O redemoinho do fim do mundo

07dez2010

É provável que estejamos à beira de um grandioso marco evolutivo, onde a Humanidade alcançará o clímax dessa aceleração das transformações

ORedemoinhoDoFimDoMundo-01.
O REDEMOINHO DO FIM DO MUNDO

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Sei que corro o risco de parecer alarmista ou esquisotérico, mas eu sinceramente acho que em poucos anos a Humanidade poderá viver um acontecimento muitíssimo sério, desses que dividem a História em antes e depois. Antes de prosseguir, deixe-me dizer logo que sou ateísta e não tenho nenhuma religião, ok? Pois bem, continuemos. O motivo de eu pensar assim vem de vários lados, mas principalmente da análise dos grandes saltos evolutivos da Humanidade e do ritmo em que ocorrem.

Vejamos. O surgimento da linguagem (dois milhões de anos atrás), o controle do fogo (500 mil anos), a agricultura (12 mil anos), a escrita (5 mil anos), a democracia (3 mil anos), as grandes navegações (500 anos), a revolução industrial (200 anos), as comunicações (100 anos), a revolução digital (40 anos), a internet (15 anos)… Todos esses acontecimentos são marcos evolutivos da Humanidade e representam, inegavelmente, grandes e decisivas transformações no mundo. Há, porém, um detalhe intrigante: o ritmo em que eles ocorrem está cada vez mais veloz.

Essas grandes mudanças, que antes levavam milênios ou séculos para se sucederem, agora ocorrem a intervalos cada vez menores, a ponto de, atualmente, uma pessoa presenciar durante sua vida duas ou três imensas transformações no mundo, dessas que mudam tudo. Além disso, essas mudanças alcançam cada vez mais pessoas no mundo inteiro e são cada vez mais transformadoras. A continuar esse ritmo, como será? As sociedades conseguirão lidar com tantas e imensas transformações em tão pouco tempo? Como organizar a vida se tudo muda tão rápido e tão radicalmente?

Imagine um redemoinho. A cada volta, a água gira cada vez mais rápido, né? Pois bem. É como se a História fosse um redemoinho de transformações a ocorrer em ritmo cada vez mais acelerado, cada vez mais, até que… Até que o quê? Bem, num redemoinho, tudo que há nele é tragado quando chega ao fim. Estaremos chegando ao fim do redemoinho? E, depois, o que acontecerá?

Pô, se já é difícil falar do fim do mundo, imagine do que virá depois. Fiquemos, por enquanto, no redemoinho, mais precisamente no fim dele. A minha séria desconfiança é de que nos aproximamos do clímax dessa aceleração das transformações, e que o acontecimento, ou os acontecimentos que virão serão decisivos a tal ponto que significarão uma espécie de fim do mundo, ou melhor, o fim do mundo como o percebemos, o fim da realidade e de nós mesmos como até hoje entendemos.

O fim do mundo, então, seria isso, um violentíssimo choque de percepção coletiva. E o que exatamente ocasionará esse choque? Um inédito evento cósmico? Uma supercatástrofe ambiental? Ou uma guerra mundial de motivações religiosas? Seria um revolucionário experimento científico? A descoberta de novas formas de vida ou de novos níveis de realidade? O contato com uma forma desconhecida de inteligência? Um colapso do sistema financeiro? Ou o surgimento de uma noção de cidadania planetária capaz de derrubar governos e fronteiras? Tudo isso junto? Nada disso?

Não é apenas o ritmo cada vez mais acelerado das transformações que me faz desconfiar de que estamos no fim do redemoinho. A ciência, por exemplo, projeta para breve vários acontecimentos radicais como o esgotamento dos recursos naturais do planeta. A astrologia, por sua vez, nos diz que vivemos exatamente agora a mudança da Era de Peixes para a Era de Aquário. E há a questão das profecias. Sim, o fim do mundo já foi previsto várias vezes e o danado continua de pé, eu sei. Porém, entendo as profecias apocalípticas como a expressão natural de uma percepção inconsciente do fato de que um dia chegaremos ao fim do redemoinho. Em outras palavras: nós humanos sempre pressentimos, sem saber explicar direito, a chegada desse momento em que a aceleração das transformações chegará a tal ponto que, tchum!, isso significará o drástico fim do nosso senso comum da realidade. As datas estavam erradas, é verdade, mas a percepção sempre esteve correta.

