticas (Toni Bentley, Editora Objetiva/2005) – A bailarina filosofa sobre sua profunda experiência de amor, submissão e salvação por meio do sexo anal

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990) – Um livro belo e libertador, que celebra o sagrado na sexualidade

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COMENTÁRIOS
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01- Sensacional! Kkkk isso é sério? Rayan Lins, João Pessoa-PB – set2014

02- em tempos de polêmicas e ciclovias……ah se essaodair pega em Sampa city kkk. Paula Martins, São Paulo-SP – set2014

03- E eu pensando que já tinha visto de tudo! Dri Flores, São Paulo-SP – set2014

04- Que vergonha bota logo nua descarado este treinador nao vale nada. Maria Nilce Meireles, Jericoacoara-CE – set2014

05- Se esta moda pega,kkk. Debora Morais, Fortaleza-CE – set2014

06- “É possível ter orgasmos dançando?” nunca ouvi dizer, mas acredito que não. A dança exige uma energia diferente da sexual. embora seja vista como sensual, eh pra quem esta olhando e nao pra quem esta dançando. Sobre a postagem, acho que falam muito de sexo, usam sexo pra se promover, pra aparecer, pra ter fama….mas fazer sexo mesmo que eh bom, ta dificil neh….a maioria nao faz nada, so fala sobre. Como ja andaram dizendo por aí…qualquer gato vira-latas tem a vida sexual mais sadia que a nossa. Orgasmo deveria ser natural como dormir e não assunto de FB. Sandra Xavier Amarantha, Poá-SP – set2014

07- Fantástico! Daniel Perroni Ratto, São Paulo-SP – set2014

08- Olhem aí, mulheril, em tempos de falta de homens! José Milton Fontenelle, Fortaleza-CE – set2014

09- Ricardo Kelmer, pare de inventar estorias, menino… rsrs
O uniforme foi so um desastre de estilo, elas nao estao nuas. Eh no Brasil que inventam essas coisas ou essa foi sua criatividade mesmo? kkkkkkkkk (Veja a segunda foto: http://uolesporte.blogosfera.uol.com.br/2014/09/13/uniforme-colombiano-deixa-ciclistas-seminuas-e-causa-polemica)

10- Que criatividade Ricardo Kelmer vc tem! Seu menino, mais menino, só sendo um menino mesmo menino… Rute de Paula Tavares, João Pessoa-PB – set2014

11- achei o uniforme um desastre visual…se eu fosse homem broxava….kkkkkkkkkkk. Eu Ni CE, São Paulo-SP – set2014

12- e as pernas bambas? kkkkk. Ivonesete Zete, Fortaleza-CE – set2014

13- Uiuiui!! Aiaiai!! Kkkk, gente!! Tem que formar um grupo pra fazer chover em Sampa!! Jane Arruda de Siqueira, São Paulo-SP – set2014

14- O texto eh criatividade sua Ricardo Kelmer??? Michele SJ, Fortaleza-CE – set2014

15- hahahahaha … Muito bom o texto …. “A Liga das Senhoras Católicas do Cáucaso entrou com recurso para impedir que a equipe usasse o uniforme na Volta da Chechênia, o que não foi aceito pela Justiça. A prova foi vencida pela RDI, que dedicou a vitória a todas as chechenas”. Francisco Coelho, Rio de Janeiro-RJ – set2014

16- dilícia heim. Paulo Nunes, São Paulo-SP – set2014

AsCiclistasOrgasticasDaColombia-01a

 


Jesus e Maria Madalena convidam

09/08/2014

09ago2014

Pelo sagrado direito de um deus de se casar

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JESUS E MARIA MADALENA CONVIDAM

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Meu prezado deus dos cristãos. Podemos ter dois dedim de prosa? Não, sou cadastrado não. Mas olhe, é sobre seu filho. Sim, eu jurei que não ia me meter nesse babado de Jesus com Maria Madalena, mas um dia, veja o senhor, tava eu quieto no meu canto quando me chegou e-mail de um tal correio missionário não sei das quantas. O cidadão vociferava contra o filme O Código Da Vinci, conclamava os cristãos a não assistir e exigia a proibição do filme.

Ah, falou em proibir, pisou no meu calo. Lembrei da indignação que senti quando proibiram Je vous Salue, Marie e quando tentaram proibir A Última Tentação de Cristo. O senhor lembra, né? Então levantei, fui no armário e tirei de lá minha armadura de Cavaleiro da Orguli. O Senhor não conhece a Ordem dos Guardiões da Liberdade Individual? Ôxe, mas o senhor não é onisciente? Ah, tá, o senhor anda muito ocupado com o Oriente Médio, eu sei. Infelizmente, não posso falar muito sobre a Orguli, ela é meio secreta, tipo a Opus Dei, entende? Ah, tá, o senhor não quer nem ouvir falar de Opus Dei. Entendo. Bem que sempre desconfiei que se Deus existisse, ele seria mesmo contra a religião.

Decidi fazer uso da armadura de novo. Então aqui estou, descumprindo meu juramento de não entrar na fofoca, mas cumprindo o sagrado juramento da Ordem de sempre acudir ao chamado da liberdade. Não, dessa vez não é pra defender a liberdade de expressão. Agora é pra defender o direito de um deus se casar.

Apesar de não ser cristão, nasci e vivo imerso numa cultura cristã, então o tema me toca também. Por isso, o senhor não me leve a mal, mas, olhe, a história de seu filho não tá bem contada, não. Os padres dizem que ele não casou, mesmo sendo um tipão alto, forte, loiro, pele branquinha, olhos azuis… Aliás, como o senhor explica esse tipo físico naquele solzão da Palestina? Jesus tá mais pra ET do que pra galileu. Heim? Ah, é verdade, o senhor é um ET, já que não nasceu na Terra. Agora entendi.

Logicamente, a gente começa a pensar, né? O moço não casou, não teve namorada, nem filho… Ops, longe de mim insinuar que Jesus não era chegado, imagina. O que quero dizer é que a Igreja oficializou essa versão sobre a vida de Jesus pra endeusar ao máximo e humanizar ao mínimo o personagem. E inventou que Maria Madalena era puta pra desqualificar o fator feminino, e depois teve que negar que inventou, mas manteve os evangelhos e eles se contradizem, e aí a Igreja fica toda melindrada porque as pessoas questionam. Obviamente, a Igreja insistiu na solteirice de seu filho porque um Jesus casado incentivaria os discípulos a casarem também, e aí os filhos herdariam as riquezas da Igreja. Não ia dar certo, né? Oquei, o senhor não quer se meter, tudo bem.

Eu falei do fator feminino, né? Poizé. A Igreja jamais seria essa instituição masculina e patriarcal se Maria Madalena estivesse à frente do apostolado. Caça às bruxas certamente não teria havido. Se com a Maria mãe de seu filho, senhor, já foi difícil ceder e abrir espaço pra ela no panteão católico, coisa que oficialmente só aconteceu no século 20, imagine com uma mulher que a própria Igreja sempre pintou como prostituta, suja ou, na melhor das hipóteses, forte e independente? É, Maria Madalena é mesmo uma pedra no sapato.

Não sei como seria se ela e Jesus tivessem se casado e tido Jesuzinhos e Madaleninhas. No mínimo, os herdeiros estariam hoje numa briga louca pelos direitos relativos aos evangelhos. Um herdeiro de Jesus ‒ já pensou a boçalidade de um cidadão desse? Você sabe com o descendente de quem você tá falando, sabe, sabe? E Madalena, coitada dela… Não por Jesus, que me parece buona gente, mas… ter como sogro o senhor? Não deve ser fácil.

As religiões deveriam ter mais deusas. Isso traria mais equilíbrio ao mundo e ao espírito das pessoas. Mas já que não têm, vamos ao menos deixar que Jesus se case, coitado. Um gato daquele morrer vitalino! Vou até dar uma ideia à Igreja: Jesus casou com Maria Madalena, sim, mas com separação de bens. E depois se divorciaram. E os descendentes concordaram em jamais reivindicar qualquer bem. Pronto, resolvido. Ah, o senhor gostou? Ainda bem, pelo menos o senhor tem senso de humor. Aliás, já que estamos assim tão amigos, posso lhe fazer uma pergunta? Por que o senhor nunca casou?

