05jan2013
Por qual razão tantas pessoas ousam se submeter a uma experiência incerta, largando a segurança de sua mente cotidiana e desafiando o desconhecido de si mesmo?
O NOVO SALTO QUÂNTICO DA CONSCIÊNCIA
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A cada dia, mais pesquisadores ligados ao estudo da consciência, antropologia, psicologia e botânica se debruçam sobre uma possibilidade intrigante e polêmica. É provável que as plantas psicoativas (que induzem a mente a funcionar em estados especiais) possam ter contribuído significativamente para o surgimento da autoconsciência, fator decisivo que proporcionou aos nossos ancestrais, num determinado ponto da evolução, as condições para sobreviver e gerar a incrível espécie a qual pertencemos, o Homo sapiens.
Admitir tal hipótese é mexer num vespeiro. Muita gente se indagará: “Então nós humanos só existimos porque um bando de macacos comeram umas plantinhas e ficaram doidões?” Imagino os mais religiosos: “Era só o que faltava! Deixa só Deus escutar isso!” Pois infelizmente para muita gente, e até para alguns deuses, essa hipótese vem sendo estudada com seriedade e encontra ressonância positiva no meio científico.
Quem já passou por uma experiência com as tais plantas sagradas, como a Ayahuasca, o Peiote e a Jurema, sabe perfeitamente do imenso poder que elas guardam. E sabe também que elas não se prestam a um consumo recreativo, exatamente porque podem tocar muito fundo em nosso interior, abalando nossa compreensão da realidade e de nós mesmos e nos fazendo emergir da experiência profundamente transformados. Xamãs e pajés do mundo inteiro as utilizam há milhares de anos em contextos religiosos e terapêuticos. Atualmente, médicos e pesquisadores unem medicina acadêmica com antiquíssimas práticas xamânicas que envolvem o uso de plantas psicoativas e, com essa curiosa união, obtêm resultados animadores na cura de doenças, como a dependência química.
No Brasil, proliferam-se seitas que em seus rituais utilizam chás à base dessas plantas, chamando a atenção de estudiosos para o emergente fenômeno. Toma-se o chá para entrar num estado de consciência não ordinário, onde é possível viver experiências sensoriais e cognitivas as mais diversas. Há quem encontre pessoas vivas ou mortas, santos, entidades animais ou espíritos de plantas. Há os que experimentam capacidades psíquicas incomuns ou vivenciam uma intensa sensação de união com a Natureza e tudo que existe. Há quem passe por profundas experiências de autoinvestigação psicológica ou seja tocado por revelações importantes de caráter terapêutico e que podem mudar toda uma vida. Pode não acontecer nada, mas também pode ser prazeroso ou doloroso. Depende de cada um e de seu momento. Alguns religiosos radicais, sempre obcecados, diriam que é coisa do demônio. Alguns psicólogos talvez usassem o termo “terapia de choque”.
Por que a crescente procura atual pelas plantas de poder dos xamãs? Por qual razão tantas pessoas ousam se submeter a uma experiência incerta, largando a segurança de sua mente cotidiana e desafiando o desconhecido de si mesmo? Minha impressão é que isso tudo talvez signifique uma forma de religação à Natureza. Religação, sim, porque nós também fazemos parte da Natureza, mas infelizmente passamos a nos ver separados dela, nos distanciamos da sabedoria natural do planeta e agora, perdidos num mundo caótico e insano, buscamos experiências que nos reconectem às nossas verdades mais profundas. Entendo isso como um anseio natural e legítimo de uma espécie adoecida: o anseio de cura, liberdade, totalidade e harmonia com a Mãe Terra.
Por minha própria experiência, sei que plantas psicoativas podem ser muito úteis porque nos fazem olhar para dentro, nos reconectam às leis naturais e ao sagrado de nossas vidas, nos lembram de nosso potencial para a autocura e ajudam a nos libertarmos de medos, culpas e bloqueios. Não há como não se transformar após um profundo encontro consigo mesmo. É por isso que quem passa por tais experiências xamânicas engrossa a legião dos que entendem o mais importante: somente a profunda mudança interior de cada um é que fará finalmente com que o mundo mude para melhor.
Talvez nesse momento as plantas sagradas estejam nos alertando para o fato que quanto mais pessoas se religarem à sua verdade mais íntima, mais próxima a humanidade estará de seu ponto de equilíbrio. Porém, na busca angustiada pela cura, muitos exageram no remédio, caindo escravos justamente daquilo que um dia elegeram como libertador. As plantas sagradas não ficam de fora desse perigo. Tenho amigos que fazem parte de seitas que utilizam tais plantas e certamente discordarão. Respeito o que eles pensam e admiro sua busca pessoal, mas como tudo mais que existe, as plantas sagradas também possuem dois lados.
