31ago2014
As Preciosas do Kelmer é uma revista que criei no Facebook. Ela é feita de dicas e comentários sobre variados assuntos. A periodicidade é mensal, funciona por meio de uma única postagem que abasteço com subpostagens e os leitores podem comentar a qualquer momento e até sugerir assuntos. Por seu caráter dinâmico e interativo e por construir-se a cada dia, eu diria que é uma revista orgânica. A capa da revista é a própria imagem da postagem, que sempre trará imagens femininas.
Meu objetivo com As Preciosas é dar vazão à minha necessidade de comentar fatos do cotidiano. Pra mim o Facebook é ideal pra isso. Aqui no blog postarei a edição do mês e a atualizarei a partir das atualizações no Facebook, sempre com imagens. Espero que você goste.
> No Facebook (todas as edições)
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AS PRECIOSAS DO KELMER
Dicas e pitacos para o mês
#23, ago2014
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Capa: Druuna, personagem e série de ficção científica erótica criada pelo italiano Paolo Serpieri
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*** A REVOLUÇÃO INDIANA DO ABSORVENTE ÍNTIMO
O povo indiano é, em sua grande maioria, muito conservador e supersticioso. A menstruação, por exemplo, é um tema cercado de tabus e desinformação. Mulheres menstruadas não podem visitar templos ou locais públicos e não estão autorizados a cozinhar ou tocar o abastecimento de água. Sobre o uso de absorventes íntimos, mais tabus ainda: mulheres que fazem uso deles ficam cegas e nunca vão se casar. E o preço altíssimo dos absorventes complica ainda mais a situação toda.
Aí é que entra o cidadão Arunachalam Muruganantham. Um dia ele descobriu que as mulheres menstruavam. Que a sua mulher menstruava. E que usava trapos de pano sujos porque eles não tinham dinheiro para comprar absorventes. Arunachalam começou a pesquisar e decidiu que aprenderia a fabricar absorventes, para ajudar as pessoas pobres. Porém, sua tarefa não seria fácil. Sua mulher e seus amigos o abandonam, ele é incompreendido – mas não desiste. Sempre com bom humor, ele persevera e hoje…
O fim da história eu não vou contar. Vou deixar que você mesmo leia, e se delicie, pois é uma história incrível, que merece ser divulgada para o mundo inteiro. > Saiba mais
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*** EFEITOS ADVERSOS DA MACONHA
O médico Drauzio Varella fala sobre maconha em sua coluna. Aqui, ele mostra os efeitos adversos. Na coluna seguinte, os afeitos positivos. Boa viagem, ops, boa leitura. > Saiba mais
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EUA, PARE DE ARMAR ISRAEL
A Anistia Internacional lançou a campanha “Governo dos Estados Unidos, pare de armar Israel”. Você pode participar, assinando a petição.
Mais crianças do que soldados foram mortos desde o início da operação militar israelense “Margem Protetora”. Pressione o governo americano, o maior provedor de armas para Israel, a suspender urgentemente o envio de armamentos ao país, exigindo também que pressione na ONU por um embargo de armas a todas as partes envolvidas no conflito em Gaza. > Assine a petição
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*** DRUUNA E A SALVAÇÃO PELO SEXO
por Ricardo Kelmer
No futuro, num mundo hostil e decrépito, uma estranha doença ataca os pecadores, que se transformam em monstros e morrem vítimas de terríveis deformidades. Druuna é uma garota que se prostitui para conseguir remédio para o namorado, Shastar, e se envolve numa trama que pode levá-la a descobrir as origens da doença e muito mais.
Este é o enredo dos quadrinhos de ficção científica-erótica Druuna, a obra-prima criada nos anos 1980 pelo desenhista italiano Paolo Serpieri, um mestre consagrado do desenho. O roteiro é ótimo e a técnica de Serpieri é um capítulo à parte, com seu traço inconfundível, a teatralidade das imagens, o jogo de luzes e sombras e o uso criativo dos ângulos de cena. E a morena Druuna, com sua tez ameríndia, com suas curvas e protuberâncias e, particularmente, com sua bunda brasileiríssima, é um deleite para os olhos. As histórias são recheadas de sexo, pois Druuna, além de apetitosa, tem muito, mas muito apetite: ela aceita homens superdotados, mulheres de toda cor e sabor, mutantes depravados, monstros horripilantes e robôs insaciáveis, sempre dando e recebendo muito prazer.
