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Tá no ar a primeira parte do Cio das Letras, um ensaio erótico que fiz sobre amor, paixão e desejo. Utilizei poemas meus e letras de músicas que fiz com parceiros, além de montagens com imagens de mulheres muuuito especiais.
Como o ensaio faz parte dos Arquivos Secretos, somente Leitores Vips têm acesso. Então, você que é Leitor Vip pode conferir o ensaio acessando a postagem anterior. Ou clicando no link logo abaixo. Depois é só digitar a senha, que está nos e-mails mensais que você recebe com novidades do blog.
A segunda parte do ensaio será publicada em breve. Se alguma leitorinha se animar, por favor, não faça cerimônia, pode enviar uma foto sua pra participar também. Pra mim será uma grande honra!
As taras de Lara – Desde pequena que Lara só pensa naquilo. E ai do homem que não a satisfaz.
Um ano na seca – O que pode acontecer a um homem após doze meses sem sexo?
O último homem do mundo – O sonho de Agenor é que todas as mulheres do mundo o desejem. Para isso ele está disposto a fazer um pacto com o diabo. Mas há um velho ditado que diz: cuidado com o que deseja pois você pode conseguir…
A entrega – Memórias eróticas (Toni Bentley, editora Objetiva) – A bailarina filosofa sobre sua profunda experiência de amor e salvação por meio da submissão no sexo anal
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Conheci Sandra Regina em julho, no sarau Sopa de Letrinhas, evento produzido pelo Vlado Lima. Depois ela assistiu ao meu espetáculo Viniciarte e me deu seu livro de presente. Sempre bom conhecer mulheres que não têm medo de fazer literatura erótica.
O texto sentido
Sandra Regina, poemas
Ilustração: Angela Giseli
1a edição, 2008, São Paulo-SP
Editora Limiar – editoralimiar.com.br
contato: sanrsouza(arroba)hotmail.com
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enquanto falo
Sandra Regina .
Enquanto a mão explora
A pele exposta
E contorna a forma firme
Que se mostra…
Enquanto a língua se enrola
Nos pêlos e faz o desenho da trilha
Que vai do umbigo à virilha
E é percorrida pelos dedos
Enquanto os lábios se molham
Na saliva que engulo
E misturo com o sêmen
Que me jorra por dentro
… Você lateja e me beija
completo e saciado
enquanto na boca guardo
(ainda ereto)
O gosto do falo
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. ROQUE SANTEIRO, O MEU BAR DO CORAÇÃO
Ricardo Kelmer 2005 .
Em Fortaleza tem um bar
Que é boteco companheiro
Não tem nada similar
Já pesquisei o mundo inteiro
Por isso escrevo essa carta
Pra matar a saudade ingrata
Do meu bom Roque Santeiro
O Roque abre ao raiar do dia
Pense num boteco ideal
O cidadão chega se avicia
Pois não acha outro igual
A primeira vez vai curioso
Ouviu falar do bar famoso
Que é notícia de jornal
O Roque é patrimônio da cidade
Do Mucuripe é pura tradição
Acolhe gente de toda idade
Serve bem o liso e o barão
Vá de carro, a pé ou de charrete
Pare no quatro meia quatro sete
Da avenida Abolição
Quem atende é seo Moacir
Com alegria e sem estorvo
Traz logo o que você pedir
Sua presteza eu sempre louvo
Lá vem ele com a cerveja
Olha a panelada na bandeja
No capricho o pão com ovo
Se o freguês é bem tratado
A freguesa não pode reclamar
Na mesa ganha o melhor lado
O copo melhor que tem no bar
Moça bela que chega com sorriso
Ganha versinho de improviso
Seo Moacir é poeta popular
O cuscuz com boi ralado
Não pode faltar em sua mesa
O caldo de carne é um pecado
Levanta defunto com certeza
Cura até chiado no peito
Pela revista Veja foi eleito
O mais melhor de Fortaleza
A trilha sonora é o brega
Só os clássicos, sim senhor
Odair e Núbia Lafayette
Genival, Diana e Bartô
Pra curtir dor de cotovelo
Pra se acabar no desmantelo
E lembrar de um velho amor
No sucesso dessa casa
Brilha a alma feminina
Tem jeito sério de invocada
Mas o sorriso é de menina
A cozinha vai comandando
E os namoros combinando
Ela é a dona Orestina
Por favor sirva uma aqui
Enquanto que o sol não sai
Me apaixonei por aquela ali
Mas que pena, ela já vai
Agora eu não tenho escolha
Bote logo o CD dos Pholhas
Toque She Made Me Cry
Bem distante e com saudade
Lembro de tudo com emoção
A caninha, o brega, a amizade
O amor escorado no balcão
Muito momento verdadeiro
Vivi no Roque Santeiro
O meu bar do coração .
Ricardo Kelmer 2005 – blogdokelmer.com
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FLAGRANTES DO ROQUE
ou: Não aguenta, então não vem brincar
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Guardiães do balcão do Roque. Só passa aqui se me der um beijo
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Dona Orestina fisgando o melhor partido do Mucuripe. Atenção para a gola discreta do paletó
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Dona Orestina dando conta das novidades. Nesse dia ela avisou que não aguentava mais essa vida e que ia morar na Paraíba. E que o Moacir é só bebendo…
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Seis da manhã, o Serviluz passando, a pinga descendo, os namoro começando, os namoro acabando, e esse povo num trabalha não?
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Equipe de atendentes altamente qualificados para oferecer ao visitante uma experiência única, regada ao melhor bafo de pinga do Mucuripe
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Momento exato em que dona Orestina é presa pelo fiscal do MNBC (Movimento Nacional pelos Bons Costumes). Acusações: corrupção de maiores abandonados e alcovitagem de donzelas recém-separadas
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Cinco horas da manhã e essa gente bronzeada e alegre contribuindo pro crescimento do PIB da zona leste
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Dona Orestina e o troféu Caboca 1999, prêmio pela contribuição cultural à cidade de Fortaleza. Mais que merecido!
