Medo de mulher

16/01/2010

16jan2010

Como não temer algo que tem o poder de gerar e nutrir a vida? E, caramba, como não temer um bicho que sangra durante dias e não morre?

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MEDO DE MULHER

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Homens que agridem mulheres… Homens que atacam prostitutas, saem na rua atirando em travestis… O que leva um homem a tais selvagerias? Diversos fatores podem estar envolvidos. Mas há um fator mais profundo que todos, mais antigo… É o medo da mulher.

Instintivamente, todo homem teme a mulher. É claro que a maioria dos homens, se perguntado, certamente negará, ou levando a coisa para o lado da piada jocosa ou se irritando com o que ele pensa ser um questionamento de sua masculinidade, oh, a sagrada masculinidade. Calma, meu amigo macho. Esse medo nada tem a ver com homossexualidade. Trata-se do velho temor do feminino, um sentimento arquetípico, que sempre esteve em nossa psique, tão natural quanto o desejo sexual que sentimos pela mulher.

Esse temor existe, sim, e se não o reconhecemos, o danado nos acompanha vida afora, se refletindo em nossa relação com as mulheres. Pior que isso: o medo do feminino faz surgir religiões e sociedades machistas, que reprimem violentamente as mulheres, negando-lhes direitos básicos, tornando-as propriedade dos homens e até mesmo queimando-as em fogueiras. Mas… por que esse temor?

A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará. É o mistério sagrado da própria vida. É através do corpo feminino que a vida se concretiza no plano físico. A mulher é a Natureza humanamente representada em suas curvas, saliências e reentrâncias: ela é o rio sinuoso que hipnotiza o olhar, montes que se elevam graciosos da superfície, cavernas escuras que guardam segredos… É feita de ciclos a mulher, renovando-se a cada lua para em seguida oferecer-se novamente fértil e receptiva. Como não temer algo que tem o poder de gerar e nutrir a vida? E, caramba, como não temer um bicho que sangra durante dias e não morre?

É bem antigo o medo da mulher. Milhões de anos atrás, percebemos que viemos todos de dentro dela – e até hoje isso nos maravilha e assusta. Percebemos também que ela se comporta como a Natureza em suas estações, alternando ciclos, e isso nos fez entender que o masculino é Sol enquanto o feminino é Lua. Se aquele é o mesmo todos os dias, esta não cansa nunca de se experimentar em sua natureza mutante. Se elas são naturalmente iniciadas pela vida, eles não, eles precisam inventar iniciações.

Ao menstruar, a mulher está a repetir, mesmo sem consciência disso, seu íntimo ritual sagrado de fertilidade. Isso tem o poder de conectá-la com a sabedoria instintiva de seu corpo e com os ciclos naturais do planeta. O sangue é o fluxo da vida, que vem da caverna escura, lá onde se guarda o feminino misterioso e profundo. E são poucos, bem poucos, os homens que têm coragem de ir lá. Fisicamente eles vão, sim, mas apenas tocam o feminino, nunca dançam com seu mistério. Homens fazem guerra porque a guerra vem do Sol. Mas poucos, bem poucos, são homens o suficiente para fazer amor com a Lua.

E, no entanto… a Lua sempre esteve dentro deles!, desde o momento em que os princípios masculino e feminino se uniram para gerá-los. São homens simplesmente porque neles a porção masculina é a dominante, e é isso que os faz mais agressividade e razão e menos suavidade e sentimento – mas se não houvesse também em sua alma a porção feminina, seriam uma inconcebível aberração psicológica. Ao negar o feminino em si, esses pobres homens negam também, sem perceber, sua própria totalidade, e assim buscarão inutilmente mil coisas pela vida, sem que nada os possa completar, e morrerão frustrados, sem sequer entender o que lhes faltou. E o que lhes faltou foi sua própria alma inteira.

Homens agridem mulheres porque elas são o próprio princípio feminino encarnado diante de seus olhos fascinados e temerosos. Sua presença os faz lembrar, inconscientemente, do que eles temem admitir. Sim, temer o feminino é normal, é humano. Mas negá-lo, não. O homem que nega o feminino, meu amigo macho, declara guerra contra si próprio. Bem melhor, mas muuuito melhor, é fazer amor com o feminino.
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Ricardo Kelmer 2007 – blogdokelmer.com

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Este e outros textos
integram o livro Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino

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MEDO DE MULHER
Esta crônica foi lida pelo autor no encerramento do 21o Encontro da Nova Consciência (Campina Grande-PB, fev2012) e dedicada às mulheres violentadas e mortas em Queimadas-PB (12.02.12)

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MAIS SOBRE LIBERDADE E O FEMININO SELVAGEM

EmBuscaDaMulherSelvagem-02base1aA mulher selvagem – Ela anda enjaulada, é verdade. Mas continua viva na alma das mulheres

A mulher livre e eu – A liberdade dessa mulher reluz no seu jeito de ser o que é – e ela é o que todas as outras dizem ou buscam ser, mas só dizem e buscam, enquanto ela tranquilamente… é

Em busca da mulher selvagem – Era por ela que eu sempre me apaixonava, essa mulher que era quem ela mesma desejava ser e não a mulher que a família, religião e sociedade impunham que ela fosse

Amor em liberdade – O que você ama no outro? A pessoa em si? Ou o fato dela ser sua propriedade? E como pode saber que ela é só sua?

As fogueiras de Beltane – As fogueiras estão acesas, a filha da Deusa está pronta. O casamento sagrado vai começar

Alma una – Eu faço amor com a Terra / Sou a amante eterna / Do fogo, da água e do ar / Sou irmã de tudo que vive / Ninfa que brinca com a vida / Alma una com tudo que há

Quem tem medo do desejo feminino? (1) – A maternidade, a castidade e a mansidão de Nossa Senhora como bom exemplo, e a força, a independência e a liberdade sexual da puta como exemplo contrário, a ser jamais seguido

Marchando com as vadias – Se ser vadia é ser livre para exercer a própria sexualidade, então todas as mulheres precisam urgentemente assumir sua vadiagem, para o seu próprio bem e o de suas filhas

LIVROS

LivroMulheresQueCorremComOsLobos-01Mulheres que correm com os lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem (Clarissa Pinkola Estés –  Editora Rocco, 1994)

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990)

As brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley – Editora Imago, 1979)

Mulheres na jornada do herói (Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro – Editora Ágora, 2010)

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- achei muito linda! Andrea Boni, Brasília-DF – jul2007

02- Ai, Rica… o cerrado te deu muita inspiracao hein? Discutir o principio feminino… se saiu bem na escolha do tema. Vai atrair o maior publico, de mulheres, todas querendo ser desvendadas pelas palavras do escritor. Vai dar pano pra muita manga histerica 😉 Beijo. Fabiana Vasconcelos, Boston-EUA – ago2007

03- Belíssimo texto. Como só vc sabe escrever. Ah, agora que vc parou pra respirar, quero ver as nossas fotinhas!!!!!! Beijos e saudades. Patrícia Meireles, Fortaleza-CE – ago2007

04- bacana rick… André Monteiro, Campinas-SP – ago2007

05 – Adorei o texto. Inspiradíssimo Ricardo. Poucos são os homens que conseguem esta sintonia vibratória conosco, por nos conhecer tão bem. Bom saber que existem! Um bj grande. Helga Lima, Rio de Janeiro-RJ – ago2007

06- Rapá, por causa das chatices e duns quilinhos a mais (dela e… meus tb!), eu já tava aqui na peinha de nada pra plantar a mãozada na muié — q me prometeu ser sempre linda, com aquele corpinho enxuto, como era qdo eu a conheci — qdo chegou esse seu email e me livrou de tirar umas férias vendo o sol nascer quadrado… Isso é q é amigo, viu! Wander Frota, Fortaleza-CE – ago2007

07- Kelmerrr! Amei seu texto! E puxa vida…tava com saudades de ler suas crônicas. Marisa Vieira, Rio de Janeiro-RJ – ago2007

08- Ainda mais quando essa mulher é cearense! Aí o homem tem é que correr de medo! Bjs. Gatalôca, Rio de Janeiro-RJ – ago2007

09- Lindo, como sempre. O texto, e você, claro! Fabiana Polotto Figueira, São José do Rio Preto-SP – ago2007

10- Parabéns pelo blog, pelo belo texto e também pela sua intensidade! Gosto do jeito que vc fala do feminino… ajuda-me a fazer as pazes com a minha própria feminilidade e também com os princípios do Sol. Quando eu te dei aquele Sol e fiquei com uma Lua, eu não pensei -ao menos conscientemente- na união entre o masculino e o feminino…rsrs. Kátia, João Pessoa-PB – ago2007

11- Ricardo. Achei maravilhoso este texto que você escreveu e me tocou profundamente. Beatris Rocha, Campinas-SP – ago2007

12- A sua cronica mais linda ate hj…. Christina Alecrim, Rio de Janeiro-RJ – ago2007

13- Rapá, por causa das chatices e duns quilinhos a mais (dela e… meus tb!), eu já tava aqui na peinha de nada pra plantar a mãozada na muié — q me prometeu ser sempre linda, com aquele corpinho enxuto, como era qdo eu a conheci — qdo chegou esse seu email e me livrou de tirar umas férias vendo o sol nascer quadrado… Isso é q é amigo, viu! Desleixo é falta de amor, é o contrário ou são os dois na mesma medida, pergunto eu? Vale! Wander Nunes Frota, Fortaleza-CE – ago2007

14- tambem tenho tenho medo!! e tu?? ainda lembro quando rosalia berrava, cesarinhooooooooo pra dentro!!!cara, corria p não apanhar!! (risos) concordo com a cronica!! +, e se no àpice do sexoroller (sexo no skate) mui bom, camarada!!! ela, olha na tua cara e ordena, bate porra!! quero gozar apanhando, +, bate devagar, que fazes??? hem, hem??? (risos) César de Cesário, Campina Grande-PB – ago2007

15- Olá Ricardo…tudo em Paz? Li e amei esta cronica…afinal como não temer o que nunca se tentou aprender? Como não fugir daquilo que nunca se transparece por inteiro…que nunca se desnuda do sabor de se ver tão diferente? Parabens e bom te ler novamente…um abraço carinhoso!!!! Sandra Abou Dehn, Cuiabá -MT – ago2007

16- Olá Ricardo. tudo bem? Parabéns, adorei sua crônica, muito inteligente e profunda. Todos nos temos nosso lado feminino hibernado. Poucos são aqueles que vivem em paz. Com sua permissão vou passar essa crônica para meus amigos interautas. Obrigado pela lembrança. Abs. Liano Silva Veríssimo, Fortaleza-CE – ago2007

17- QUER CASAR COMIGO??? Isso é tudo que tenho a dizer sobre sua crônica, linda de morrer… melhor, linda de viver. Vc já leu Cartas do caminho sagrado, que fala do xamanismo e da “carta da lua” (a “função” da menstruação no “eu” da mulher)? Outro livro que eu achei interessante, cujo autor é um homem que pensa como nós, é “A corrida do membro”. Saiu no Jô, mas não lembro o nome do jornalista. Ainda não li mas deve ser interessante. Sempre me disseram que todos os homens que amei (e amo) só falta um chip para gay. Não sou chegada a aberrações psicológicas que me jogariam na parede e chamariam (se tivessem chance) de lagartixa! Tô fora! Beijim daquela que está se viciando nas suas crônicas. No meu próximo curso sobre crônica, onde quer que seja, vou apresentar à turma um autor que desmente categoriacamente essa história dos estudiosos de literatura que dizem que a crônica morreu: Ricardo Kelmer é o nome dele. Ana Karla Dubiela, Fortaleza-CE – ago2007

18- Dear Ricardo, Fico a imaginar como consegues escrever com tanta clareza sobre um assunto tao dificil pra muitos que e’ essa relacao de homem e mulher. Quase todos os meus clientes estao completamente perdidos , e’ um trabalho arduo mostrar-lhes alguma outra visao das coisas vividas por eles. Adorei o seu texto , sou sua tiete e por isso suspeita mas acredito ser Super!!! Raquel Araújo, Los Angeles-EUA – ago2007

