24dez2008
Este conto integra o livro Baseado Nisso – Liberando o bom humor da maconha, de Ricardo Kelmer
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MINHOCA NA CABEÇA
Quando o jovem escritor fuma, minhocas saem de sua cabeça. É mais um caso do além para Javier Viegas resolver
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USADOS E ABUSADOS. Ivan conferiu a placa na fachada da loja de usados e entrou. A moça no balcão o cumprimentou.
– Boa tarde. Posso ajudar?
– É aqui a loja do Javier?
– Sim, Javier Viegas. No momento ele está atendendo, mas deve desocupar em quinze minutos. Aguarde um pouco, por favor.
Ivan sentou-se no sofá e pegou uma revista para folhear. Logo depois estava entretido numa matéria sobre extraterrestres que raptam pessoas para implantar chips em seus cérebros e depois as devolvem à Terra e elas só conseguem recordar o que se passou em sessões de hipnose. Foi quando o homem apareceu, saindo da salinha ao lado, acompanhado de uma senhora de quem se despediu.
– Até logo, dona Iracema. Não esqueça de acender a vela hoje, heim? Vela amarela, virgem, de sete dias.
O homem virou-se para Ivan:
– Boa tarde, o moço está me aguardando?
Ivan reparou na figura: moreno, barrigudinho, meio calvo, cabelo preto, provavelmente com tintura, numa trança única que descia até o meio das costas. Devia ter seus cinquenta anos. Um sotaque espanhol e uns trejeitos afeminados.
– Vi seu anúncio no jornal.
– Ah, entre, entre, por favor. Aceita um licorzito de manga? Ana Isaura, traz dois pra gente, traz.
Era uma sala decorada com coisas antigas, quadros, candelabros, móveis rústicos. Javier lhe ofereceu uma cadeira em frente à mesa e sentou-se na sua, do outro lado, brincando com a longa trança sobre o peito.
– Prazer. Javier Viegas. Tarô e outros babados.
– Prazer, Ivan.
– Ivan, el terrible, ui… Mas diga, meu filho, a que devo o prazer de receber olhos tão bonitos? – E cantarolou: – Lindo, e eu me sinto enfeitiçada, iééé…
– É o seguinte, seo Javier…
– Seo, não. Assim eu não atendo. Pode levantar e ir embora ‒ falou Javier, fingindo estar magoado.
– Desculpe. Javier. Bem, Javier, é uma coisa assim meio… esquisita.
– Mi querido, já vi tanta coisa esquisita neste mundo que não me assusto com mais nada. Olha seu licorzito aí. É caseiro, viu?
Ivan recebeu o cálice que a atendente lhe oferecia. Levou-o à boca, mas foi interrompido por Javier.
– Menino, que heresia! Não vai brindar?
– Ah, claro, claro…
Javier ergueu o cálice e fechou os olhos, concentrado, em silêncio. Ivan esperou que ele concluísse seu ritual, talvez fosse algo esotérico, melhor acompanhar. Fechou os olhos, respirou fundo e escutou:
– Beber sem brindar, dez anos sem pimbar… Brindar sem ver, dez anos sem foder…
Ivan abriu os olhos, surpreso. Javier bebia seu licor, compenetrado, os olhos fechados. Que diabo de sujeito era aquele?
– Muito bom o licor, obrigado – disse Ivan, após provar da bebida.
– Minha mamacita quem faz. Dona Carmela. Todo mês me manda um vidrão assim. Esse é de manga, que é muy bueno, mas tem um de café que você não crê. Aliás, estou procurando um sócio, esses licores de mamãe podem deixar qualquer um milionário. Você não estaria interessado?
– Não obrigado, não gosto de comércio.
– Depois não diga que eu não avisei. Mas fale, conte seu problema.
– Bem, eu… O senhor, digo, você fuma? – Ivan fez o gesto de quem fuma um baseado.
– Marijuana? Não no primeiro encontro – respondeu Javier, rindo. Ivan riu sem jeito. – Não é minha viagem predileta, mas de vez em quando dou meus tapinhas pra ir ver o Almodovar.
– Bem, eu fumo. Quer dizer, fumava. Deixei exatamente porque começou a acontecer uma coisa estranha…
– Hummm, está melhorando. A-do-ro cositas estranhas.
Ivan olhou para a porta, desconfiado.
– Está fechada, menino, fique tranquilo. Fora duas entidades aqui atrás… – e apontou com a ponta da trança por sobre o ombro – aqui nesta sala só tem eu e você, você e eu. Juntinhos. Tim Maia era ótimo, não?
– Ah, sim. Era sim. – Ivan pigarreou. E prosseguiu. – Você vê espíritos, Javier?
– Desde que eu era niño de teta. Mas diga, que coisa estranha é essa que lhe acontece?