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Ricardo Kelmer 2006 – blogdokelmer.com

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Esta crônica integra o livro Blues da Vida Crônica

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Os Barbixas: Primeira Pedra

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Os apuros do homem feminista – Minha busca por relações igualitárias foi dificultada também porque muitas mulheres, mesmo oprimidas, preferiam relações baseadas no velho modelo machista

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Cara, eu vi essa introdução na sua comunidade do orkut e achei simplesmente do caralho. Já até tentei rascunhar sobre o assunto, mas não sei se conseguiria ser tão ácido… Parabéns, meu velho! Marcelo Gavini, São Paulo-SP – jun2006

02- kkkkkkkkkkkkkkkkkkk É verdade! eu assisti semana passada e achei bastante coerente, tb li o livro… Algumas coisas dali eu “acreditei”, assim como tb acredito que teve um babado forte entre Santa Clara e São Francisco de Assis… não sei pq os santos da igreja católica não faziam sexo, é como se isso os tornassem menos legais 😛  Jesus cristo foi um grande revolucionário, como São Francisco de Assis tb foi e concordo que sejam lembrados e tidos como exemplo, mas pq não faziam sexo? sexo é sinônimo de imprefeição,. é algo diabólico? entaum, nós que nascemos através da relação sexual, devemos ser uns diabinhos kkkkkkkkkkkkkkkkkk Gizelle Saraiva, Natal-RN – jun2006

03- Deus criou o sexo, e Ele mesmo disse que sexo era muito bom (Gn 1.27,31); de todas as bênçãos de Deus, o sexo  foi a primeira. (Gn 1.28); a primeira missão recebida pelo homem da parte de Deus, foi a respeito do sexo e pelo sexo: “crescei-vos e multiplicai-vos”.A Igreja (me perdoem os católicos) tem uma visão míope demais da Bíblia,colocando o sexo como “o fruto proibido”.Totalmente incoerente,já que no primeiro capítulo de Gêneses,a ordem é dada para que Adão e Eva povoem a Terra e pra fazer isso,teria que ser através de quê,se não existia ainda inseminação artificial?E,desculpem mais uma vez os amigos católicos mas,mesmo sendo batizada nesta religião, eu não acredito na existência desses dois (Adão e Eva).Mas que tá lá escrito na Bíblia,isso tá! Gostei muito da crônica,pois acho que o Pai não iria punir o Filho com um castigo desses.Até porque,se Ele foi o inventor da coisa, e ainda disse que era bom,porque não permitir que Madalena,ou outra mulher, fizesse Jesus feliz sem pecado,nem culpa? Sidiany Colares Alencar, Fortaleza – CE – jun2006

04- Acho que Jesus teve um lado humano sim, meteu o chicote nos mercadores, perdeu a paciência, era humano….Mas o grande senão são os padres…como a igreja vai exigir castidade, se nem o filho de Deus resistiu..Aliás, a história de Jesus até ganharia se ele tivesse amado uma mulher… Christina Alecrim, Rio de Janeiro-RJ – jun2006

05- Sempre recebo tuas novidades e queria te parabenizar por esta crônica maravilhosa que você escreveu. Você conseguiu resumir, de forma inteligente e bem-humorada, toda a teoria do livro de Dan Brown. Continue nos brindando com tuas brilhantes idéias, Ricardo. Um grande abraço. Ana Cristina, Juiz de Fora-MG – jun2006

06- engracadissimo, perfeito, muito bom mesmo – alias, eu e o Robert estavamos falando o outro dia que alguem deveria abrir um processo contra a igreja catolica, mas um processo em que todos que quisessem pudessem aderir, em nome de todas as mulheres, indios, negros, por perdas e danos, difamacao e calunia, sem falar em tortura e assassinato… ja pensou, o maior processo de todos os tempos, suficiente para levar a falencia essa instituicao que tem feito nossos ouvidos de pinico por 2000 anos! Ta ai uma boa ideia para um texto, ne nao? Ana Claudia Domene, San Diego-EUA – mai2006

07- Quando eu morrer, quero ir direto pro inferno. Imagina? Viver sem sexo? Tô fora, tô dentro…E por aí vou. Abração. Maninho, Fortaleza-CE – set2006

JesusEMariaMadalenaConvidam-01a


Prosa, meu amor

26/07/2014

26jul2014

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PROSA, MEU AMOR

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Prosa, meu amor
Tua boca me pede bem dengosa
E eu, que só quero um pretexto
Cedo à luxúria do texto
E me deito em prosa pra você

Minha prosa, meu amor
Nasce de entranhas murmurantes
E pulsa na veia da palavra urgente
Num crescente espasmo de ânsia louca…
Eu fecho os olhos, estremeço
E proso em tua boca

Ah, a prosa toda que jorra
A prosa expulsa que tua boca aprova
A prosa que escorre da boca
A boca que absorve toda prosa

E essa exaustão derramada que vem depois
Esse morno e suave entorpecer
Onde descanso no beijo grato da tua boca
E provo o gosto da minha prosa por você

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Ricardo Kelmer 2013 – blogdokelmer.com

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> Mais poemas e músicas

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- a prosa ….. Jacques Josir Ribeiro, Santo André-SP – jul2014

02- ♥ Sandra Regina, Curitiba-PR – jul2014

03- Adorei. Tais Barrenha, Assis-SP – jul2014

04- Huuuuum, udo tão dengoso! Renata Kelly, Fortaleza-CE – jul2014

05- Adorei! Ligia Eloy, Lisboa-Portugal – jul2014

06- Wow, que abunde a prosa, pois a poesia sou eu. Dorah Andrade, São Paulo-SP – jul2014

07- Muito, muito bom! Alice Alba, Blumenau-SC – jul2014

08- Kelmer.. Kelmer.. Haha.. Herliândia Costa, Fortaleza-CE – jul2014

09- Vc é demais Kelmer!!!!!!! Cai Duarte, São Paulo-SP – jul2014

10- Me prosa, me prova , me apossa….belissima prosa ! Michele SJ, Fortaleza-CE – jul2014

11- uau!! Renata Regina, São Paulo-SP – ago2014

12- Ô menino libidinoso! Ana Erika Oliveira Galvao, Fortaleza-CE – ago2014

13- kkkkkkkkkkkk. Janilda Oliveira, Fortaleza-CE – ago2014

14- Grande Ricardo Kelmer. Luiz Antonio Lima Alencar, Fortaleza-CE – ago2014

15- Eita que essa prosa é perigosa! rs. Tereza Cristina da Silva, Fortaleza-CE – ago2014

16- menino cheio de prosa! Shirlene Holanda, São Paulo-SP – ago2014


Por que brigamos

27/06/2014

27jun2014

Ou continuava tentando salvar o casamento, e todo o seu esforço não seria nenhuma garantia de sucesso, ou então salvava a si mesmo – se é que existia salvação para ela

PorQueBrigamos-06

POR QUE BRIGAMOS

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Quanto mais
eu penso em lhe deixar
Mais eu sinto que não posso
Pois eu me prendi à sua vida
Muito mais do que devia

A enfermeira termina de fazer o curativo e diz que ela pode descer da maca. Nádia desce e se olha ao espelho, vendo o lado do rosto inchado, o olho vermelho. A assistente social insiste: ela não pode deixar de fazer a denúncia. Nádia suspira… Lá fora na rua, em algum rádio, toca uma música… Ela reconhece, é um antigo sucesso da Diana. Então as imagens da noite anterior voltam, e outra vez vem a vontade de chorar. Mas dessa vez se controla e se deixa conduzir pela mulher. Na delegacia, em seu depoimento, ela afirma que… que… Nádia para e começa a chorar, interrompendo o que dizia. A assistente a conforta e a incentiva a prosseguir, diz que ela precisa ser forte, que seu exemplo pode ajudar outras mulheres. Nádia enxuga as lágrimas, levanta-se e diz calmamente que havia mentido, que na verdade ele não a agrediu, ela é que se machucou sozinha, sim, foi isso, foi só isso que aconteceu. E sai correndo da sala.

Quando à noite, de regresso
Você briga por qualquer motivo
Confesso que tenho vontade
De ir pra bem longe
Pra nunca mais lhe ver

No dia seguinte, enquanto aguarda o táxi na calçada, ela olha para o prédio. Entre as várias janelas, localiza a sala do seu apartamento. Vem-lhe a lembrança de uma noite, uma linda noite, ela e Afonso, os dois comemorando a passagem do ano juntinhos, vendo os fogos daquela janela, brindando com champanhe e beijos apaixonados… Mas o táxi chega e a doce lembrança se dissipa como a fumaça dos fogos. Meia hora depois está na rodoviária, esperando o momento de entrar no ônibus, o coração apertadinho… Tantas e tantas vezes tomou aquela mesma decisão e nunca teve coragem de ir até o fim. Mas agora é diferente. Haviam chegado ao limite máximo, ela não suportava mais. Precisava decidir: ou continuava tentando salvar o casamento, e todo o seu esforço não seria nenhuma garantia de sucesso, ou então salvava a si mesmo – se é que existia salvação para ela. Então um homem passou. Ela viu suas sandálias. E lembrou que as de Afonso estavam gastas, que ela prometera lhe dar um novo par de presente… Ela olha a hora no relógio, corre até a loja no primeiro andar e compra um par de sandálias, de couro preto, como ele gosta. E despacha na agência do correio ao lado, encomenda sem remetente. Depois corre para o ônibus, quase não chega a tempo, entra e senta em sua poltrona, suada e ofegante. Mas na saída da cidade o ônibus para. E ela desce. Mais uma vez não teve coragem.

