04set2015
O mar, que não liga para nacionalidades, aceitou receber o menino sonhador
O SONHO QUE MORREU NA PRAIA
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Humanos são especialistas em separar humanos. Para isso, criam religiões e demarcam fronteiras. E elas nos convencem de que somos povos diferentes, uns eleitos por Deus, outros não, uns com visto de entrada, outros não.
Um garotinho de três anos, com seu irmão, sua mãe e seu pai. Alan, o nome dele. Fugindo do inferno na Síria. Tentando escapar do ódio religioso, que só perdoa aos que rezam para seus deuses. Alan e seu sonho de um lugar para viver, apenas isso, viver. Tentaram asilo no Canadá, mas as fronteiras infelizmente não entendem de sonhos, e menos ainda de sofrimento.
Munidos tão somente daquela que é a última a morrer, decidiram arriscar tudo. Num bote lotado de sonhadores, lançaram a sorte ao mar e tentaram chegar à Grécia. Mas nas águas da insensibilidade humana a sorte não passa de um frágil barquinho de papel. Naufragaram no litoral da Turquia. E o corpo de Alan foi parar na praia. O corpinho pequenino, estirado na areia, de roupa e sapato. Que nem as crianças que adormecem no tapete da sala, e depois as levamos para a cama.
Alan não tinha mais cama. Não tinha mais casa. Não tinha para onde ir, nenhum país rico o queria. Mas o mar, que não liga para nacionalidades, aceitou receber o menino sonhador. E as ondas foram beijar-lhe o rostinho afundado na areia, pedindo desculpas pela crueldade dos humanos.
Nas minhas lágrimas que agora mancham este texto, Alan, sinto o gosto de revolta e esperança. Revolta pelos sonhos das crianças que morrem na praia. E esperança de que seu triste destino ajude a humanidade a despertar para a verdade mais importante. Não, ela não está nos mandamentos das religiões. Nem nas leis sagradas dos países.
O fanatismo religioso e os patriotismos não a aceitam, mas essa verdade é a única que pode nos salvar neste momento. Ela parece um sonho, Alan, como o que você sonhava em seu barquinho de papel. Mas é real, e diz assim:
Somos todos um único povo. O Povo da Terra.
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Ricardo Kelmer 2015 – blogdokelmer.com
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01- Parabéns, pelo texto e principalmente pelos 2 últimos parágrafos!!! Isolda Mirante – set2015
02- é triste viu!!! Renata Louise Martins – set2015
03- Mensagem linda, me fez emocionar. Andreia Alencar – set2015
04- Belo texto. Suellen Gomes – set2015
05- Senhor piedade dessa crianca jesus. Juliana Silva – set2015
06- MUITO triste…Chega a ser desamnimador!!! Isolda Mirante – set2015
07- Deus cuide dessa criança pois ela e um anjo. Rafael Dos Anjos Carla Dos Anjos – set2015
08- Lindo a mensagem,mas a foto e triste. Selma Fernandes – set2015
09- E terrivel, e triste e doloroso,ver tudo isso acontecer como se fosse uma coisa qualquer sem valor, e sao ser humanos, todos temos o mesmo sentimentode dor imaginamos o seu sofrimento. Veraluciasantoscorreia Correia – set2015
10- Nossas possibilidades e sonhos se afundam nesse mundo de hipocrisia e corrupção… Triste realidade q preciso compartilhar… Marilei Moreira – set2015
11- Foi o texto mais tocante sobre o tema. O coração ficou apertado pela triste realidade…sem solução. Ma Virginia Pantani – set2015
12- Triste realidade…excelente texto! Vanessa Silveira – set2015
13- Muito triste tenho muito dó desse povo que sofre nas guerras … Ivone Ivone – set2015
14- onde esta nosso amor ao próximo?…a pior raça é a humana,pobre anjo inocente. Rayane Eduardo – set2015
15- Amém. Eliandra Nobre – set2015
16- que texto bonito. Monica Campos – set2015
17- Ah Ricardo Kelmer a imagem já nos sensibiliza ao extremo, mas suas palavras nos faz ir além… Cícera Souza Vidal – set2015
18- amigodaminhavida..mesmo sem nos falar, temos uma sincronia de pensamentos..me emocionou tb.bjao. Shirlene Holanda – set2015
19- Gostaria de saber quando e como essa guerra vai acabar… Leyla Dayane – set2015
20- Muito triste…que pecado. Andrea Pollastrini – set2015
21- Qual é o contexto do sonho de quem pega um bote e tenta atravessar o oceano com um filho de três anos para perder a vida junto com ele? Qual é sonho de quem é reprimido com crianças no colo em divisas territoriais e espremido em cercas de arame farpado? Qual o sonho de quem não tem vida na terra onde nasceu por conta da barbárie que lhe foi imposta pelos donos do mundo que lhes é negado? Thaís Guida, Rio das Ostras-RJ – set2015
22- O sonho é viver, sobreviver, escapar. Que lamentável, nós vítimas de nós mesmos. Existe coisa mais triste? Ligia Eloy, Lisboa-Portugal – set2015
23- E a humanidade que parece nunca progredir, repetindo os mesmos erros desde sempre… Ana Velasquez, Corumbá-MS – set2015