Há algo mais na questão das profecias. Uma profecia tem mais chance de se realizar quanto maior for o número de indivíduos que acreditam nela, pois quem crê numa profecia naturalmente deseja, ainda que inconscientemente, que ela se realize. Isso significa que se boa parte da Humanidade atual crê que chegou o fim dos tempos, provavelmente muitos seriam capazes de fazer algo para provar que sua crença é verdadeira, que é essa a vontade de seu deus. A pergunta então é: que parcela da Humanidade acredita, e consequentemente deseja, que vivemos o fim do mundo? Bem, a julgar por tudo que se lê e ouve, os livros e filmes, as notícias, os discursos religiosos, a Humanidade está, no mínimo, obcecada pelo tema.

Por essas e outras é que desconfio que o fim do redemoinho está bem próximo. Talvez nos próximos anos. Quem sabe em 2012.

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Ricardo Kelmer 2010 – blogdokelmer.com

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LEIA NESTE BLOG

> Guia de Sobrevivência para o Fim dos Tempos – O que fazer quando de repente o inexplicável invade nossa realidade e velhas verdades se tornam inúteis? Para onde ir quando o mundo acaba?

> As máquinas não são bobas – Já existe uma geração de máquinas com certo grau de autonomia necessária pra tomar decisões que podem ou não seguir o que lhes foi ensinado

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LIVROS, FILMES E SITES

– O Buraco Branco no Tempo (Peter Russel)
Editora Aquariana, 1992
As ideias deste livro inquietante nos levam a pensar sobre o tempo de uma forma diferente e nos faz exercitar uma nova maneira de nos percebermos, como espécie, dentro do contexto da evolução e do Cosmos. O físico Peter Russel, numa linguagem acessível, mostra porque a atual crise da Humanidade é, na verdade, uma crise de percepção, e chama a atenção para o ritmo vertiginoso da atual evolução tecnológica. Podemos, neste momento, estar à beira de um decisivo salto de compreensão a respeito do tempo e de nós mesmos. Assista o filme (26 min).

– O Ponto de Mutação (Fritjof Capra)
Editora Cultrix, 1983
Prosseguindo em seus estudos, Capra mostra como as ciências já estão falhando por insistir em seguir o modelo newtoniano/descartiano de interpretação da realidade e sugere que a Humanidade está vivendo uma decisiva transição em sua evolução. Especificando a situação de diversos ramos da ciência, como medicina, psicologia e economia, Capra escreveu uma das mais importantes obras do nosso século, indispensável ao estudioso do pensamento holístico e dos novos paradigmas que lentamente estão, não substituindo, mas complementando os atuais.

Introdução ao Apocalipse (Robin Robertson)
Editora Cultrix, 1997
A ideia de Deus é um dos principais arquétipos da Humanidade, existente em todas as culturas. Através da Bíblia, ainda que esse não seja seu objetivo oficial, é possível acompanhar como evoluiu a relação da Humanidade com sua ideia de Deus, desde Adão até os dias de hoje. Este livro narra de forma brilhante a saga da transformação da consciência humana e reabilita um dos mais importantes porém menos compreendidos documentos da civilização ocidental: o Livro do Apocalipse, esmiuçando todo o seu rico simbolismo através das delicadas ferramentas da psicologia junguiana.

> ATEA – Assoc. Bras. de Ateus e Agnósticos – Vale a pena conhecer. Ou você tem medo de mudar de ideia?

> Zeitgeist (Direção: Peter Joseph. EUA/2007) Este filme mostra o quanto a história é manipulada pelas elites religiosas e econômicas, que “criam” os fatos e nos fazem todos acreditarmos neles, lutarmos por eles, matarmos por eles. Veja o filme Zeitgeist

Por que 2012? Entenda como funciona o calendário maia – Revista Superinteressante, nov2012

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Comentarios01COMENTÁRIOS
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01- É…tem lógica! 🙂 Mônica Burkle Ward, Recife-PE – dez2010

02- Paranóia delirante! Tudo isso q vc postou para levar à conclusão q vc deseja é fruto do conhecimento q vc possui. Agora imagina o q vc desconhece? Quem tem certezas está mal informado, pois sempre existe um fato que interfere no processo conclusivo, o que existe neste instante é o momento. E ele está em constante movimento. Adapte-se! Flua. Abandone as certezas. Vc e seus próximos serão mais felizes. O excesso de informações trava nosso processamento de pensar corretamente, aí nosso raciocínio nos engana levando-nos a conclusões erradas e muitas vezes em direção aos nossos medos. Esclareça-se: descubra seus pontos fracos para proteger-se de si mesmo. Paz, saúde, bons sonhos & saravá! 😀 Wener Marq, Alegre-ES – dez2010

