15out2012
Heroínas e heróis da minha vida
QUEM PODERÁ ME SALVAR
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Meu super-herói da infância foi o Tarzan. Eu adorava ler os livros com as aventuras do homem-macaco criado por Edgar Rice Burroughs, e o imitava até quando queria chamar meu vizinho para brincar: subia no muro, punha as mãos em torno da boca e mandava o famoso berro: Ôôô-uôôô-uôôôôô!!! Como você pode ver, desde pequeno que me falta a noção do ridículo.
Na adolescência, veio o Homem-Aranha, criação de Stan Lee e Steve Ditko. Desajeitado com as mulheres e sempre à volta com dilemas existenciais, o Aranha era eu. Felizmente, nunca precisei lutar contra o cruel Duende Verde preocupado com a hora de chegar em casa porque cuidava da tia doente.
Aí eu cresci e meus heróis passaram a ser feitos de arte. Primeiro, Raul Seixas e sua sociedade alternativa, com quem perdi o medo da chuva. Depois, Jim Morrison, o cantor da banda The Doors. Poeta, literato, pinguço – eu agora era Jim pelas noites da cidade. E veio também Bukowski, o escritor que bebia, vomitava e publicava o próprio vômito, e eu sorvia tudo com gosto.
O herói seguinte era feito de vento, e nas manhãs de domingo me ensinava sobre autossuperação e não desistir jamais: Ayrton Senna. Aos 30, descobri Carl Jung, o psicólogo e pensador suíço que nos legou um valioso mapa para a autoexploração psicológica, e que me guiaria pelas tempestades do amadurecimento. Jung me levou ao mitologista Joseph Campbell e nunca mais esqueci que devo seguir a minha bem-aventurança, onde quer que ela esteja.
Overman é outro super-herói querido. Criação da genial Laerte, Overman mora numa pensão do Ipiranga, vive grilado com seu uniforme e tem inimigos como o Passador de Trote e o Maníaco Flatulento, que matou seus pais num elevador. Quando não venta, ele precisa do ajudante para balançar sua capa. Infelizmente, até hoje Overman não sabe qual é sua identidade secreta, pois sempre que vai tirar a máscara em frente ao espelho… a campainha toca. Ah, tem também o Capitão Presença, o único super-herói que assume que fuma maconha. Sim, pois o que tem de herói maconheiro no armário é um horror. Criado por Arnaldo Branco, o corajoso Presença é o único super-herói que realmente salva: sempre chega trazendo um baseado para livrar a humanidade da secura. Ele bem que podia passar por aqui no sábado…
E heroínas? Tive algumas. Morgana, a sacerdotisa pagã, irmã do rei Arthur. Taí, eu casaria com Morgana, e morreríamos juntinhos, defendendo Avalon da invasão do cristianismo. Personificando a beleza e a poesia, Bruna Lombardi foi outra heroína: me vali muito de seus poemas para amolecer certas resistências femininas. Casaria também, claro, mas o Riccelli chegou primeiro. E também teve Druuna, ai, Druuna. Personagem da série de quadrinhos de ficção científica-erótica do Serpieri, ela é uma gostosa linda e ninfômana que encara o que vier, sem importar a galáxia do pretendente ou da pretendente ou de quantos sejam. Eu casava facim, e sem exigir exclusividade.
Putz. Num só parágrafo casei três vezes. Deve ser influência dele, Vinicius de Moraes, que em 2009 ressurgiu direto da minha adolescência, romântico e eternamente apaixonado, e hoje é meu guru. Foi ele que me reconduziu aos palcos, para falar de poesia, amor, amizade e alegria. E assim como ele, entendo finalmente que se a arte dá sentido à minha vida, é só a mulher que pode, de verdade, me salvar. Se é que ainda tenho salvação.