Religiões, seitas e gurus funcionam muito bem para os que necessitam de regras ou se sentem mais seguros pertencendo a um grupo. Porém, há pessoas que conseguem beber em todos os ensinamentos e usufruir do melhor que eles oferecem sem ter de se enquadrar em nenhum específico. É um caminho mais solitário, evidente, e exige um contínuo estar aberto ‒ mas que recompensa quem o trilha com a liberdade que nenhum outro caminho pode oferecer. As regras da seita ou as palavras do guru podem até iluminar por um tempo, sim, mas até mesmo essa luz pode cegar para os horizontes seguintes da jornada. É isso o que ensinam as plantas de poder, que devemos abandonar as muletas e aprender a caminhar por nós mesmos.
O atual processo coletivo de reconectar-se aos valores da Natureza pelas plantas psicoativas não significa uma espécie de retrocesso evolutivo e que devemos voltar a saltar pelas árvores. Nada disso. Uma vez ultrapassados, os marcos da evolução da consciência sempre nos impulsionam para o novo, jamais para trás. Porém, a verdadeira evolução avança em forma de espiral, e é por isso que quando o caminho parece retornar a um determinado ponto, ele está sim passando novamente por lá ‒ mas num novo nível, numa nova dimensão.
Talvez essas poderosas plantas, que acompanham nossa espécie desde seu nascimento numa impressionante relação simbiótica, estejam agora nos oferecendo a preciosa oportunidade de mais um salto quântico da consciência, uma intensa transformação da mente e de sua interpretação da realidade, como fizeram nossos peludos antepassados em algum ponto de sua jornada. Agora, porém, diferente deles, possuímos razão e discernimento. Possuímos milênios e milênios de experiência sedimentados no inconsciente comum da espécie e temos nossos próprios erros para nos guiar.
Retornaremos à Mãe Terra e ao sagrado, sim, porque não há outro caminho se quisermos de fato sobreviver como espécie. Mas o faremos num novo nível, porque agora estamos mais experientes para lidar com o grande mistério da vida, esse mistério que nos maravilha e assombra cada vez que olhamos para o sem-fim do Universo lá fora ou para o infinito interior de nós mesmos.
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Ricardo Kelmer 2001 – blogdokelmer.com
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> Esta crônica integra o livro A Arte Zen de Tanger Caranguejos
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EM ITALIANO
IL NUOVO SALTO QUANTICO DELLA COSCIENZA
RK analizza le piante psicoattive e la loro importanza nel processo evolutivo della specie umana
Ogni giorno che passa più ricercatori legati allo studio della coscienza, antropologia, psicologia e botanica investigano su una possibilità almeno intrigante e polemica. Probabilmente le piante psicoattive (che inducono la mente a funzionare in stati speciali) possono aver contribuito di maniera significante al sorgere dell’autocoscienza, fattore decisivo che ha proporzionato ai nostri predecessori, in un determinato punto dell’evoluzione, le condizioni per sopravvivere e per generare l’incredibile specie alla quale apparteniamo: l’Homo sapiens. Ammettere tale ipotesi è come toccare un alveare. Molti si chiederanno: “Vuoi dire che noi umani esistiamo soltanto perché un gruppo di scimmie ha mangiato delle piantine e si sono sballati?”
Immagino i più religiosi: “Era quello che ci mancava! Vediamo cosa dirà Dio al sentire questo!” Per la sfortuna di molta gente, e anche di alcuni dei, questa ipotesi viene da qualche tempo studiata con serietà e trova risonanza positiva nell’ambiente scientifico.
Chi ha già avuto un’esperienza con queste “piante sacre”, come “l’ayahuasca” (tisana ricavata dal vino di Banisteriopsis caapi e dalle foglie di Psychotria viridis), il “peyote” (Lophophora williamsii e Lophophora diffusa) e la “jurema” (Mimosa tenuiflora e Mimosa verrucosa) conosce perfettamente l’incredibile potere che hanno. E sa anche che loro non servono ad un consumo ludico, esattamente perché di solito vanno molto a fondo nel nostro interiore, indebolendo la nostra comprensione della realtà e di noi stessi, e ci fanno invece emergere da quest’esperienza profondamente trasformati. “Pajés” (gli indigeni dell’Amazonia che applicano la “pajelança”)* e sciamani di tutto il mondo le utilizzano da migliaia di anni nei contesti religiosi e terapeutici. Attualmente medici e ricercatori di diversi paesi uniscono alla medicina accademica le pratiche sciamaniche che coinvolgono l’uso di piante psicoattive e, con questa curiosa unione, ottengono risultati incoraggianti nella cura di molte malattie come la dipendenza chimica.