À primeira vista, a história pode soar como mero pretexto para a sacanagem generalizada. Bem, ainda assim seria uma puta obra-prima da sacanagem, pela qualidade artística e pelas notáveis cenas de sexo. A saga de Druuna, porém, merece elogios também por sua profundidade temática: a garota que busca salvar seu namorado é o poder encarnado do sagrado feminino, que pode nos guiar no grande caos dos valores e nos religar à sabedoria instintiva. Os prazeres sexuais de Druuna nos remetem a todo instante à mítica tensão entre Eros e Tanatos, e sua imagem nua nos força o olhar para o contraste entre a beleza e a degradação num mundo que canta a mulher, mas ao mesmo tempo a teme e a apedreja pelo simples fato… de ser mulher. O impacto que Druuna causa tem a típica força do mito: ela reverbera em nossa alma sensações de alumbramento, assombro, êxtase e reverência pela beleza e pela vida.
Uma história machista, violenta e pornográfica, que denigre a imagem feminina, e mais isso e aquilo mais… ‒ no início, Druuna recebia fortes críticas, principalmente de feministas radicais, que Serpieri sempre rebateu com segurança: sua história é uma alegoria da nossa própria realidade, em que somos ávidos por sexo mas, ao mesmo tempo, temos vergonha disso e envolvemos a nudez e o ato sexual num tenebroso clima de culpa, pecado e autonegação, o que nos torna neuróticos e violentos. Para Serpieri, sua heroína, sendo mulher, representa a vitória do belo, do natural e, principalmente, do prazer, sobre o mundo decadente em suas neuroses e contradições.
Druuna é uma celebração da vida e do sexo. A cada virada de página, ela redime o mundo pelo prazer. Com sua doçura e generosidade, ela simboliza a salvação através da verdadeira pureza, livre do pecado. Viva Serpieri. Boa sorte, e bons orgasmos, Druuna. > Saiba mais
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*** O PARADIGMA HOLÍSTICO CHEGOU
por Ricardo Kelmer
O todo é maior que a soma das partes. Essa frase resume bem o princípio que norteia o paradigma holístico, que aos poucos começa a ganhar espaço na compreensão da realidade por parte dos humanos do século 21. Se ele avança, obviamente perde espaço o paradigma newtoniano-cartesiano, que moldou o pensamento ocidental desde Newton e Descartes, no século 17.
A substituição de um modelo de pensar a vida por outro modelo faz parte do processo evolutivo de nossa espécie, mas essa troca nunca se dá sem conflitos. Um exemplo é a ecologia. Esta ciência é holística por natureza, ou seja, ela requer não apenas o entendimento de cada uma das partes, mas primordialmente o entendimento do todo e da relação entre as partes.
Uma prova de que o paradigma holístico avança é que esse mesmo tipo de percepção ecológica está começando a ser aplicado em todos os ramos do saber humano, desde a saúde à economia. Começa a ficar claro, para todos, que é impossível compreender o mundo sem antes compreender a interação entre tudo que o compõe.
O paradigma holístico é fruto do avanço do pensamento humano. Mas o velho paradigma não sairá de cena sem resistir o máximo que puder. Aceitar o novo modo de entender a realidade significa aceitar literalmente que o planeta é a casa de todos e a humanidade é uma só, e que após tanto separarmos as partes, agora precisamos uni-las. Naturalmente, nem todos estão preparados para a união. Mas o novo sempre vem. (Ricardo Kelmer) > Saiba mais
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*** LIÇÕES PRECIOSAS PARA A VIDA (1)
Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar, e na rua encontram uma antiga lâmpada a óleo. Eles esfregam a lâmpada e de dentro dela sai um gênio. O gênio diz:
– Eu só posso conceder três desejos. Então, concederei um a cada um de vocês.
– Eu primeiro, eu primeiro! – grita um dos funcionários. – Eu quero estar nas Bahamas dirigindo um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida.
Puff… e ele foi. O outro funcionário se apressa a fazer o seu pedido:
– Eu quero estar no Havaí, com o amor da minha vida e um provimento interminável de pinas coladas!
Puff, e ele se foi.
– Agora você – diz o gênio para o gerente.
– Eu quero aqueles dois de volta ao escritório logo depois do almoço para uma reunião!
Conclusão: Deixe sempre o seu chefe falar primeiro.