19- Posso incluir este artigo no meu blog? http://poderosamentemulher.blogspot.com. Izilda, Salvador-BA – ago2007

20- depende kelmer , kkkkkkkkkkkkk. Alyson Amâncio, Fortaleza-CE – ago2007

21- Esse texto tá bom demais,Ricardo.Adorei! Mônica Burkle Ward, Recife-PE – ago2007

22- É as vezes tm homens que sõa muito machões mais na hora que tem que ser homem mesmo não é digo iso num termo geral. E os homens principalmente falam que nós mulheres somos frageis e é ao contrario, vcs homens que são frageis por ex: vcs não tão a luz e gera uma criança durante nove meses ae nos mulheres temos essa benção e a graça divina. Bom quero ler mais coisas que vc escreve e se quizer mandar pra mim eu leu pode ter certeza ah!! fiz um blog para colocar as minhas histórias se quizer dar uma lida e uma opinião é sempre bom saber mais. Olha o endereço do meu blog: http//amandareisgomes .arteblog.com.br. Amanda Reis, Osório-RS – ago2007

23- Oi, Ricardo… Crônica pouco poética. São Paulo, às vezes, nem é Sol nem Lua… é assim, digamos… quase sempre nublada. Será que percebes a influência na (ou falta) de poesia? Que tal escrever uma crônica biológica para “eles” informando a partir da fecundação até aquele momento em que por definição génetica os órgãos sexuais determinantes se desenvolvem e se atrofiam simultaneamente… mas, com poesia. Beijos. Marly Rodrigues, São Paulo-SP – ago2007

24- Olá Ricardo! Recebi seu e-mail com a sua crânica sobre o Medo que os homens têm das mulheres, e achei uma obra de arte, achei que você falou tudo sem fiucar cansativo e monótono… na minha humilde opinião de leitora hehe! Além de ser um assunto que me chama muita atenção, essa coisa toda do machismo que perdura até hoje em uma sociedade tão moderna como é a que vivemos, fico boquiaberta com esse tipo de coisa que ainda acontece no mundo! Não há como entender!! Eu li, e adorei seu texto, achei que não podia deixar passar em branco no meu e-mail, não resisti em responder, embora não à altura do seu texto! Achei magnífica a forma como vc trata o corpo da mulher em constante ligação com a natureza (o que não deixa de ser verdade em nada), ficou sensacional! Vc escreve por hobby ou por profissão mesmo? No mais, seguem meus singelos elogios… achei que você tem um grande futuro (se é que já não o tem)! Caso haja mais alguma coisa que tenha em mãos, mande-me, é sempre bom ler esse tipo de coisa e saber que a situação também incomoda a outrs pessoas!Abraços! Pamela Bathory, Juiz de Fora-MG – set2007

25- adorei a crônica, vc sempre escreve o que gosto de ler sou sua fa bj. Lu Resende, Fortaleza-CE – set2007

26- MOCINHO COMO VC ESCREVE GOSTOSO!!! LIVRE, LEVE E SOLTO RSRS ADOREI. E VOU REPASSAR… UM OTIMO FIM DE SEMANA BEIJO Junia Drummond, Brasília-DF – set2007

27- caraaaaaaaaa !!!!!!!!!!!!!!!!! eu não me engano. Apasar de ter conversado muito pouco com vc tive a carteza de q vc é um cara muito sensível . e esse texto so vema confirmar . beijos. Júnia Turturro, Brasília-DF – set2007

28- Crônica interessante… Vc gosta muito de falar sobre as mulheres, não? Um abraço. Fernanda da Silva Xavier, Rio de Janeiro-RJ – set2007

29- amei, obrigada ….. bjs. Marysol Rosso, Cocal do Sul-SC – set2007

30- Parabéns menino! Só quem tem sua porção feminina bem resolvida pode ser o super homem que tão bem cantou Gil. Abraço carinho procê! Regina Coeli Carvalho, Rio de Janeiro-RJ – set2007

31- Tá bom vou começar. Recém cheguei da ópera Carmem de Bizet, apresentada ao ar livre pelo bobão do Silvio Barbato… o espetáculo foi lindo, os comentários dele, absolutamente desnecessários. Mas, não é isso para agora. Uma sugestão: que tal o título ser: Medo do Homem: Mulheres. Pq o medo? o medo é o pai de todas as dores e essencialmente nasce da necessidade de proteção diante da ameaça da morte…O nascimento é, se não o primeiro, um dos mais importantes eventos ameaçadores à vida, visto q apresenta de cara o desconhecido. Ao nascer, homens e mulheres CAEM no desconhecido absoluto… entretanto, a mulher traz consigo o potencial de parir, de continuar o ciclo… o homem nasce com o vazio do sentido da existência. Será? Este medo é primitivo, e inerente ao ser humano, mas segue se desenvolvendo no macho, será? este ódio, este repúdio, esta resistência de entrega do macho – confiar… não sei, tudo isso está me ocorrendo agora… vou sentir mais um pouco depois escrevo mais. Obrigada pela oportunidade. Não houve ritual da Lua. Eu me empaturrei de macarrão e dormi. Um beijo. Suely Andrade, Brasília-DF – set2007

32- Kra, muito legal essa crônica!!! Axu muita coisa legal na mitologia pagã tb. Daniel Gargas, Fortaleza-CE – set2007

33- muito bom! pena q apenas uma parcela mínima de homens se toca disso… Luciana, São José dos Campos-SP – set2007

34- Linda, sábia e profunda sua crônica Medo de Mulher. Parabéns por mais esta pérola! Gilvanilde Oliveira Falcão, Fortaleza-CE – set2007

35- Muito bacana, primo. Parabéns ! Beijos. Virgínia Galvão, Brasília-DF – set2007

36- Olá Kelmer, Muito interessante o seu texto. A Mãe Natureza é grandiosa, mas também esconde muito tesouros. Acho que a mulher tem um pouco disso, claro, dessa coisa incomensurável que nos faz tremer nas bases. E talvez Freud quisesse também dizer que o Complexo de Édipo é, para o menino, a grande ameaça que ele precisa passar para descobrir que sua mãe é uma caverna oculta aos seus propósitos libidinais. O primeiro obstáculo que vai precisar remover sem nunca conseguir transpor o mistério, talvez por isto, como você mesmo escreve, surja o medo. É realmente surpreendente. Um grande abraço e parabéns pelo texto. Felipe Moreno, São Paulo-SP – set2007

37- Graaaaaaaaaaaaaande verdade!!! Disse tudo meu Guru!!! Marcos André Borges, Fortaleza-CE – set2007

38- Oi bom dia !!! adorei essa crônica sua, linda !! adorei o uso dos conceitos do sol e da lua , do sagrado feminino, da fertilidade !! lindo!! por isso que eu sou sua fã!! Se puder me mandar de novo mulher selvagem(que eu adoro) e estou louca pra mandar pras minhas amigas eu agradeço!! Como sempre vc é como o vinho: a cada dia que passa fica melhor !!! beijos. Josylene, São Paulo-SP – set2007

39- Oi Ricardo..obrigada por agraciarnos com estas pérolas…adorei a palestra e mais ainda, adorei saber que ainda existem homens assim…deste jeitinho…da forma que deve ser…vc percorreu o caminho p/ o feminino que existe dentro de todos os homens… Li ” Para GAIA com Amor” …adorei tb…vc pensa muito parecido comigo…só que não consigo traduzir em “letrinhas”…meus sentimentos…Bjs e até a próxima!!!!! Mônica Rivera, Brasília-DF – set2007

40- OI, Kelmer! Muito legal a cronica sobre Medo de mulher! Adorei! Fabrícia Viana, Fortaleza-CE – set2007

41- Muito bom Morga, já estou copiando e mandando pra alguém especial. Ainda n tinha lido nada de Ricardo Kelmer, fiquei encantada… Angélica Belchote Trocoli, Salvador-BA – Comun. Orkut Mulheres Repensando Conceitos – set2007

42- lindo! vai de encontro a tudo que acredito sobre a natureza da mulher. Devíamos enviar este artigo para todos os homens que conhecemos. Obrigada pela oportunidade de tomar conhecimento deste autor.Cadê o endereço do blog dele?beijo. Kátia G, Belo Horizonte-MG – Comun. Orkut Mulheres Repensando Conceitos – set2007

43- Lindo! Cris, Florianópolis-SC – Comun. Orkut Mulheres Repensando Conceitos – set2007

44- o cara é simplesmente demais cada vez que o lei ele me surpreende e anima… lindo demais Ricardo Kelmer ! Parabéns! Andréa Magnoni, São Paulo-SP – Comun. Orkut Mulheres Repensando Conceitos – set2007

45- Adorei a cronica Ricardo!!! eh a pura verdade! beijao. Carmen Rangel, Barcelona-Espanha – set2007

46- Se as mulheres ainda se sentem oprimidas e agredidas, depois de tudo o que conquistaram, é porque elas permitem, mtas vezes até escolhem. Pois, perante todos estes problemas mtas ainda insistem em igualar-se aos machos, fazendo o que eles fazem, falando como eles falam, vestindo-se como eles se vestem, brigando como eles brigam. São verdadeiros homens debaixo de belas roupas, maquiagem e salto alto. E se há sensibilidade é puramente interesseira e vítima. Giovana Milozo, São Carlos-SP – set2007

47- Você é muito talentoso e escreve muito bem. Considere isso mesmo um elogio, porque eu já li à beça e tenho faro pra essas coisas. abraço forte. Deco, Rio de Janeiro-RJ – set2007

48- Já divulguei para minha lista de amigos. abraços. Regina Coeli, Rio de Janeiro-RJ – set2007

49- Kélmer, gostei muito desse texto, parabéns!! Só você consegue nos fazer pensar em assuntos importantes de maneira irônica e divertida. Sheryda Lopes, Fortaleza-CE – set2007

50- Obrigada pelo texto com interessantes reflexões!!! Parabéns!!! Aproveito a oportunidade e compartilho com você a indicação de um livro que acabei de ler. Chama-se “A Ciranda das Mulheres Sábias”. Dê-se a oportunidade de ler este livro. É da Clarissa, mesma autora do livro “Mulheres que Correm com os Lobos”. Abraço. Iolanda Santos, Fortaleza-CE – set2007

51- Lendo seu texto, lembrei-me menininho, escondendo-me quando a prima bonitinha entrava lá em casa. Como um bichinho que se esconde do predador na mata, mas fica observando-o da penumbra, envolto naquele sentimento novo, inexplicável naquele primeiro momento, de medo e fascínio. Enquanto não aprendermos a conviver com esse sentimento, o que você tão bem descreve e ensina, estaremos sempre no meio termo entre algoz e vítima, julgando-as santas ou profanas, causadoras de nossa tragédia ou fortuna, nossa salvação ou desgraça. Por isso quando eu nasci, veio um anjo e disse: – Vai, Paulo, vai ser voyeur na vida… Paulo Marcelo, Brasília-DF – set2007

52- Ricardo, como é bom sentir vc se superar cada vez mais!Esta crônica nos anima e acalenta em um mundo tão desconectado com nossos princípios naturais. Muitos beijus das “Rosas do Cariri” para nosso cearense querido. Lisiene Bezerra, Juazeiro do Norte-CE – out2007

53- já tinha gostado do livro que me enviaste, o “Blues da vida crônica”, mas esse texto gosto de reler, principalmente nos tais meandros cíclicos em que até nós mesmas tememos o dito “feminino”, rs. Um abraço! Jamile Mileipe, Recife-PE – dez2007