Attualmente in Brasile c’è la proliferazione di sette e di altri gruppi dissidenti a queste sette che nei suoi rituali utilizzano tisane a base di queste piante, richiamando l’attenzione degli studiosi a questo emergente fenomeno. Si beve la tisana per entrare in uno stato di coscienza non ordinario, dove è possibile vivere le più diverse esperienze sensoriali e cognitive. Alcuni incontrano persone vive o morte, santi, entità animali o gli spiriti delle piante. Alcuni provano capacità paranormali non comuni o vivono un’intensa sensazione di unione con la Natura e con tutto quello che esiste. Alcuni passano per profonde esperienze di autoindagine psicologica così come di autoguarigione, o sono toccati da rivelazioni importanti che possono cambiare tutta la vita. Può darsi che non capiti niente, ma può essere piacevole o doloroso. Può essere infernale o divino ma sarà sempre costruttivo. Dipende da ognuno e dal suo momento. I religiosi radicali, sempre accecati, affermerebbero che è una cosa del demonio. Forse alcuni psicologi userebbero il termine “terapia d’urto”. Forse non è nient’altro che un provvidenziale rincontro con se stessi e con la sua verità più intima.
Perché la crescente ricerca delle piante di potere dei sciamani? Per quale motivo tante persone osano sottomettersi ad un’esperienza incerta, abbandonando la loro sicurezza quotidiana mentale e sfidando il lato sconosciuto di se stessi? La mia impressione è che tutto questo probabilmente significa, in ultima istanza, una forma di ricollegamento con la Natura perché, nella realtà, siamo una parte integrante. Purtroppo, è successo che ci siamo separati da lei e, per questo motivo, ci siamo allontanati troppo della saggezza del pianeta, ed adesso, persi in un mondo sempre più caotico ed insano, cerchiamo con avidità delle credenze ed esperienze che ci ricolleghino al più grande senso della vita e alle nostre verità più profonde. Capisco questo come un’ansia naturale e legittima di una specie ammalata: l’ansia di guarigione, libertà, totalità ed armonia con la Madre Terra.
Dalla mia esperienza personale, so che le piante psicoattive possono essere molto utili perché ci fanno guardare dentro, ci ricollegano alle leggi naturali e al sacro delle nostre vite, ci ricordano il nostro potenziale per l’autoguarigione e ci aiutano a liberarci dalle paure, colpe e blocchi. È impossibile non trasformarsi dopo un profondo incontro con se stessi. È per questo che chi passa per tali esperienze sciamaniche aumenta la legione di quelli che capiscono la cosa più importante: soltanto il profondo cambiamento interiore di ognuno di noi potrà finalmente cambiare il mondo in migliore.
Forse è questo l’invito che le piante sacre fanno in questo momento alla nostra specie: più persone si ricollegano alla loro verità più intima, più l’umanità sarà vicina dal suo punto di equilibrio. D’altra parte, so anche che la specie umana è ammalata e che, nella angosciata ricerca della guarigione, è capace di esagerare nella cura. Per questo, in questa urgente ricerca di valori spirituali, è necessario soprattutto, dare priorità alla libertà e prestare attenzione al rischio sempre presente di diventare schiavi esattamente da quello che un giorno abbiamo eletto come liberatore. Le piante sacre non sono escluse da questo pericolo. Ho amici che fanno parte di sette che utilizzano tali piante e che sicuramente non saranno d’accordo. Rispetto quello che pensano e ammiro la loro ricerca personale. Però, così come tutto quello che esiste, anche le piante sacre hanno due lati. Se un lato libera, l’altro è lì pronto a schiavizzare nel caso tu sia eccessivamente legato alle piante, non rimanga attento ed equilibrato.
Religioni, sette e guru funzionano molto bene con chi ha bisogno di regole o si sente più sicuro appartenendo ad un determinato gruppo. Loro sono nella tua strada e questo deve essere rispettato. Ma esistono persone che riescono a trarre degli insegnamenti ed approfittare del meglio di quello che offrono senza dover inquadrarsi in nessuno specifico. È un cammino più solitario, evidentemente, ed esige un continuo “essere aperto” – ma, giusto per questo, ricompensa chi segue questo cammino con la libertà che nessun’altro può offrire. Sì, le regole della setta o delle parole del guru possono addirittura illuminare per un tempo, ma questa stessa luce può accecare i successivi orizzonti del processo. Il principale insegnamento delle piante di potere (così come dovrebbe essere l’insegnamento di ogni guru) è questo: dobbiamo abbandonare tutte le stampelle ed imparare a camminare da soli.
