As Preciosas do Kelmer – jan2015

19jan2015

AsPreciosasDoKelmer201501.

As Preciosas do Kelmer é uma revista que criei no Facebook. Ela é feita de dicas e comentários sobre variados assuntos. A periodicidade é mensal, funciona por meio de uma única postagem que abasteço com subpostagens e os leitores podem comentar a qualquer momento e até sugerir assuntos. Por seu caráter dinâmico e interativo e por construir-se a cada dia, eu diria que é uma revista orgânica. A capa da revista é a própria imagem da postagem, que sempre trará imagens femininas.

Meu objetivo com As Preciosas é dar vazão à minha necessidade de comentar fatos do cotidiano. Pra mim o Facebook é ideal pra isso. Aqui no blog postarei a edição do mês e a atualizarei a partir das atualizações no Facebook, sempre com imagens. Espero que você goste.

> No Facebook (todas as edições)

> No Blog do Kelmer

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AsPreciosasDoKelmer201501AS PRECIOSAS DO KELMER
Dicas e pitacos para o mês
#28, jan2015
> Esta edição no Facebook

Capa: Karine Alexandrino, artista e cantora brasileira, lançadora do conceito feminista “Mulher tombada”, que ela desenvolve em seu trabalho há 15 anos

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*** IMIGRAÇÃO, UM PROBLEMA MEU E SEU

Se desejamos ser cidadãos do mundo e queremos um mundo mais justo, devemos entender mais profundamente a questão da imigração. No momento em que você lê estas palavras, há milhares de pessoas deixando seus países e suas famílias, largando tudo, para buscar melhores condições de vida em outros lugares. Essas pessoas fogem da miséria, de perseguições políticas e religiosas ou de discriminação étnica, racial ou sexual, e arriscam a vida em travessias perigosas e ilegais. Na maioria das vezes, elas não conseguem ter uma vida melhor. Muitas morrem na viagem. Muitas se tornam mendigos e vivem nas ruas das grandes cidades, tornam-se bandidos.

Fechar as fronteiras não resolve o problema, e não faz sentido que um povo se feche dentro de seus muros e viva bem, enquanto do outro lado do muro uma multidão de desesperados força a entrada. Isso não vai dar certo. O mundo é uma coisa só, o Homo sapiens é que o dividiu em conceitos chamados países, e criou fronteiras imaginárias para separar as culturas. Conseguiu, é verdade, mas essa divisão atingiu o limite de suas possibilidades. O modelo está se esgotando.

O medo do diferente é natural, mas depois que conhecemos melhor o outro, percebemos que ele não é afinal tão diferente assim. E é ótimo que tenhamos nossas diferenças – foi justamente por isso que nossa espécie sobreviveu. Mas agora, em nome do futuro da espécie, a diferença deve ser celebrada, e não combatida. > Mais: Milionária italiana compra barco para ajudar imigrantes

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*** PREPARE-SE, O POLIAMOR CHEGOU

As pessoas que não admitem que seja possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo são, de certo modo, parecidas com os religiosos que não admitem que alguém não creia no deus delas. Não admitir a diferença é fanatismo. Algumas pessoas só conseguem amar de modo exclusivista, mas isso não significa que seja esta a única forma de amar. Cada vez mais as pessoas assumem seu modo pessoal de viver o amor, e a sociedade terá que aprender a conviver com essas diferenças.

> Veja esta reportagem, está muito interessante: http://tab.uol.com.br/poliamor

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*** LIMITES PARA O HUMOR

O massacre no jornal francês Charlie Hebdo trouxe novamente à tona a questão dos limites da liberdade de expressão. Foi triste ver aquelas cenas pela TV, mas foi tão ou mais triste ver as pessoas culpando as próprias vítimas por terem sido assassinadas. Essas pessoas defendem a liberdade de expressão mas… defendem também que não se deve zombar de coisas sagradas.

Esse raciocínio pode ser bem intencionado, mas é errado, pois a noção de sagrado varia de pessoa para pessoa, e tudo no mundo é sagrado para alguém. Para fazer valer esse raciocínio, precisaríamos primeiro criar uma lista de coisas sagradas, e depois teríamos que estabelecer o exato limite do que pode ser expressado. Ou seja: esse raciocínio é totalmente inviável na prática.

Não deve ser permitido incitar o crime e a violência. E pronto, termina aqui o que não deve ser permitido. O resto tem que ser permitido. Essa liberdade de nos expressarmos cobra seu preço, claro, que é o de nos indispormos com as pessoas que se sentirem ofendidas. E se o ofendido for um fanático, o preço pode ser muito alto. Porém, limitar a liberdade de expressão é dar razão ao fanático, que não sabe lidar com críticas.

>Mais: Viva a falta de respeito. Humor não é ofensivo (Gregório Duvivier)

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ElasAeromocasLingerieVietna-01*** PARA PERDER O MEDO DE VOAR

Assim fica mais fácil…

> Publicidade de companhia aérea traz “aeromoças” de lingerie

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*** CHARLIE HEBDO RACISTA. VOCÊ ACREDITOU NESSA MENTIRA?
por Ricardo Kelmer

Alguém pegou uma charge do jornal satírico Charlie Hebdo com um desenho da ministra da Justiça Christiane Taubira no corpo de um macaco, tirou-a do contexto original e espalhou nas redes sociais que o jornal era racista. Muita gente não se deu ao trabalho de checar a informação, acreditou e repassou a mentira. E agora muita gente deve estar envergonhada.