54- Gostaria de lhe parabenizar pela grandiozidade dos textos que compõe o leu livro “Vocês Terráqueas”. Mas, em particular, gostaria de lhe parabenizar pela crônica “Medo de Mulher”. Poucos homens seriam tão capazes de reconhecer esse medo de forma tão explícita. Menos ainda seriam capazes de assumi-lo publicamente editando em um livro. Isso mostra, no mínimo, a segurança que você tem quanto a sua masculinidade, não tendo medo de expor o que pra muitos seria um “fraqueza”. Mostra também a cumplicidade que você tem com nós mulheres, nos orientando e esclarecendo os motivos pelos quais muitos homem não desceram da árvore. Talvez os “ETs” tenham maior domínio desse medo e por isso as mulheres brasileiras se deixam abduzir. Parabéns: pelo grande escritor, pelo grande homem e pela grande pessoa que você é. Maria do Carmo, São Paulo-SP – ago2010

55- lindo,lindo lindo…vc diz o que eu gostaria de ter dito. KELMER querido, em sua homenagem vou soltar a minha loba…rsrs mudar minha fotinha… Maria Sá Xavier, Niterói-RJ – fev2011

56- Puta merda!!!! Tão seguro da sua masculinidade foi muito profundo. Rsrsrsrsr… Rsrsrsrsrsrsr… Rsrsrsrsrs… Essa eu vou contar na próxima rodada de pôquer. Rsrsrsrsr…. Mardonio Veras, São Luís-MA – fev2011

57- Ah, vai, Mardonio, ele sabe das qualidades dele, não precisa de incentivo. Mas como lider da ALK – Associação das Leitorinhas Kelméricas, faço qualquer coisa pra ele continuar enchendo nossos olhos com suas hitórias deliciosas. Kel, bota a imaginação pra funcionar! Maria do Carmo, São Paulo-SP – ago2010

58- Lindo texto, Kelmer… Lílian Rocha, Fortaleza-CE – fev2012

59- Que texto lindo, Ricardo Kelmer! Sempre percebi esse medo dos homens em relação às mulheres. Alguns mais, outros menos. Um homem que tem medo de mulher, nunca vai amá-la plenamente, porque não se entrega, não confia, não relaxa. Amor e medo são antagônicos.Que bom que vc tocou nesse assunto, pois é a causa de muita desgraça entre homens e mulheres! Vanessa Martins de Souza, Curitiba-PR – fev2012

60- veja o exemplo na idade media, depois joana dárc… as mulheres q faziam parto, sabiam o segredo das ervas… e estoria eh lon ga… sempre o medo da caverna escura dos ancestrais… a mulhr eh yin eh ternura e força… nao devemos querer parecer homem. Dhara Bastos, Fortaleza-CE – fev2012

61- achei tão fantástico, que joguei lá no V&P, prá modo daqueles brucutos ignaros aprenderem alguma coisa… – rsrsrsrsrsrs. Eduardo Ramos, Rio de Janeiro-RJ – fev2012

62- Maravilha! Não lembro de ter lido algo tão profundo sobre nossas ‘diferenças’ (prosapoética da melhor qualidade!); grata por compartilhar, e vamos compartilhar! : ) Mônica Mello, São Paulo-SP – fev2012

63- eu li. É TDO DE BOM. Renata Regina, São Paulo-SP – fev2012

64- Parabéns pelo texto e pela sensibilidade. Mob Cranb, Campina Grande-PB – fev2012

65- Rios sinuosos que hipnotizam o olhar… Se todos fossem iguais a você,q maravilha seria. Izabel Castro, São Paulo-SP – dez2013

66- Risos…até eu tenho medo de mulher, mulher é muito perigosa, se não te pega acordado, te pega dormindo. Mas lhe vinga! Por isso, bato em homem, espanco até…mas não relo o dedo numa mulher. Regina Zamora, São Paulo-SP – dez2013

67- (…) a mulher é a natureza humanamente representada em suas curvas, saliências e reentrâncias (…) aaaaadorei Kelmer brilhante como sempre. Cynthia Martins, Fortaleza-CE – dez2013

68- Como diz um ditado antigo “Falou e disse ” ou seja falou tuuuuuuuuuuudo. Marcos Felix, Ceilândia-DF – dez2013

69- Belíssimo, Ricardão. Sergio Nogueira, Fortaleza-CE – dez2013

70- “Se elas são naturalmente iniciadas pela vida, eles não, eles precisam inventar iniciações.” Absolutamente genial!!! Meu amigo Ricardo Kelmer, apesar de eu ter ido a esse ENC, não ouvi o texto lá. Estou lendo pela primeira vez e não encontro palavras para comentá-lo. Talvez o melhor texto seu que eu já li, e com certeza está dentre os melhores sobre esse tema. Minhas reverências, meu querido! Rógeres Bessoni, Recife-PE – dez2013

71- Estupro é a prova de não saber nada sobre conquistas é uma condição de reprovar a si mesmo na condição de ser comunicável é retirar a capacidade de inteligência nas entrelinhas! Resumindo: __ FALTA DE COMPREENSÃO !!!!!!!! Hyara Ougez, São Paulo-SP – dez2013

72- Lindo texto Ricardo! O mais triste é ver mulheres negando também a sua ligação com a natureza, sentindo nojo e vergonha de seus corpos e dos seus ciclos, e colaborando para que uma visão sexista seja mantida. O machismo não tolhe apenas as mulheres, mas também os homens que passam a ter que se mutilar emocionalmente e espiritualmente para se encaixar em uma visão limitada do masculino. O masculino e o feminino são lindos, cada um da sua forma. Marina LF, Porto Alegre-RS – dez2013

73- Bravo! Reflexão consistente, sincera, densa, verdadeira, profunda, ampla, EM SINTONIA COM A REALIDADE NACIONAL. PARABÉNS!! ASSINO EMBAIXO. EM COMUNHÃO. Luca Vianni, Fortaleza-CE – dez2013

74- Gratidão Ricardo!! Sou fã de teus escritos, sabes. Clordana Aquino, Campina Grande-PB – abr2014

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Em busca da mulher selvagem

19/10/2009

19out2009

Era por ela que eu sempre me apaixonava, essa mulher que era quem ela mesma desejava ser, e não a mulher que a família, religião e sociedade impunham que ela fosse

EM BUSCA DA MULHER SELVAGEM
Ou: Homens que correm com elas

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Em minha vida, sempre me atraíram mulheres de iniciativa. Desde menino, elas me fascinaram, as desafiadoras da cultura machista, as que recusavam o modelito cristão de mulher virtuosa. Desde cedo, foi para elas o meu olhar, as que se rebelavam contra regras sociais idiotas, convenções sexuais sem sentido, modelos de relação baseados na posse do outro e tudo que queria a mulher submissa e sob controle. Era por ela que eu sempre me apaixonava, essa mulher que era quem ela mesma desejava ser, e não a mulher que família, religião e sociedade impunham que ela fosse.

Mas me faltava a exata consciência disso. Eu queria uma mulher liberta, sim, mas não sabia que queria.

Então, li Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés. E tudo fez sentido. Lá estava o que eu intuía sobre a mulher e a relação entre os gêneros, mas ainda não sabia verbalizar. O livro me veio quando eu já lidava melhor com meus aspectos femininos e, por isso, me identifiquei profundamente com ele e com a histórica questão da domesticação da mulher.

Por meio de mitos e lendas coletados pelo mundo, a autora mostra como sobreviveu, mesmo escondida sob muitas formas simbólicas, o arquétipo do feminino selvagem, o modelo da mulher conectada com os ritmos e valores da Natureza e de sua própria natureza, o modelo da mulher livre. Um belo livro, que tem ajudado muitas mulheres a resgatar o que séculos de repressão lhes usurparam: o direito de serem o que quiserem. Um livro que fala essencialmente do feminino, mas também fala de homens e deveria ser lido por todos.

Esse livro me fez entender o que eu apenas intuía: a mulher da minha vida é e sempre foi a mulher livre. E que foi essa mulher que, mesmo sem saber, eu sempre busquei em minhas relações, ainda que às vezes a temesse. E que foi por ela que a muitas eu deixei, ao perceber, mesmo sem saber explicar, que eu jamais poderia ser totalmente eu ao lado de uma mulher domesticada.

Mas como aceitar e amar essa mulher liberta sem, antes, eu mesmo me libertar do que também me limitava? Para merecê-la, era preciso me livrar de qualquer pretensão de controlá-la, esse resquício maldito de minha herança cultural-religiosa.

A ficha caiu após ler o livro de Clarissa. Ele me ajudou a assimilar o feminino em meu ser e foi exatamente isso que me fez deixar de temê-lo, me fez mais selvagem no sentido psicológico-arquetípico, me fez mais livre. O efeito prático disso tudo é que eu finalmente me abri para relações mais igualitárias e, principalmente, para receber a mulher livre que eu tanto procurava em minhas relações. Primeiro, eu a libertei em mim. Aí ela veio de fato, enfim ela pôde vir. Veio linda, plena e radiante, e eu vi em seus olhos o reflexo dela própria em mim. E desde então continua vindo, e eu e ela somos lobos que cruzam florestas, atraindo-se pela fome louca que temos um do outro.

E eu sei que ela sempre virá. Pois esse amor que trazemos em nós, incompreendido por simplesmente não erguer cercas de posse e jaulas de controle, é o amor que aprendemos a respeitar em nossa própria natureza e que nos alimenta de alegria e liberdade a alma selvagem.

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Ricardo Kelmer 2009 – blogdokelmer.com

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AMulherSelvagem-11aA mulher selvagem – Ela anda enjaulada, é verdade. Mas continua viva na alma das mulheres

A mulher livre e eu – A liberdade dessa mulher reluz no seu jeito de ser o que é – e ela é o que todas as outras dizem ou buscam ser, mas só dizem e buscam, enquanto ela tranquilamente… é

Amor em liberdade – O que você ama no outro? A pessoa em si? Ou o fato dela ser sua propriedade? E como pode saber que ela é só sua?

As fogueiras de Beltane – As fogueiras estão acesas, a filha da Deusa está pronta. O casamento sagrado vai começar

Medo de mulher – A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará

Alma una – Eu faço amor com a Terra / Sou a amante eterna / Do fogo, da água e do ar / Sou irmã de tudo que vive / Ninfa que brinca com a vida / Alma una com tudo que há

Quem tem medo do desejo feminino? (1) – A maternidade, a castidade e a mansidão de Nossa Senhora como bom exemplo, e a força, a independência e a liberdade sexual da puta como exemplo contrário, a ser jamais seguido

LIVROS

vtcapa21x308-01Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino
Ricardo Kelmer – contos e crônicas

Ciganas, lolitas, santas, prostitutas, espiãs, sacerdotisas pagãs, entidades do além, mulheres selvagens – em todas as personagens, o reflexo do olhar masculino fascinado, amedrontado, seduzido… Em cada história, o brilho numinoso dos arquétipos femininos que fazem da mulher um ícone eterno de beleza, sensualidade, mistério… e inspiração.

Mulheres que correm com os lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem (Clarissa Pinkola Estés – Editora Rocco, 1994)

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990)

As brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley – Editora Imago, 1979)

Mulheres na jornada do herói (Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro – Editora Ágora, 2010) – É ainda mais interessante ver o relato das mulheres pois elas sempre foram, mais que os homens, historicamente reprimidas na busca pela essência mais legítima de suas vidas

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en español

EN BÚSQUEDA DE LA MUJER SALVAJE
Ricardo Kelmer

EmBuscaDaMulherSelvagem-02base1aFue Marilia quien me prestó ese libro en el 2002, cuando yo ya andaba con curiosidad por leerlo. Después Rafaela me lo regaló. Y después conseguí la versión digital. O sea, ese libro quería que yo lo leyera, y fueron las mujeres quienes me lo trajeron. Lo leí y me encantó. En las páginas de Mujeres que Corren con Lobos estaba lo que yo intuía sobre las mujeres y la relación entre los géneros, pero que aún no sabía verbalizar. Leí el libro en una etapa de mi vida en la cual yo lidiaba mejor con mis aspectos femeninos, y por eso me identifiqué profundamente con él y con el tema histórico de la domesticación de la mujer.