Ó, meu amado
Por que brigamos?
Não posso mais viver assim sempre chorando
A minha paz estou perdendo
A nossa vida deve ser de alegria
Pois eu lhe amo tanto

Ela não lembra bem o início da discussão. Como sempre ocorre nessas horas, o motivo se perde em meio a tantas mágoas e de repente nem sabem exatamente por que estão brigando. O fato é que voltavam de um aniversário, tarde da noite. Ele estava com ciúmes por causa de uma bobagem qualquer e então a xingou, dizendo que jamais teria filhos com ela porque não queria dar-lhes o desprazer de terem uma mãe vagabunda. Ela fechou os olhos, tentando engolir a raiva. Mas não conseguiu: pegou a chave do carro, que ficava no mesmo chaveiro da chave do apartamento, e atirou longe, por cima do muro de um terreno baldio. Enquanto ele bufava de ódio, ela falou calmamente que iria provar que ele tinha toda razão no que dissera sobre ela, e saiu, pisando firme. Voltou somente no dia seguinte, à tarde. Tirou sua chave da bolsa e quando tentou abrir a porta, não conseguiu. Quando ele chegou, à noite, encontrou-a sentada no chão, do lado de fora, chorando. Ela disse que ele não deveria ter trocado a fechadura, e ele respondeu que ela não deveria ter jogado fora a chave dele. Minutos depois, no carpete da sala, em meio às almofadas e os muitos beijos de desculpas, treparam loucamente, com força e desespero, como havia muito tempo não o faziam.

Já não consigo esquecer as tolices
Que você diz nessas horas
Já tentei, mas não posso

Mais tarde, abraçados na cama, ele quase dormindo, ela toma coragem e toca no assunto da última briga, quer saber se ele não ficou preocupado quando ela saiu no meio da noite, dizendo que iria provar que ele estava certo ao dizer que ela era uma vagabunda. Ele diz, muito calmo e seguro: Claro que não, você é fraca demais pra isso. Ela não acredita no que ouve e espera que ele diga que está brincando, que na verdade ficou preocupado, sim. Mas ele já está dormindo. Ela levanta da cama e vai para a sala, sentando no sofá, e dessa vez tem certeza que seus pensamentos a enlouquecerão. Em sua mente, a voz dele ainda ecoa, repetindo feito um eco sem fim: fraca demais pra isso… fraca demais pra isso… E ao fundo, uma outra voz, a do desconhecido no motel, na madrugada anterior, no momento em que ele a penetrava deitado por baixo dela: Goza, putinha, goza…

Tenho a impressão que do amor
Que um dia existiu entre nós
Hoje só resta uma chama apagando

Olhando o álbum de fotos, ela ri do tempo de namoro, ela orgulhosa dele na festa de formatura e ele sem jeito ao lado de seu pai. Ela fecha o álbum e olha para o bolo sobre a mesa, a vela já quase no fim. Sete anos atrás, naquele mesmo dia, começavam a namorar, para um ano depois, exatamente um ano porque ele fez questão de que fosse no mesmo dia, casavam-se. Sete anos… Então um vento entra pela janela e apaga a vela. Ela olha o relógio: meia-noite. Ele esquecera. Mais uma vez. Não viria mais. Então pega o telefone e chama um táxi. Meia hora depois o motorista para em frente a um motel. Ela paga e desce. Um segurança do motel ainda tenta impedi-la, mas ela corre e entra na garagem de uma das suítes. Na confusão de gritos e xingamentos que se segue, o segurança a muito custo consegue, junto com Afonso, separar as duas mulheres que se batem. Uma delas vai embora, não sem antes quebrar com o tamanco os vidros do carro dele. E quanto à outra, Afonso a toma carinhosamente nos braços, beija-a longamente e a leva para dentro do quarto, enquanto ela balbucia, no meio do choro intenso, que ele não a deixe, por favor, por favor…

O medo de ficar só me apavora
E eu me desespero
Só me resta pedir a sua ajuda
Pedir que você não me deixe, meu amor
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Ricardo Kelmer 2006 – blogdokelmer.com

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A letra usada neste conto é da música Por Que Brigamos, versão de Rossini Pinto da música de Neil Diamond (I am, I said), um dos maiores sucessos de Diana. Este conto integra o livro Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino e o livreto Trilha da Vida Loca – Contos do amor doído

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Trilha da Vida Loca
Ricardo Kelmer, contos

O amor é belo. Mas também é ridículo, risível, trágico… Aqui estão reunidas seis histórias inspiradas em grandes sucessos musicais da dor de cotovelo. Paixões de cabaré, porres horrendos, brigas, escândalos, traições, vinganças e outras baixarias em nome do amor. Amar é para estômagos fortes.

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Diana canta “Por que brigamos”

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Diana-03OUTROS SUCESSOS DE DIANA

Ainda queima a esperança

Canção dos namorados (Le vals de las mariposas)

Foi tudo culpa do amor

Tudo que eu tenho (Everything i own)

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TRILHA DA VIDA LOCA – O SHOW

TrilhaDaVidaLocaDiv-01Mesclando música e literatura, este show reúne clássicos da dor de cotovelo da MPB e histórias de amor inspiradas em sucessos de Odair José, Waldick Soriano, Diana, Reginaldo Rossi e Fernando Mendes, num formato divertido e interativo. As canções são executadas por Ricardo Kelmer e Felipe Breier (voz e violão) e também em trechos de suas gravações originais, com participação da plateia. Paixões de cabaré, traições, vinganças e outras baixarias em nome do amor… Favor pagar o couvert antes de cortar os pulsos.

Texto e direção: Ricardo Kelmer. Com Ricardo Kelmer e Felipe Breier
Duração: 2h (ou versão de 1h30)
> Saiba mais, veja vídeos do show

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TRILHA DA VIDA LOCA
Contos e canções do amor doído

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01- Quantas Nádias estão por aí, tentando salvar o que não tem conserto… Ana Velasquez, Altamira-PA – mar2015

02- Adorei! Ligia Eloy, Lisboa-Portugal – mar2015

03- Profundo Ricardo Kelmer. Bjs. Caroline Correia Maia, Fortaleza-CE – mar2015

04- Como vejo este tipo de relacionamento… Verdadeiros choques constantes de personalidade, até que um dia o amor some e fica a dúvida: um dia esteve ali? Ana Velasquez, Altamira-PA – mar2015

05- Muito bom. Pedro Luiz Oliveira, Fortaleza-CE – mar2015

06- Um misto de beleza e miséria. Miséria é viver assim, mendigando o carinho do outro, uma busca constante por algo que não existe de verdade e que faz a pessoa se perder de si mesma e viver o outro. Todo amor tem sim as suas brigas e conflitos, afinal cada um pensa da sua maneira. Mas viver assim é viver perdido. A gente tem raiva pela a personagem, mas quem de nós não já viveu esse sofrimento?! Na verdade, nem sabemos direito o que é amar. 07- Ah, adoro a música, apesar da sofrência em alto grau. rsrsrsrs Uma versão mais dramática pra vcs curtirem. https://www.youtube.com/watch?v=Nr5xeHMIGDQ. Renata Kelly, Fortaleza-CE – mar2015

08- Adoro essa música, Ricardo Kelmer!! Eu e a Monica Carvalhedo cantamos muuuuito no Karaokê!!!! rsrs bjs.. Lana Arrais, Fortaleza-CE – mar2015

09- Vocês não vão querer saber mais que o poetinha querido Vinicius de Moraes ou vão? Ele fala de catedra, pois teve 9 casamentos reais e nem sei quantos amores alem desses. Então vai ai um pedaço da música onde ele diz: Quem nunca curtiu uma paixão / Nunca vai ter nada, não / Não há mal pior / Do que a descrença / Mesmo o amor que não compensa / É melhor que a solidão / Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair / Pra que somar se a gente pode dividir? / Eu francamente já não quero nem saber / De quem não vai porque tem medo de sofrer / Ai de quem não rasga o coração / Esse não vai ter perdão

10- Eu concordo com o poetinha. Estou vivendo isso agora e entendo perfeitamente a personagem. Não é massoquismo não apenas acontece Renata, ninguem esta livre. Que bom que não esteja. Ricardo Kelmer você é simplesmente demais!!! Você consegue retratar todo o sofrimento humano nos seus pormenores e seus recantos mais escondidos da alma. Amei isso que escreveu. Presentão pra todos que sofrem ( vivem ) os males ( aventura ) do amor paixão ou seja la que nome tenha. Valeu!! Adorei o conto e muito obrigada. Beijão. Ana Andréa Gadelha Danzicourt, Tubarão-SC – mar2015

11- Existem relacionamentos que não sabemos o motivo pelo o qual continuamos, mas o fato é que essa chama que queima, a dor, o medo de perder o outro, só sabe dessa fúria quem já passou por isso, tudo certinho, em comum acordo, sempre, na verdade é um saco!! complicado de entender, mas paixão não se entende mesmo….. Kelmer vc é sempre fantástico!!! beijos no coração. Regia Alves, Fortaleza-CE – mar2015

12- Aff, detesto qdo Ricardo Kelmer, fica retratando minha vida. SQN! rsrsrsrs. Muito bom, sempre! Marina Oliveira, Fortaleza-CE – mar2015

PorQueBrigamos-06a


Por trás do sexo anal (3)

21/06/2014

21jun2014

Algumas mulheres relatam que no sexo anal são justamente os maiores paus que lhe dão a tal sensação arrebatadora de preenchimento absoluto, que o sexo vaginal não dá

PorTrasDoSexoAnal3-03

POR TRÁS DO SEXO ANAL (3)

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A convite da repórter Yannik D’Elboux, do UOL, respondi a algumas perguntas para uma matéria sobre sexo anal, que foi publicada na seção Mulher em 10.06.14. Leia a matéria aqui.

01- Por que você acha que os homens têm tanta fixação por sexo anal?
RK: Porque, de fato, é muito prazeroso.