A sociedade feladaputa de Geraldo Luz – Suas músicas são baladas de melodias simplórias, conduzidas por uma inacreditável verborragia que mistura crítica social, literatura, filosofia, anarquismo, sacrilégios explícitos e sodomismos irreparáveis
Ser mulher não é pra qualquer um – É dada a saída, lá se vai o trenzinho. Num vagão as Belas, abalando nos modelitos, no outro as Madrinhas, abalando com o isopor e o estojinho de primeiro-socorro
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Conheci Flávia Perez, que também assina Fla Perez, no sarau Politeama, que Bárbara Leite (a décima esposa de Vinicius) produz todo mês no bar Fidalga 33, na Vila Madalena. Adoro vê-la recitar seus poemas eróticos nos saraus. Ela me deu seu livro de presente. Obrigado, Flávia. Espero que continue nos deliciando com o cio das suas letras.
livro
Leoa ou gazela, todo dia é dia dela
Flávia Perez
poemas, 2009, 104 pag
contato: twitter.com/flaperez
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Modos Flávia Perez .
Na mesa e no meio das gentes
ele é meu cavalheiro.
Puxa a cadeira pra eu sentar,
enche meu copo de vinho
(só até o meio),
abre a porta pra eu passar primeiro,
ajoelha, num rasgamento
beija-me de leve as mãos
e pede-me em casamento
(finjo que penso, mas depois aceito).
Nem preciso pedir:
“Poupe-me e me comporte,
comporte-se conforme os preceitos
da princesa e seu consorte”,
pois na frente de todos
me canoniza,
e abotoa até o último botão a camisa.
Mas depois,
sozinhos na cama,
meu bem me sodomiza.
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Ricardo Kelmer – blogdokelmer.wordpress.com
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Farol do meu porto eu sou É que eu sou muitos demais Naus a singrar pelo caos de mim Buscando meus eus por onde eu vou No vão de mim que a noite traz E o eu que fica aqui no vazio do cais Acena aos eus que no vento vão Boa sorte, se percam não Me achem a mim E voltem em paz
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COMENTÁRIOS .
01- Ri, nunca tinha lido Naus de Mim inteiro. É um poema que eu gostaria de ter escrito. Publiquei no meu mural. Quero que os amigos não-comuns conheçam. E nunca mais diga que não é poeta. É até sacanagem com a gente. rsrsrsrs. Bjo e boa-sorte. Se perca, não. Renata Regina, São Paulo-SP – jul2011
02- Tudo que este rapaz escreve toca o coração da gente. Eita! Silêda Franklin, Fortaleza-CE – jan2020
03- Que lindeza! Cristiana Medina de Albuquerque, Fortaleza-CE – jan2020
04- Muito lindo!!! Marta Bertoncini de Almeida, São José do Rio Preto-SP – jan2020
05- Que belo! Fabiana Azeredo, Fortaleza-CE – jan2020
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Eu tinha 25 anos. Ela tinha a mesma idade e estudava psicologia com minha irmã. Era morena clara e seus cabelos negros lhe desciam em ondas pelas costas. Tão bonita, tão charmosa… E tinha uns olhos azuis que, aiai, me perturbavam o juízo. Me apaixonei. E passei a sonhar acordado com ela, dias, semanas, meses. Desejava-a em silêncio, secretamente, sem coragem de me aproximar. Por algum motivo achei que ela era mulher demais pra mim – homem tímido é uma merda. Cheguei a escrever um conto de paixão, inspirado nela, que minha irmã, a meu pedido, lhe entregou. Quem sabe ela gosta e quer me conhecer melhor, eu esperançava, sonhando em meus sonhos azuis. E ela? Ela até leu o conto e mandou dizer que era bonito, e agradecia. E só. E só segui eu em minha pequena tragédia de homem ridículo.
Um dia eu soube que a moça cantava. Sim, além de tudo ainda era um rouxinol. Nem precisava tanto. E fazia os vocais de apoio nos shows do Beto Barbosa em Fortaleza. Decidi que iria a um show, só pra vê-la. E fui mesmo, eu que nem gostava de lambada, veja só o desespero do cidadão. Hoje gosto, acho que por causa dela. Fui ao show sozinho, comprei o ingresso, caríssimo, e me postei pertinho do palco, copo de vodca dupla na mão, me sentindo um ET naquele ambiente. E lá fiquei por todo o show, absolutamente extasiado com a visão à minha frente, ela adocicando sua louca magia no palco e eu babando minha paixão anônima na plateia. Ela de saia e blusinha brancas, uma rosa no cabelo, descalça, tão linda e brejeira, tão reluzente, tão cheia de graça… Uma deusa. Uma deusa inalcançável. Definitivamente era mulher demais pra minha timidez.
Restou-me escrever um poema pra fechar de vez o capítulo dessa paixão sem futuro. E assim saiu Insana paixão. Que não mandei pra ela. Mas, disfarçadim na última estrofe, quinto verso, pinguei seu nome no poema, Germana. Feito a gota final de um sonho azul. Aqueles sonhos que se desmancham pra sempre na praia dos amores que não puderam viver. .
INSANA PAIXÃO Ricardo Kelmer 1989 .
O azul dos olhos a marejar
O som de um blues
Meu cruzeiro do sul
Teu azul-íris do mar
Tão azul a luz dança no ar
Blues serpentina
Mas tão fugaz é a retina
Teu azul que eu quis sonhar
Por onde você se engana
Tão distantemente minha?
Pra quem mente tua luz cigana?
