09jun2012
A mulher kelmérica é… é assim como você: carnuda, fornida, curvilínea, suculenta
POR DENTRO DA MULHER CARNUDA
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Sim, bebê, continuo chegadíssimo numa mulher carnuda. Heim? Não, você não tá gorda, tá muito longe disso. Aliás, adoro quando você se olha assim no espelho e me faz essa pergunta besta. Mulher magra? Gosto também, claro. Desde que ela tenha alguma curva pra eu poder derrapar. E protuberâncias. Pra eu me segurar quando derrapar.
Fornida e dadivosa. Eu gosto desse tipo, bebê, você sabe. E adoro esta palavra, fornida. Vem do verbo fornir, que significa fornecer, abastecer, mas também quer dizer encorpar, tornar nutrido ou robusto, corpulento. E dadivosa, que palavra linda, né? É tão mimosa que se explicar, pufff, o encanto dela some. Sim, até essas magricelas subnutridas podem ser dadivosas, eu sei, mas se for fornida, ah, aí a dádiva é bem maior.
Mulher kelmérica? Eheheh, gostei disso. Mas eu não saberia fechar meu paladar feminino numa definição. Tá bom, vou tentar. A mulher kelmérica é… é assim como você. Ora, como. Assim, carnudinha, fornida, curvilínea, suculenta. Como só isso, isso já é tanta coisa! Ah, e dadivosa, claro. Que nem você. Que mais? Deixa eu ver. Que ela se pareça com uma mangueira carregada, as frutas se oferecendo luxuriosamente pra fome da gente. E sempre que ela surge, toca em algum lugar uma música da Fafá de Belém. Pronto, essa é a mulher kelmérica: tem gosto de manga tirada do pé e já vem com um disco da Fafá pendurado no pescoço. Se você fosse uma esquelética? Que nem essas modelos horrorosas que abundam sem bunda nas revistas de moda? Bem, aí em vez de um pé de manga, você seria um pé de osso. Que prazer um esfomeado como eu teria em colher ossos no pé pra chupar?
Agora eu que pergunto. Vem cá, bebê, me explica uma coisa: por que diabo tantas de vocês querem ser a Olívia Palito? Olha, eu jamais comeria a Olívia Palito, nem sob efeito de duzentas latas de espinafre. Não, nem se fosse a última mulher do mundo. Quer dizer… Ah, situação extrema não conta. Sim, eu sei que mulher magra tem mais facilidade pra vestir roupa, concordo. E pra passar na roleta do ônibus, concordo também. Pra fazer o quê? A posição ventania no bambuzal? Também, claro. Aliás, a gente bem que podia fazer hoje, né, faz tempo que… Não? Por quê? Ah, você engordou. Bem, então esquece a ventania no bambuzal.
Se eu te deixaria se você perdesse dois quilinhos? Não, não deixaria. Três quilos? Não, não deixaria. Cinco? Mas por que diabo você quer perder cinco quilos? Claro que ficaria linda, como já é, mas pense na grana que seria pra renovar o guarda-roupa inteiro. Como? Ah, tá, se você perdesse cinco quilos, você nem faria questão de usar roupa, entendi… E eu seria o namorado da peladona do sexto andar.
Olha, bebê, eu entendo essa eterna necessidade de se sentir linda vinte e cinco horas por dia, e às vezes até acho isso engraçado. Mas acontece que enquanto você se rói de inveja dessas lombrigas de passarela, faz cálculo de calorias até quando come o pão que o diabo amassou, e segue feito uma desmiolada a dieta da lua e depois a dieta do alfabeto e depois a dieta do buraco da agulha, enquanto você fez tudo isso, minha tontinha linda, a vida passou. E você não foi feliz. A vida passou. Passou.
Ficou calada agora por quê? Caiu a ficha? Espero que sim. Mas depois você pensa nisso. Agora vem cá, vem, minha carnudinha dadivosa, deixa eu derrapar um pouquinho em tuas curvas. E põe aquela música da Fafá que hoje eu tô com fome de manga.
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Ricardo Kelmer 2014 – blogdokelmer.com
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> Esta crônica foi originalmente escrita em 2012 e reescrita em 2014.
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HOMENAGEM À MULHER CARNUDA
Por dentro da mulher carnuda (VIP)
Galeria de imagens de mulheres fornidas, substanciosas, curvilíneas e protuberantes. Obrigado às leitorinhas que generosamente enviaram suas fotos. Esta postagem é exclusiva para Leitor Vip (basta digitar a senha de 2012).
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LEIA NESTE BLOG
Queremos mulher carnuda – Infelizmente muitas de vocês estão tão paranoicas que se excitam mais com dieta que com sexo
Privada fashion week – Eu juro que tenho medo delas, parecem aqueles esqueletos de filme de assombração
Mulher substantivo suculento – Mulher-comida por si só já se explica: é gostosa, dá água na boca, faz a gente babar. Mulher-esqueleto dá medo, faz a gente rezar
Por dentro da mulher carnuda – Bem, a mulher kelmérica é… é assim como você: carnuda, fornida, curvilínea, suculenta
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DICA DE LIVRO
Indecências para o fim de tarde (Ricardo Kelmer, Arte Paubrasil) – Contos eróticos
Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação.
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Basta enviar e-mail pra rkelmer(arroba)gmail.com com seu nome e cidade e dizendo como conheceu o Blog do Kelmer. (saiba mais)
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01- E sabes que mais? acho que menino que brinca com as barbies da irmã vai ser cabeleireiro… Susana Xavier, Leiria-Portugal – out2007
02- Rapaz, essa foto aí do começo me embrulhou fortemente o estrombo… Pelo menos isso só reforça a minha teoria: mulher magrela só serve pra ser cabide de roupa e nada mais. Viva as carnudas! Marcelo Gavini, São Paulo-SP – out2007
03- Amiga dona-de-casa magrinha, a Renascença já passou faz muuuuuuito tempo. Se o Ricardinho aí não quer vocês e não as chama de gostosas, venham para o titio aqui, que terá MUITO prazer em acolhê-las, naquele abraço gostoso em que as fininhas cabem tão justinho… Luc Lic, São Paulo-SP – jun2012