02- O que existe de tão prazeroso para o homem no sexo anal com uma mulher?
RK: Um dos fatores é o prazer físico, causado pela pressão do cu em torno do pau. Os outros fatores são psicológicos, ligados a fantasias de dominação-submissão, e também aos tabus culturais, afinal o que é proibido é mais gostoso. Há um outro fator, este ligado ao próprio prazer feminino: existem mulheres que sentem um prazer mais intenso no sexo anal, mais selvagem, mais safado, e isso as transforma, o que também intensifica o prazer do homem.

03- O prazer é por causa da sensação física ou pela situação de submissão da mulher?
RK: Acho que respondi na pergunta anterior. Mas tem algo curioso sobre a questão da submissão. Há mulheres que relatam que no sexo anal elas se sentem mais poderosas. Sim, isso soa contraditório, mas talvez se sintam assim por ver o forte efeito desse tipo de sexo no homem, e por perceber que, de certa forma, no sexo anal são elas que estão no comando da situação, inclusive porque, se a iniciativa não costuma ser delas, a palavra final sempre é.

04- Suas parceiras geralmente topam fazer sexo anal facilmente?
RK: Sim. E nem sempre sou eu quem toma a iniciativa.

05- Será que a pornografia, em que o sexo anal é frequente, não é uma influência forte para os homens de hoje nesse desejo?
RK: Talvez seja uma influência atual, mas a prática do sexo anal é bem anterior à pornografia massificada que temos hoje.

06- Sexo anal é mais gostoso do que vaginal?
RK: Eu adoro sexo vaginal, mas acho sexo anal mais gostoso e excitante. E como, para mim, o prazer dela é fundamental para o meu próprio, é preciso que a mulher também goste.

07- As mulheres geralmente reclamam que sexo anal dói muito, por essa razão acabam não querendo satisfazer o desejo do homem. Causar dor e sofrimento a uma mulher não incomoda?
RK: A mim, não só incomoda como inviabiliza tudo. Mas sexo anal requer ainda mais cuidado e paciência, e é comum que as mulheres topem com homens indelicados ou inexperientes, e aí temos a figura clássica da mulher traumatizada com sexo anal, que abomina a prática e acha impossível que uma mulher possa verdadeiramente sentir prazer pelo cu.

08- Na sua experiência, existem mulheres que apreciam o sexo anal? O prazer depende da habilidade do homem?
RK: Claro que existem, mas como é um tabu, são pouquíssimas as mulheres que assumem que gostam. Um sexo anal prazeroso depende da habilidade do homem, claro, mas também da mulher, de seu desejo, capacidade de relaxar e conhecimento do próprio corpo. Para os casais iniciantes, é um aprendizado a dois, e isso requer tempo e intimidade. É comum a ideia de que homens bem dotados sempre machucam a mulher no sexo anal, mas isso não é necessariamente verdade. Algumas mulheres relatam que no sexo anal são justamente os maiores paus que lhe dão a tal sensação arrebatadora de preenchimento absoluto, de um modo que o sexo vaginal não dá.

09- Não acha que hoje em dia sexo anal virou muito obrigação, no sentido de que se não ceder fazer o homem irá procurar outra mulher que faça?
RK: Espero que não, sexo por obrigação não é muito agradável. Se o sexo anal é muito doloroso para uma mulher, acho difícil que ela consiga suportá-lo apenas por medo de perder o parceiro. E que homem é esse, que não percebe que está machucando sua parceira? Aliás, que relacionamento é esse?

10- A maioria dos homens quer fazer sexo anal, mas poucos aceitam também experimentar o prazer anal. Se é tão bom, por que os homens também não topam experimentar? Não acha isso incoerente e machista?
RK: Acho que a maioria dos homens heterossexuais teme a própria a sexualidade, com medo da possibilidade de ser ou de pensarem que ele é homossexual. Na cultura machista em que vivemos, é mesmo difícil para os homens entender que o corpo inteiro é uma fonte natural de prazer, e que homossexualidade significa sentir atração por homens, e nada tem a ver com o modo como se sente prazer com uma mulher.
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com

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Discutindo a Copa e a relação

07/06/2014

07jun2014

Se você deseja minimizar os efeitos sobre sua relação, é bom saber algumas coisas sobre essa rival invencível

DiscutindoACopaEARelacao-01

DISCUTINDO A COPA E A RELAÇÃO

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Querida leitora Katiane. Em sua singela cartinha, você conta como o futebol atrapalha a relação com seu namorado, e me pede conselhos. Bem, tenho uma boa e uma má notícia. A boa é que o campeonato brasileiro foi interrompido por um mês. Durante trinta dias, seu homem esquecerá dos problemas do time dele, a ameaça de rebaixamento. E a má notícia é que ele agora terá três jogos por dia pra ver, todos imperdíveis. Poizé, é tempo de Copa do Mundo. E se você não é chegada em futebol e deseja minimizar os efeitos sobre sua relação, é bom saber umas coisas sobre essa rival invencível.

Primeiro. A Copa do Mundo é o produto-mor da FIFA. É como a entrega do Oscar pro cinema, entende? A FIFA é a entidade criada no começo do século 20 pra organizar a brincadeira que se espalhava pelo mundo inteiro. Aliás, se espalhou tanto que hoje a FIFA tem mais países associados que a ONU, e o futebol movimenta trezentos bilhões de dólares por ano. Esta é a lição número um: futebol é uma brincadeira muito, muito séria. Por isso, nada de zombar do brinquedo dele.

Por favor, Katiane, não caia na besteira de argumentar que Trindade e Tobago versus Luxemburgo é um jogo que ele poderia perfeitamente deixar de ver. Não vai adiantar. Por quê? Tá, vamos lá. Cada país possui milhares de jogadores de futebol. Os melhores são contratados pelo clube da cidade e os melhores entre eles são contratados pelos melhores clubes do país. E os craques mais craques dessa elite são convocados pra seleção do país. No fim do funil, dos milhões de jogadores no mundo, só quinhentos vão à Copa. Ter esses caras num torneio só é como, de quatro em quatro anos, por um mês, ter na pia do banheiro os xampus e condicionadores e hidratantes mais caros do planeta. Em outras palavras: não dá pra desperdiçar nada.

Outra coisa: chegar à final da Copa é uma honra pra qualquer seleção, sim, menos pro Brasil. Pro brasileiro, só serve se for campeão. Por isso, você não conseguiu consolá-lo após a final contra a França em 98, lembra? Vou explicar melhor. Vamos supor que o grande amor de sua vida (se for o seu namorado, melhor ainda) finalmente tome vergonha na cara e te chame praquela conversa pela qual você tanto ansiava. Ele te convida pra um jantar à luz de velas na cobertura do restaurante daquele hotel cinco estrelas. Uau! Você fica noites sem dormir direito, fala pra todas as amigas e elas não disfarçam a inveja. Você se endivida toda, mas consegue alugar aquele longo caríssimo. O jantar é maravilhoso, o vinho francês divino, o harpista húngaro oferece uma música a você, e a lua, ah, a lua… Pois bem. O Brasil ser vice equivale a, depois disso tudo, esse cara dizer que não vai mais se separar da mulher. Entendeu agora?

Vamos aos lembretes importantes. Na Copa do Mundo homem já acorda com TPJ. Tensão pré-jogo. Que depois evolui para TDJ, tensão durante o jogo. E depois? Aí depende. Se o Brasil vence, ele tem a euforia típica da vitória, vai tomar todas, chegar em casa em coma e ainda vomitar no guarda-roupa, sobre os seus vestidos. Se o Brasil perde, ele tem a fossa típica da derrota, vai tomar todas, chegar em casa em coma e ainda vomitar no guarda-roupa, sobre os seus vestidos. Conclusão: melhor aguentar tudo isso com vitória, né? Então torça muito junto com ele.

Pra terminar, controle seus arroubos de romantismo, Katiane. Copa do Mundo é um encontro de guerreiros suados, destemidos e sanguinários. Beijinhos, abracinhos e denguinhos na hora do jogo definitivamente não combinam. Tudo bem, na hora do gol, vá lá. Mas olhe, não fique melindrada se ele abraça todos os amigos e esquece de você. Isso não quer dizer que ele não te ama mais, não seja dramática. Quer dizer apenas que, na verdade, ele é gay enrustido e sabe aproveitar bem essas ocasiões… Brincadeirinha, brincadeirinha! Viu? Podia ser pior.

Aguente, minha amiga. É só um mês. Depois ele volta inteirinho pra você, tá? Pra você e pro campeonato brasileiro.

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Ricardo Kelmer 2006 – blogdokelmer.com

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> Esta crônica integra o livro Blues da Vida Crônica

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DiscutindoACopaEARelacao-02a.