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*** VAGÃO EXCLUSIVO PARA A BARBÁRIE
Os deputados estaduais de São Paulo aprovaram o projeto de lei que prevê a criação de um vagão exclusivo para as mulheres. De autoria do deputado Jorge Caruso (PMDB), a lei evitaria assédio sexual das passageiras durante as viagens, nos mesmos moldes que acontece no Rio de Janeiro. Mulheres acompanhadas de crianças, mesmo que do sexo masculino, também podem usar o vagão exclusivo. O projeto segue agora para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que poderá sancionar ou vetar o projeto.
Quanta estupidez… Isolar as mulheres em vagões exclusivos é segregá-las. Aprovar uma lei dessa é assumir que homens não conseguem se controlar diante das mulheres. É a civilização condescendendo com a barbárie. Daqui a pouco teremos calçadas exclusivas para mulheres. Em vez de isolar as mulheres dos homens, a sociedade deveria investir mais em educação e, é claro, punir quem agride e violenta. > Saiba mais
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*** ESCÂNDALOS E DESCONCENTRAÇÃO DA MÍDIA
As sociedades mais democráticas do planeta possuem leis que regulamentam o mercado da mídia. Elas fazem isso porque na prática a mídia é o quarto poder, além do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, e não é saudável para a democracia que a informação fique concentrada nas mãos de poucos grupos de comunicação. Quando isso ocorre, esses grupos manipulam a informação de tal modo que grandes escândalos podem simplesmente nunca serem noticiados. Regular a mídia não significa censura. Desconfie de quem insiste em relacionar uma coisa com a outra. Muito provavelmente isso é estratégia de quem não quer perder os privilégios que possui com o mercado desregulamentado como é hoje. > Saiba mais
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*** REGULAÇÃO DA MÍDIA EM PAÍSES DEMOCRÁTICOS
por Ricardo Kelmer
Entendo sua preocupação com censurar e proibir ideias, Luc Lic, pois é a mesma minha. Porém, regular nada tem a ver com censura. Ao contrário do que você diz, há leis de regulação da mídia nos países mais democráticos do mundo, como Estados Unidos, Inglaterra e França, pois suas sociedades entendem que a concentração de poder é prejudicial para a democracia. Censura é outra coisa, e ela, sim, é que é coisa de governos opressores – nesses países, só o governo tem voz. Em países sem regulação da mídia, como o Brasil, prevalece a voz dos grupos mais ricos.
Alguns grupos de mídia no Brasil fazem questão de associar regulação da mídia com censura. Nada mais falso. Geralmente, essa associação forçada esconde o interesse em manter as coisas como estão, ou seja, manter o mercado desregulado para que os grupos mais poderosos continuem detendo uma espécie de oligopólio da informação.
Assim como os órgãos de defesa do consumidor ajudam a regular o mercado, as leis de regulação da mídia ajudam a conciliar o direito à livre expressão e os interesses individuais e coletivos. A informação é um produto (talvez o mais valioso) e, como todo mercado, o mercado da informação precisa de regras, caso contrário o grupo que tem mais dinheiro monopolizará a informação, para prejuízo da sociedade em geral.
Vamos aos exemplos. Nos Estados Unidos, grupos que publicam jornais e revistas não podem ter também canais de rádio e TV (propriedade cruzada), pois isso gera concentração de poder e prejudica a livre concorrência de mercado. Uma empresa estadunidense não pode ultrapassar certo percentual médio de audiência na mesma localidade, porque isso teria forte impacto político. Essas leis nada têm a ver com censura, mas com desconcentração de poder.
Na França, nenhum grupo pode controlar mais de 30% da mídia impressa diária. As leis francesas garantem que a mídia audiovisual reflita a diversidade da cultura do país e que as concessões de TV e rádio sigam o pluralismo político e representem também os grupos minoritários. Isso é censura? Não, é pluralidade.
Em Portugal, a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) tem como objetivo garantir transparência na produção e veiculação dos conteúdos de comunicação, bem como o pluralismo cultural e a diversidade de expressão. As concessões de rádio e TV têm validade de 15 anos, mas são reavaliadas a cada cinco anos. Isso não é censura, mas representatividade cultural.
Regular não é censurar, mas criar leis justas para todos. A democracia necessita de regras. Por que o mercado de informação não as teria? > Saiba mais
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*** COMUNIDADE DO AMOR SEM POSSE
Movimento feminista, luta contra o preconceito de cor, direitos dos homossexuais… São lutas difíceis, mas que felizmente a cada dia vencem mais batalhas. Porém, a luta dos que defendem o amor livre parece ser muito mais difícil. Somos condicionados, desde que nascemos, a entender que o amor é exclusivista, que é impossível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo e que um casal só pode ter sexo entre si. Para a grande maioria, o amor exclusivista é um dogma, que simplesmente não se discute e pronto.
