21mar2018
Haverá bala suficiente para nos deter em nossa luta por justiça social?
A LUTA DE MARIELLE CONTINUA
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O assassinato da vereadora Marielle Franco, que seria a candidata a vice-governadora do Rio de Janeiro pelo PSOL este ano, foi um claro recado da banda podre da Polícia: não atrapalhem nossos negócios. Porém, o efeito de sua execução pode ser justamente o oposto, fazendo surgir mais Marielles por todo o país, ainda mais conscientes e destemidas. Haverá bala suficiente para nos deter em nossa luta por justiça social?
Vi gente criticar o fato de usarem a morte de Marielle como bandeira política. Ora, nada mais coerente. Porque foi um crime político. Porque Marielle fez da política a sua razão de viver e aceitou correr riscos pela defesa dos direitos civis e sociais da população mais pobre. O que as pessoas estão fazendo é tão somente continuar a sua luta, assim como os cristãos fazem quando exibem seu deus pregado na cruz. Falando nisso, o mundo tá cheio de bom cristão que é contra o direito da mulher de abortar porque só Deus é quem pode tirar a vida, mas é a favor da pena de morte.
Espero que a luta da família de Marielle por justiça não seja inglória. Elucidar o crime obrigará o Estado a cortar na própria carne e expor a podridão de sua estrutura policial e a completa ineficácia dessa caríssima guerra às drogas. Talvez a morte de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes sirva para nos fazer discutir seriamente a desmilitarização da Polícia e o custo-benefício para a sociedade da política de proibição das drogas.
Mas não basta matar Marielle com tiros. É preciso também assassinar sua reputação, como fez o MBL ao repassar boatos sobre seu envolvimento com o Comando Vermelho, entre outras mentiras. O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi um dos que repassou os boatos, e poderá ser denunciado ao Conselho de Ética. A desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, do Tribunal de Justiça do RJ, também repassou as mentiras, e depois apagou. Mas já era tarde, e agora terá de responder ao CNJ.
Aliás, a dita magistrada responderá também por ter, numa rede social, sugerido o fuzilamento do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) num “paredão profilático”, e ainda comentou: “embora não valha a bala que o mate e o pano que limpe a lambança, não escaparia do paredão”. Na postagem, um seguidor comenta que o deputado “gostaria” de ser fuzilado se pudesse “ficar de costas”, ao que a desembargadora respondeu de forma homofóbica, dizendo ter dúvidas, uma vez que “o projétil é fininho”. Eis o nível grotesco do nosso magistrado, esse mesmo que esperneia e faz greve para não perder seus imensos e descabidos privilégios, como o auxílio-moradia de R$ 4,3 mil. Né, Sergio Moro?
Enquanto isso, aquele presidenciável todo machão e valente, que posa de terror dos bandidos, continua caladinho…
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Ricardo Kelmer 2018 – blogdokelmer.com
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SAIBA MAIS:
A história de Marielle – Sua família, seus estudos, sua atuação política
Desmilitarização da Polícia – O que é isso?
Entenda a intervenção federal no RJ
Desembargadora que ofendeu Marielle pediu fuzilamento de Jean Wyllys – Marília de Castro Neves Vieira também ofendeu uma professora com síndrome de Down
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