Terminé la lectura sintiendo en mi alma una avalancha de ideas y sensaciones, y sintiendo también que llevaría un buen tiempo hasta que todo aquello asentase y yo consiguiera organizar mis pensamientos y reagrupar las verdades que, aunque no eran tan nuevas para mí, ahora eran evidentemente claras. Usando mitos y leyendas recolectados en varias partes del mundo, la autora muestra como sobrevivió, escondido bajo muchas formas simbólicas, el arquetipo del femenino salvaje, el modelo de la mujer conectada con los ritmos y valores de la naturaleza y de su propia naturaleza, el modelo de la mujer libre. Un libro bellísimo que ha ayudado a muchas mujeres a rescatar lo que siglos de represión les usurparon: el derecho de ser lo que quisieran. Un libro que habla esencialmente del femenino, pero también habla de los hombres y debería ser leído por ellos igualmente.

A mí, el libro de Clarissa me hizo especialmente entender que, en mi vida, desde temprano, me fascinó el arquetipo del femenino salvaje. A causa de eso siempre me atraían las mujeres con iniciativa, las desafiadoras de la cultura machista y las que rehusaban el modelito cristiano de mujer virtuosa, las que se rebelaban contra las normas sociales idiotas, convenciones sexuales sin sentido, modelos de relación basados en poseer al otro y todo lo que hacía mantener a la mujer sometida y bajo control. Era por ella que yo siempre me enamoraba, por esa mujer que era quien ella misma deseaba ser y no la mujer que la familia, religión o sociedad imponían que ella fuera.

Ese libro me trajo una de las más importantes revelaciones que he tenido, que la mujer de mi vida es y siempre será una sola: una mujer libre. Y que fue esa mujer, aún sin saberlo, la que yo siempre busqué en mis relaciones, aunque la temiera. Y que fué por ella que abandoné a muchas mujeres al intuir, sin saber explicar, porque yo jamás podría convivir al lado de una mujer domesticada.

Sin embargo, ¿cómo aceptar y amar a esa mujer libre sin liberarme antes yo mismo de lo que también me limitaba? Para merecerla, yo también necesitaba liberarme de cualquier pretensión de controlarla, de ese resquicio maldito de mi herencia cultural y religiosa.

Tomé consciência después de leer Mujeres que Corren con Lobos: ese libro me ayudó a asimilar la parte femenina de mi ser, y fue exactamente eso lo que me hizo dejar de temerlo, me hizo más salvaje en el sentido de los arquetipos psicológicos, me hizo más libre. El efecto práctico es que ahora finalmente estoy abierto para relaciones más igualitarias y principalmente para recibir a la mujer libre que tanto buscaba en mis relaciones. Entonces ella vino, al fin pudo venir. Vino hermosa, plena y radiante, y vi en sus ojos el reflejo de sí misma en mí. Y desde entonces sigue llegando, y ella y yo somos lobos que cruzan bosques atraídos por el hambre salvaje que tenemos el uno del otro.

Y sé que ella siempre va a venir, porque este amor que llevamos en nosotros, por lo general incomprendido por no tener alambrados de posesión y jaulas de control, es el amor que aprende a respetar a nuestra propia naturaleza, y que nos alimenta con alegría y libertad el alma salvaje.

(Traducción: Silvia Polo. Revisón: Felipe Ubrer)

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- Não tenho a menor dúvida, RK, que é pelas mulheres Lilith – mulheres serpentes, que tu é fascinado e arriadinho. Tua alma é Lilithiana, criatura de Deus e do Diabo, de Abraxas!!!! Tava com saudade de tu. Rauariú, sacerdote do Grande Mistério Andrógino? Onde mora o perigo, querido, também mora a salvação, a conjunção. Pat Maria, Salvador-BA – out2009

02- Gostei do que vc escreveu. Ando relendo de novo o livro e vejo quantas coisas se assemelham a mim. Parabens. Um abraço. Christina Costa, Brasília-DF – out2009

03- Li há pouco tempo a biografia de Leyla Diniz.Essa sim é a personificação do feminino selvagem. Bjs. Mônica Burkleward, Recife-PE – out2009

04- Nossa adorei o trecho. Síntese do que venho exercitando na minha vida. Jamille Abdalah, São Paulo-SP – out2009

05- Grande Kelmer, você, como sempre, produzindo textos bacanas e bem bolados. Esse do feminino, então, show de bola, a foto foi por demais bem feita. parabéns!!! Forte abraço. Luís Olímpio Ferraz Melo, Fortaleza-CE – out2009

06- Kelmer, vou correndo ler o livro Mulheres que correm com os lobos. Essa mulher, livre, que dá banana pro machismo, que vive plenamente todos os prazeres hedonistas que lhe interessam, que toma iniciativa (mesmo sabendo do preço que paga por isso), essa mulher, sou eu! Beijão e.. valeu o toque. Vou xeretar teu blog pra saber mais. Meire Viana, Fortaleza-CE – out2009

07- Meninas, vale entrar no blog e dar uma conferida… Beijos. Ana Zanelli, Rio de Janeiro-RJ – out2009

08- Kelmer, até que enfim um homem entendeu o livro da Clarisse… (!) Claudia Santiago de Abreu, Rio de Janeiro-RJ – out2009

09- Que crônica ótima,gostei,só nÂo sei se me encaixo ‘100% nesse modelo de MULHER SELVAGEM viu. bjo parabéns pelo o trabalho fantástico. Eunyce Fragoso, Campina Grande-PB – out2009

10- Ei amigo,que bom que você descobriu as mulheres que correm com lobos… Que elas sempre estejam presentes no seu mundo! Se cuida tá! Lua, Fortaleza-CE – out2009

11- vc é especial, realmente quer e gosta de conhecer a alma feminina. faz de um tudo para compreender!!! Uma tarefa um tanto complicada,,,, Haja paciência!!! rs. Vânia Farah, São Paulo-SP – out2009

12- Quem tem medo da mulher livre?? O homem preso, oras (risos) Beijos ternurentos Tô adorando o livro…pena estar na correria e estar com tempo reduzido a zero…. mas logo termino… Beijos, outros. Clau Assi, São Paulo-SP – out2009

13– Ricardo, eu sou tua fã demais!!!! Vc é http://www.tudodebom.com.br/quehomeéesse!!!!! O sonho de consumo de toda mulher selvagem, incluindo eu mesma, claro! Bjs;. Karla K, Fortaleza-CE – out2009

14- Hoje tive oportunidade de entrar no seu blog, por indicação de uma amiga. Fizemos parte de um grupo de vivências apoiadas na leitura do Mulheres que correm com lobos e ela me recomendou a leitura da sua crônica Em busca da mulher selvagem. Fiquei encantada. Acabei lendo também os contos As fogueiras de Beltrane, que amei, Um ano na seca e a crônica Homens perfeitos também alopram. Interessante como você circula com competência rara entre o sagrado/mítico/profano/humor… Será com prazer que voltarei à sua página. Parabéns belos belos textos e por suas múltiplas artes. Elvira, Brasília-DF – out2009

15- Adoro esse teu texto. Um bj e saudades. Ana Cristina Souto, Fortaleza-CE – jan2011

16 – Adorei seu texto… amei.. ahahha. Della Kopf, Fortaleza-CE – jan2011

17- Eita que coincidencia nao existe! Peguei mulheres que correm com os lobos para re-ler ONTEM e vi o seu post hoje. ‘A selvagem’ esta no ar… Marília Bezerra, Nova York-EUA – jan2011

18- adoro mulheres q correm com lobos! a minha está resgatando…. Maria Sá Xavier, Niterói-RJ – jan2011

19- Parabéns pela resenha! Muito bem produzia! Tecendo um pequeno comentário sobre a obra eu diria que de fato, Clarissa consegue em “Mulheres que correm com os lobos”, retratar aspectos do ser mulher, em seu sentido – eu diria mais primitivo do SER, antes de tudo do ser humana, em sua forma primeira, inacabada e cheia de conflitos, de forma rica, cativante e única. Uma boa leitura para quem quer se descobrir mulher ou mesmo se redescobrir enquanto tal. PARABÉNS! Alda Batista, Mossoró-RN – ago2011

20- Uiiiii, isto é forte, grande lobo!!! Muito bom!!! Carmem Mouzo, Rio de Janeiro-RJ – jan2013

21- Também estou lendo esse livro! Amando! Dri Flores, São Paulo-SP – jan2013

22- Um dia vou criar coragem e ler esse livro 🙂 Chacomcreme, São Paulo-SP – jun2013

23- Amei sua resenha. Tenho o livro já faz 3 anos. Preciso começar a leitura. Mais uma vez, parabéns pela resenha. Greice Araras-SP – jul2013

24- Um dia vou criar coragem e ler esse livro 🙂 Chacomcreme (skoob.com.br), São Paulo-SP – jun2013

25- Amei sua resenha. Tenho o livro já faz 3 anos. Preciso começar a leitura. Mais uma vez, parabéns pela resenha. Greice (skoob.com.br), Araras-SP – jul2013

26- Parabéns pela resenha! Muito bem produzia! Tecendo um pequeno comentário sobre a obra eu diria que de fato, Clarissa consegue em “Mulheres que correm com os lobos”, retratar aspectos do ser mulher, em seu sentido – eu diria mais primitivo do SER, antes de tudo do ser humana, em sua forma primeira, inacabada e cheia de conflitos, de forma rica, cativante e única. Uma boa leitura para quem quer se descobrir mulher ou mesmo se redescobrir enquanto tal. PARABÉNS! Alda (skoob.com.br), Mossoró-RN – mai2014

27- Amei seu comentário sobre a visão a respeito não somente dessa obra,mas a sua sensibilidade perceptíva da sociedade.e te digo pensamos iguais sério.em relação com os dois universos feminino e masculino devem ter respeito antes de tudo. Barbie Wolf (skoob.com.br), São Paulo-SP – set2020

28- sério, esse foi a melhor resenha referente à está obra que já li.Concordo com tudo que foi escrito. Aline (skoob.com.br), Recife-PE – out2020

29- Cara, nem li o livro, mas depois dessa resenha, serei obrigada a ler. Monique Costa (skoob.com.br), São Luís-MA – dez2020

30- Obrigada por ter escrito essa resenha… enxe a alma de esperança e a certeza de q nada esta perdido. O livro é explendido, estou terminando, e cada página é uma lição e força para continuar a busca da Mulher Selvagem adormecida. Renata Prandini (skoob.com.br), São Paulo-SP – jan2021

31- Comentário sensacional. Fabrícia Leal (skoob.com.br), Teresina-PI – jan2021

32- apenas uma palavra descreve essa resenha: “uau”. Nathalia Nadesko (skoob.com.br), Brasília-DF – mar2021

33- Que resenha mais linda e recheada de emoção e compreensão do universo feminino. Estou começando o livro agora e a sua resenha me encheu de energia… Muito obrigada !!🙏 Tati (skoob.com.br), Vinhedo-SP – abr2021

34- No Tantra, chamamos de “masculino curado”, quando o homem reverencia o feminino em pé de igualdade, respeito e amorosidade. Miguel Costa, Rio de Janeiro-RJ – jul2021

35- Show. Clea Fragoso, Fortaleza-CE – jul2021

36- Para encontrar precisa ter certeza…jamais será o mesmo..! Lucivanea De Souza Borges, Beberibe-CE – jul2021

37- Adoro esse livro. Luiza Perdigão, Fortaleza-CE – jul2021

38- Amo esse livro, transformador. Valéria Rosa Pinto, Rio de Janeiro-RJ – jul2021

39- Próxima leitura. Francisco Antonio Mota, Fortaleza-CE – jul2021

40- Ahh que maravilhosa!! Esse livro é incrível, Ricardo. Vc é o primeiro homem que sei que o leu. Ahh como seria bom se tantos mais o lessem. Vc certamente é um Manawe. Obrigada pela partilha de sua experiência com a Mulher Selvagem! Aline Matias, Fortaleza-CE – jul2021


Mulheres que correm com os lobos

17/10/2009

LivroMulheresQueCorremComOsLobos-01Mulheres que correm com os lobos
Clarissa Pinkola Estés (Editora Rocco)
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Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas indefesas. Mas nem sempre eles foram vistos como criaturas terríveis e violentas. Na Grécia antiga e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora, e carinhosamente amamentava os heróis. A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna. Seu livro, Mulheres que Correm com os Lobos, ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos Estados Unidos.

Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. Segundo a analista, a exemplo das florestas virgens e dos animais silvestres, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Mas sua energia vital, segundo ela, pode ser restaurada por escavações “psíquico-arqueológicas” nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que, emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa loba que vive em cada mulher.

(Sinopse extraída do site da Editora Rocco)

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RK COMENTA
trecho da crônica Em busca da mulher selvagem

Então, li Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés. E tudo fez sentido. Lá estava o que eu intuía sobre a mulher e a relação entre os gêneros, mas ainda não sabia verbalizar. O livro me veio quando eu já lidava melhor com meus aspectos femininos e, por isso, me identifiquei profundamente com ele e com a histórica questão da domesticação da mulher.

Por meio de mitos e lendas coletados pelo mundo, a autora mostra como sobreviveu, mesmo escondida sob muitas formas simbólicas, o arquétipo do feminino selvagem, o modelo da mulher conectada com os ritmos e valores da Natureza e de sua própria natureza, o modelo da mulher livre. Um belo livro, que tem ajudado muitas mulheres a resgatar o que séculos de repressão lhes usurparam: o direito de serem o que quiserem. Um livro que fala essencialmente do feminino, mas também fala de homens, e deveria ser lido pelos dois. (RK 2009)
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Ricardo Kelmer 2009 – blogdokelmer.com

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> Para ler na íntegra a crônica Em busca da mulher selvagem

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Este e outros textos
integram o livro Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino

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MAIS SOBRE SEXUALIDADE FEMININA

OIncubo-06O íncubo – Íncubos eram demônios que invadiam o sono das mulheres para copular com elas – uma difundida crença medieval. Mas… e se ainda existirem?

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A mulher livre e eu – A liberdade dessa mulher reluz no seu jeito de ser o que é – e ela é o que todas as outras dizem ou buscam ser, mas só dizem e buscam, enquanto ela tranquilamente… é

Em busca da mulher selvagem – Era por ela que eu sempre me apaixonava, essa mulher que era quem ela mesma desejava ser e não a mulher que a família, religião e sociedade impunham que ela fosse

Amor em liberdade – O que você ama no outro? A pessoa em si? Ou o fato dela ser sua propriedade? E como pode saber que ela é só sua?

As fogueiras de Beltane – As fogueiras estão acesas, a filha da Deusa está pronta. O casamento sagrado vai começar

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Quem tem medo do desejo feminino? (1) – A maternidade, a castidade e a mansidão de Nossa Senhora como bom exemplo, e a força, a independência e a liberdade sexual da puta como exemplo contrário, a ser jamais seguido

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LIVROS

vtcapa21x308-01Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino – Contos e crônicas sobre a mulher (Ricardo Kelmer, 1998)

Mulheres que correm com os lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem (Clarissa Pinkola Estés –  Editora Rocco, 1994)

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990)

As brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley – Editora Imago, 1979)

O feminino e o sagrado – Mulheres na jornada do herói (Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro – Editora Ágora, 2010) – É ainda mais interessante ver o relato das mulheres pois elas sempre foram, mais que os homens, historicamente reprimidas na busca pela essência mais legítima de suas vidas

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COMENTÁRIOS
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Carma de mãe para filha

07/07/2009

07jul2009

Os filhos sempre pagam caro pelos pais que não se realizam em suas vidas

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CARMA DE MÃE PARA FILHA
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“Quanto menos os pais aceitem seus próprios problemas, tanto mais os filhos sofrerão pela vida não vivida de seus pais e tanto mais serão forçados a realizar tudo quanto os pais reprimiram no inconsciente.”

Foi o sábio Carl Gustav Jung (1875-1961), sempre ligado nas sutilezas dos processos psicológicos, quem afirmou isso aí. Em outras palavras, o psiquiatra-pensador suíço quis dizer que os filhos sempre pagam caro pelos pais que não se realizam em suas vidas.

Lembrei disso ao assistir a comédia romântica Mamãe Quer que Eu Case (Because I Said So, EUA 2007, direção Michael Lehmann). A história é sobre uma garota desajeitada (Mandy Moore) que sofre um bocado pela mania da mãe (Diane Keaton) de querer controlar sua vida, principalmente na questão dos relacionamentos amorosos. A mãe, no passado, havia errado em suas escolhas e tinha medo que a filha seguisse pelo mesmo caminho.

Meu lado mulherzinha até que riu com aquelas besteiras que somente o universo feminino, com suas deliciosas neuras, pode proporcionar. O tema da história é bom, mas os personagens não me convenceram, e o roteiro tem obviedades demais, dessas que te fazem sacar o final já no começo do filme. E a personagem da mãe exagera nos faniquitos, ficou caricato.

Mas pelo menos o filme me inspirou a falar de Jung, esse notável médico de almas. Essa coisa dos pais não viverem suas vidas verdadeiras e isso influenciar no comportamento dos filhos é algo muitíssimo sério, mas que infelizmente não costuma ser levado em consideração nas análises que fazemos sobre a vida. O que Jung quer mesmo é nos alertar, a nós todos, para a extrema importância que tem a realização pessoal, não apenas para as nossas vidas individuais como também para a vida de todos os que estão próximos a nós.

Em sua compreensão abrangente da vida humana, Jung logo percebeu que estamos todos inapelavelmente ligados uns aos outros, que nossas mentes estão interconectadas através do inconsciente e, por isso, tudo o que fazemos reverbera nos outros, como espelhos que se refletem e a todo instante acusam, em si próprios, os movimentos dos outros espelhos. Se os pais não resolvem seus conflitos internos, estes não apenas afetarão a relação familiar como poderão influenciar negativamente a vida individual de seus filhos. Se os pais vivem falsamente suas vidas, o peso dessa mentira sufocará seus filhos, que poderão se sentir pressionados, sem perceber, a viver o que seus pais não realizaram em vez de seguir seu próprio caminho de autorrealização. Às vezes, é possível desfazer essas falsas expectativas, mas isso é um processo que requer alto grau de conscientização das partes envolvidas, que inclui o perdoar e também o perdoar-se  e ainda assim se terá perdido um tempo precioso, que jamais será recuperado.

Vendo a coisa desse modo, torna-se óbvia a necessidade de vivermos bem nossas vidas, não apenas por interesse próprio, mas porque a nossa bem-aventurança, de algum modo, também tocará a nossos amigos e familiares. Foram vários os sábios da história que insistiram nessa curiosa verdade: para mudar o mundo, mude a si próprio. Jung, falando sobre o processo de individuação, disse o mesmo, afirmando que o futuro da Humanidade depende da quantidade de pessoas que conseguirem se autorrealizar.

Entretanto, não existe autorrealização sem autoconhecimento. Como realizaremos o nosso potencial sem antes sabermos verdadeiramente quem somos, o que de fato precisamos e queremos, o que realmente nos atrapalha a caminhada? Como nos libertarmos sem saber o que nos aprisiona? É libertando-se que podemos também libertar os outros das nossas expectativas limitantes em relação a eles.

Conhecermo-nos, sem autoenganações, e vivermos nossa melhor vida é o que temos de fazer. E um dia nossos filhos e netos nos agradecerão bastante por isso.

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Ricardo Kelmer 2009 – blogdokelmer.com

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Carl Gustav Jung (26.07.1875 – 06.06.1961)
Psiquiatra e pensador suíço. Fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana. Jung, assim como Joseph Campbell (1904-1987), ajudou a reacender o interesse sobre a mitologia, situando os mitos como elementos essenciais na busca do indivíduo por sua essência e completude

Jung – a jornada do autodescobrimento – Vídeo com um resumo da vida e das ideias de Carl Jung, o psicólogo e pensador suíço criador da teoria do inconsciente coletivo

Jung na Wikipedia

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01- Ricardo querido: sábias palavras. Friso esta frase aqui, que resume tudo: Como nos libertarmos sem saber o que nos aprisiona? Esta é, de fato, a grande questão. Passarei esta deliciosa crônica adiante. Um abraço meu! Jana Lauxen, Passo Fundo-RS – nov2009

02- Querido Rico, Sempre aprecio a simplicidade com que consegue falar de assuntos complexos – simples mas nunca superficial – os laços invisíveis que nos ligam com nossos ancestrais (pais, avós, tios etc) em grande parte nos determinam; o tal autoconhecimento fruto, ou não, de uma boa terapia sem dúvidas nos ajuda a desistir de pagar “contas” ou pagar conscientemente e por escolha, débitos que na verdade não contraímos…. Parabéns! bjs. Danielle Alves, Fortaleza-CE – nov2009

03- Karaca Ricardo, cada vez me surpreendo mais com vc. Vc é o homem ideal. Vc pensa muiiiiiiiiiiiito legal, e escreve muito legal as coisas que pensa. Marcia Alves, Belo Horizonte-MG – nov2009

04- Li agora “Carma de mãe pra filha”….Vou assistir ao filme… Você realmente mexeu na questão…..e vejo o quanto é sério e importante esse debate.!! Acho que todos nós sem exceção….teve esse impacto na educação e atualmente esse reflexo é visível, já que antigamente era mais velado…não tão aparente. O que difere éque tudo está na nossa frente e não fazemos muito pra mudar isso. Pergunto: se mesmo nos autoconhecendo….o que fazemos depois disso? prá onde iremos e qual alternativas temos? A resposta está lá frente…no futuro…. Mas hoje o que fazer pra mexer nesse universo e provocar essa mudança principalmente na família.? Inêz Dias, Campinas-SP – nov2009

05- Tenho que te parabenizar, Ricardo! Além de escritor, vc se torna intermediador de temas como esses, que algumas vezes acabam ficando um tanto complexo para nós, simples curiosas e curiosos sobre o comportamento humano, e nos facilita a compreensão. Vc une qualidade e simplicidade e fica ótimo te ler! A coisa flui… adoro! Sua maneira de se comunicar é muito ímpar e boa demais! Estou lendo -Mulheres que correm com os lobos- e… putz! Estou fascinada!! Infinitamente enriquecedor… Toda mulher deveria ler! Foi referência sua. Obrigadíssima pela dica! E quando acabar Clarissa, estarei mergulhando no universo Junguiano. Já estava com essa idéia e depois de ter lido a crônica, mais ainda! Obrigada por me enviar! Bjs. Karine Rangel, Rio de Janeiro-RJ – nov2009

06- Muito bendito…muito bem dito, Ric!!!! Gosto muito quando fala do querido Carl! Beijos sortidos!!!! Chris Godoy, São Paulo-SP – nov2009

07- Olha Kelmer, vc é demais mesmo, apesar de não ter filhos, na teoria és 1000. Verdade, às vezes precisamos repensar nas atitudes, nas nossas relações como um todo. bjão. Gizela Symanski, Porto Alegre-RS – nov2009

08- Adorei, Rica ! Estou entendendo e entrando cada vez mais à fundo nessa compreensão e querendo me libertar das crenças ancestrais e da história de meus pais. Isabela Pinto, Fortaleza-CE – nov2009

09- Amei!!! Concordo plenamente… Beijos e Parabéns!!!! Cynthia Silveira, São Paulo-SP– nov2009

10- Adorei!!! Beijos de luz! Sandra Neves, Belo Horizonte-MG – nov2009

11- “Os pais fazem dos filhos, involuntariamente, algo semelhante a eles – a isso denominam ‘educação’ -; nenhuma mãe duvida, no fundo do coração, que ao ter seu filho pariu uma propriedade; nenhum pai discute o direito de submeter o filho aos seus conceitos e valorações.” Assim dizia Nietzsche … Márcia Costa, São Paulo-SP – nov2009