Teus olhos quem cegarão?
Desejo é o germe que emana
De toda insana paixão
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E a ninfeta maluquete acabou inspirando um blues bem quentinho, ideal pra suas noites frias, já que minhas mãos nem sempre estarão por perto
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Eu morava em Fortaleza quando fiz a letra de Blues de Luz Neon. Foi numa noite de 2001, eu sozinho em meu quarto, secando uma vodca e pensando numa ninfeta maluquete com quem eu tinha um rolo. Carente, atazanada, rueira e olhar levado – vixe, a outra era um perigo. A gente na boate, ela dizia que tava com frio, coitadinha, e aí pegava minha mão e botava discretamente por baixo de sua blusa, pra esquentá-la, enquanto todos passavam pertinho sem perceber nada. Era cheia desses fetiches, a ninfeta. Ela nunca soube que foi ela a inspiração da letra, qualquer dia eu digo.
No ano seguinte mostrei a letra pra minha amiga Lily Alcalay, uma cantora incrível, que todo sábado rasgava o blues naqueles poéticos entardeceres praianos da barraca Opção Futuro promovidos pela Cristina Cabral. Convidei-a a participar da trilha sonora do meu romance O Irresistível Charme da Insanidade e dei-lhe um exemplar do livro. Ela leu, gostou e topou musicar a letra. Mas infelizmente o câncer em minha amiga seguia acelerado e a irmã morte a chamou algumas semanas depois. Lily até chegou a cantarolar pra mim a melodia que fizera, ela deitada em seu leito no hospital, mas sua voz tava tão fraca que não consegui escutar. Deixei o hospital triste, sem querer crer que Lily em breve nos deixaria, e deduzi que nosso blues, que eu jamais conheceria, partiria com ela pra sempre.
Aí entra em cena meu amigo Joaquim Ernesto, que foi proprietário do Cais Bar, o bar inesquecível. Ele também gostou da letra e pediu pra musicá-la. Pensei: se eu aceitar, estarei traindo Lily? Entendi que não pois, na verdade, aquele blues precisava mesmo sair, e seria uma homenagem a ela, a bluseira venezuelana-cearense arretada. Toma, Ernesto, a letra agora é tua, manda ver – eu disse. E tomamos uma pra comemorar o início da parceria. E outra por Lily.
Joaquim Ernesto musicou e em 2004 chamou Lúcio Ricardo pra gravar. Putz, que sábia escolha. Lúcio é um dos melhores intérpretes que já conheci. Sua voz rouca e seu jeitão rasgado de cantar incorporam maravilhosamente bem a alma do soul e do blues, é uma diliça. Pra mim é uma grande honra ter um blues gravado por esse cara. E acho que Lily foi devidamente homenageada. E a ninfeta maluquete acabou inspirando um blues bem quentinho, ideal pra suas noites frias, já que minhas mãos nem sempre estarão por perto.
O Irresistível Charme da Insanidade é a história de Luca e Isadora, o músico que conhece a mochileira taoísta e vive com ela uma louca aventura amorosa que os faz viajarem no tempo pra entender porque é tão complicado o amor deles. Esse blues que Lúcio Ricardo canta integra a trilha sonora do romance e, se você quiser baixar a música, é só clicar aqui. .
BLUES DE LUZ NEON
(Ricardo Kelmer e Joaquim Ernesto)
Quando esse blues
Tocar no sonho do seu coração
Devagar você vai despertar
Na madrugada
Bem de mansinho, assim
Vai lembrar de mim
Abra a janela do quarto
Lá fora no meio da rua brilha um letreiro
O luminoso do nosso amor é vermelho
Então sinta, viaje
Voe nesse tom
Foi pra você, meu bem, que eu compus
Esse blues de luz neon
O Irresistível Charme da Insanidade Ricardo Kelmer, Editora Arte Paubrasil, 2011
Um músico obcecado pelo controle da vida. Uma viajante taoísta em busca da reencarnação de seu mestre-amante do século 16. O amor que desafia a lógica do tempo e descortina as mais loucas possibilidades do ser.
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COMENTÁRIOS .
01- Adoro esta música! Lígia Eloy, Lisboa-Portugal – fev2011
02- virei sua leitorinha e sua ouvintezinha rsrsrs. Renata Regina, São Paulo-SP – fev2011
03- A musica é tão gostosa e tão fascinante quanto o livro. Parabéns Kelmer por tanta criatividade! Maria do Carmo Antunes, São Paulo-SP – fev2011
04- Blues de Luz Neon é bárbaro, muy sensual. A tua fêmea de dentro não é moleza não – uma demônia linda, ninfeta, erótica, sexy, sedutora e muuuuy perigosa. Com este tipo de demônia quem é que pode? Até o diabo enlouquece. 😉 Patrícia Lobo, Salvador-BA – fev2011
Encher a cara, curtir dor de cotovelo e brindar a todas as vezes em que fomos cornos…
BREG BROTHERS COM FÍGADO ACEBOLADO
. Em abril de 1989 eu havia fechado meu bar, o Badauê, e decidi formar um conjunto musical, com meus amigos Cadinho e Jabuti. Nasciam Os The Breg Brothers. Objetivo oficial: homenagear a legítima música brega, aquela que ainda resiste em radiolas enferrujadas pelos bares da periferia. Bem, sejamos francos: na verdade tudo era mesmo uma grande raparigagem, mero pretexto pra encher a cara, curtir dor de cotovelo e brindar a todas as vezes em que fomos cornos.
No dia do primeiro show, correndo pra não chegar atrasado, avancei o sinal na Antonio Sales e trombei noutro carro. Cadinho nada sofreu, mas eu cortei a boca. Foi Bia, tiete do fã-clube, quem nos socorreu. Improvisei bigode postiço pra disfarçar o ferimento e fiz o show. Pra você ver o grau de profissionalismo.