– Ultimamente, quando eu fumo um baseado, começam a sair minhocas da minha cabeça.
– Minhocas?
– Isso.
– Saem minhocas de dentro da sua cabeça?
– Exatamente. Minhocas. Saem pelas orelhas.
Ivan aguardou enquanto Javier o observava.
– Faz tempo que você fuma marijuana?
– Desde os dezoito. Tô com trinta e quatro.
– Fuma todo dia?
– Geralmente, quando vou escrever. Duas, três vezes por semana. Sou escritor.
– Ah, é escritor? Que bueno receber um escritor em minha sala. Ainda mais um escritor cheio de lombrices na cabeça…
– É sério, Javier. Não é viagem não, é verdade. Olhe, eu trouxe uma aqui pra você ver.
Ivan tirou do bolso da camisa um saquinho de plástico e o estendeu sobre a mesa. Mas Javier o interrompeu.
– Não, não, gracias. Eu acredito em você.
– Pode pegar. É inofensiva.
– Não preciso pegar em sua minhoca pra saber que ela existe, criatura, estou vendo.
– E então? O que você acha?
– Já procurou um médico?
– Nunca falei pra ninguém. Quem ia acreditar?
– Então vamos ter que ver esse babado de perto. Quinta-feira, oito da noite. Tá bom pra você?
– Tá bom.
– Então me espere que eu apareço.
– E quanto vai cobrar?
– Pelo quê?
– Sei lá. Você vai fazer alguma coisa, não vai?
– Bueno, eu cobraria esses seus olhos. Botaria eles numa moldura pra eles ficarem mirando a mim todo dia. Mas como eu sei que você não me daria, então vou cobrar só o preço de custo.
– E quanto é?
– Milzito.
– Mil reais?
– Caro, é?
– Bem que me disseram que você é careiro.
– Careiro é quem cobra caro e não resolve. Eu resolvo.
– Eu não tenho esse dinheiro todo.
– Posso facilitar.
– Não dá pra deixar por cem?
– Cem? Ai, meu são Sebastião flechado… Setecentos.
– Cento e cinquenta.
– Meu filho, sabe quanto me custou esse livro aí que você está com o cotovelito em cima? Cinco mil reais. Mandei buscar em Damasco, veio na corcova de um camelo, protegido por uma caravana de tuaregs barbudos, pegou barco, avião… É um livro sobre como criar demônios em garrafa.
– Você cria demônios?
– Eu não. Mas conheço gente que cria e estou aprendendo a fazer umas garrafitas maravilhosas pros bichinhos morarem com mais dignidade. Sabe a Jeannie É Um Gênio? Pois é daquele modelito, com sofazinho, cortininha… Demônio também é gente.
Ivan coçou a cabeça, pensando se não fora uma péssima ideia ir ali.
– Muito bem. Quinhentos e não se fala mais nisso.
– Duzentos.
– Quatrocentos.
– Duzentos e cinquenta.
– Trezentos, e acabou. Metade agora que estou com o aluguel atrasado. A outra metade no dia.
– Ah, agora eu não tenho. Não dá mesmo pra pagar na quinta-feira?
– Ai, pelas sete pétalas! Está certo, criatura. Mas não diga a ninguém que fiz por esse preço, sim? Minha reputação iria pelo ralo do esgoto…
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NA QUINTA-FEIRA, A CAMPAINHA do apartamento de Ivan tocou e ele abriu a porta.
– Preparado? – Javier disse, alisando a longa trança que passava pelo ombro e caía sobre o peito. Vestia calça e camisão, tudo branco.
– Só um pouco nervoso… Vamos entrando. Que elegância, heim?
– Gostou? Comprei especialmente pra esta ocasião. Tinha que ser uma roupa que nunca foi usada. Humm, Karine Alexandrino… – Javier pegou um CD sobre o aparelho de som. – Mas não é que o bofe tem bom gosto? Adoro essa perua. Dizem que é homem operado, mas eu não acredito.
– Quer escutar?
– Em outra ocasião. Vamos logo ao que interessa. Menino, mas que buena vista que você tem desta janela. Pra empurrar cobrador é uma beleza. Cadê o baseadito?
– Aqui. Você fuma também?
– Desta vez não. Anda, senta aqui do meu lado e acende logo.
Ivan acendeu o baseado e começou a fumar. Javier observava atento, sentado ao lado no sofá.
– Não tem problema com os vizinhos?
– Que nada. Nesse prédio só tem maconheiro.
Ivan deu mais algumas tragadas, apagou e guardou a guimba numa caixinha de alumínio.
– Olha aí, já tá começando… – falou Ivan, apontando para a orelha direita.
Javier se aproximou e pôde ver perfeitamente: alguma coisa surgiu à entrada do ouvido. Depois foi saindo, saindo e era mesmo uma minhoca, uma pequena minhoca que deslizou um pouco mais para fora, balançou-se e caiu sobre o ombro do rapaz.