Há 36 anos, o psicanalista Dieter Duhm e a teóloga Sabine Lichtenfels vivem juntos, mas livres para transar com outros parceiros. Em 1978, o casal alemão fundou a comunidade Tamera, hoje sediada no Alentejo, em Portugal, onde vivem 160 pessoas adeptas do sexo livre. Os dois falaram da experiência à revista Trip. > Saiba mais
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*** MERCADO DE LIVROS DIGITAIS
No início, líamos em pedras e argila. Depois, em papiros e pergaminhos. A partir do século 15, passamos a ler em folhas de papel com tinta impressa, agrupadas com capa dura, que chamamos de livros. O suporte para a leitura era o menos importante: o que realmente importava é que nós aprendemos a ler e seguimos lendo. Atualmente o suporte para a leitura é, também, eletrônico. É vida que segue.
No Brasil, o livro digital ainda não emplacou. Na verdade, nem o livro impresso ainda emplacou por aqui. Mas há movimento no ar. > Saiba mais
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*** COMO ESTARÃO AS PAQUITAS?
As paquitas povoaram os sonhos de muita gente nesse país. Eu, particularmente, já era crescidinho quando elas surgiram. Nesse terreno televisivo, minhas heroínas da adolescência são as chacretes, que no fim dos anos 1970 e início dos 1980 me perturbavam o juízo e os hormônios. Mas eu, obviamente, não era imune ao apelo erótico das paquitas, e adorava quando uma ou outra aparecia peladinha nas revistas. E hoje, por onde andarão aquelas ninfetas? Antes que você possa se perguntar, Luciana Vendramini, aiai, não está nessa relação. Simplesmente porque ela não chegou a ser paquita, pois não foi aprovada nos testes finais, embora a própria Luciana tenha afirmado que foi paquita por alguns meses. > Saiba mais
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*** ENSAIO FOTOGRÁFICO NA ÍNDIA LEMBRA ESTUPRO
Em 2012, em Nova Delhi, na Índia, uma jovem fisioterapeuta de 23 anos foi estuprada e torturada atraída dentro de um ônibus ilegal por cinco homens e um adolescente, e morreu em consequência dos ferimentos. Dos acusados pelo crime, um cometeu suicídio na prisão e quatro foram condenados à morte, e o adolescente foi enviado a um centro correcional. Agora, um ensaio fotográfico que mostra uma mulher sendo atacada sexualmente em um ônibus despertou lembranças do caso que gerou manifestações contra a violência disseminada contra as mulheres na Índia.
O ensaio, feito pelo fotógrafo Raj Shetye, de Mumbai, e publicadas recentemente no site de fotografia Behance, revoltou os pais da vítima e ativistas, que exigiram uma ação contra o fotógrafo. As imagens mostram uma mulher se desvencilhando de um grupo de jovens em um ônibus, ela e eles com roupas estilosas. As fotos foram retiradas do site. Shetye teria dito que pretendia mostrar a luta das mulheres indianas, e negou querer recriar a cena do estupro. “Sendo parte da sociedade e fotógrafo, esse tópico me comove muito”, teria declarado. “Estou em uma sociedade na qual minha mãe, minha namorada, minha irmã podem passar por isso também”.
É uma questão delicada. Se podemos criar histórias sobre violência e estupro e exibi-las em livros, cinemas e teatros, por que seria proibido exibir um ensaio fotográfico sobre estupro? Isso, por si só, seria apologia à violência? Ou não? E a liberdade de expressão artística? O que você acha? > Saiba mais
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*** DICA DE FILME
ALUCINAÇÕES DO PASSADO
Jacob’s ladder, EUA, 1990
Direção: Adrian Lyne. Roteiro: Bruce Joel Rubin
Elenco: Tim Robbins, Elizabeth Peña e Danny Aiello
Jacob Singer é um veterano da guerra do Vietnã que de repente se vê atormentado por estranhas visões e ideias de perseguição e morte. Fatos inexplicáveis se sucedem e sua noção de realidade se fragiliza. O casamento desfeito, a culpa pela morte do filho e a suspeita de ser vítima de uma incrível conspiração o levam ao limite da sanidade e sua vida se torna um pesadelo insuportável. Tudo que Jacob deseja é um pouco de paz mas para isso terá que descer ainda mais as escadas de seu inferno.