Questo attuale processo collettivo di ricollegarsi ai valori della Natura tramite le piante psicoattive non significa una forma di retrocessione evolutiva e che ci fa tornare a vivere sugli alberi. Non è niente di questo. Una volta ultrapassati, i segni dell’evoluzione della coscienza ci spingono sempre verso il nuovo, mai indietro. Succede che la vera evoluzione avanza come una espirale ed è per questo che quando il cammino sembra ritornare ad un determinato punto, nella realtà lui sta passando nuovamente lì – però in un altro livello, superiore, in un’altra dimensione.
Forse queste potente piante, che accompagnano la nostra specie dalla nascita in un’impressionante relazione simbiotica, stiano adesso offrendoci la preziosa opportunità di un altro salto quantico della coscienza, un’intensa trasformazione della mente e della sua interpretazione della realtà – come hanno fatto i nostri pelosi predecessori in qualche punto del loro processo. Adesso, però, diversamente da loro, abbiamo la ragione e il discernimento. Possediamo millenni e millenni di esperienza sedimentati nell’incosciente comune della specie ed abbiamo i nostri propri errori che ci guidano.
Ritorneremo alla Madre Terra ed al sacro, sì, perché non esiste un’altro cammino se vogliamo di fatto sopravvivere come specie. Ma lo faremmo in un nuovo livello perché adesso siamo più capaci per affrontare il grande mistero della vita, questo mistero che ci meraviglia e spaventa ogni volta che guardiamo l’infinito mondo fuori e dentro noi stessi.
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Ricardo Kelmer è scrittore, paroliere e sceneggiatore ed abita a São Paulo
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* N.T.:
PAJELANÇA: una forma di culto sciamanico esistente nella regione Nord del Brasile, con rituali d’origine indigena mescolati ad elementi dello spiritismo, cattolicismo e dei culti afro-brasiliani. I celebranti sono chiamati “pajés”, termine d’origine tupi che significa sciamano. La pajelança coinvolge canti e balli per chiamare gli spiriti, accompagnati soltanto del “maracá” (semplice strumento di percussione). La principale finalità è ottenere la guarigione di malattie fisiche. La pajelança non deve essere confusa con i credi, rituali e pratiche mediche proprie di ogni popolo indigene.
SCIAMANO: è il personaggio delle religioni tradizionali dell’Asia settentrionale, anche se esistono sciamani in altre società, come in America settentrionale ad esempio; il termine “xamã” designava determinati stregoni dell’Africa tradizionale. Secondo il credo, quando cade in stato di trance, lo sciamano è posseduto dagli spiriti che parlano e agiscono tramite lui. È la stessa cosa per il “pajé” fra gli indigeni brasiliani.
TRADUZIONE: Isabella Furtado – REVISIONE: Massimo Savigni
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FILME: O Elo Perdido (Missing Link)
Um milhão de anos atrás, na África, homem-macaco tem sua família dizimada por hominídeos e ele vaga sozinho pelo planeta, conhecendo e encantando-se com a Natureza. Ao comer de uma planta, tem estranha experiência que lhe traz importantes revelações.
O Elo Perdido (Missing link, EUA, 1988)
Direção: David Hughes e Carol Hughes
Elenco: Peter Elliot, Michael Gambon, Brian Abrahams, Clive Ashley
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MISSING LINK – TRÊILER
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– Acesso aos Arquivos Secretos
– Descontos, promoções e sorteios exclusivos
Basta enviar e-mail pra rkelmer@gmail.com com seu nome e cidade e dizendo como conheceu o Blog do Kelmer (saiba mais)
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01- “…porque nós também fazemos parte da Natureza mas infelizmente passamos a nos ver separados dela, nos distanciamos da sabedoria natural do planeta e agora, perdidos num mundo caótico e insano, buscamos experiências que nos reconectem às nossas verdades mais profundas…”!!!Amei isso!!! Texto fantástico!!! Silvana Alves, Fortaleza-CE – jan2013
02- mas quando a encontramos tudo fica iluminado e na mais perfeita harmonia… sinto-me connectada com a mae natureza e por isso pareço estar feliz o tempo todo mesmo nos piores momentos… Dhara Bastos, Fortaleza-CE – jan2013
A própria Bíblia diz que Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden depois de consumir um fruto proibido. Os mais curiosos entenderão que Demiurgo tinha interesse em manter os humanos sob limitação de consciência, afinal é nela que se baseia seu poder.
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