24- Até quando precisaremos de mártires para que uma causa ganhe ouvidos? Silvana Alves, Fortaleza-CE – set2015
25- Perfeito o seu texto!!! Isadora Fontão, Rio de Janeiro-RJ – set2015
26- ótimo texto… Arnaldo Afonso, São Paulo-SP – set2015
27- Que pena ! Leonor Oliveira Moreira, Fortaleza-CE – set2015
28- Exato e sensível. ….chorando pelo povo da Terra, perdido dentro dessa “bolinha” até quando… Marialucia da Silveira, Campinas-SP – set2015
29- Belo texto caro Ricardo. Eduardo Macedo, Recife-PE – set2015
30- É lamentável. Vilma de Oliveira, Fortaleza-CE – set2015
31- meu querido irmão…Meus olhos lacrimejaram com sua cronica…A verdade é cruel e dolorida….Inventaram um Deus que sapara, uma religiao que expulsa, um sexo que não tolera…..que seres imbecis nos tornamos…. Jacques Josir Ribeiro, Santo André-SP – set2015
32- Eu e minha dor. E mais essa dor do mundo. Iris Medeiros, Campina Grande-PB – set2015
33- Sinceramente, não acredito na humanidade. Acredito em seres humanos que fazem diferença, se esforçam e inspiram outros. Mas o coletivo da raça sempre foi uma força cruel e sedenta. Triste demais. Belo texto de Ricardo Kelmer. Juliana Jucá de Vasconcellos, Fortaleza-CE – set2015
34- Ricardo, lindo e comovente esse seu preito de compaixão e respeito ao garotinho Aylan. Que destino o dessa criança! Dar a própria vida para poder emprestar seu pequeno corpo à criação de uma imagem que atravessará os tempos e ficará na história dos desatinos humanos. Luis Pellegrini, São Paulo-SP – set2015
35- Texto lindo! Santo Deus, como é lamentável a insensibilidade humana! Ana Clebia Rodrigues, Fortaleza-CE – set2015
36- Ricardo Kelmer… faço minhas suas palavras tocantes… peço aos meus amigos que mostrem para crianças… elas precisam saber que tem vida sensível, frágil e inteligente fora dos seus equipamentos e para além dos muros de suas escolas e condominios. Maria Di Lia Oliveira, Bananeira-PB – set2015
37- Por um mundo sem fronteiras. Iris Medeiros, Campina Grande-PB – set2015
38- Somos todos um unico povo. O povo da terra! Nivea Gomes, Fortaleza-CE – set2015
39- Ricardo Kelmer, como não chorar com tudo que sabemos e assistimos causados ou proveniente por toda estúpida segregação? Ivonesete Zete, Fortaleza-CE – set2015
40- Emocionante, Ricardo. Não dá pra dizer mais nada… Waldemar Falcão, Rio de Janeiro-RJ – set2015
41- Luis, suas palavras também são emocionantes. Eu diria “que coragem desse espírito aceitar essa programação”, como a minha saudosa Célia do Carmo… Waldemar Falcão, Rio de Janeiro-RJ – set2015
42- Triste muito triste,profundamente lamentável!!! Oneide Braga, Fortaleza-CE – set2015
43- Não é fácil falar com suavidade dessas facetas duras da realidade! Você o fez, Ricardo! Grata por beijar Aylan com suas palavras!! Kátia Valevski Sales Fernandes, Fortaleza-CE – set2015
44- E a face da ignorância da loucura dos seres humanos em nome de DEUS, São pedras atiradas em outras pessoas por não ser da mesma religião, seres que se acham superior pq ou outros são diferentes, matando, destruindo, a ganância, falta de respeito com natureza estamos regredindo a onde vamos parar!!!!! Michel Silva, Rio de Janeiro-RJ – set2015
45- Até quando? Diana Fontes,
46- Deus só Deus. Juliana Mendes da Silva,
47- Texto de que sanbem o que escreve Parabéns. Lucia Lucas, Cuioabá-MT – set2015
48- Belo texto para uma triste história… Paulo César Norões, Fortaleza-CE – set2015
49- Lamentável.Triste demais. Vilma de Oliveira, Fortaleza-CE – set2015
50- Cara, chorei com seu texto. Simone Orlando, Rio de Janeiro-RJ – set2015
51- Sem palavras! Vanessa Machado Monte, Fortaleza-CE – set2015
52- Capitalismo cruel, egoismo exacerbado. Deus piedade pra nós humanos!!! Zildene Feitoza, Fortaleza-CE – set2015
53- Triste e lamentável. Suely Frazão, Taubaté-SP – set2015
54- Parabéns pelo texto lindo em homenagem a esse pequeno anjo. Claudia Melo – set2015
55- Meu Deus até quando vamos ver as pessoas sofrerem assim principalmente as crianças. Belo texto, bem escrito ta de parabéns. Leticia Macedo – set2015
56- Jesus veio ensinar o amor ao próximo, e 2000 depois a humanidade ainda não aprendeu. Altemar Feitosa, Natal-RN – set2015
57- Sem comentarios!! Beta De Oliveira Damasceno – set2015
58- Será que ainda podemos acreditar na bondade humana como disse Anne Frank ? Maria Vasconcelos, Fortaleza-CE – set2015
59- Que violência. Neuda de Paula – set2015
60- Lamentavel. Socorro Pereira, Natal-RN – set2015
61- sa na rien voire avec les religions si homme seul qui responsable de se genre d action au nom de dieu. Arimas Kadri, Constatina-Argélia – set2015
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