Alucinações do Passado é um grande filme e mostra que o inferno existe, sim, mas que não tem de ser um lugar cheio de chamas e diabos cruéis. O inferno pode ser aqui e agora, e acontece quando nos apegamos demasiadamente a ideias ou comportamentos que não são mais úteis ao crescimento pessoal e, assim, obstruímos o fluxo natural da vida a tal ponto que ela apodrece dentro de nós, transformando a vida num pesadelo real. > Saiba mais
Treiler de Alucinações do Passado
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*** O HOMEM BUMERANGUE ATACA NA FNAC
Téo Lorent é um amigo mui querido, e tenho a honra de divulgar aqui o lançamento de seu livro de estreia, O Homem Bumerangue (contos, Editora Escrituras). Será nesta 5a feira, na Fnac da av. Paulista, a partir das 19h.
Neste livro, Téo Lorent vem nos premiar com uma prosa original, combinando a fluência natural de uma linguagem própria com uma visão profunda e bem-humorada da nossa contemporaneidade. Os onze contos encadeados ao longo do livro tratam de trajetórias masculinas em transição de países, relacionamentos e experiências vividas. Sob medida até para as leituras mais ligeiras, esses contos revelam-se entanto como “microrromances” com personagens particularmente bem delineadas para enunciar a porção mais fabulosa do real, bem onde não se conta, e quando menos se espera.
O Homem Bumerangue (Téo Lorent)
Editora Escrituras, contos, 160 pag. Preço nas livrarias: R$ 28
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*** O ÍNTIMO ADEUS DE MARILYN
Marilyn Monroe tinha 36 anos, e já era uma lenda viva, símbolo da beleza e da sedução, a mistura perfeita de malícia e inocência que tanto atraíam as lentes e os olhares. Tinha vivido tão intensamente que sua vida não parecia mais caber nela mesma. Admirada, amada e invejada, ela era a deusa impossível dos sonhos dos mortais. Porém, a alma da deusa estava doente, irremediavelmente doente. Após o terceiro divórcio, doenças, cirurgias e internamentos, e problemas sem fim com os estúdios de cinema, a deusa tentava se equilibrar entre álcool e remédios, mas a depressão por que passava fazia com que viver se tornasse um fardo difícil de suportar.
Foi no meio desse turbilhão emocional que ela aceitou posar para o renomado fotógrafo Bern Stern. Durante três dias, na última semana de junho de 1962, numa imensa suíte do hotel Bel Air, em Los Angeles, a deusa platinada de Hollywood desceu do panteão, bebeu champanhe, vestiu e tirou a roupa e revelou sua humanidade. Jamais, em toda sua vida, Marilyn havia sido tão honesta diante de uma câmera. As fotos mostram a diva surpreendentemente despojada em sua intimidade, visivelmente debilitada, e ela sequer se preocupou em esconder a grande cicatriz da cirurgia da vesícula, feita meses antes.
O ensaio captou a vulnerabilidade da deusa em seus últimos momentos neste mundo. No mês seguinte, em 5 de agosto, ela seria encontrada morta, sozinha em seu quarto. A humanidade perdia Marilyn, e o arquétipo da grande estrela, linda e magistral, mas solitária e infeliz, seria definitivamente incorporado ao inconsciente coletivo. > Saiba mais
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*** ESCRITORES SE UNEM CONTRA A AMAZON EM BATALHA POR PREÇOS E LUCROS
Quem é mocinho e quem é vilão nessa história? A Amazon, que quer dominar o mercado mundial de livros? As editoras, que não querem perder sua fatia de lucro? Os autores, que, entre os interesses de uns e os interesses de outros, também têm os seus? > Saiba mais
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*** BONECA EMÍLIA BOTA BONECO COM SUA AUTOBIOGRAFIA
O Sítio do Picapau Amarelo está em festa. A escritora Socorro Acioli, que tem diversos títulos infantis e juvenis em seu currículo, debruçou-se sobre a obra de Monteiro Lobato (1882-1948) e extraiu dela o sumo emílico. O resultado é o livro Emília – Uma biografia não autorizada da Marquesa de Rabicó (Casa da Palavra), que será lançado em outubro.