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01- Ricardo, não sou muito de ler colunas, nem mesmo o noolhar… entrei no sitio só pra saber a hora da abertura da Copa.. Cai no seu espaço, e adorei o Manual de Conduta de companheiras durante a Copa. Será amplamente distribuido e lido em voz alta no dia dos namorados, que será talvez o dia mais tenso. Por muito pouco não caiu em dia de jogo da seleção.. pq ai seria fim de caso. hehe Abraço, e congratulações, Fábio Marques, Fortaleza-CE – jun2006

02- oi ricardo, li tua cronica sobre a copa, coopere, hein? Não tem jeito,né??? já sei, esse negócio é totalmente autobiográfico e vc ja escreveu para tua namorada não ficar te pentelhando, ne??? Bom, quanto a mim, junto com o Ed Mota, detesto futebol, a fifa, campeonato brasileiro e tudo o mais. Mas, já descobri o lance..a íltima vez que eu torci pelo brasil foi na copa de 82, ele era o favorito, lembra???ahahahahhah, pois vou torcer de novo, já comprei até blusa amarela a tudo..Vai ser a minha vingança,ahahahahhah. Gabrielle Sales, Alemanha – jun2006

03- AINDA BEM QUE EM CASA SOMOS 2 FANATICOS, PORTANTO , SEM PROBLEMAS, SO NAO PODE EH JOGAR BRASIL X EQUADOR, AI SIM VAI TER CONFUSAO. ELE EH EQUATORIANO… MAS O BOM EH Q JA COMEMORAMOS NESSA SEXTA.BOA COPA KELMER. Ana Lucia Castelo, Nova York-EUA – jun2006

04- Adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiii rsss beijocas. Thelma Lowen, Niterói-RJ – jun2006

05- Faaala Kelmer, Cara…muito bom esse texto hahaha…passei pra minha lista… Marquim Fonteles, Parnaíba-PI – jun2006

06- hahahahahaha ótimo! BRASIUIUIUIUIUIUIUIUIUIUIUIUIU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ana Claudia Calomeni, Rio de Janeiro-RJ – jun2006

07- Parabéns Kelmer! Texto divertido e inteligente… Roberto Reial, São Paulo-SP – jun2006

08- MUITO BOM. Marly Rodrigues, São Paulo-SP – jun2006

09- KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Na verdade eu odeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeio tudo isso, nem assisto. Meu namorado assiste,mas eu não dou a menor importância. Sou nacionalista roxa, mas acho que o Brasil ser campeão ao não, não é algo para se orgulhar, ficaria muito mais feliz e orgulhosa se usassem metade desse dinheiro inútil para amenizar um pouco os nossos inúmeros problemas sociais… Muito bem bolado o que vc escreveu(como sempre)… acho que é bem por aí sim, os homens se envolvem mesmo nessa época de copa, acho que dizem pra televisão tudo que gostariam de dizer pra sogra nos últimos 4 anos… e essa teoria do “Gay enrrustido” é boa viu, acho que é bem verdade! kkkkkkkkkkkkkkk Gizelle Christina Saraiva, Natal-RN – jun2006

10- Tudo bem, Ricardo, eu também adoro a Copa do Mundo e também fiquei engasgada com a derrota contra a França em 98. Mas por favor, os campeonatos dos times eu não vou conseguir suportar nunca. Sou Brasileira, mas não espere que eu seja a Ronaldinho de saias. Fátima Braga, Recife-PE – jun2006

11- Sensacional, Kelmer! Abraço. Ronald de Paula, Fortaleza-CE – jun2006

12- Fantástico este teu texto! Rsss…… Parabéns! Um abraço. Ana Cristina Mokdeci, Juiz de Fora-MG – jun2006

13- Ricardo gosto muito do q/ escreve. Obrigada por sempre me enviar “novidades kelméricas”. Valeu as dicas da cronica sobre a copa, vou seguir a risca. Fico aquí torcendo pelo Brasil e p/ talentos como vc serem reconhecidos. Um abraço. Perpétua, Gov. Valadares-MG – jun2006

14- Por fim, acabei lendo o “Discutindo a Copa e a relação”… gostei! Afinal, deve ser isso mesmo q acontece com a maioria, né…hehehe O tapa na bundinha então…auhauhauhauhauh Gostei de teu jeito de escrever…tem bom humor… Beth Mieza, São Paulo-SP – jun2005

15- li tua cronica meu caro, e posso dizer que tudo é a mais pura verdade , mas so no resto do ano, pois copa é copa. eu vejo todo o campionato italiano pra vc ter ideia da minha abnegaçao. um bj baby. Michele Diamanti, Taranto-Itália – jun2006

16- Faaala Kelmer, Cara…muito bom esse texto hahaha…passei pra minha lista… Marcos Fonteles, Parnaíba-PI – jun2006

17- husuhsauhsauhshausauhshusahusahusahu, Ilana Dubiela, Fortaleza-CE – jun2014

18- Bons conselhos, mas faltou o melhor: aproveite que o bofe está com todos os olhos grudados no Mundial e vá fazer um treino com bola no CTM (Centro de Treinamento do Motel), com aquele homem bonito, charmoso e inteligente que não está nem um pouco interessado em 22 machos correndo num campinho, porque prefere MULHER. Luc Lic, São Paulo-SP – jun2014

19- Das duas uma: ou vc curte futebol p ficar azilada que nem ele, ou procura outro bofe viciado em outra coisa q vc goste:como vídeo game…Pq p mim , futebol…Dá não ó…kkkkk. Ilana Dubiela, Fortaleza-CE – jun2014

20- Ainda tem o fato do dia dos namorados ter caído na abertura dessa bendita copa. –‘ Amanda Lima, Fortaleza-CE – jun2014

21- Perfeita a colocação Rick. Mas tem homem que não liga para Futebol. E ai você tem duas opções ou não esquenta com a Copa do Mundo (curte junto) ou aproveita algum Boy Magia que não liga para uma bola. E bate um balão com ele. Rsrsrs. Laurinha Oliv, Fortaleza-CE – jun2014

22- Primo, a analogia das relações é genial. Gostei demais! Um abração do Leite. Leite Jr, Fortaleza-CE – jun2014

23- Ola Ricardo!!!! Parabéns, adorei SUCESSO!!!!!!!!!!!!!!! Luck, Campos do Jordão-SP – jun2014

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Futebol artigo feminino

27/04/2014

27abr2014

Cá pra nós, já reparou como brasileira fica ainda mais linda em dia de jogo da seleção?

FutebolArtigoFeminino-01.

FUTEBOL ARTIGO FEMININO

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Enquanto os fogos estouram pelas ruas do bairro e o gato vai se esconder embaixo da cama, visto minha camisa amarela feito um antigo guerreiro em seu solene ritual de preparação pra batalha. Boné da sorte, oquei. Cueca da sorte, oquei. É jogo de Copa do Mundo. Tô pronto.

Lotado, o bar que escolhi pra ver o jogo. Mas milagrosamente consigo uma cadeira pertinho do telão e bem ao lado de uma mesa com, não acredito, duas, quatro, seis, sete mulheres! Uau… O jogo promete.

Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo, taí o que você queria, bola rolando. Ah, a emoção do futebol, a beleza plástica, a poesia… E a tática? É muito eficiente, já reparou? O jeans superjusto preenche com eficiência os espaços, reforça a retaguarda e aperta bem a marcação. A triangulação é perfeita e dá pra acompanhar bem a linha divisória da graminha… Ops. Mas esta crônica não é sobre futebol? Desculpe a falha, voltemos ao jogo.

Sai, goleiro, saaaaai!!! Ufa… Bolas aéreas são sempre um susto. Elas surgem de repente, insinuantes, e aí tem que pegar firme, com as duas mãos, segurar e não soltar mais, senão vão ficar cruzando sensualmente a área dos nossos olhos. Não pode dar decote, digo, rebote. Putz, tá difícil de prestar atenção no jogo, parece que todas as mulheres lindas decidiram ver o jogo aqui. Ver o jogo e não deixar a gente ver. Precisava desses decotes tão violentos? Isso é antijogo.

Nosso futebol-arte é reconhecido no mundo inteiro. O verde-amarelo brilha não apenas no uniforme, mas no brinco, na bandana, bracelete, sandalinha… Ops, cuidado, o short curtinho deixa o atacante enfiado atrás da zaga. E com a camiseta justinha na intermediária, o piercing, coitado, fica sozinho no ataque…

Ah, assim não dá! Impossível se concentrar no jogo. Quer saber de uma coisa? Vamos logo virar a câmera pra ela, pra torcedora brasileira, o produto mais belo e poético que o futebol gerou. Mais bonito até que aquele gol que Pelé não fez. Não fez porque uma brasileira gatíssima, não sei se você sabe, levantou-se na arquibancada e desconcentrou o Rei justamente quando ele ia tocar pro gol. Culpa dela.

Cá pra nós, já reparou como brasileira fica ainda mais linda em dia de jogo da seleção? O desenho tático fica evidente nos modelitos. Ela improvisa bem, mexe daqui, substitui dali e o conjunto não perde a harmonia. E quando avança toda jeitosa pra ir ao banheiro? Impedimento escandaloso! Mas ninguém marca e a jogada segue, ainda bem. E quando comete falta no entendimento futebolístico? Ninguém adverte. Pra quê? Importante é manter o rendimento. Brasileira só joga pra ganhar. E de goleada.

Outro dia, vi uma matéria mostrando que na Copa ela usa calcinha com motivos patrióticos. Aiai, ainda tem isso… São verdinhas, amarelinhas, e algumas têm uns avisos bem mimosos, já viu? Você toca daqui, recebe dali, vai avançando, invade a área e de repente tá lá escrito: Vai que é tua, gatão! Ou então: Pimba na gorduchinha! Com um incentivo desse, não é possível que você vá pipocar, né?