Impecáveis, nos apresentávamos em paletós brancos, flor na lapela e cabelo com gomalina. Românticos, jogávamos rosas pra plateia. Cantávamos os três e Jabuti tocava violão, com a banda por trás, no bom sentido. Compúnhamos e interpretávamos sucessos de mestres como Odair José, Genival Santos, Fernando Mendes e os Pholhas. Tudo com bom humor, sim, mas com muitíssimo respeito, por favor. Nossos nomes artísticos: Kelmo Lonner, Johnson Batista e Glaydson Gil. Nos vocais de apoio a beleza e as performances estonteantes de minha irmã Luce Érida e Daniele Ellery, mais conhecidas no mundo artístico das paradas de ônibus como Lucieuda Vai-Mais-Um e Danisléa Camburão. Nós sonhávamos com os programas do Irapuan Lima e da Hebe Camargo.
O Big Bang que originou o universo do movimento humorístico-musical de Fortaleza estava ainda em seus três primeiros segundos. Lailtinho Brega, Rossicléa, Meirinha e Neo Pi Neo eram estrelas em formação. Falcão já era estrela de brilho local, recém-saído da Arquitetura, e em breve brilharia no país inteiro. Os Necessários, do fenomenal Moacir Bedê, também já aprontavam, chegando a fazer no Badauê um show tão lotado que vendemos lugar até nos galhos da mangueira. Nesse cenário surgiram Os The Breg Brothers, com seu elegante brega de cabaré. Chiquérrimo.
Depois de conquistar um valioso 3º lugar no Festival de Música Brega do Pirata (Lailtinho em 1º e Meirinha & Rossicléa em 2º) e realizar o sonho de cantar com nosso ídolo Oswaldo Bezerra, o rei do brega do Pará, recebemos convites pra cantar em clubes e bares. E planejávamos gravar um LP, incluindo composições nossas como Menina do Lacinho Cor de Rosa, Tango do Padeiro e Samba do Bombril. A glória batia à porta, prometendo luzes e camarins. Quando fomos abrir, não era exatamente dona glória, era uma proposta profissional pro Jabuti, irrecusável. E lá se foi nosso genial compositor e guitarrista morar em Teresina. Eu e Johnson Batista ficamos tão arrasados que quatro meses depois, sem forças pra continuar, cancelamos os shows, avisamos o fã-clube e demos baixa no sonho.
Mas valeu. Foram muitas horas no boteco do Genival, que a continuação da avenida Desembargador Moreira, em nome do progresso, passou por cima. Cachaça com fígado acebolado, que delícia. E uns velhos discos arranhados na radiola do Genival. E mais uns patos, imagina, uns patos que andavam pelo quintal, ao lado de nossa mesa, acompanhando com quá-quás nossas inspiradas dores-de-cotovelo.
Um dia, voltávamos de uma farra, eram seis da manhã. Descíamos a Desembargador Moreira com a desavergonhada intenção de abrir o boteco do Genival, ainda não satisfeitos com a bebedeira. Então, eis que acontece aquilo que ficou conhecido no submundo do crime desorganizado como “o dia em que a vida do Cadinho deu uma virada”. Ele foi fazer o retorno em plena ladeira, mas calculou mal a velocidade: o fusca suspendeu as rodas laterais, foi virando, virando e, bufo!, virou. O fusca ficou de lado no asfalto, com Cadinho e Jabuti lá dentro. Eu vinha em meu carro atrás e parei, meio assustado, meio rindo do absurdo. Vi a cabeça de um jabuti saindo com dificuldade pela janela do carro virado. Naqueles dias o Jabuti estava engordando, de forma que entalou na janela e não conseguia sair. Embaixo dele Cadinho o empurrava, já desesperado, pois a gasolina escorria pelo asfalto. Cena inesquecível.
Com muito esforço Jabuti conseguiu passar pela janela, Cadinho saltou fora e desviramos o fusca. Felizmente arranhara pouco. Outros certamente ficariam assustados e terminariam na missa das seis da igreja de São Vicente, arrependendo-se dos pecados. Nós não: desceu uma estranha euforia e nos abraçamos, rindo e nos parabenizando pela aventura. Pra comemorar o feito, fomos beber Tiller’s Club (ai, a liseira…) e compor umas canções.
Hoje, morando aqui em Ipanema, vejo da janela da sala a lagoa Rodrigo de Freitas. Tem uns patos lá, sabia? Pois é, foram eles que me lembraram do boteco do Genival. E me inspiraram a escrever sobre os Breg Brothers, esse tempo em que a maior preocupação era encontrar um bar aberto de manhã. E o acorde certo pra dor de cotovelo.
Os The Breg Brothers ensaiam (Praia do Icaraí-CE, 1989)
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O RETORNO
Em 1993, Os The Breg Brothers ressurgiram das cinzas com a chegada do garoto prodígio Rossé Rian, substituindo o saudoso Glaydson Gil. Rossé Rian trouxe alegria, vitalidade, juventude, poesia… Hummm, que é isso? Ele era o Bambi?
A nova formação, montada pro show no Cotó Clube do Montese, contava ainda com os vocais irresistíveis de Dani Gut-Gut e Sandra Sandrão, que bateu a foto e depois sumiu, arrependida daquela putaria toda. Veja a foto. Perceba o semblante de Lonner, preocupado com o empresário que sumiu com a grana, Rossé Rian cuidando de uma tiete, Dani Gut-Gut abalando em seu modelito Oncinha Paraguaia e Johnson Batista em sua clássica pose “E aí, gatinha, que tal um Tiller´s no meu muquifo?”