– Pelas pantufas do niño Jesus… Que coisa…
– Pode pegar, não morde.
– Não, gracias, minha religião não permite.
– Olha, já tá vindo outra…
Javier viu outra minhoca surgir à entrada do ouvido. Essa também deslizou, balançou um pouco e caiu.
– Tá saindo outra! – Javier gritou. – É a invasão das minhocas… E pelo outro ouvido, não sai?
– Sai. Tá saindo agora, olhaí.
– Que coisa loca. Me diga, quantas saem?
– Ah, depende. Às vezes sai uma só, outras vezes duas, três, cinco. Uma vez saíram nove, quase fiquei doido.
– O que você faz com elas?
– O que eu faço? Jogo fora, claro.
Javier fechou os olhos e apoiou-se com as costas na parede. Respirou profundamente, uma, duas, três vezes. Depois murmurou algo ininteligível por alguns segundos e, por fim, abriu os olhos. Afastou-se da parede e falou calmamente:
– Pois desta vez vamos fazer diferente. Já saiu tudo?
– Acho que sim.
– Então junta num papel e traz aqui – Javier foi à cozinha e abriu a geladeira. – Tem cebola?
– Cebola?
– É. Cebola. Aquela cosita arredondada, com casquinha, que faz chorar…
– Não tô entendendo…
– Claro que não está. Se estivesse entendendo não teria de me pagar quatrocentos reais.
– Trezentos.
– Não foi quatrocentos?
– Não, foi trezentos.
– Então anda, vem cá, me ajuda a cortar. Este tomate também vai.
– Minhoca não come tomate, Javier.
– Quem disse que elas vão comer alguma coisa? Onde está a frigideira, é aqui embaixo? Ah, aqui está. Tem manteiga?
– Javier, você podia me explicar…
– Dá aqui as minhocas.
Ivan passou-lhe as quatro minhocas e Javier despejou-as na frigideira, junto com pedaços picados de tomate e cebola.
– Javier, você não tá pensando…
– Um temperozinho…
Enquanto Javier fritava e temperava as minhocas, Ivan observava sem acreditar.
– Javier, você por acaso…
– Creio que já está bueno. Tem farinha? Tem, ótimo. Vamos botar um poquito, mexer… Onde estão os pires? Creio que um azeite vai bem. Pronto, você come essas duas aí e eu como essas duas aqui.
– Eu?!
– É riquíssimo em proteína, sabia? Na China o povo faz fila pra comer.
– Eu não sou chinês.
– Mas é um escritor que me contratou pra desvendar o mistério das lombrices. Anda, aproveita que está quentinho.
Javier levou a primeira minhoca à boca e começou a mastigá-la, de olhos fechados, calmamente. Ivan olhava enojado.
– Não está tão mal, Ivan. Prova aí.
Ivan levou a colher à boca e mastigou uma minhoca. Quase pôs tudo para fora, mas controlou-se e engoliu.
– Ivan, tô recebendo uma mensagem pra você – Javier falou, de olhos fechados.
– Pra mim?
– Um bruxo… que mora sozinho na floresta…
– Como?
– Isso mesmo. Um bruxo. Ele mora… sozinho numa cabana, próximo de uma aldeia.
– Ele tá enviando uma mensagem pra mim?
– Uma bruxa muy bonita que mora perto… e os dois vivem brigando.
– O que é isso, Javier?
– Na verdade, os dois… são apaixonados um pelo outro. Mas não reconhecem isso.
– Sinceramente, não tô entendendo nada.
– Deixa ver essa outra minhoquita… – Javier mastigou a segunda minhoca. – Hummm… Um velhinho que é o Guardião dos Gnomos… Cruzes, é isso mesmo? Sim, é isso mesmo, Guardião dos Gnomos. Os gnomos têm o poder de encontrar pessoas… de fazer com que as pessoas se encontrem… Um dia, um rapaz o procura porque está interessado em…
– Espere um pouco, Javier – interrompeu Ivan. – Só um instante.
– Um pescador… uma bela noite… – Javier seguia falando, aparentemente em transe. – Ele encontra uma sereia e ela… diz que tem o poder de lhe dar muito dinheiro.
– Espere, Javier, que eu vou pegar uma caneta!
Ivan saiu correndo e voltou com papel e caneta.
– Aquela primeira, como era mesmo? Um bruxo e uma bruxa que vivem na floresta…
– Um fantasma… ele mora no quarto de uma pensão e… e sempre trata de expulsar os inquilinos que o alugam.
– O guardião dos gnomos… e depois… depois o quê mesmo?
– Menino, o que eu fiz? – falou Javier, de repente, abrindo os olhos.