Pobre da unha dela, as bandeirinhas pintadas com tanto esmero já foram todas roídas. Ela fica nervosa, dá gritinho, se descabela com o gol perdido, pede mais garra, mais chute e mais chope. No meio da tensão geral, o adversário atacando, o maior perigo… ela tá lá tranquila retocando o batom, pra confundir o inimigo. E quando finalmente a rede adversária balança, uau, que delícia, ela grita, saltita, samba, abraça, fica ainda mais linda e cheia de graça, no doce balanço do gol.

A vida é mais gostosa com futebol. E futebol é ainda melhor com elas.

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Ricardo Kelmer 2006 – blogdokelmer.com

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> Esta crônica integra o livro Blues da Vida Crônica

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01- Caríssimo Ricardo, Quem bate um bolão, no final das contas, é você. Parabéns mais uma vez. Um abraço. Marilia Boos Gomes, Rio de Janeiro-RJ – jun2006

02- Rica, não tem nada mais adorável que homem que gosta de mulher assim, desse tantão … essa crônica está ótima!beijo. Beatriz Nogueira, Brasília-DF – jun2006

03- putz! o tesão – não o telão…- está a toda aí, hein, mermão? TE SEGURA, NÃO VÁ DAR UMA NA TRAVE, HEIN? Beijos. Clarice Mota, Aracaju-SE – jun2006

04- Esse tá bom demais!!!! bjs. Marcinha Sucupira, Fortaleza-CE- jun2006

05- Ricardo, Excelente sua crônica Futebol Artigo Feminino. Adorei. É leve, descontraída, cheia de bom humor e muito bem escrita. Márcia Milani, São Carlos-SP – jun2006

06- Como nao tenho tido muito tempo pra ler nenhum livro ou algo que ultrapasse 2 paginas, eh um prazer enorme ler suas cronicas. Mande sempre e obrigada! Boa Copa! * eh muito ruim ta longe do Brasil principalmente em epoca de copa, mas sabe de uma coisa, a gente acaba comemorando mais. Meu marido eh Equatoriano, se o Equador ganha eu comemoro. Moro perto de um bairro Portugues, se Portugal ganha eu comemoro. O marido da minha cunhada eh ingles, se Inglaterra ganha eu comemoro. E assim vai. Meus visinhos sao Italianos, todo jogo da Italia vamos pra la e vibramos juntos. Ate que esses times enfrentem o Brasil, vou seguir comemorando… … e nada como comemorar em verde e amarelo! Ana Lúcia Castelo, Nova York-EUA – jun2006

07- Aahuahauhuahuahuahuhauah muito bom!!! rs Beijos! Giovana Milozo, Jaú-SP – jun2006

08- Adorei “Futebol artigo feminino”, você é demais! Obrigado pelo envio, beijos. Majô Pasquinelli, São Paulo-SP – jun2006

09- oi ricardo, li tua cronica sobre a copa, coopere, hein? Não tem jeito,né??? já sei, esse negócio é totalmente autobiográfico e vc ja escreveu para tua namorada não ficar te pentelhando, ne??? Bom, quanto a mim, junto com o Ed Mota, detesto futebol, a fifa, campeonato brasileiro e tudo o mais. Mas, já descobri o lance..a íltima vez que eu torci pelo brasil foi na copa de 82, ele era o favorito, lembra???ahahahahhah, pois vou torcer de novo, já comprei até blusa amarela a tudo..Vai ser a minha vingança,ahahahahhah. Gabrielle Sales, Alemanha – jun2006

10- li tua cronica meu caro, e posso dizer que tudo é a mais pura verdade , mas so no resto do ano, pois copa é copa. eu vejo todo o campionato italiano pra vc ter ideia da minha abnegaçao. um bj baby. Michele Diamanti, Taranto-Itália – jun2006

11- Ricardo gosto muito do q/ escreve. Obrigada por sempre me enviar “novidades kelméricas”. Valeu as dicas da cronica sobre a copa, vou seguir a risca. Fico aquí torcendo pelo Brasil e p/ talentos como vc serem reconhecidos. Um abraço. Perpétua Marques, Governador Valadares-MG – jun2006

12- Eh Ricardinho,voltou mais “em forma”…melhoras e saudade,bjo californiano! Izabel Castro, São Paulo-SP – jun2014

13- Prefiro vôlei e tênis feminino; têm mais atrativos. Luc Lic, São Paulo-SP – jun2014

14- Gostei da praga que você rogou à fumante. kkkkkk! Maria Givanilde, Fortaleza-CE – jun2014

15- Esse Kelmer …. Figuraçaa! Jane Eyre Queiroz, Fortaleza – jun2014

16- Kelmer!!!!! Vindo de vc, um queridíssimo, é uma grande honra!!! hahaha Obrigada! Dri Flores, São Paulo-SP – jun2014

17- Grande RK, a crônica Futebol artigo feminino é eropoética e desportiva – um espetáculo! Agora temos muito mais motivos para torcer nas cores pátrias. Leite Jr., Fortaleza-CE – jul2014

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Protegido: As taras de Lara – Quarta é dia de dar na escada

07/01/2014

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Protegido: As taras de Lara – Quarta é dia de dar na escada (VIP)

07/01/2014

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Úmida flor do lábio

21/12/2013

21dez2013

UmidaFlorDoLabio-01a.

ÚMIDA FLOR DO LÁBIO
Ricardo Kelmer
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Úmida flor do lábio, impura e bela
Tão resplandescente na alcova escura
É ela quem guia minha procura
Sou eu quem voo a vida em torno dela

Quero-me no bem me quer de suas pétalas
E na doce vertigem dessa altura
Extasiar meu olhar na formosura
Dos tons rosados de sua aquarela

Sobre ela faço de mim mil beijos
Eu inteiro sou um anseio que cresce
Atraído pelo odor do desejo

Da rosa que me envolve com ardor…
E a vida se bendiz no gozo agreste
Do pouso do pássaro em sua flor

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Ricardo Kelmer 2013 – blogdokelmer.com

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> Úmida Flor do Lábio é uma paródia de Língua Portuguesa, poema de Olavo Bilac (1865 – 1918), jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
> Mais poemas e músicas

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Uau! Lembrei do Bandeira ! Muito bom. Danielle Alves, Fortaleza-CE – dez2013

02- Maravilhosa descrição…lindo ! Marialucia da Silveira, Campinas-SP – dez2013

03- Esse meu amigo se supera a cada poema. Russana Melo, Fortaleza-CE – dez2013

04- Assim com lindo poema desejo à todos uma ótima tarde! Dani Flor de Liz, Caucaia-CE – dez2013


Dona de mim

21/10/2013

21out2013

DonaDeMim-02

DONA DE MIM

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Dona de mim já não sou mais
Quando aos teus pés me ajoelho assim
E em teu olho a chama do desejo atiça
A mulher louca e submissa que há em mim

De bom grado já não me pertenço
Docilmente me submeto à vontade tua
Se me queres agora toda nua, eu obedeço
E de quatro te ofereço minha carne crua

Bate, meu senhor, faz-me o rabo em brasa
Marca em mim o juramento da servidão
Ser sempre a escrava grata e obediente
E amar o peso ardente da tua mão

Bate, meu senhor, é minha pele que implora
O estalo do bom chicote nesta noite
Hoje sou eu a mulher mais livre e poderosa
Plena da dor gozosa do teu açoite

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Ricardo Kelmer 2013 – blogdokelmer.com

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DonaDeMim-02aCartaz com poema. Pra copiar.

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REPRODUZIRAM POR AÍ

A Submissão de Camine – A escrava Camine adaptou o poema, e também o título.

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LEIA MAIS NESTE BLOG

ATortaDeChocolate-02A torta de chocolate – Sexo e chocolate. Para muita gente as duas coisas têm tudo a ver. Para Celina era bem mais que isso…

O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas, uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

Bettie Page, nós te amamos – Ela é um ícone da moda, da arte erótica e também do universo BDSM, inspirando artistas e fetichistas

A entrega – memórias eróticas (Toni Bentley, Editora Objetiva/2005) – Num relato autobiográfico, a bailarina filosofa sobre sua profunda experiência de amor e salvação pela submissão no sexo anal

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SÉRIES ERÓTICAS DESTE BLOG

diametralninfajessi05bAs aventuras de Diametral e Ninfa Jessi – A mais bela e safada história de amor jamais contada

As taras de Lara – Desde pequena que Lara só pensa naquilo. E ai do homem que não a satisfaz

Um ano na seca – O que pode acontecer a um homem após doze meses sem sexo?