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O REENCONTRO
Esta foto histórica, de 1997, mostra o tão aguardado encontro de todos os Breg Brothers. É claro que tinha que ser num balcão. Glaydson, já morando em Berlim (é o nosso Breg Brother mais chique), passava férias em Fortaleza. Uísque com catchup de tiragosto. Velhas canções, antigos chifres relembrados. Perceba Lonner chorando por uma safada acolá que o trocou por um dono de pizzaria. Rossé Rian era novinho, mas já usava boné pra esconder os chifres. Glaydson se esguelando, sofrendo por uma alemã que era atriz pornô. E Johnson sempre arrasado, coçando a testa. Ô sofrimento.
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MENINA DO LACINHO COR-DE-ROSA Johnson, Lonner e Gil
Quando entrei no cabaré
Todo mundo se divertia
Nessa noite que rolava
Todo mundo aproveitava
A festa acontecia
Numa mesa mais escura
Vi uma cena comovente
Uma menina ainda nova
Com um lacinho cor-de-rosa
Me sorria tristemente
…Menina do lacinho cor-de-rosa …Teu lugar não é aqui …Levanta que eu te levo embora …Vem que eu te faço ser feliz
Fui sentar na sua mesa
E ela logo me falou
Estranho pode parecer
Mas não procuro o prazer
O que eu quero é o amor
E me disse com a voz meiga
Num beicinho de chorar
Ainda não sou bem crescida
Mas já sei que nesta vida O importante é amar
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TANGO DO PADEIRO Johnson, Lonner e Gil
Tudo era tão bonito
Quando eu te conheci
Você ficava deslumbrada
Com os presentes que eu lhe dava
As luzes do Iguatemi
Te dei calça Fiorucci E um apartamento duplex
Da DeMillus dei de presente
Uma camisola transparente
Você ficou tão sexy
Você dizia que eu era um pão
Que eu era o fermento da sua vida
Mas me trocou pelo padeiro
E hoje o meu dinheiro
Não vale um semolina
Ser mulher não é pra qualquer um– É dada a saída, lá se vai o trenzinho. Num vagão as Belas, abalando nos modelitos, no outro as Madrinhas, abalando com o isopor e o estojinho de primeiro-socorro
Minha vida com Jim Morrison – Acordar e pegar logo uma cerveja pois o futuro é incerto e o fim estará sempre por perto
Vinicius Show de Moraes – Um show que homenageia Vinicius com suas músicas, seus poemas e as histórias da sua vida
Trilha da Vida Loca – Um show que une literatura e clássicos da dor de cotovelo
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COMENTÁRIOS .
01- Pero prefiro esse brega “estilizado” de vcs!!! Lia Demétrio Aderaldo, Fortaleza-CE – abr2010
03- Pra Luce: “Eu vou tirar voce desse lugar…” Nino Cariello, Fortaleza-CE – jan2011
04- Porra num sei onde tú tá com a cabeça que não empurra esses teus textos e livros prá psiquiatria…É MUITO BOM PRA DEPRESSÃO!!! kkkk Levanta o astral de qualquer propenso a putaria!! Ronaldo Rego, Fortaleza-CE – mar2011
RK:Breg Brothers cura depressão. Assim o nosso cachê vai aumentar, Ronaldo.
05- Ainda que esta escola aceite matrículas involuntárias de todos os homens, é Impressionante o quanto os escritores e artistas cearenses conscientes se declaram pós-graduados nessa filosofocornologia. 🙂 Lazaro Freire, São Paulo-SP – mar2011
RK:Sr. Lazaro Freire. Comunicamos que seu cadastro foi aprovado. Informamos também que não aceitamos desistência pois, de acordo com a sabedoria popular, ex-corno não existe.
RK:Teoria kelmérica sobre essa fixação do homem cearense com a questão da CORNAGEM. Acho que é aquela coisa: se você não pode com seu inimigo, una-se a ele. Cansado de lutar contra a natureza fogosa de suas conterrâneas, que simplesmente não se satisfazem com um homem só (ou uma mulher só), o homem cearense decidiu relaxar e fazer graça com a coisa. A cornagem, então, deixa de ser um mal que acomete o homem traído, um sofrimento sem cura, e se transforma numa grande GOZAÇÃO, motivo de piadas sem fim, fruto da capacidade de fazer humor com a própria desgraça. Se não for isso, então é outra coisa.
06- vidas passadas muito bem… éramos feliz e sabiamos muito bem… Gilberto Fonteles (Jabuti), Berlim, Alemanha – mar2011
07- rsrsrssssss… Muito bom! Estamos lindosssss!!!! Daniele Ellery (Danisléa Camburão), Rio de Janeiro-RJ – mar2011
08- Foi muito bom!!!Mas bom mesmo, foi quando a platéia jogou os pães semolina de volta na gente…….. Luce Galvão (Lucieuda Vai-Mais-Um), Fortaleza-CE – mar2011
09- Meu, tempos bons, não!!!! hahaha….a diversãoé o sentido da vida!!!!!! Ana Luiza Cappellano, Jundiaí-SP – mar2011
10- e vi também a nossa no Pirata com os Breg Brothers. Legal ter publicado! Isabella Furtado, Modena-Itália – abr2014
A história deste tango começa com Índio, que era a alcunha de Cândido das Neves (24.07.1899 – 04.11.1934), que foi um violonista, compositor e intérprete que muito animou as noites cariocas fazendo serestas com Henrique de Melo Moraes, tio de Vinicius de Moraes. Pois bem. Índio compôs o tango-canção Rasguei o Teu Retrato, que Vicente Celestino e Lindomar Castilho, entre outros, gravaram.
