08jul2009
Naquela sexta de dezembro, Diametral, que não era ainda Diametral, e Ninfa Jessi, que já era Ninfa Jessi, começaram oficialmente a mais bela e safada história de amor jamais contada, ele que a amava em silêncio havia um ano, ela chorando de raiva, desamparo e tesão
A GARÇONETE DA MINHA VIDA
As aventuras de Diametral e Ninfa Jessi
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Ninfa Jessi e seus fetiches. Que eu adoro, por sinal. Um deles é por garçonete. Pelas garçonetes e também por ser uma garçonete. Pra ela, é umas das melhores profissões que uma mulher pode ter na vida.
– Homens, mulheres e vodca toda noite, Gatão! E ainda ser paga pra isso!
Quando a conheci, pelo Orkut, Jessi tinha 19 aninhos. Idade perfeita pra uma taradinha como ela se perder no lado bom da vida. De família do interior, mal esperou fazer 18 anos: largou o namorado careta, a cidade que não entendia seu cabelo mutante e suas lentes coloridas e se picou pra capital, queria estudar Cinema. Dividia um quarto com uma amiga e trampava num espaço cultural, onde via filme de graça e estava sempre conhecendo homens e mulheres interessantes – conhecendo e comendo, claro, que ela desde então já não prestava. Jessi, a pequena tarada.
Mas, como ela gosta de dizer, tinha espaço pra mais adrenalina nas veias de sua vida. Na verdade, Jessi queria ampliar o diâmetro do mundo, o mundo que ela conhecia ainda era pequeno demais pra tanto sonho e tesão que ardiam em sua alma e em seu corpo. Ela precisava de mim e não sabia. Mas antes de mim ainda haveria alguns capítulos em sua vida.
Então o Bukowski abriu vaga pra novas garçonetes. Bukowski, o bar que toda menina má sonha ter no currículo. Era um barzinho rock´n´roll que era meio inferninho, onde as garçonetes faziam uns shows performáticos bem apimentados. Cara, o público enlouquecia, choviam gorjetas. A casa pagava academia pras meninas manterem seus corpinhos em forma e elas tinham até professora de dança. Era bem organizado o negócio. E lá estava a adrenalina de que minha pequena precisava.
Ela passou na entrevista, passou no teste de dança e aí ficou faltando apenas o teste final que a professora exigia. Adivinha onde era o teste final? Na cama da professora, claro, professorinha esperta.
Já perfeitamente ciente das delícias que uma xana proporciona, o tal do teste final não desmotivou minha pequena nem um pouco. E ela fez, claro. Mas a professora deve ter ficado com muita dúvida pois em vez de um só, fez um bocadão de testes finais com ela. O resultado é que as duas se apaixonaram, é mesmo difícil não se encantar pela Jessi, e assim a pequena tarada virou garçonete do Bukowski e foi morar com sua professora de dança.
– Mais que dançar, ela me ensinou a comer direitinho uma mulher, Gatão. Isso não tem preço, tem?
Ninfa Jessi não presta.
Vem desse romance com a professora outro fetiche de Jessi, que hoje ela não dispensa com nossas namoradas: a morena adorava que ela a comesse com aqueles paus de silicone, ficava louca, gozava horrores. Jessi diz que numa dessas vezes, sua morena de quatro e ela metendo forte, por alguns instantes deixou de ser ela mesma e de repente era um homem, e quase pôde entender realmente, de corpo e alma, o que é ser homem. Foi algo meio místico, que nunca mais se repetiria com a mesma intensidade, mas que sempre volta quando ela está dentro de uma mulher, e também quando ela me vê dentro de uma mulher – nesses momentos seu olhar sempre busca o meu, como se nele pudesse reencontrar a louca sensação que ela uma noite teve. Como se através de mim e do nosso amor, trepando com nossas namoradas, ela pudesse enfim ser o homem que ela não é.
Durante seis meses Jessi experimentou a felicidade que jamais tivera em sua vida. Tinha o emprego dos seus sonhos, ganhava bem, era querida pelos clientes e vivia seu lindo caso de amor. Seus shows no Bukowski? Eram dos mais aguardados, principalmente quando ela atuava com Sheilinha, a Sheila Dinamite. Todas as meninas tinham nomes artísticos e vem dessa época seu nome, Ninfa Jessi, bolado pela professora. Nome perfeito, combinava demais com ela, com os modelitos de ninfeta que ela usava, os lacinhos no cabelo – e, é claro, com seu apetite sexual. Não haveria nome melhor.