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Ricardo Kelmer 2010 – blogdokelmer.com
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VINICIUS, O GURU
Vinicius Show de Moraes – Um show que homenageia Vinicius com suas músicas, seus poemas e as histórias da sua vida
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HERÓIS E HEROÍNAS
Jung: a ciência revolucionária – Como pesquisador da consciência, psicoterapeuta, antropólogo e pensador, Jung levou suas descobertas a uma abrangência notável, refletindo sempre sua preocupação com o futuro da Humanidade
Minha vida com Jim Morrison – Acordar e pegar logo uma cerveja pois o futuro é incerto e o fim estará sempre por perto
O herói e a princesa – Para Ayrton Senna, herói do Reino da Terra
As Brumas de Avalon – Identifiquei-me tanto com Morgana, com sua luta em preservar Avalon, seu sofrimento e sua solidão, seu amor não correspondido, que me peguei desejando voltar no tempo pra me casar com ela
Maluquice beleza – Já que a formiga só trabalha porque não sabe cantar, Raulzito pegou a linha 743 e foi ser cigarra
Druuna (Blog do Gutemberg) – (Blog HQ Quadrinhos)
Capitão Presença – Herói às avessas (texto do blog Almanaque Virtual)
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LEIA NESTE BLOG
A celebração da putchéuris – A história fuleragem da Intocáveis Putz Band
A volta da Intocáveis – Oh não! – Um show com os restos mortais da Intocáveis Putz Band
Roque Santeiro, o meu bar do coração – Uma homenagem ao bar Roque Santeiro
Ser mulher não é pra qualquer um – É dada a saída, lá se vai o trenzinho. Num vagão as Belas, abalando nos modelitos, no outro as Madrinhas, abalando com o isopor e o estojinho de primeiro-socorro
Breg Brothers com fígado acebolado – Encher a cara, curtir dor de cotovelo e brindar a todas as vezes em que fomos cornos…
A pouca vergonha do escritor peladão – Foi minha vizinha louca de Botafogo, a Brigite, quem me deu a ideia: Por que você não faz um ensaio fotográfico peladão pra comemorar seus 40 anos?
O dia em que morri no Rock in Rio – O primeiro baseado que fumei daria um filme. Um não, vários
Galinha ao molho conjugal – Então fizemos uma aposta. Qual dos três conseguiria resistir mais tempo ao casamento?
Confissões de um míope – O míope então restringe suas relações visuais com as pessoas a um raio de dez metros e quem estiver além disso não faz parte de seu mundo. E acaba ganhando uma imerecida fama de boçal
> Postagens no tema “biográfico”
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01- os heróis do meu herói. = ) Wanessa Bentowski, Fortaleza-CE – out2013
02- Postagem oficial no Facebook
Muito bom, até que enfim um texto novo, suas leitorinhas estavam precisando de assunto novo!!! Parabéns!!!
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> Leitorinhas que querem assunto novo. Adoro.
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Peraí, pára tudo! Esse texto é novo??? Zerinho zerinho, como dizia o Sílvio? Poxa, fazia tempo, hem! Parabéns!!! (só não me chame de leitorinha, pois sou leitor macho… cado)
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> Leitorinho macho. Tenho horror.
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Muito bom doutor, muito bom!! Pode dar alta ao Kelmer, ele voltou a escrever.
Brincadeiras a parte, seja bem vindo ao seu blog, Ricardo Kelmer, e não nos deixe sem seus deliciosos textos. Parabéns, está sensacional! Adorei :))
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> Poizé, leitorinha. Aguarde que em breve tem mais.
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E que teus devaneios de infante à adolescente,se estendento a fase adulta à la Vinicius,”sejam eternos enquanto durem”. Sucesso sempre,grande Kelmer!
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> Isso mesmo, terno enquanto duro.
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Beleza, Kelmer!!! Cada vez melhor!!!! Olha, lembra do Capitão Cueca, uma grande herói moderno!
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> Olhaí, chegou o primeiro seguidor do Capitão Cueca, diretamente de Recife.
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Ricardo, sempre muito legal lhe “ouvir”. Sucesso absoluto!
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> Obrigado, Iana. Sucesso pra você também!
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Há alguns anos li um texto muito bom seu sobre a morte de Senna. Assisti várias de sua corridas históricas pelo Youtube. E para ver como ele realmente fazia coisas de herói, basta ver as corridas de Donnington em 93 e de Interlagos em 91.
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> É verdade. Mas o maior feito de Ayrton Senna, na minha opinião, são as oportunidades que o Instituto Ayrton Senna proporciona a milhares de crianças no Brasil.
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