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Por trás do sexo anal (1) – Se esotérico significa a parte mais oculta de uma tradição ou ensinamento, aquilo que somente iniciados alcançam após muito estudo e dedicação, então o sexo anal é o lado esotérico do sexo

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Posso divulgar? rs! Adorei! Rosana Marinho, Recife-PE – jul2013

02- Versos deliciosos, como sempre. Samara do Vale, Fortaleza-CE – jul2013

03- Ui. Marcos Felix, Ceilândia-DF – jul2013

04- Hot!! hot!! HOOOOOt! adoroooo! Débora Araújo, Fortaleza-CE – jul2013

05- Muito obrigada, Ricardo Kelmer Do Fim Dos Tempos!!! Ilana Dubiela, Fortaleza-CE – jul2013

06- Ai ai ai que loucura… Marialucia da Silveira, Campinas-SP – jul2013

07- Lindo! Adorei! Tatiane Sá, Cajamar-SP – jul2013

08- Perfeito,simples,quente e profundo.Parabens Ricardo Kelmer …como sempre neh… Raissa Santiago, Fortaleza-CE – jul2013

09- homem com dono!!! Shirlene Holanda, São Paulo-SP – jul2013

10- À toda! Daniel Perroni Ratto, São Paulo-SP – jul2013

11- Vte apresentar umas amiga faixa preta do Jiujitsu. Alberto Marsicano Rodrigues, São Paulo-SP – jul2013

12- adoreiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!muito bom!!!!! Marijane Sampaio, Fortaleza-CE – out2013

13- Genial! Mariana Cunha, Fortaleza-CE – out2013

14- Por essas e outras, muitas outras, rsrsrsr, que esse cara é especial…rrsrsrsr. Regia Alves, Fortaleza-CE – out2013

15- Você é foda, amigo. “Sou seu ídolo”, hahaha. Abração! Marcelo Pinto, Rio de Janeiro-RJ – out2013

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Marchando com as vadias

25/05/2013

25mai2013

Se ser vadia é ser livre para exercer a própria sexualidade, então todas as mulheres precisam urgentemente assumir sua vadiagem, para o seu próprio bem e o de suas filhas

MarchandoComAsVadias-1

MARCHANDO COM AS VADIAS

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A cultura patriarcal e as religiões cristãs sempre temeram a sexualidade da mulher. Durante séculos, a união do machismo com a religião fez as mulheres reprimirem sua própria liberdade, tudo em nome da família e de Deus, claro. As que ousavam viver naturalmente sua sexualidade, como os homens heterossexuais sempre viveram a sua, eram xingadas, perseguidas, agredidas, execradas, expulsas, estripadas, assassinadas, queimadas em fogueiras. E, evidentemente, iam para o Inferno, arder eternamente pelo pecado de serem livres.

Hoje, a repressão diminuiu, pois a cultura machista e a religião felizmente já não têm tanta força. Mas, de modo geral, a sociedade ainda teme a sexualidade feminina e, infelizmente, grande parte das próprias mulheres contribui para a manutenção dos valores machistas, aceitando certas vantagens que eles oferecem e esquecendo que essas vantagens cobram um alto preço no balanço geral. E muitas mulheres ainda não conseguem aceitar a independência sexual de outras mulheres, e assim unem-se aos estupradores ao criticá-las por serem… livres.

A apropriação do termo “vadia” pelas próprias mulheres é uma boa estratégia de luta, pois usa a força do agressor contra ele mesmo. Se ser vadia é ser livre para exercer a própria sexualidade, então todas as mulheres precisam urgentemente assumir sua vadiagem, para o seu próprio bem e o de suas filhas. Muitas se sentem incomodadas com o termo, e isso é compreensível, mas o significado das palavras muda com o tempo e talvez as mulheres da próxima geração não tenham qualquer problema em dizer que são vadias, e o homem que não teme o feminino terá orgulho da vadiagem de sua companheira.

Com os termos “louco” e “maluco” aconteceu algo parecido. Cansados de serem assim estigmatizados, os artistas, os transgressores e os inconformistas se apropriaram dos termos e hoje é comum que eles mesmos se autodenominem loucos, malucos e vagabundos, e não apenas eles, mas muitas outras pessoas que discordam da normalidade. A imposição ditatorial de normas de comportamento, principalmente sexual, gera inevitavelmente esse tipo de repúdio e revolta. Mais justo seria respeitar as diferenças e aplaudir a liberdade de sermos quem somos.

Eu sou louco e vadio. Por isso, prefiro as loucas e vadias, as putas, as vagabas e todas as que desafiam a cultura e a religião em busca da própria liberdade de ser. E é por isso que marcho feliz e orgulhoso ao lado delas.

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Ricardo Kelmer 2013 – blogdokelmer.com

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IMAGENS DA MARCHA DAS VADIAS

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LEIA NESTE BLOG

LolaBenvenutti-1Lola Benvenutti e a coragem de viver – A única salvação possível é sermos quem verdadeiramente somos

Me estupra, meu amor – Fantasiar ser estuprada é uma coisa – querer ser estuprada é outra coisa totalmente diferente

Os apuros do homem feminista – Minha busca por relações igualitárias foi dificultada também porque muitas mulheres, mesmo oprimidas, preferiam relações baseadas no velho modelo machista

As fogueiras de Beltane – A sexualidade sem culpa de uma sacerdotisa pagã

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A noiva lésbica de Cristo – Se hoje a sexualidade feminina ainda apavora a mentalidade cristã, no século 17 ela era algo absolutamente demoníaco

O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas – uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

A torta de chocolate – Sexo e chocolate. Para muita gente as duas coisas têm tudo a ver. Para Celina era bem mais que isso…

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DICAS DE LIVROS

A entrega – Memórias eróticas (Toni Bentley, Editora Objetiva/2005) – A bailarina filosofa sobre sua profunda experiência de amor, submissão e salvação por meio do sexo anal

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990) – Um livro belo e libertador, que celebra o sagrado na sexualidade

Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino – Livro de contos e crônicas sobre a mulher

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COMENTÁRIOS
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01- legal o texto, mas essa foto com a modelo branca, magra, de calcinha e super sensualizada me cheira a objetificação. principalmente porque o texto foi escrito por um homem. Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – mai2013

RK: Adorei o comentário, Wanessa. Escolhi essa imagem provocativa por dois motivos. Primeiro, porque ela atrai a atenção de muitos homens, que devem ser provocados pelo assunto e rever seus conceitos sobre a sexualidade feminina (não é fácil falar de feminismo para homens). E, depois, porque é o tipo de imagem que instiga justamente este aspecto da questão: é válido usar o corpo da mulher para divulgar as lutas feministas? Na Marcha das Vadias, vemos muitas mulheres bonitas exibindo seus seios. Elas estariam objetificando a si próprias? Elas podem, mas um homem não pode? (mai2013)

02- mostrar os seios na Marcha é uma questão de empoderamento, de dizer “isso é meu e de mais ninguém” e muito disso de mostrar os seios é justamente pra dessexualizá-los. muitas feministas são contra a imagem das glândulas mamárias como órgão sexual porque isso não acontece com os mamilos masculinos. Wanessa Bentowski, mai2013 – Fortaleza-CE

RK: Feministas mostram os seios na Marcha das Vadias como forma de afirmar o poder sobre o próprio corpo. Muito justo. Mas dessexualizar os seios da mulher apenas porque os seios do homem não são igualmente sexualizados? Isso não faz sentido, e acho que não seria possível, pois os seios femininos são naturalmente sexualizados por serem zonas erógenas e darem prazer sexual a homens e mulheres, além de estarem ligados a um dos prazeres primários da vida, que é o de mamar. (mai2013)

03- tenho visto muitas criticas cegas. a maiora que critica nao sabe nem o que ta acontecendo, mas como todas as coisas em nosso país, os professores tambem foram criticados pela greve e ninguém sabia ao certo do que estava falando. Sandra Xavier Amarantha, Poá-SP – mai2013

04- se a Herlene tivesse usado essa imagem na postagem do blog dela, eu iria estranhar porque isso não é habitual na comunidade feminista, onde se prefere imagens reais de mulheres comuns, mas isso não iria me incomodar muito porque ela não é o gênero opressor, você sim, e simbolicamente isso tem muita força. Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – mai2013

RK: Então a imagem da minha crônica te incomoda porque foi um homem que a postou? Sim, eu sei que por ser homem, sou do mesmo gênero que oprime as mulheres. Mas o machismo oprime também a homens como eu, e as mulheres são oprimidas também pelas próprias mulheres. Isso mostra que o que oprime não é o gênero masculino, mas a cultura machista e patriarcal.

Algumas feministas sustentam que uma mulher pode usar uma imagem de uma mulher bonita e sensual para defender o feminismo, mas os homens, por pertencerem ao gênero opressor, não podem. Se, por exemplo, eu usar, estarei sendo um instrumento da ditadura da beleza ou contribuindo para a objetificação feminina – mas se uma mulher usar, tudo bem. Seguindo essa lógica, só posso usar imagens de mulheres feias ou comuns e nada sensuais. Isso seria terrível para mim particularmente, pois o erotismo faz parte do meu trabalho. E soa um tanto… opressor. No mínimo, seria um tipo de ditadura do comum e do insosso. Não me parece o melhor caminho. (mai2013)

05- só pra encerrar, o problema não tá em mostrar imagens de meninas no padrão de beleza vigente, o problema tá em SÓ mostrar meninas nesse padrão. eu não me referi a todos os seus textos, só a essa imagem nesse texto específico. eu sei que o erótico tá muito presente no seu trabalho. acho que a erotização da mulher em todo e qualquer contexto não é uma atitude feminista. eu te conheço bem, sei que vc não é oportunista, mas eu não bato palma pra homem porta-voz de feminismo porque a imensa maioria só é feminista quando convem. sei que posar de bonzinho na internet é bem diferente de combater o machismo em ambientes claramente machistas e onde quem é homem leva vantagem, no meio de amigos homens por exemplo. e isso eu sei que vc faz. Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – mai2013

06- e assim como existem críticas cegas, existem defesas cegas vindas de pessoas sem conhecimento sobre o assunto, misturando assuntos que não cabem nesse contexto com o único intuito de agradar, né, queridinha? Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – mai2013

RK- Algumas feministas radicais afirmam que nenhum homem tem legitimidade suficiente para defender o feminismo pelo simples fato de que é homem. Sim, sou homem e meu gênero é o do opressor, mas isso por si só me desqualifica a defender a igualdade de direitos entre mulheres e homens? Seguindo essa lógica, nenhum branco teria moral para lutar contra o racismo, nenhum heterossexual estaria qualificado para marchar a favor da diversidade sexual e nenhum civilizado poderia defender os índios. Levando essa lógica mais adiante, nem os próprios ecologistas teriam legitimidade para defender a Natureza e os animais, pois todos fazemos parte da espécie destruidora.