Mas nesse mundo os ventos mudam, né? O primeiro grande amor da vida de Jessi durou até o dia em que um vento em forma de loirinha desempregada bateu lá no Bukowski pra fazer teste pra garçonete. Exatamente, a professora trocou Jessi por ela. Pobre Jessi, sofreu pra caramba. Prosseguiu no emprego, mas deixou o apê da professora e alugou uma quitinete. O pior de tudo era ter que encontrar sua paixão quase todos os dias e se morder de ciúmes sempre que chegava garçonete nova na casa.
Foi por esses dias que eu fui lá no Bukowski. Nossa amizade, que havia começado numa comunidade bluseira do Orkut – sim, foi o blues crônico da vida que fez nossos caminhos se cruzarem – estava agora no estágio MSN, com papos quase diários. Já apaixonado pela pequena tarada, como ela mesma se chamava, e sabendo que trabalhava no Bukowski, me piquei pra lá. Cara, paguei a maior grana pra entrar, e tudo que eu tinha no bolso só deu pra tomar duas cervas. E ela nem me viu. Mas valeu a pena. Foi a primeira vez que meus olhos pousaram diretamente em Ninfa Jessi. E vê-la ali, com seu jeitinho cativante de moleca safada, dançando nua no balcão com outra menina, putamerda, foi inesquecível. Era a mulher perfeita, inacreditavelmente perfeita, assustadoramente perfeita. A Deusa-Ninfa dos meus sonhos que nem nos melhores sonhos eu havia sonhado. E sabe quando bate aquela certeza fulminante e inexplicável no destino? Bateu. No Bukowski, apertado no meio de outros caras e outras meninas que assistiam ao show, eu tive a calma certeza de que ali estava a mulher da minha existência, a deusa-diaba que seguiria comigo pela vida. Ali estava o motivo de eu acordar todos os dias com aquela dilacerante saudade do que eu nunca tinha vivido.
Faltava só ela também saber disso.
(continua)
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Ricardo Kelmer 2009 – blogdokelmer.com
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A continuação do conto, contendo fotos de Ninfa Jessi e de um show no Bukowski, além do Álbum das Garçonetes, está disponível aqui. Exclusivo para Leitor Vip. Basta digitar a senha do ano da postagem.
Ainda não é Leitor Vip? Vamos resolver isso agora!
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DICA DE LIVRO
Indecências para o fim de tarde
Ricardo Kelmer – Contos eróticos
Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação.
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01- Eu adooooro essa Ninfa Jessi… 😀 Samara Do Vale, Fortaleza-CE – jun2013
Vc contando sobre essa dupla dinâmica, vou te dizer… parece até que estou vendo o filme na minha frente! Afrodisíaco da melhor qualidade até pra mim, que não sou muito chegada a mulheres… Mistura perfeita de romantismo, erotismo e sacanagem. Suas asas estão cada vez maiores e mais ágeis, RK! Vc vai longe… 😀
Mensagem aos demais leitores: a versão integral é im-per-dí-vel!…
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> Romantismo e sacanagem
Dá viagem
Sacanismo e romantigem
Dá vertigem
Romanagem e sacantismo
Interessantíssimo
Samantismo e rocanagem
Na garagem
Sacanagem e romantismo
Imperdismo
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Tava morrendo de saudade do meu escritor predileto bukowskiando!Agora eu fiquei ainda mais fã da Ninfa Jessi,que além de tambem curtir as maravilhas que só uma xana proporciona, também adora umazinha no rabo… Vamos lá, continue Kelmer, faça a alegria da sua leitorinha canina sempre sedenta de sexo. Bjsss
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> Uau. Acho difícil de acontecer mas no dia em que Ninfa Jessi precisar de consultoria, já sei quem indicar.
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mto interessante, Ricardo, vc e suas fantasias……gostei mto do texto.
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> Que bom que gostou, Chris. Se Ninfa Jessi realmente existe, como sussurram por aí, certamente se sentirá honrada de ser vista como uma fantasia masculina.
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Dear Kelmer, Ando muito ocupadinha por isso a demora de respostas dos emails…Vou adorar ler o conto da Garconete. Adoro ler o que vc escreve, outro dia citei vc em resposta a uma sobrinha. Disse assim : “Esse texto e’ do Ricardo Kelmer, leia…” e mandei pra ela. Vc e’ demais !!!!!! Eita fanzona !!!! Admiro demais quem escreve, acho que isso e’ Divino. Adoraria escrever mas nao tenho esse dom por isso leio vc e outros que para mim sao divindades. Beijinhos
Raquel
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> Obrigado, Raquel, você sempre me fortalecendo. Mas também não precisa me deixar sem jeito…
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