O Charlie Hebdo, que tem um perfil de esquerda, nunca foi um jornal racista. Aliás, uma de suas maiores bandeiras é justamente a luta contra o racismo. A imagem macaqueada da ministra francesa foi publicada no jornal exatamente para expor o racismo do partido direitista Frente Nacional, cuja integrante em 2013 chamou a ministra de macaca. A labareda azul e vermelha no canto é uma referência ao símbolo do partido, e “Rassemblement Bleu Raciste” é uma paródia de “Rassemblement Bleu Marine”, a coalizão de partidos de direita franceses. O Charlie Hebdo é um feroz crítico da ideologia desses partidos, que promovem o ódio aos imigrantes e às minorias. > Leia a crônica na íntegra

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*** LE MONDE DEFENDE LEGALIZAÇÃO DA MACONHA

Mais um grande veículo de comunicação do mundo adere à campanha de legalização da maconha. Dessa vez, o jornal francês Le Monde. Num editorial de dez2014, o jornal lembra que apesar do país ter uma das legislações mais repressivas contra o tráfico e consumo de drogas, a França é um dos países europeus em que o consumo de maconha mais aumentou. Um em cada três franceses consome ou já consumiu maconha, sendo que 550.000 pessoas consomem-na diariamente.

O jornal aponta também que a política repressiva tem elevados custos “porque mobiliza uma parte significativa da atividade da polícia e da justiça” e custa 500 milhões de euros por ano. Além disso, “a proibição favoreceu o desenvolvimento de um mercado clandestino de tipo mafioso”.

A conscientização das sociedades aumenta a cada dia, que bom. Precisamos conviver com a realidade: a espécie humana sempre quis e quer experimentar estados especiais de consciência. Ignorar isso é ingenuidade. > Mais

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*** ATEUS SAINDO DO ARMÁRIO (11)

CHICO BUARQUE – Compositor, cantor e escritor

Chico Buarque disse em várias ocasiões ser ateu. Em 2005, por exemplo, ao jornal espanhol La Vanguardia, fez um resumo de sua biografia. “Nasci [em 19 de junho de 1944] e vivo no Rio de Janeiro. Estou separado e tenho três filhas, duas netas e um neto. Sou um democrata que ainda crê na possibilidade de um socialismo democrático. Já vivemos quase duas décadas de idiotice globalizada. Sou ateu.”

Chico é filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) e da pintora Maria Amélia Cesário Alvim (1910-2010). Muitas de suas canções estão entre o que há de melhor na música popular brasileira. O compositor de “Construção”, “Roda Viva”, “Gota d’Água”, “O que será”, entre tantas outras músicas, se destacou na oposição à ditadura militar (1964-1985). Após a queda dos militares, Chico passou a compor menos, dedicando à literatura. Escreveu “Estorno”, “Benjamim”, “Budapeste” e “Leite Derramado”.

Chico sempre foi um militante político, mas não do ateísmo. Em uma entrevista, disse: “Não tenho crença. Fui criado na Igreja Católica e educado em colégio de padre. Eu simplesmente perdi a fé. Mas não faço disso uma bandeira. Eu sou ateu, como se isso fizesse parte do meu tipo sanguíneo”. (do site paulopes.com.br) > Mais

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*** KARINE ALEXANDRINO, A MULHER TOMBADA

Sobre Karine Alexandrino, de sua página oficial:

Karine é uma festa para os olhos e para os ouvidos. A diva anti-diva usa o palco como divã, sem pudores, para exorcizar seus temores. Seu show, assim como a sua música, foge dos estereótipos, da mentalidade mendicante e do senso comum.

Cleopatra e ao mesmo tempo Gata Borralheira, a artista realiza uma ruptura e ao mesmo tempo conduz os formatos consagrados a uma atualização inesperada. Ela sabe muito bem o que faz. Seu som é como um bordado musical, com colagem de referências e texturas, por isso é considerada uma artista dadaísta por excelência.

Suas performances trafegam com igual desenvoltura pela Literatura, pela Moda e pelas Artes Plásticas. também uma artista visual. Em alguns momentos sua arte remete para o esgotamento nervoso das estrelas do cinema noir, como em um filme de Beth Davis. Em outros, a tensão de seus gestos no palco, invade o punk e o heavy metal, lembrando o universo erótico das lindas princesas do underground, tamanha a força que imprime em suas mãos.

Karine Alexandrino é a própria diretora artística da Mulher Tombada. E a dirige muito bem. Seus discos são produzidos com timbragens de época. Esta idéia antecipou em alguns anos o que fez Amy Winehouse, “Usei meus timbres prediletos, com minha própria voz, virei cantora década de 60”, arremete.