A boneca mais famosa e carismática do Brasil, e a mais tagarela, espevitada e muitas vezes politicamente incorreta, ganhou inúmeras versões desde sua criação, em 1920, no livro “A Menina do Narizinho Arrebitado”, até as adaptações televisivas da obra de Lobato. Agora Emília ganha sua biografia. Putz. Como gostam de dizer os cearenses, agora é que ela vai botar boneco mesmo. > Saiba mais
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ATEUS SAINDO DO ARMÁRIO (7)
DRAUZIO VARELLA – médico e escritor
Aos 10 anos de idade, Drauzio Varella desafiou a recomendação da professora de catecismo segundo a qual não se podia morder a hóstia porque dela sairia o sangue de Cristo, a exemplo do que tinha havido com um garoto na França. Na missa de bodas de prata de um tio, Varella desobedeceu a professora e mordeu a hóstia, e dela não saiu sangue. Foi quando – então fazia uma ou duas semanas de sua primeira comunhão – que ele concluiu não fazer sentido a a existência de um Deus.
Varella nasceu em São Paulo no dia 1º de janeiro de 1943. Formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo e se especializou em oncologia. Em paralelo à carreira de médico, ele tem sido divulgador da medicina no rádio, TV e jornal. É um combatente ao tabagismo. O seu livro “Estação Carandiru”, lançado em 1999, ele conta sua experiência como médico no maior complexo presidiário da América Latina. Ganhou o Prêmio Jabuti na categoria “não ficção”. Em 2003, o livro virou filme.
Varella diz que respeita todas as crenças, mas lamenta não ter igual consideração da parte dos crentes. “Quando digo que não tenho religião, eles chamam que sou imoral”, afirma. “É como se eu tivesse parte com o diabo.” Em algumas de suas crônicas na Folha de S.Paulo, Varella tem feito críticas contundentes à Igreja Católica, como em março de 2009, por ocasião da tentativa de dom José Cardoso Sobrinho de impedir o aborto de menina de 9 anos que corria risco de morte por ter sido engravidada pelo padrasto. O então arcebispo de Olinda e Recife (Pernambuco) excomungou os médicos que fizeram o aborto e a mãe da menina, mas poupou o estuprador. Varela escreveu: “Por que cobrar a excomunhão do padrasto estuprador, quando os católicos sempre silenciaram diante dos abusos sexuais contra meninos, perpetrados nos cantos das sacristias e dos colégios religiosos? Além da transferência para outras paróquias, qual a sanção aplicada contra os atos criminosos desses padres que nós, ex-alunos de colégios católicos, testemunhamos?”
Em abril de 2011, ao ser entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, Varella criticou os religiosos por interferirem em assuntos de saúde, inibindo, por exemplo, a distribuição de camisinhas pelos prefeitos das pequenas cidades. “Eles (os religiosos) são autoritários.” (Fonte: paulopes.com.br)
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> No Blog do Kelmer
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com
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– Acesso aos Arquivos Secretos
– Descontos, promoções e sorteios exclusivos
Basta enviar e-mail pra rkelmer(arroba)gmail.com com seu nome e cidade e dizendo como conheceu o Blog do Kelmer. (saiba mais)
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01- Maravilhoso esse Homem, com H maiúsculo. Ele tem de mim o meu Puja diário. Dorah Andrade, São Paulo-SP – ago2014
02- ai ai ai… e essa Druuna aí, hein?… rsrsrs… …. ….escuta, Kelmer… tô lendo seu livro de contos… gostei especialmente do ‘pequeno incidente em hukat’… é um ótimo roteiro pra cinema… abs! Arnaldo Afonso, São Paulo-SP – ago2014
03- http://www.revistaforum.com.br/questaodegenero/2014/07/11/entenda-por-que-o-vagao-feminino-nao-e-solucao. Luc Lic, São Paulo-SP – ago2014
04- Que desgosto, Ricardo. Isso é censura, sim. Essa idéia sempre, sempre parte de gente com vocação para a opressão: China, Cuba, Rússia, Coréia do Norte, Alemanha Nazista. Se você não gosta do que a mídia está dizendo, você é livre para criar o seu próprio jornal, revista, blog, fanzine ou o raio que o parta, e ninguém vai proibir o seu conteúdo. Você é livre para discordar de idéias publicando idéias contrárias, mas não venha meter a mão grande da Lei na história, para calar quem diz o que você não gosta. Proibir idéias é a pior idéia possível. Isso é totalitarismo, é covardia, é repugnante, é abjeto, é essencialmente criminoso. Luc Lic, São Paulo-SP – ago2014