14dez2008
Basta um único conhecido deixar seu endereço exposto pra imediatamente você começar a receber mensagens de desconhecidos que não lhe interessam
O NOME DA PAZ É PRIVACIDADE
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No início dos tempos, lá pelos anos 1960-70, as pessoas achavam superchique ter telefone em casa. Sim, eu juro que é verdade, veja as fotos da época pra comprovar: todo mundo tinha uma fotinha bem sorridente falando ao telefone na sala. Ter telefone significava que você podia se comunicar com alguém bem longe sem sair de casa. E igualmente chique era mostrar pros amigos o nome, endereço e telefone na lista telefônica. Era o máximo! Hoje em dia qualquer pé-rapado da periferia do terceiro mundo tem celular, o que é ótimo. Por outro lado, cada vez mais gente, preocupada com a segurança, solicita às empresas que retirem seus nomes da lista telefônica.
Com a internet está acontecendo algo similar. No início dos novos tempos, lá na década de 1990, era chique dizer “anota meu e-mail”. Ter e-mail era símbolo de status, significava que você podia se comunicar com alguém em qualquer lugar do mundo sem sair do quarto. Era o máximo! Hoje em dia qualquer analfabeto dos cafundós do mato possui e-mail. Ótimo. Por outro lado, cada vez mais gente, preocupada com a segurança, evita divulgar abertamente seu endereço de e-mail.
Com a lista telefônica, o medo é que a exposição nos traga trotes e telefonemas inoportunos, além de roubos e assaltos em nossa casa. Com a internet, o medo é que bandidos da rede invadam nosso computador e tenham acesso a dados pessoais como a senha do banco ou do cartão de crédito. Em ambos os casos, porém, a palavrinha mágica por trás da questão é a mesma: privacidade. Num mundo onde tanto as empresas como a bandidagem se especializaram em coletar informações pessoais dos cidadãos, a privacidade tornou-se um bem cada vez mais desejado.
As empresas trocam entre si os dados de seus clientes, algo que deveria ser altamente sigiloso. E os bandidos rastreiam diariamente a rede pra conseguir endereços de e-mail, pros quais enviarão suas armadilhas. Contra as empresas infelizmente nada podemos fazer. E contra os bandidos da rede? Se dependesse apenas de cada um poderíamos fazer muito mas infelizmente as pessoas têm péssimos hábitos na internet, o que invalida todos os nossos cuidados pessoais. Os próprios amigos, por exemplo, desrespeitam nossa privacidade quando expõem nossos endereços em mensagens coletivas que são passadas e repassadas, levando com elas nossos endereços a desconhecidos do mundo todo.
Atualmente a principal porta de entrada de nossas vidas não fica mais na sala – mas no computador. É através dele que os criminosos nos descobrem e atacam, roubando nosso dinheiro e nossa privacidade. Mesmo que você seja muito cuidadoso na internet, basta um único conhecido deixar seu endereço exposto pra imediatamente você começar a receber mensagens de desconhecidos que não lhe interessam, além de mensagens que parecem úteis e bacanas mas que na verdade são armadilhas de criminosos. Aí tudo que eles precisam é de um segundo de desatenção sua.
Todos os dias milhares de pessoas, no mundo inteiro, são vítimas dos crimes praticados pela internet. A única coisa que podemos fazer, individualmente, é ser mais cuidadosos quando conectados. No âmbito coletivo, podemos preservar nossos amigos desses perigos, escondendo seus endereços nas mensagens que enviamos – é justamente pra isso que serve o recurso “cópia oculta” (cco ou bcc).
Aliás, os provedores de e-mail, como Google e Hotmail, poderiam ajudar bastante: bastaria criar um mecanismo que dificultasse a exposição de endereços em mensagens coletivas. Por exemplo, antes do usuário enviar a mensagem, o programa alertaria: “Os endereços dos destinatários ficarão expostos, o que pode ameaçar a segurança e privacidade de sua família e seus amigos. Você deseja enviar mesmo assim ou prefere ocultar os endereços?” Fica a sugestão.
E fica um lembrete a você, usuário da rede: fazer a nossa parte não garante que acabaremos com os problemas do mundo – mas não fazer a nossa parte garante que nada mudará.
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Ricardo Kelmer – blogdokelmer.com
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Ricardo,
concordo com absolutamente tudo o que disse. Protejo meus amigos desde que percebi isso. É uma coisa séria. Aliás, foi com você que passei a prestar mais atenção pois a cada e-mail seu há uma lembrança do fato no rodapé do mail…
Mas não protejo a mim mesma. recuso-me a isso. Na minha infância onde os muros eram baixos e os vizinhos muito amigos , onde nos ajudávam a nos esconder das trapalhadas e peratilces dos nossos pais não conseguiria ser feliz estando mais presa do que atualmente estamos. Presto atenção, não clico em links e de repente aopago até o que não devia….Mas é uma grata surpresa receber notícias de alguém que me é muito querido e que surge inesperadamente porque me achou facilmente. ‘E pela estrada afora eu vou bem sozinha…”
Quanto a ser leitora vip, fiquei esperando e até agora não obtive resposta de como passar a sê-la. Afinal, quero saber o que aconteceu depois do “morto de lindo”…rs
Um grande beijo
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Isso é mesmo verdade. A internet virou uma rua de comadres, todo mundo fuçando e invadindo todo mundo, mas o perigo ronda pois em Bangu I e Bangu II tem internet e celular também.
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Sim, sim e sim. Não custa nada colocar em cco. Fico loka quando vejo meu e-mail rolando por aí.
Kelmer que mais pessoas leiam e se alertem.
bjos
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