12- Adorei!!!!! Repassei para várias pessoas. Gosto muito do jeito que você enxerga as coisas. Seu jeito de escrever… amei ler…to começando a semana a milhão com está frase na minha cabeça pra mudar o mundo, mude a si mesmo. Jung. Jamile Abdallah, São Paulo-SP – nov2009

13- Oi Ricardo, adorei seu texto, primeiro pq é um tema que me fascina (escrevi um artigo sobre isso na conclusão de uma especialização sobre “Abordagem sistêmica”, acho até que usei essa mesma citação do sábio Jung), segundo pq gosto muito do seu jeito de escrever e terceiro pq vc sintetizou bem um pensamento central da teoria junguiana. Muito legal… Vou enviar o tento pra amigos e entregar uma cópia pra alguns pacientes. Obrigada. Abraço e continue nos presenteando com boas construções. Raquel Brasil, Fortaleza-CE – nov2009

14- Muito boa a reflexão..adorei! Tatá Guida, Rio das Ostras-RJ – ago2013

15- É isso aí… “torna-se óbvia a necessidade de vivermos bem nossas vidas, não apenas por interesse próprio mas porque a nossa bem-aventurança, de algum modo, também tocará nossos amigos e familiares.” Sem essa de jogar a culpa nos pais, no governo, nos astros, no aquecimento solar…. Maria Emília Lino Silva, Paraty-RJ – ago2013

16- Gostei Ricardo,Bjo! Dijé Sales, Fortaleza-CE – ago2013

17- Geralmente as mães fazem isso, falam dos seus dissabores como uma alerta. Erros são inevitáveis. Há erros que são acertos e vice versa. Jully Fernandes, Juazeiro do Norte-CE – set2013

18- Gostei, meu amado!!! Jung é DELIOSO, assim como você! Tadinhos dos meus filhos…eles devem viver com aquela ladaínha do Zeca Pagodinho na cabeça: “É preciso muito amor para suportar essa mulher…” Ana Erika Oliveira Galvao, Fortaleza-CE – set2013

19- Jung e Ricardo Kelmer: mistura irresistível. Adoro! Paula Izabela, Juazeiro do Norte-CE – set2013

20- Muito boa eu já tinha lido antes, sensacional! Adriana Rocha, Mogi das Cruzes-SP – set2013

21- Muito boa eu não tinha lido antes, sensacional! Zilda Barradas, Cuiabá-MT – set2013

os filhos sempre pagam caro pelos pais que não se realizam em suas vidas.

A mulher livre e eu

07/06/2009

07jun2009

É esta a mulher que dança pela vida comigo, duas individualidades que se harmonizam mas não se anulam em estúpidas noções de controle: amamos o outro e não a posse do outro

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A MULHER LIVRE E EU

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É ela quem eu quero, a dona dessa boca. A boca docemente familiar que amanhece de mansinho na minha quando desperto de mais uma madrugada de sonho e suor. Porém, bem mais que a boca, é o beijo da liberdade dessa mulher que me refresca a vida.

É ela quem eu desejo, a dona desse corpo. O corpo que me sugere as mais poéticas indecências e me convida a desvendar os segredos que eu já sei de cor, e quando estou lá, puff, de repente já não sei mais, e então me perco por seus montes e planícies e cavernas, e ao fim de tudo me contorço e urro e explodo no mais puro prazer de me perder. Porém, bem mais que no corpo, é na liberdade dessa mulher que a vida se desnuda para mim.

É da presença dela que eu preciso, ela que me traz a certeza de que não seguirei só. É de sua voz que carecem meus ouvidos, a voz que me embala a alma de blues e me faz convidá-la, vamos dançar, meu amor? É o meu olhar no seu que vejo quando nada mais vejo no breu das incertezas. Mas, sobretudo, é a liberdade dessa mulher que me clareia o caminho.

Ela é livre porque, apesar de ter nascido imersa numa cultura, um dia entendeu que não deveria limitar-se às regras, e assim modelou seu ser com o que de melhor encontrou pelo mundo. Evidente que esse não limitar-se às convenções fará dela uma eterna transgressora a incomodar os que só admitem o mundo pelas lentes de sua cultura e religião, mas esse é o preço da alma liberta, ela sabe. E eu faço questão de pagar junto dela.

Houve um tempo em que ela entendia seu corpo como algo contra o qual deve lutar todos os dias – até que percebeu que sua verdadeira beleza não vem de cosméticos, mas de sua alma harmonizada com os ritmos naturais da vida. Hoje ela não precisa gastar para ficar chique e bonita, pois a elegância da simplicidade há muito a fez sua modelo exclusiva. Sim, a mulher livre possui vaidades, mas ela não é boba, sabe que os criadores de moda não almejam a sua felicidade, mas a sua escravidão. E quanto a vestir-se para fazer inveja a outras mulheres, bem, ela sabe que mais tarde quem rasgará sua roupa sou eu.

Os mistérios de si, ela vai buscá-los, pois jamais seremos livres sem nos livrarmos do que por dentro nos paralisa e nos faz sabotar a própria vida. Ser livre é ampliar a cada dia a real noção de si, isso ela há muito compreendeu, e é por esse motivo que os que se libertam não se enganam mais como antes e, por serem verdadeiros, mais verdadeiras são suas relações.

E por bem saber o que ela é ou não é, essa mulher nada tem a provar a ninguém. Se interpretam erroneamente seu jeito espontâneo, ela ri do que dela pensam. Se seus desejos transcendem os velhos modelos sexuais, ela festeja e os divide generosa com eles ou elas, e em nome de seu sagrado prazer ela é a cadela devassa, a santa dadivosa da luxúria, a puta mais linda e desvairada que há.

A liberdade dessa mulher reluz no seu jeito de ser, e por não estar apegada a poder e dinheiro ela é a mais rica e poderosa de todas. E justamente por saber que a velhice é o segredo final da sabedoria é que a vida todo dia vem banhá-la de alegria e vesti-la com esse jeitinho de menina encantador.

É esta a mulher que dança pela vida comigo, duas individualidades que se harmonizam mas não se anulam em estúpidas noções de controle: amamos o outro e não a posse do outro. Estamos juntos porque finalmente encontramos a liberdade que acolhe e incentiva a nossa própria, e até nos permite dividir com o mundo o nosso amor. E por não sofrer temendo perder quem na verdade nunca possuímos, mais vivemos e gozamos o melhor amor que temos para nos dar.

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Ricardo Kelmer 2009 – blogdokelmer.com

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MAIS SOBRE LIBERDADE E O FEMININO SELVAGEM

AMulherSelvagem-11aA mulher selvagem – Ela anda enjaulada, é verdade. Mas continua viva na alma das mulheres

Em busca da mulher selvagem – Era por ela que eu sempre me apaixonava, essa mulher que era quem ela mesma desejava ser e não a mulher que a família, religião e sociedade impunham que ela fosse

Amor em liberdade – O que você ama no outro? A pessoa em si? Ou o fato dela ser sua propriedade? E como pode saber que ela é só sua?

As fogueiras de Beltane – As fogueiras estão acesas, a filha da Deusa está pronta. O casamento sagrado vai começar

Medo de mulher – A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará

Alma una – Eu faço amor com a Terra / Sou a amante eterna / Do fogo, da água e do ar / Sou irmã de tudo que vive / Ninfa que brinca com a vida / Alma una com tudo que há

Quem tem medo do desejo feminino? (1) – A maternidade, a castidade e a mansidão de Nossa Senhora como bom exemplo, e a força, a independência e a liberdade sexual da puta como exemplo contrário, a ser jamais seguido.

Os apuros do homem feminista – Minha busca por relações igualitárias foi dificultada também porque muitas mulheres, mesmo oprimidas, preferiam relações baseadas no velho modelo machista

Marchando com as vadias – Se ser vadia é ser livre para exercer a própria sexualidade, então todas as mulheres precisam urgentemente assumir sua vadiagem, para o seu próprio bem e o de suas filhas

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LIVROS

vtcapa21x308-01Vocês Terráqueas – Seduções e perdições do feminino
Ricardo Kelmer – Contos e crônicas

Ciganas, lolitas, santas, prostitutas, espiãs, sacerdotisas pagãs, entidades do além, mulheres selvagens – em todas as personagens, o reflexo do olhar masculino fascinado, amedrontado, seduzido… Em cada história, o brilho numinoso dos arquétipos femininos que fazem da mulher um ícone eterno de beleza, sensualidade, mistério… e inspiração.

Mulheres que correm com os lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem (Clarissa Pinkola Estés –  Editora Rocco, 1994)

A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990)

As brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley – Editora Imago, 1979)

O feminino e o sagrado – Mulheres na jornada do herói (Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro – Editora Ágora, 2010) – É ainda mais interessante ver o relato das mulheres pois elas sempre foram, mais que os homens, historicamente reprimidas na busca pela essência mais legítima de suas vidas

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Comentarios01 COMENTÁRIOS
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01- Oi Ricardo, belo texto, lembra o livro, “As mulheres que correm com os lobos”, que é da Clarissa Estes, uma junguiana e contadora de histórias. Conhece? Muito bom (tanto olivro qt seu texto). Bj. Raquel Brasil, Fortaleza-CE – jun2009

02- Uau, acho que nunca li nada tao romantico vindo do Ricardo Kelmer, sera que meu amigo esta finalmente se entregando ao “amor” ou eh so ficcao mesmo? Ana Lúcia Castelo, Nova York-EUA – jun2009

03- Olá Kelmer, Bela crônica. Um ato apologético à criatura camaleônica da mulher, que promove digamos uma “troca de seios” à medida de nossa necessidade. Teve um momento do texto que me identifiquei com a parte boa introjetada de nossa realeza, a liberdade que vagueia pelos campos floridos do desejo saciado, sem qualquer laivo de anseio e voracidade; apenas o acalanto de um prazer purificado da necessidade de evacuar angústias e ansiedades. Gostei bastante. Aproveito para re-convidá-lo para uma entrevista em meu programa cultural na internet. Se você quiser marcar em julho, temos como. Um grande abraço e parabéns pela sensibilidade. Felipe Moreno, São Paulo-SP – jun2009

04- não sei nem como publicar isso no blog, mas se vc puder fazê-lo, faça, de qq forma eu já tinha encaminhado pra quase toda a minha lista e o pessoal está adorando…. Bj. Raquel Brasil, Fortaleza-CE – jun2009

05- Rapaz, onde é q a gente encontra uma “muié” dessas aí, mermão? Essa muié aí parece aquelas das antigas estampas Eucalol (é o novo!): erráticas, inatingíveis e, mesmo, inexistentes — sobretudo pra “rapazes velhos” como nós q já passamos dos quarenta, embora não pareça… Valeu! Wander Nunes Frota, Fortaleza-CE – jun2009

06- Oi, tio prof! Soou meio preconceituoso esse “todas as outras”, achei meio esnobe, sei lá. Paula Izabela, Juazeiro do Norte-CE – jun2009

07- nossa…. me identifiquei! hahahaha beeijo. Dani Cecchi, Rio de janeiro-RJ – jun2009

08- “A mulher livre sou eu!” É isso mesmo, Kelmer. E são poucos os que reconhecem a essência que há por trás das que pagam o insustentável preço da liberdade! Parabéns pelo texto. Meire Viana, Fortaleza-CE – jun2009

09- mto bom! bela leitura para o dia dos namorados… Beth Vidigal, São Paulo-SP – jun2009

10- amei,sou uma mulher livre tb… bjs e obrigada . Marysol Rosso, Cocal do Sul-SC – jun2009

11- Simplesmente lindooo!!!Muita sensibililidade e conhecimento da alma feminina!!!Parabéns! Adorei! Obrigada Ricardo. Abraço. Fernanda Bessa, Fortaleza-CE – jun2009