A versão que primeiro conheci, adolescente, foi a de Ednardo, que a gravou em seu disco Cauim, de 1978. Essa música desde o início me causou forte impressão, a letra, a melodia, o arranjo, a interpretação marcante de Ednardo. Quando pari a letra de Flor Púrpura, foi lembrando dela. Meu parceiro Joaquim Ernesto conheceu a letra em 2003, musicou e gravou no ano seguinte. Quem canta é Edmar Gonçalves. Ficou um tango daqueles bem dramáticos, ideal pra se ouvir antes de cortar os pulsos da recordação. Do jeito que eu queria.
Os The Breg Brothers, Intocáveis Putz Band, parcerias kelméricas…
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DE VOLTA PRA CASA
Ricardo Kelmer e Joaquim Ernesto .
Você me pergunta
Qual o melhor jeito de viajar
Aprenda com o rio
Que desce suave
Porque sabe do mar
Tudo que você precisa
É a coragem de partir
E não pergunte que direção seguir
Você está na estrada
Você já está
Reconheça as velhas paisagens da infância
Sinta o cheiro familiar dessa tarde
Pra quem parte não há nada a temer
Não há nada
Viver é uma longa viagem
Que louca viagem
A mais bela viagem
A eterna viagem
De volta pra casa
…
Algumas letras são meio esquizofrênicas, têm mais de uma personalidade musical.
Em 2000 fiz esta letra pra um blues e entreguei pro meu amigo e parceiro Toinho Martan, que a musicou quatro anos depois, mas sem gravar. Gostei razoavelmente. Acontece que Joaquim Ernesto, outro amigo e parceiro, gostou de várias letras que eu deixara com ele em 2004, antes de eu me mudar de Fortaleza pro Rio de Janeiro, e um belo dia, em 2005, ele me manda três músicas gravadas, todas musicadas a partir das tais letras. E uma delas era De volta pra casa. E ele compusera não um blues, pois não sabia de minha ideia original, mas um samba. No princípio, estranhei, mas depois gostei. Gostei da melodia, do arranjo e da interpretação do Ciribáh. Ficou um sambinha macio, muito singelo, que me passa uma sensação boa de paz e confiança na vida.
Mostrei pro Martan e ele também gostou, ainda bem. Aliás, gostou mais que a versão blues dele. E o clipe eu fiz em 2008, pra divulgar meu livro Vocês Terráqueas.
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Ricardo Kelmer – blogdokelmer.wordpress.com
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Eu só queria que você soubesse
Que as minhas noites são tão vazias
E o meu coração é tão velho sem você…
Eu sirvo mais uma dose enfim
Eu olho a cidade
Da janela só a cidade sabe de mim
Eu ouço música na madrugada
Eu tinha tanta música pra fazer
Sirvo uma dose, me visto pra sair
Eu tinha tanto pra dizer
Onde está a seção de acompanhantes?
Quanto vale um corpo sem você?
Eu só queria que você soubesse
Que eu durmo muito tarde
E até a cidade tem sensibilidade
E que comprei aquele vinho da promoção
Eu só queria que você soubesse
Que você não tem coração .
Você me permite umas considerações sobre esta música?
Fiz a letra desse blues numa das madrugadas solitárias de minha primeira fase carioca (1995-1996). Mostrei pro Humberto, que gostou e musicou. Em 2004, antes de eu embarcar pra ir morar novamente no Rio de Janeiro, ele gravou em seu estúdio, apenas voz e violão. É o único registro que temos pois a música não foi gravada por mais ninguém.
Quando escrevi, tive o cuidado de deixar o gênero incerto, ou seja, quem fala pode ser uma mulher ou um homem, apesar do protagonista buscar uma seção de acompanhantes e isso ser uma prática mais masculina. Numa letra, a incerteza proposital do gênero permite que tanto homens como mulheres se identifiquem e possam cantar sem ter que alterar o texto.
Por falar em alterar, houve alterações na letra. Em parcerias, isso é comum, e usarei este caso pra mostrar como elas podem enriquecer o trabalho. Na letra original, o verso é “Que as minhas noites são tão vazias” mas Humberto gravou “Que as minhas noites são tão sozinhas”. Gostei, mas prefiro o original por causa da aliteração (repetição das mesmas letras ou sílabas) provocada pela letra V (vazias, velho, você).
Outra mudança foi no verso “Quanto vale um corpo sem você?”, que na gravação ficou “Quanto vale um corpo sem o seu?” Outra vez prefiro o original mas é interessante perceber como as duas formas possuem curiosas sutilezas de significados. Vejamos:
“Quanto vale um corpo sem você?” – O protagonista ou a protagonista, no auge da solidão, busca a seção de acompanhantes e se pergunta quanto poderia valer um corpo que não fosse o da pessoa amada, “um corpo sem você”.
“Quanto vale um corpo sem o seu?” – Aqui a pergunta muda o foco. Quanto valeria o corpo do próprio protagonista privado do corpo da pessoa amada?
Mas houve uma mudança que aprovei. No original, era assim:
Eu olho a cidade da janela
Só a cidade sabe de mim
O protagonista está na janela olhando a cidade e somente a cidade sabe de sua dor. Na gravação, porém, o ritmo obrigou Humberto a fazer uma leve pausa entre “cidade” e “janela” e essa mudança, mesmo sendo bem sutil, levou o “da janela” mais pra perto do verso seguinte e isso causou, pelo menos pra mim, um efeito visual e de sentido bem mais interessante.
Eu olho a cidade
Da janela só a cidade sabe de mim
O protagonista continua olhando a cidade, isso não mudou. Mas agora o verso “Da janela só a cidade sabe de mim” parece emoldurar a cidade na janela e isso traz o protagonista de volta ao ambiente interno do apartamento. Ou seja, agora a cidade está na janela e observa o protagonista em sua dor e solidão.