03- É impressionante como os que se dizem “ateus” SÃO ESPIRITUALISTAS !!! Daria uma ótima tese !!! rsr sr O trecho abaixo relata muito bem o quanto que você inconscientemente e muito bem inspirado pelo NOSSO CRIADOR, descreve o que nós espíritas kardecistas já sabemos desde que o “consolador prometido por Jesus que chegou em 1857, ou seja, a doutrina espirita kardecista …. NAÕ COMO FIM TOTAL DO MUNDO ou do planeta terra, MAS, O FIM DE UM MUNDO DE PROVAS E EXPIAÇÕES .. e aos poucos tornando UM MUNDO DE REGENERAÇÃO … ESTAS MUDANÇAS SE FAZ NECESSÁRIAS CONFORME OS PLANOS DE “DEUS” Sds kardequianas. Lucimar Rabello, Vila Velha-ES – dez2010

RK: Sou ateu porque não creio na existência de divindades. Porém, não sou materialista no sentido de achar que não existe nada além da matéria. Quanto à questão do fim do mundo, essa ideia não começou com Kardec, nem com Jesus, nem com qualquer outro profeta. Ela é um arquétipo presente na psique humana, e isso nada tem a ver com religião. Entendo o Universo como uma mente, única, e as nossas mentes são expressões manifestadas dessa mente. Assim sendo, cada um de nós sabe, conscientemente ou não, dos ciclos de transformação do Universo e, por isso, “sabemos” que o mundo irá acabar. Mas o que irá acabar é o mundo como nossa mente o entende, a realidade como nós aprendemos a captá-la. Ou seja, o fim do mundo é uma transformação da percepção da realidade para um novo nível de percepção.

04- Adorei como sempre vc se supera…beijos amigo. Liz Fernandes, São Paulo-SP – dez2010

05- O que tu escreveu, brother maluquinho, sinto nas tripas. Sinto, tremo, farejo logo existo!!! 🙂 Patrícia Lobo, Salvador-BA – dez2010

13 Responses to O redemoinho do fim do mundo

  1. Isto é evitável se cada ser humano que está nessa aventura que é viajar nessa nave planeta pensar no seu filho, sobrinho, neto, etc., e cuidar da melhor maneira possível do ecossistema de cada um de nós.
    O meio ambiente precisa ser estudado da melhor maneira para a continuidade da vida na terra.

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  2. Gizelle Saraiva disse:

    Muito bommmmm!!!! Faz sentido! È o fim de um mundo sim!
    Estamos vivendo um processo de transformação, mudança cultural muito rápido e isso é maravilhoso…
    O que acontece, é que não estamos dando tempo para as nossas mentes acomodarem tantos conceitos, reformas, mudanças. Então, estamos vivendo uma espécie de “curto circuito” que irá render muitos lunáticos, fanáticos, esquizofrênicos e afins rs…
    Porque é muita mudança pra pouca estrutura psíquica e emocional.
    Mandou muito bem, txiu Ricardo!
    Fazia tempo que não passava por aqui, mas fico muito feliz em saber que você continua escrevendo cada dia melhor!

    Adoro-te!

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  3. Concordo totalmente que a mudança poderá ser um violentissimo choque de percepção coletiva, como vc colocou.
    Uma forma inteligente de tratar do “fim” dos tempos.

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  4. Gledson disse:

    RK, a questão é q agora – com o redemoinho de transformações de nossa época, não se pode mais desconsiderar o fato q na vida tudo muda, e isso provoca uma mudança tremenda na nossa percepção, mas ela só ocorrerá de fato quando um número “x’ de pessoas alcançar esse entendimento, e isso não irá demorar, até lá muitas máscaras sociais irão cair, e o wikileaks é apenas a ponta do iceberg…

    @gledsonshiva

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    • ricardokelmer disse:

      > Podiscrer, Gledson! Sites como WikiLeaks e Avaaz.org mostram que já existe um consciência coletiva pró-democracia e antifronteiras suficientemente forte pra influenciar a política global. Quando ela se tornar mais forte, será impossível não considerá-la nas decisões dos governos.

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  5. Beatris Rocha disse:

    Quem sabe não vai acabar em 12/12/2012 ????? Espero que não, pois ainda tem muita natureza e recursos no mundo. Se todos mudarmos de atituda JÁ ,acreditto que podemos manter nosso querido Planeta Azul por muitos e muitos anos ainda.

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  6. eu acredito na mesma coisa. e acrescento: o conceito de realização do desejo comum do final do texto é a base do conceito da física quântica. tá alinhadinho com a filosofia mais moderna.

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