> Mais sobre a diva antidiva

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*** CENSURA NÃO, PASTOR

Em 2013, o pastor evangélico e deputado federal Marco Feliciano lutou para censurar um vídeo do grupo de humor Porta dos Fundos. No vídeo, uma garota, interpretada pela atriz e cantora Clarice Falcão, faz uma consulta ginecológica e acontece algo bastante inusitado.

O pastor não teve êxito em sua tentativa de censura, e o Porta dos Fundos continua fazendo humor com religião, assim como faz humor com política, arte, futebol, família, capitalismo, consumismo etc. Por qual motivo a religião deveria ter privilégios em relação a todas as outras ideias do mundo? Argumentar que não se deve zombar do sagrado não convence, pois tudo no mundo é sagrado para alguém.

Devemos ser livres para zombar de qualquer ideia. Quanto a zombar diretamente de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, para isso a lei prevê meios de defesa dos que se julgarem injustamente atingidos.

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*** BARTÔ GALENO, O ÍDOLO GENTIL DAS MULTIDÕES

Em 1995 vi um show de Bartô Galeno numa boate em Ipanema, quando eu morava no Rio de Janeiro com meus amigos Moacir Bedê e Joao Netto. É um grande momento do meu curriculum vitae. “No toca-fitas do meu carro” e “O grande amor da minha vida” são as minhas preferidas. Basta ouvir pra dar vontade de tomar uma e lembrar daquela ingrata.

A jornalista Fabiana Moraes escreveu, com muita sensibilidade, uma série de matérias sobre ídolos populares. Bartô Galeno é um deles. > Leia aqui

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*** QUEM VAI DEFINIR QUAIS SÃO OS LIMITES?
O Ocidente deve se abster de publicar filmes ou charges que sensibilizem o mundo islâmico?
(por Carlos Eduardo Lins da Silva)

É moralmente defensável a tese de que ninguém deve ofender ou ridicularizar símbolos considerados sagrados por outra pessoa. Blasfêmia contra imagens, objetos ou personagens que representam religiões pode causar indignação ou dor, independentemente das possíveis consequências advindas delas.

Em princípio, todos os seres humanos devem ser tratados com respeito pelos demais. Mas não é justificável que se exija de todos considerar sagrado o que outros assim julgam. O direito à liberdade de expressão também é um valor que pode ser defendido do ponto de vista moral.

Quem abusa dele e provoca danos a indivíduos ou comunidades pode ser processado na forma da lei e punido, quando considerado culpado. Mas muito mais complicado é arguir que Estados ou igrejas tenham poder para impedir que alguém expresse opiniões (ou as ouça ou assista) porque um contingente de devotos se sente ferido por elas. Se assim for, e se essa condição se estender a todas as denominações religiosas (por que seria admissível que algumas gozassem de tal privilégio e outras não?), a vastidão de temas proibidos seria enorme. > Leia mais

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*** A SELVAGERIA VEM DA ARGENTINA

Um encontro misterioso entre desconhecidos num avião. Uma garçonete tem a chance de se vingar do homem que arruinou sua família. Uma briga de trânsito na estrada. Um engenheiro revoltado com as multas de trânsito e a burocracia. Um milionário tenta livrar o filho da cadeia após ter atropelado uma grávida. Uma noiva descobre a traição do marido em plena de festa de casamento.

O filme do diretor argentino Damián Szifron é um sucesso de crítica e de bilheteria, e é o candidato dos hermanos ao Oscar de filme estrangeiro. As seis histórias, narradas num tom tragicômico, com direção e atuações de qualidade, mostram personagens forçados ao limite na defesa de seus direitos e de seus interesses, revelando a tênue linha que separa a civilidade da barbárie.

Eu vi e gostei muito. Recomendoooo. > Mais

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*** HOMENS PODEM SER FEMINISTAS?
por Ricardo Kelmer

Há feminismos e feminismos. Dentro do próprio movimento há diferenças quanto a vários aspectos da questão toda. Por exemplo, há feministas radicais que defendem que os homens não podem ser considerados feministas: no máximo, pró-feminismo. Segundo essa lógica, nenhum homem tem legitimidade bastante para assumir um papel de protagonista nas lutas feministas: no máximo, pode ajudar aqui e ali, e dar o bom exemplo.

O feminismo, assim como outras lutas por direitos (negros, GLBTT), faz parte da luta maior por justiça social e pela liberdade de sermos quem somos. É uma luta da humanidade. Posso não ser negro, índio, gay ou mulher, mas meus antepassados foram negros e índios, tenho amigos e parentes gays e transexuais que sofrem com o preconceito, e trago em minha psique o princípio feminino. Sou a humanidade inteira em mim, e é por isso que todas essas lutas me dizem respeito.

Particularmente em relação ao feminismo, não pretendo protagonizar nada. Mas sou um escritor e meu ofício é comunicar, então sempre escreverei a respeito. Se posso ser considerado ou não um feminista, isso não mais me importa. Sei o que sou: um libertário, e luto contra as opressões culturais e religiosas. Ao meu ver, quanto mais pessoas se libertarem dessas opressões e puderem ser o que verdadeiramente são, melhor será o mundo. > Mais

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