12- nossa que linda essa crônica adoreii!!!!!!! bjs. Fernanda Quinderé, Fortaleza-CE – jun2009

13- muito lindo… é que tu escreve de um jeito muito especial… contagia a alma. beijo grande. e nosso gamão? comprei pedras novas… Gláucia Costa, Fortaleza-CE – jun2009

14- fala bixo!!! tava na amazonia, e la a net e pessima, por isso a demora! + me fala, tem outra dessa p vender?? to carecido!!! abç. César de Cesário, Campina Grande-PB – jun2009

15- Parabéns pelo texto, Ricardo. Poucos são os que leio mais de uma vez, como este. Invejo, e obviamente admiro, esta mulher, pois sou conscientemente presa aos padrões culturais/religiosos. Acho, de certa maneira, que necessito desta prisão, pois não detenho a força necessária a esta liberdade. De qualquer forma, é muito bom saber que ela é possível! Abraços. Maryvone, Fortaleza-CE – jun2009

16- Que romântico esse “a mulher livre e eu”, adorei tbm.. ainda esperando um amor assim, que encontra “a liberdade que admira, acolhe e incentiva”. Jocastra Holanda, Fortaleza-CE – set2011

17- Lindo texto. Vitória Lima, São Paulo-SP – mai2013

18- É essa mulher que procuro… Alexandre Simonete, Piracicaba-SP – jul2013

RK- Alexandre, eu também procurei bastante essa mulher. Até que um dia a encontrei dentro de mim mesmo ao reconhecer o princípio feminino em minha alma. Desde então o feminino liberto em mim me fez um homem mais livre e acho que isso atrai mulheres mais livres ou que buscam se libertar. Alguém já disse que nossas relações nunca serão melhores que a relação que temos com nós mesmos. Seguindo essa lógica, se almejamos relações mais livres, acho que o primeiro passo é libertar a nós mesmos. (jul2013)

20- Então estou no caminho certo…Pois já reconheço o principio feminino em minha alma… Muito bom adorei. Um grd abraço ! Alexandre Simonete, Piracicaba-SP – jul2013

21- Adorei! Eu tenho essa mulher dentro de mim…..Ricardo Kelmer Do Fim Dos Tempos. Tatiane Santarosa, Cajamar-SP – jul2013

22- PERFEITO!!!! Só faltou minha digital ! Parabéns. Garcia Nataly, São Paulo-SP – nov2013

23- Eu já tinha lido antes, mas vendo essa postagem agora com comentários carregados de sensibilidade masculina sobre seu próprio feminino, não tem como não me emocionar! Para mim parece tão simples, embora seja um árduo caminho para chegar nesse ponto garotos. Lembre do conto “Quando os homens não voltam pra Casa”. Ivonesete Zete, Fortaleza-CE – nov2013


O Despertar do Herói (treiler da palestra)

15/08/2008

15ago2008

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Está no ar o treiler da palestra O Despertar do HeróiA jornada sagrada de autorrealização nos mitos, no cinema e em nossas vidas.

Esta é uma das minhas palestras mais solicitadas, tanto por empresas quanto por colégios e faculdades. Nela, falo de Mitologia, Psicologia, Autoconhecimento e Realização Pessoal numa linguagem simples para mostrar que o mito da Jornada do Herói, presente nas histórias de tantas culturas, nos livros e nos filmes, é uma metáfora do processo de autorrealização, a jornada individual de todos nós rumo à nossa essência mais verdadeira.

Da mesma forma que os heróis dos mitos e do cinema, cada um de nós está predestinado a se realizar verdadeiramente e, com isso, tornar-se o grande herói de sua própria vida. Mas antes é preciso, como o herói de Matrix, despertar, distinguir-se da massa, conhecer-se e assumir a tarefa que dará sentido à existência.

Saiba mais sobre as palestras

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COMENTÁRIOS
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Protegido: A Jurema e as portas da percepção (VIP)

12/08/2008

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Minha noite com a Jurema

12/08/2008

12ago2008

Nessa noite memorável fui conduzido para dentro de mim mesmo pelo próprio espírito da planta, que me guiou, comunicou-se comigo, me assustou, me fez rir e ensinou coisas maravilhosas

MinhaNoiteComAJurema-02

MINHA NOITE COM A JUREMA

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Em 1999, participei de um ritual no Santo Daime, com a Ayahuasca. Foi uma experiência intensa e reveladora ‒ mas extremamente difícil, que me exigiu muito esforço físico e mental por horas. Dia seguinte, ainda assustado, estava convicto que jamais me meteria com isso novamente, que o melhor era manter meu interesse por estados especiais de consciência apenas nos livros e filmes.

Porém, mudei de opinião após refletir bastante sobre tudo que me ocorrera. Entendi que esse tipo de experiência podia, de fato, me ajudar a entender melhor a vida e a mim mesmo. Concluí que alguns fatores me impediram de usufruir melhor a oportunidade, como o orgulho, as regras e filosofia da seita e o medo de perder o controle. Eu precisava de outra chance. Estava disposto a tomar novamente o chá e empreender nova viagem ao interior de mim mesmo. No entanto, só tentaria novamente se fosse fora do ambiente das seitas.

A chance chegou no ano seguinte com o convite de uma amiga antropóloga para participar de um ritual xamânico com o chá de Jurema, outra planta psicoativa, que cresce no semiárido nordestino. O ritual ocorreria na casa de um seu amigo, também antropólogo, e seria algo mais descontraído e desvinculado dos dogmas religiosos que costumam compor as seitas que utilizam chás de plantas de poder.

Nessa noite memorável fui conduzido para dentro de mim mesmo pelo próprio espírito da planta, que me guiou, comunicou-se comigo, me assustou, me fez rir e ensinou coisas maravilhosas. Sim, sei perfeitamente que afirmar isso soa como atentado à racionalidade. Mas não me importo. Aprendi definitivamente nessa noite que o que chamamos razão é apenas uma das ferramentas humanas para apreender a realidade e que deve ser descartada em certas situações onde precisamos ampliar a percepção da vida. Se nessa noite eu insistisse para que meu lado racional se mantivesse no controle, repetiria o mesmo erro da experiência anterior, com a Ayahuasca, quando usei a orgulhosa racionalidade durante horas, num esforço ingênuo, inútil e doloroso tão somente para barrar o curso natural da experiência. A racionalidade é vital para a vida, sim, mas infelizmente ela se convenceu que a realidade deve ter seu exclusivo carimbo para poder existir.

Nessa noite de 2000, uma hora após ingerido o chá de Jurema, eu estava deitado tranquilo e confortável no sofá da sala e experimentava um intenso fluxo de ideias que se sucediam sem que eu tivesse total controle sobre elas. Foi aí que senti uma forte presença e entendi que se tratava da própria planta, ou melhor, o espírito da planta. Evitando racionalizar sobre o que me ocorria, logo percebi que deveria deixar que a própria Jurema me conduzisse pela experiência, e isso significava confiar inteiramente no fluxo natural das ideias e sensações, abdicando de qualquer controle racional sobre elas. Então fechei os olhos e soltei-me das últimas resistências. Mesmo ainda um pouco temeroso, depositei toda minha confiança na estranha força feminina que se apresentava e que em seguida, como se apenas esperasse minha concordância, passou a me conduzir pelas mais diversas ideias, sensações, sentimentos e revelações.

Mal a Jurema se manifestou, fui tomado de um imenso respeito por ela, uma reverência que jamais sentira em minha vida. Entendi logo que ela era sábia e poderosa, além de muito, muito antiga. E era bastante amorosa, sem deixar de ser dura se necessário. Ela não falava, pelo menos não como entendemos o “falar”, mas eu me sentia inteiramente envolto pela grandiosidade de sua presença como, imagino, um peixe “sente” o mar, e era através desse sentir que se processava a comunicação. Eu me sentia protegido e muitíssimo grato por ser tocado por sua imensa sabedoria e generosidade. Se abria os olhos, essa comunicação perdia a força em meio às tantas informações do ambiente ‒ por esse motivo mantinha-os fechados e bastava isso para me sentir novamente amado, compreendido e protegido pela espírito da Jurema.

MinhaNoiteComAJurema-1Durante as quatro horas seguintes o espírito da planta esteve bem presente, me conduzindo, com firmeza mas amigavelmente, por um corredor cheio de portas. A cada porta que se abria eu me deparava com uma nova experiência interior, vivenciando sensações, ideias, sentimentos e revelações importantes sobre minha vida, meus relacionamentos e meu trabalho. Houve momentos de alegria e êxtase, mas também momentos de tensão em que me vi forçado a repensar questões delicadas de minha personalidade. Houve também um momento em que me deparei com uma porta fechada e fui tomado de um terror nunca antes sentido. Eu não sabia o que me esperava além da porta, mas sabia que era algo terrível. Então, tremendo de pavor, implorei à planta para me dispensar daquela experiência, fosse qual fosse. Para meu imenso alívio, ela me atendeu.

A Jurema mostrou-me também a urgente necessidade de respeitarmos o planeta e de cuidarmos dele, e nesses momentos o espírito da Jurema era o próprio espírito da Terra. Em vários momentos me emocionei e chorei baixinho. Sem dúvida, foi a experiência mais intensa e mais incrível que vivi em minha vida.

Pela manhã não consegui dormir, ainda eufórico. Sentia-me renascido, mais vivo e disposto do que jamais fui, maravilhosamente bem. Era como despertar de um longo sono.

A experiência dessa noite me transformou em outra pessoa. O senso de estar atavicamente ligado à Terra trouxe-me uma notável segurança e tornou-me mais confiante e tranquilo, ciente de minhas origens e de meu papel no mundo. Minha vida ganhou um novo sentido. É difícil explicar, mas algo deslocou-se dentro de mim, mudando para sempre minha noção de quem sou eu, minha relação com o mundo e também minha noção do que é este planeta. Entendi que tudo tem uma espécie de consciência e que é possível se comunicar com animais, plantas e minerais e aprender com eles. Como, porém, esta comunicação não se processa no nível da racionalidade, é muito difícil para o intelecto aceitar tal fato, preferindo tratá-lo com desdém e descartá-lo como fantasia ou patologia.

Mas para mim não há dúvidas. Nessa noite abri minha alma para a sabedoria da Jurema e, através da planta, reconectei-me à minha verdadeira origem, à força sagrada que me gerou e que me nutre dia após dia: a Terra. Senti a imensidão de seu amor e me surpreendi por ter vivido tanto tempo sem senti-lo. Em termos junguianos, posso dizer que vivi uma profunda experiência com o arquétipo da Mãe Terra, sendo envolvido por sua imensa força e vivenciando-o em ambas as polaridades, positiva e negativa, êxtase e terror. Porém, gosto de entender a coisa assim: vivi um íntimo encontro com o espírito da Terra, essa mãe generosa e compreensiva que ama a todos os filhos, mesmo que eles tenham esquecido de onde vieram e o que devem fazer. Mas ela alerta: o preço que o filho pode ter de pagar por esse esquecimento é a sua própria destruição.

Os antigos já sabiam e os cientistas de hoje já reúnem provas: a Terra é um imenso organismo vivo. Além disso, é dotada de um tipo de autoconsciência que ainda não entendemos bem, dona de um avançado senso de autorregulação bioquímica e capaz de se comunicar perfeitamente com tudo que nela existe, inclusive os seres humanos. Animais, vegetais e minerais, tudo que há na Terra são como células de um corpo que precisam estar em harmonia para que o todo funcione bem. Infelizmente, as células chamadas humanos cortaram a ligação com sua origem e se desconectaram do todo, passando a se entender como algo separado, e isso tem causado sérios problemas ao organismo inteiro.

Plantas mestras como a Jurema e a Ayahuasca têm o poder de despertar as pessoas. Mas entendo o medo que a maioria tem de largar sua racionalidade e saltar no escuro de suas próprias possibilidades psíquicas. Entendo também o pavor que as religiões cristãs têm da Natureza, sempre demonizando-a. No fundo, é o velho medo de ser livre. Porém, já que isso ocorre, seria maravilhoso se ao menos educássemos nossos filhos no respeito sagrado à Natureza e eles entendessem que a Terra é nossa casa. Ensinar isso já seria uma forma de lhes deixar um mundo muito melhor.