Há homens machistas e homens feministas, assim como há mulheres machistas e feministas. Percebo que, na ânsia de destruírem o machismo, muitas mulheres veem em cada homem um inimigo emboscado pronto para oprimi-la e, assim, todos nós viramos farinha do mesmo saco. Entendo a revolta das mulheres e o ódio acumulado por tanto tempo de opressão, mas essas mulheres precisam compreender que há homens que também são oprimidos pela mesma cultura que estupra a mulher, e eles também lutam pela mesma causa que elas. Por que não nos unirmos?

O feminismo é uma luta humana e não apenas das mulheres, e ela integra o contexto maior da luta pela liberdade de ser e por um mundo mais justo. Se o feminismo tem um rosto, ele é humano. (mai2013)

07- não conheço nenhuma feminista que não adore homens que se dizem feministas. homens são aliados muito bem-vindos, mas acho que o feminismo tem que ser protagonizado por mulheres, assim como o movimento negro vai ser sempre protagonizado por pessoas negras. o que eu noto em muito homem feminista é uma necessidade do cara de dizer “olha aqui como eu sou legal”, mas botar a mão na massa de fato ele não faz e ainda assim leva mérito por isso. é um sintoma triste que até no feminismo, um homem seja mais ouvido do que uma mulher. Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – mai2013

RK- Superobrigado por comentar, Wanessa. Aprendo bastante com suas observações.

Conheço mulheres que afirmam que nenhum homem, mesmo que seja feminista, tem moral para criticar o movimento feminista, justamente por ser homem. Isso mostra que elas consideram os homens insuficientemente qualificados para lutar pelo feminismo, já que a luta inclui também apontar equívocos do próprio movimento.

Quanto aos homens feministas da boca para fora, é claro que existem, assim como existe muita mulher que critica o machismo mas que acha certo que o homem sempre pague sozinho a conta do motel. Porém, quando o assunto é feminismo, que homem é mais lido ou ouvido que Rose Marie Muraro, Regina Navarro Lins ou Lola Aronovich? Mas mesmo que seja, se esse homem defende a igualdade de direitos entre gêneros, é bom que ele seja ouvido, não? E que, evidentemente, seja o próprio exemplo do que prega.

Sabe, acho que um dia a consciência coletiva estará madura o suficiente para perceber que o feminismo, assim como as antigas lutas abolicionistas e as atuais lutas contra o racismo e a discriminação sexual, são lutas que se misturam e fazem parte da grande luta contra os sistemas opressores da liberdade de ser, e que todos os que lutam são, sim, protagonistas.

Se nenhum homem pode ter qualquer tipo de protagonismo no movimento feminista, mesmo que as feministas concordem com tudo o que ele diz e faz, então o que devem fazer escritores como eu, que são declaradamente feministas e estão sempre escrevendo sobre igualdade de direitos? Devemos escrever menos para não correr o risco de sermos considerados ilegítimos protagonistas do movimento? Ou devemos criar uma dissidência do feminismo, uma espécie de feminismo sem gênero, onde possamos escrever à vontade, sem medo de ser muito lido? Bem, eu não quero criar dissidência nenhuma, nem quero ser protagonista de nada.

Acho que seguirei escrevendo, que é o que sei fazer. E defendendo não apenas o feminismo, mas também a diversidade humana. E combatendo a imposição de modelos de amor e todos os tipos de opressão que limitam a liberdade de ser. Se minha voz é masculina, a causa é humana, e é a causa que importa. (mai2013)

09- é claro que você deve continuar escrevendo, e eu vou continuar lendo, elogiando quase tudo e criticando as coisas destoantes, como essa imagem. Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – mai2013

RK- Wanessa, vou contratar você como consultora de imagens feministas. Esta aqui embaixo tá aprovada? https://blogdokelmer.com/2010/05/04/quem-tem-medo-do-desejo-feminino-1 (mai2013)

10- haha sim, passou pelo controle de qualidade porque você tá falando de desejo sexual e claro que a imagem tinha que fazer jus ao contexto da crônica. o que me incomoda é a hiperssexualização da figura feminina todo o tempo sem nenhuma justificativa, isso me incomoda especialmente em um texto feminista. agora peço licença pra me retirar da discussão porque já tô virando a feminazi chata do teu facebook. Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – mai2013

11- Aí é cabeção, grande abraço brother. Welington Lopes Silva, Ceilândia-DF – mai2013

12- #WillPirouNaImagemDoPost. Will Simões, Campina Grande-PB – mai2013

13-  Adoro ver as mulheres lutando pelos os seus direitos, assumindo-se e conquistando espaços. O que me incomoda é essa exposição desnecessária, falo de saírem nuas e vestindo-se de frases vulgares para tentar impor as outras pessoas respeito. Mulheres têm todo o direito de vestirem-se como querem, de ficarem nuas quando bem entenderem, independente de ser uma “gostosona” ou não, o problema é que muitas fazem isso só mesmo pelo o fato de radicalizarem ou aparecer, e esse pra mim que é o problema. Infelizmente em todos os protestos há os falsos protestantes e aí está o motivo de muitas lutas não serem levadas à sério. Renata Kelly, Fortaleza-CE – mai2013

RK- Obrigado por comentar, Renata Kelly. Eu acho necessária, sim, a exposição da nudez, pois a nudez dessas mulheres nos protestos é, acima de tudo, um ato de resistência (o corpo é meu e não abrirei mão do meu direito sobre ele) e também é um modo eficaz de atacar o machismo num ponto nevrálgico, usando justamente o que atrai os homens para fazê-los aprender que uma mulher vestida dessa ou daquela forma, ou mesmo nua, não é um convite para a violência. Elas estão querendo aparecer? Ótimo! Quanto mais visibilidade, mais a questão será discutida.

Sobre a vulgaridade… Isso é muito relativo. Vulgaridade está no olho de quem vê. Eu, particularmente, nada vejo de vulgar na Marcha das Vadias. Palavras de ordem como “A buceta é o meu poder” estão num contexto de legítima afirmação do corpo e, verdade seja dita, a buceta realmente é o poder da mulher. Se o corpo é o símbolo desse movimento de protesto antimachista, a buceta é o que melhor representa o corpo da mulher que protesta. A buceta é o paraíso profano do prazer, o portal sagrado da vida, viemos todos dela. Aliás, há homens, como eu, que estão sempre querendo retornar, mas isso é outro assunto.

Por ser tão poderosa, é justamente ela, a buceta, o que os estupradores almejam como troféu ensanguentado de sua força opressora. Assim sendo, nada mais simbólico que fazer da buceta a bandeira da resistência e do protesto e de ter orgulho de exibi-la na cara dos machistas. Enxergar vulgaridade nisso pode denotar um tipo de vergonha de si próprio e do que é natural, um resquício maldito de nossa colonização cristã, que sempre associou o corpo e a Natureza ao pecado.

Nas passeatas dos anos 1960, as feministas queimavam sutians. Não foram poucas as mulheres que acharam isso vulgar e prejudicial ao feminismo. Pois bem, hoje a situação social da mulher é muito melhor, graças também aos sutians queimados. Muitos homens, porém, e muitas mulheres, ainda hoje culpam a própria mulher que é estuprada. Contra essa mentalidade estúpida, só mesmo atos radicais como a nudez e os protestos na Marcha das Vadias. (jun2013)

14- Verdade Ricardo Kelmer, a mulher tem uma grande arma, o seu corpo, como vc falou, a sua “buceta”, e como essa é poderosa viu. rs! E também é verdade que a vulgaridade está no olho de quem ver, infelizmente a sociedade ainda é bastante “cega” e atrasada diante as conquistas femininas. Falei da exposição desnecessária, devido muitas fazerem uso dessa exposição sem ter uma causa ou algo a protestar, como vi algumas conhecidas fazerem isso na marcha aqui em Fortaleza, só mesmo pelo o fato de “Eu vou ficar famosa!”. Como falei, há hoje tantos falsos protestantes, por isso sempre há grande desrespeito e confusões nesses protestos. Seria maravilhoso se levássemos mais as nossas causas à sério e respeitássemos o espaço de cada um. Na verdade se começássemos nos respeitando mais e nos amando mais, teríamos esses sentimentos também pelo o outro e viveríamos em um mundo com menos desigualdade, sem preconceitos e mais livre… É um sonho a ser realizado! 😉 Renata Kelly, Fortaleza-CE – jun2013

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