– Comeu duas minhocas fritas. Como era mesmo a outra mensagem?
– Aaaaaaarrrrrgh!!! – gritou Javier, levando as mãos à boca e correndo para o banheiro. – Me acuda, minha cabocla Mariana do cabelo cor de telha! Argh!
– Depois foi o quê mesmo? – perguntou Ivan, indo atrás dele com a caneta e o papel. – Ah, o pescador e a sereia.
– Minhoca frita! Não creio! Traz água, por caridade!
– Já vou pegar. Depois foi o quê?
– Ah, não me recordo, criatura. Quem tem de lembrar é você. Vai pegar minha água, maligno.
– Não são mensagens, Javier, são ideias pra contos.
– Ah, é?
– E são ótimas, todas elas. Ah, lembrei! O fantasma da pensão.
– Então não deixa de ser mensagem. Deixa que eu vou pegar a água, cavalheiro.
– Puxa, não acredito! Javier, você é demais!
– Ideias pra contos, heim? Bueno, vai ver que é isso que faltava pra você ser um escritor famoso: uma dieta à base de minhoca frita.
– Puxa, Javier, nunca poderei lhe agradecer…
– Claro que pode. São trezentos reais, aqui en la mano.
– Escute, Javier, tenho uma proposta a lhe fazer. Que tal trabalharmos juntos? Você come as minhocas e me passa as mensagens. Eu serei um escritor famoso, venderei muitos livros… Nós ficaremos ricos, Javier! Você fica com dez por cento de tudo o que eu ganhar, aceita?
– Não.
– Mas, Javier, as ideias são maravilhosas, eu vou escrever ótimos contos, eles vão ser um sucesso!
– Tsc, tsc. Madre de Dios, esse gosto horrível não sai…
– Vinte por cento.
– Já disse que não me interessa. Imagina, vou virar um minhocário ambulante…
– Trinta!
– Trinta por cento? – Javier alisou a trança sobre o peito, pensativo. Fez algumas contas rápido. – E se você não ficar famoso nem nada?
– Com essas ideias? Impossível!
– Não, não interessa. É melhor eu garantir o meu agora. Escuta, por que você não come as minhocas? Afinal, é da sua cabecita que elas saem, e não da minha.
– Ah, Javier, eu não vou conseguir, é ruim demais.
– Faz parte do seu aprendizado cósmico. Vamos, eu quero meu pagamento, dá aqui na mãozinha.
– Javier, por favor, seja mais bondoso…
– Mais bondoso? Só se da próxima vez eu comer aranha…
– Desculpe, não quero ser injusto.
– Exatamente, seja justo. Eu mostrei pra você qual a utilidade dessas minhocas que saem de sua cabeça quando você fuma, e agora é muito justo que eu receba meu pagamento, que te parece?
– Então vamos deixar pelos duzentos?
– Trezentos, foi o que combinamos.
– Duzentos e cinquenta então.
– Ah, eu não creio! Está bem, me pague e me deixe ir embora comer qualquer coisa pra tirar esse gosto horrível da boca, argh…
– Vou fazer os cheques.
– Cheques?
– Você parcela, não parcela?
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– SEO JAVIER, DESCULPE interromper, mas é encomenda pro senhor assinar – avisou Ana Isaura, entregando um pacote.
– Só um instantito, dona Iracema… – disse Javier, interrompendo a consulta do tarô e assinando o papel. – O que deve ser? Ah, é do Ivan, aquele bofe dos olhos lindos. Livro novo…
– Quem é Ivan? – perguntou dona Iracema, sentada à sua frente na mesa.
– É aquele escritor, a senhora não conhece? Ivan Ferreti.
– Ah, sim, claro. Ele é seu amigo?
– Uns anos atrás resolvi um babado forte pra ele, entonces sempre que ele lança livro novo, manda pra mim, com dedicatória e tudo – Javier abriu o pacote e mostrou o livro, orgulhoso. – Mira que capa bonita.
– Bonita mesmo.
– Era um pé-rapado. Hoje está famoso, podre de rico. Casou dia desses com uma modelo italiana que é a cara da Anita Ekberg, até os peitos são deste tamanho. Sabe onde o bofe mora atualmente? Num castelo na França, imagina o luxo.
– Nossa, que partido… Pra mim não cai um desse.
– Ai, ai, quando eu penso naqueles trinta por cento…
– Como?
– Nada, mulher, nada. Divaguei. Mas sim, onde estávamos?
– No Enamorado.
– Ah, nessa carta aqui. Pois bem… Bueno, deixa eu ver… Humm, é um senhor alto, viu, educado, distinto… Um guapo.
– Será que é casado, Javier?
– E isso lá é problema, mulher! Se for, a gente descasa.
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Ricardo Kelmer 2000 – blogdokelmer.com
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Este conto integra o livro
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