A seguir, o clipe. É um dos que usei pra divulgação de meu livro Vocês Terráqueas. Escolhi e trabalhei as imagens pondo como protagonista uma mulher, e pra fazer a edição usei o Windows Movie Maker, tudo bem dentro das minhas limitações, vá desculpando.
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COMENTÁRIOS .
01-Adorei ”Eu só queria que você soubesse”. E meus ouvidos até sorriram. Herlene Santos, Fortaleza-CE – abr2013
. No espelho ela se olha
De um outro tempo ela se vê
E no reflexo a que se olha
Não é quem pensa ser
Ela vê que ainda é
Aquela que um dia não se foi
Uma não se reconhece
A outra espera no depois
Elas se olham e se escondem
E se perguntam outra vez
Mas o espelho não responde
Ao olhar dos seus porquês
Quem é a aquela que se olha?
Quem olha a outra e não se vê?
E o seu olhar só lhe devolve
O mistério de crescer
. Ricardo Kelmer 2009 – blogdokelmer.com
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MÚSICAS Músicas de RK e parceiros. Com letras e links pra ouvir e baixar.
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COMENTÁRIOS .
01- não foi para mim, mas eu me identifiquei demais! Marcellee Sousa, Fortaleza-CE – dez2011
02- Adoro tudo! Tem que escolher um? Poema então, Ela no espelho, que por sinal está grudado no meu! Paulinha Koppe, Guarapuava-SC – jun2012
03- Que lindinho! Crescer, ooooooh bicho esquisito! rs! Quando a gente se olha no espelho ama muito o que se vê agora que cresceu. É uma imagem bela, cheia de curvas, expressa todas as experiências e as vezes tem alguma coisa daquele sorriso infantil, mas se foi aquela criança que se via suada e corada de tanto brincar e que se olhava esperançosa em crescer tendo um lindo futuro. É lindo e confuso crescer e muitas vezes podemos enxergar isso no espelho. Renata Kelly, Fortaleza-CE – fev2014
04- Muito correto e lindo! Ligia Eloy, Lisboa-Portugal – fev2014
05- Show! Celia R Domingos, São Paulo-SP – fev2014
06- Show de bola, Xará! Pega melodia… Ricardo Alcântara, Fortaleza-CE – fev2014
07- Lindo, lindo!!! Perfeito!!! Ana Luiza Cappellano, Jundiaí-SP – fev2014
Ela levantou cedo e se mandou
Foi atrás de um sonho maior
Deixou um beijo de saudade
E essa cidade ao meu redor
Esses prédios que abafam
Todo sonho de crescer
E ela se foi no trem do amanhecer
Porque os sonhos, meu amor
São um trem que não virá
Se a gente ficar esperando acontecer
A cidade se acende
Em luzes de neon lilás
Manchetes sedutoras, paraísos irreais
No fim de tarde o horizonte
Traz notícias de você
E os meus sonhos morrem de fome
Sem a cidade perceber
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> Esta é a letra de Trem dos Sonhos, um rock-balada que eu e Flávia Cavaca compusemos pra trilha sonora de meu romance O Irresistível Charme da Insanidade. Luca arrasado porque Isadora se mandou, deixando-o sozinho e perdido. A letra é de 2000 e Flávia musicou em 2005.
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Fiz esta música em 2006 com Flávia Cavaca. Quem canta é Lila Shakti. Os instrumentos e a programação ficaram a cargo do Rodrigo Larese, um fera. Em algumas cidades há grupos que usam esta música em rituais xamânicos ou de celebração do Feminino Sagrado. Ótimo! É pra isso mesmo, fiquem à vontade.
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ALMA UNA .
Celebrar o milagre de ser O assombro de viver Na doce magia da noite Minha alma é noiva desse ritual
O fogo me aquece num abraço amigo As fagulhas são reflexos do infinito Eu danço o mistério da Lua Linda, nua e natural
Eu faço amor com a Terra Sou a amante eterna Do fogo, da água e do ar
Sou irmã de tudo que vive Ninfa que brinca com a vida Alma una com tudo que há
Salamandras brincam na fogueira… Guerreiras aladas trazem oferendas… Se aproximam os animais de poder… Planta-mestra, eu quero aprender… Guardiães, abençoem meu caminho… Tambores do xamã, toquem para mim… Grande Mãe, estou aqui…
A mulher selvagem– Ela anda enjaulada, é verdade. Mas continua viva na alma das mulheres
A mulher livre e eu – A liberdade dessa mulher reluz no seu jeito de ser o que é – e ela é o que todas as outras dizem ou buscam ser, mas só dizem e buscam, enquanto ela tranquilamente… é
Em busca da mulher selvagem – Era por ela que eu sempre me apaixonava, essa mulher que era quem ela mesma desejava ser e não a mulher que a família, religião e sociedade impunham que ela fosse
Amor em liberdade – O que você ama no outro? A pessoa em si? Ou o fato dela ser sua propriedade? E como pode saber que ela é só sua?
As fogueiras de Beltane – As fogueiras estão acesas, a filha da Deusa está pronta. O casamento sagrado vai começar
Medo de mulher– A mulher é um imenso mistério, que o homem jamais alcançará
Alma una – Eu faço amor com a Terra / Sou a amante eterna / Do fogo, da água e do ar / Sou irmã de tudo que vive / Ninfa que brinca com a vida / Alma una com tudo que há
Quem tem medo do desejo feminino? (1) – A maternidade, a castidade e a mansidão de Nossa Senhora como bom exemplo, e a força, a independência e a liberdade sexual da puta como exemplo contrário, a ser jamais seguido
LIVROS
Mulheres que correm com os lobos– Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem (Clarissa Pinkola Estés – Editora Rocco, 1994)
A prostituta sagrada – A face eterna do feminino (Nancy Qualls-Corbert – Editora Paulus, 1990)
As brumas de Avalon(Marion Zimmer Bradley – Editora Imago, 1979) – A saga arturiana pela ótica das mulheres
Mulheres na jornada do herói (Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro – Editora Ágora, 2010) – É ainda mais interessante ver o relato das mulheres pois elas sempre foram, mais que os homens, historicamente reprimidas na busca pela essência mais legítima de suas vidas
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COMENTÁRIOS .
01- OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAA… Me emocionei… demais… Espero poder usá-la em meus trabalhos… A sensibilidade das palavras somadas ao ritmo é de fazer com que, nos esqueçamos, por alguns momentos, de onde estamos…Parabéns! Abraço carregado de Boas vibrações e gratidão, também, por suas palavras. Carinhos. Stella Petra, Curitiba-PR – dez2010
02- Sem palavras! É absolutamente estonteante. D´nara Rocco, Montevidéu, Uruguai – nov2012
03- O poeta arrasa na mitologia… 🙂 Muito bom! Ninfas… Sempre elas, hein…? 🙂 Dalu Menezes, Fortaleza-CE – dez2012
04- 20.12.12 Belo dia para transcender o óbvio! As palavras não se prestam ao que realmente se propõem! Incompletas, indefinidas, elas se esquivam dos meus sentimentos, do meu SENTIR. Ah! essa vontade de escrever pra ninguém. Esse desejo de mostrar a ALMA NUA pra quem?
Espanto! Sonhos! Desejos! Vontade quase eufórica de embrenhar-me na mata, subir montanhas, atravessar riachos e mangues. Bruxaria! As palavras escritas, desenhadas com se fora uma serpente me enroscando, tragando-me para o interior de um universo particular, paralelo, (sei lá)! Mostrar quem sempre SOU e não tenho ESTADO!
Magia! Bruxaria! Letras, palavras, histórias, crônicas, contos….. coisas de bruxo?????? Alma de Bruxo travestido de escritor, insano, devasso e ateísta????? E essa vontade de correr rios, matas, montanhas… e ao mesmo tempo SER tudo isso!? Alma Desnuda, Fortaleza-CE – dez2012
06- Mágico. Parabéns ao autor. Felipe Nobrega,Florianópolis-SC – mar2014
07- Tchê, musica e composição de imagens lindas. Do carayyyy…… Isadora Meirelles, Porto Alegre-RS – mar2014
08- Que lindo Ricardo Kelmer! Amei o presente. Tudo a ver!E adoro a voz da Lila Shakti, tenho um cd dela. Vou usar! Valéria Rosa Pinto, Rio de Janeiro-RJ – mar2014
09- muito brigada Ricardo Kelmer por saber captar nossa escencia. Sandra Buongarzini, Buenos Aires-Argentina – mar2014
10- Quando eu li esse poema e vi o vídeo.. então parte de mim pegou o caminho de volta à floresta que já havia esquecido.. rsrsrs. Adoro! Ivonesete Rodrigues, Fortaleza-CE – jul2014
11- Na veia F.C.&R.K. Dedé Calixto, Fortaleza-CE – jul2014
12- amei! Socorro Sousa, Fortaleza-CE – jul2014
13- Para curtir com una mujer do lado como a Syl. Dedé Calixto, Fortaleza-CE – jul2014
14- Lindo. Dorah Andrade, São Paulo-SP – jul2014
15- Eu danço o mistério da lua linda, nua e natural / Sou amante eterna do fogo, da água e do ar… / Sou irmã de tudo que vive / Salamandra na fogueira / Algo diz que essa canção foi feita para mim / Alma una. Edy Paiva, Valparaíso de Goiás-GO – set2017
Escritor, ateu, socialista, antifascista. Amante da arte, devoto do feminino, ébrio de blues. Fortaleza Esporte Clube. Fortaleza-CE.
Em meio a problemas no casamento, Téssio é transportado para o passado e lá encontra a si mesmo e a sua mulher Ariane, aos vinte anos de idade. Envolvidos numa conflituosa relação a três, eles precisarão lidar com novos e antigos sentimentos enquanto Téssio tenta retornar à sua vida oficial.
VIAJANDO NA MAIONESE ASTRAL
Um grupo de amigos que viveu na Dinamarca do sec. 14 se reencontra no sec. 20 no Brasil para salvar o mundo de malignas entidades do além. Resumo de filme? Não, aconteceu com o autor. Líder desse grupo aloprado, Kelmer largou uma banda de rock e lançou-se como escritor com um livro espiritualista de sucesso, que depois renegou: Quem Apagou a Luz? – Certas coisas que você deve saber sobre a morte para não dar vexame do lado de lá. As pitorescas histórias desse grupo são contadas com bom humor, entre reflexões sobre carreira literária, amores, sexo, crises existenciais, prostituição e drogas ilegais. Kelmer conta também sobre sua relação com o feminino, o xamanismo, a filosofia taoista e a psicologia junguiana e narra sua transformação de líder de jovens católicos em falso guru da nova era e, por fim, em ateu combatente do fanatismo religioso e militante antifascista.
PENSÃO DAS CRÔNICAS DADIVOSAS
Nesta seleção de textos, escritos entre 2007 e 2017, Ricardo Kelmer exercita seu ofício de cronista das coisas do mundo, ora com seu humor debochado, ora com sobriedade e apreensão, para comentar arte, literatura, comportamento, sexo, política, religião, ateísmo, futebol, gatos e, como não poderia deixar de ser, o feminino, essa grande paixão do autor, presente em boa parte desta obra.
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Romance. Dois casais, nos séculos 16 e 21, vivem duas ardentes e misteriosas histórias de amor, e suas vidas se cruzam através dos tempos em momentos decisivos. Ou será o mesmo casal?
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