 

(leia o relato completo)
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Ricardo Kelmer 2001 – blogdokelmer.com

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Esta crônica integra o livro A Arte Zen de Tanger Caranguejos

A Jurema e as portas da percepção (VIP)
Relato detalhado da experiência narrada em Minha Noite com a Jurema. Exclusivo para Leitor Vip. Para ler, basta digitar a senha do ano da postagem.

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LEIA NESTE BLOG

Xamanismo de vida fácil – A tradição xamânica dos povos primitivos experimenta uma espécie de retorno, atraindo o interesse de pesquisadores e curiosos

Rio Droga de Janeiro – Série de três artigos sobre a questão da proibição das drogas

A vida na encruzilhada (filme: O Elo Perdido) – Essa percepção holística da vida é que pode interromper o processo autodestrutivo que nos ameaça a todos

O trem não espera quem viaja demais – Alguns captam o recado da planta, entendendo que a trilha da liberdade existe, sim, mas deve ser localizada no cotidiano de suas vidas e, mais precisamente, em seu próprio interior

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DICA DE FILME

Carlos Castaneda (vídeo) – Especial da BBC sobre o polêmico antropólogo que estudou o xamanismo no México, escreveu vários livros e tornou-se um fenômeno do movimento Nova Era

O Elo Perdido (Missing Link, 1988)
Homem-macaco tem sua família dizimada por espécie mais evoluída e vaga sozinho pelo planeta, conhecendo e encantando-se com a Natureza. Ao comer de uma planta, tem estranha experiência que o faz compreender o que aconteceu. Roteiro e direção: Carol Hughes e David Hughes. Com Peter Elliott.

O ELO PERDIDO
Trêiler em português

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PLANTAS PSICOATIVAS E DEPENDÊNCIA QUÍMICA

São poucos, mas já há estudos científicos sobre o uso de plantas psicoativas no tratamento da dependência química, como o alcoolismo. A experiência com a planta levaria o indivíduo, por meio de experiências interiores, a alcançar níveis profundos de autopercepção para, desse modo, conseguir livrar-se do vício. É comum que alguns desses tratamentos estejam diretamente associados à religião, como, por exemplo, em comunidades do Santo Daime. Por minhas experiências com a Ayahuasca e a Jurema, sei que esse tipo de tratamento é possível, e pode ser bastante eficaz, e torço para que num breve futuro ele esteja ao alcance de todos os que sofrem de dependência química ou outros vícios. Porém, espero que o tratamento possa ser feito também fora de qualquer contexto religioso, pois nem todos sentem-se à vontade com esta associação. (RK)

Dicas de leitura sobre este tema:

No AC, usuários de droga tomam chá de ayahuasca e dizem se livrar do vício – Matéria do G1, com fotos e vídeos

Considerações sobre o tratamento da dependência por meio da ayahuasca – Texto de Beatriz Labate, Doutora em Antropologia Social pela Unicamp e Pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos-NEIP

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DICA DE LIVRO

BaseadoNissoCapaMiragem-01aBaseado Nisso – Liberando o bom humor da maconha
Ricardo Kelmer

Os pais que decidem fumar um com o filho, ETs preocupados com a maconha terráquea, a loja que vende as mais loucas ideias… O autor reuniu em dez contos alguns dos aspectos mais engraçados e pitorescos do universo dos usuários de maconha, a planta mais polêmica do planeta. Inclui glossário de termos e expressões canábicos. O Ministério da Saúde adverte: o consumo exagerado deste livro após o almoço dá um bode desgraçado.

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- sobre Minha Noite com a Jurema, a riqueza e o cuidado nos detalhes do ambientes e sentimentos, me fez sentir tudo que você viveu…achei demais… Teca Baima, Fortaleza-CE – mar2005

02- Adorei, muito, mas muito interessante essa sua experiência com a planta Jurema. Acredito bastante nesse tipo de experiência de encontro consigo mesmo e acho extremamente importante e válido, principalmente não sendo esse encontro ligado a nenhuma seita religiosa, por ele ser somente entre vc e a natureza… um dia será a minha vez… Daniela Cecchi, Rio de Janeiro-RJ – jun2005

03- Nem imagina como foi importante para mim ler sua experiência c Jurema. Desde 1ª dia q frequentei santo daime aqui em portugal q senti e “vi” que deveria estar incluída num ritual diferente em que, tal como você, poderia aproveirtar melhor a experiência. Infelizmente aqui em Portugal não é possível. Tudo que existe acaba por não ser uma variante do Daime onde os comandantes se conhecem. E se eu fosse a falar dos preços que praticam aqui, entao, vc ficaria abismado. Tenho uma pós-graduação (sou antropóloga) para finalizar sobre o assunto e por falta de apoio e oportunidade de recorrer a outras experiências não me é possível fazê-lo. Obrigada por seu texto. Anabela, Portugal – jul2006

04- Olá! estive lendo seus trabalhos e adorei! e sobre a experiência com a Jurema.. sabe me informar como é feito o chá e em que dosagem? sabe de algum site que explica isso ? ou tem algum contato que possa me ajudar? desde já muito grato! abraços e parabéns pela iniciativa. Felipe, Rio de Janeiro-RJ – dez2006

05- Gostei do seu relato sobre a Jurema. Engraçado. Talvez meio cósmico. Justamente há algumas semanas tive duas experiências com a Jurema e coincidentemente ao navegar em seu site dei de cara com esse texto. Vou relatar meu lance com a Jurema. As duas experiências tiveram intuitos opostos. Em uma, quis algo mais espiritualizado, por assim dizer. Na outra, química pura. A primeira foi fantástica. A segunda, bad trip. Talvez pelo fato de eu ter encarado a segunda tentativa sem o respeito inerente à sagrada planta. Eu deveria ter feito o contrário, ou melhor, nem deveria ter feito a segunda. O primeiro contato foi brando, poucas visões e muito tato. Senti uma ampliação incomensurável do toque. Ao me tocar, sentia toda minha essência e significado, chegando ao ponto de suscitar em saber minha existência nessa Terra maravilhosa. Sem pretensão alguma, senti o quanto eu era importante, especialmente para mim mesmo. Nem parei muito para pensar sobre ego, mas acho que tal experiência tocou nevralgicamente nele.

Na segunda experiência, apenas dei enfoque ao lado químico da planta. Pretendi sentir as moléculas de DMT me invadindo e apoveitar o que isso me traria. Foi péssimo. A onda veio muito turbulenta. Tive várias visões alucinadas. Exemplo, a parede do meu quarto que é branca ficou completamente dourada, e um relógio que fica nela sobressaiu-se, tornando se fluorescente, quase que saltando dela. Um prédio vizinho de fundos transformou-se num daqueles monumentos da Ilha de Páscoa e aproximou-se da minha janela a ponto de espiar para ver o que estava acontecendo comigo. Noutras horas o prédio se afastava e eu o via distante como um farol de navegação. O “som” do silêncio chegava a incomodar. Parecia o Ohm, ecoando fundo e intermitente. O mal estar físico foi grande. Muita náusea. Uma sensação de estar bêbado com cachaça. Daqueles porres que você quer “sarar” e não consegue. Durante toda viagem tive consciência do meu estado e procurava me acalmar para que a pira passasse logo. Demorou umas cinco horas. Quando acabou, contabilizei o lado bom da coisa e concluí que a Jurema deve ser encarada com propósitos mais elevados. Ricardo Rodriguez, São Bernardo do Campo-SP – jan/2007

06- olá!!! Kelmer sou uma leitora sua de Fortaleza e tb estudante de Jornalismo “ tô na luta´´´ já estive em umas de suas palestras q por sinal, me fez refletir muito sobre a vida sua palestra era uma reflexão sobre o filme Dom Juan com uma visão dos vários eu dentro de nós mesmo .enfim… pra mim foi em um momento de bloqueios q vida nos cria e q me ajudou muito ………Mas essa agora sobre uma noite com Jurema….rsrsrs cara vc é muito bom no escreve isso é muito louco !!!!!!!!!! mas como ñ ter sentido. Essa porra de racionalidade q muitas vezes nos impedi de viver e fazer algo ..sei lá tb pq tô te escrevendo isso….. Mas sucesso!!!!!!! Waleska Thompson, Fortaleza-CE – jun2007

07- Olha, hj li um texto seu sobre a sua experiência com a Jurema e, nossa, me tocou completamente! Como vc adentrou na essência da experiência…Parabéns pelo respeito e pela vivência que, imagino, tenha sido muito válida p ti… Estamos nos preparando para comungar com ela no próximo sábado…Apareça!!!rsrsrsrs!!! Rerlyn, Garanhus-PE – jan2009

08- Conheci o site procurando sobre autoconhecimento. Li um texto intitulado “Minha noite com Jurema”. Achei louco… bacana… Vou continuar visitando sempre o site!! Jana, Belo Horizonte-MG – mar2010

09- Maravilhoso o seu texto, as plantas mestras são como mães, duras quando preciso, mas sempre acolhedoras…eu nunca tomei Jurema, mas já tomei várias vezes a ayhuasca, e entendo perfeitamente o que escreveu, em uma experiência dessa a entrega é primordial, mas se entregar deve ser um dos atos mais difíceis do ser humano, na minha opinião….linda experiência sua, me emocionei lendo, porque me enxerguei também nela, gratidão por partilhar…tenho muitos relatos de quem já tomou a ayhuasca, que um dia quero transformar em um livro, é gostoso de ler e ver que as pessoas também sentem o que a gente sente…Obrigada… Silmara Oliveira, São Paulo-SP – ago2011

10- A razão não passa de uma porta trancada… O seres humanos são corpos estranhos no organismo Terra… Humm, gostei desse texto! Maria do Carmo Antunes, São Paulo-SP – jan2012

11- Vesti a carapuça com seu relato, e concordo que a mente/razão pode ser uma grande traíra quando buscamos um caminho de ampliação de consciência da realidade, mesmo sem o auxílio de plantas de poder (na meditação, por exemplo)…E como disse a Maria, esse assunto dá muuuito pano pra manga, afff…. Sheila Bombonato, Fortaleza-CE – jan2012

12- Huasca.. Huasca.. tenho vivências com essa belezinha. Quando desocupar aqui eu conto 🙂 Nathalie Sterblitch, Resende-RJ – jan2012

13- Estive no Céu do Mapiá, o centro do Santo Daime no Rio de Janeiro por duas vezes. Cantei, rezei, dancei e tomei o chá a noite toda em intervalos de duas horas e a rigor não senti muita diferença. Só um leve torpor. Em alguns amigos a coisa funcionou… Fernando Veras, Camocim-CE – jan2012

14- Li seu texto e me recordei de uma experiência similar que tive em 1988 com uma amiga que dividia uma kitnet comigo em Ribeirão Preto, foi muito parecido com seu relato, inclusive revivi a experiência, como se o tempo que passou não existisse mais e eu ainda pudesse sentir as sensações que ficaram tão marcadas naqueles dias, tudo muitíssimo parecido, apenas a droga foi outra e a experiência foi em dupla e durou quase uma semana, pois nos empolgamos, conseguimos sentir juntas tudo que vc sentiu e ainda telepatizamos nossas impressões e trocamos muitas sensações indescritíveis e inesquecíveis, as impressões que isso deixou em mim foram tão profundas que mudaram o curso da minha vida e todas as pessoas com quem falei sobre isso até hoje deboxaram de mim, mas eu tenho plena certeza que foi transcendental e único, meio surreal, pois essa amiga não tinha tanta afinidade comigo, mas conseguimos juntas um canal de sintonia fora do normal e vivemos muitas sensações além juntas. Cibele Baptista, Barretos-SP – jan2012