Diâmetros exaltados

26mar2006

Linda, louca e gostosa, Jessi tem duas manias: uma é trocar a cor do cabelo. A outra é ampliar o diâmetro comigo. Comigo e umas namoradas que ela arruma pra gente se divertir

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DIÂMETROS EXALTADOS

As aventuras de Diametral e Ninfa Jessi
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O júri decidiu que Diametral é culpado das acusações de incentivo ao sexo promíscuo e doentio entre os jovens brasileiros. A pena é assistir por um ano a todos os programas religiosos do MNBC na madrugada. Faça-se cumprir.

Aaaahhh!!! Acordo de repente, sobressaltado. Olho ao redor. Estou no quarto do motel. Ninfa Jessi dorme nua ao meu lado. Ufa, foi só um sonho ruim… Levanto, afasto devagar a cortina da janela e observo. Lá fora, o jipe no estacionamento, o luminoso do motel Centelha Vermelha, a estrada escura e deserta. Está tudo bem, eles não têm nossa localização.

Volto à cama. Jessi murmura algo e me abraça. Melhor dormir, amanhã cedo seguiremos. Mas a lembrança dos últimos acontecimentos insiste. Tudo começou quando conheci aquele site de relacionamentos…

Julho de 2005. Lá estou eu me cadastrando no Orkut. Esse negócio virou mania no Brasil. Tem gente que vive lá conectado e só sai pra comer e dormir, isso quando não dorme sobre o teclado. Tem mulher que conheceu o marido lá. É lá que muito marido monitora as paqueras da mulher. Tem de um tudo. Outro dia, conheci uma comunidade que luta pela liberdade dos pinguins de geladeira. Claro que entrei.

Novembro de 2005. Crio em meu site pessoal uma seção chamada Submundo Orkut, pra comentar o que rola nessa tal dimensão onde milhões de brasileiros vivem parte de suas vidas. É, eu assumo, sou bisbilhoteiro do comportamento alheio. Por falar nisso, algo que sempre me chamou a atenção foi aquela frase de boas vindas que consta na página de abertura: Participe do Orkut para ampliar o diâmetro do seu círculo social. Que frase mais esdrúxula! Comento com Jessi e ela solta sua gargalhada inconfundível. Jessi é uma pequena que conheci, adivinha onde, no Orkut. Linda, louca e gostosa. Tem duas manias: uma é trocar a cor do cabelo. A outra é ampliar o diâmetro comigo. Comigo e umas namoradas que ela arruma pra gente se divertir. Ninfa Jessi não presta.

Junho de 2006. A crônica Ampliando o Diâmetro é publicada em minha coluna no site do jornal O Povo. O texto é uma gozação sobre essa tal frase do diâmetro.

Dia seguinte. Recebo as primeiras mensagens. São os leitores, a grande maioria me parabeniza pela crônica. Alguns não gostam e, entre esses, um se diz integrante de um tal MNBC, Movimento Nacional pelos Bons Costumes, e afirma que solicitará ao jornal a minha saída do quadro de cronistas. E completa ameaçando me processar por incentivo ao sexo promíscuo e doentio entre os jovens brasileiros. Não acredito… Jessi fica indignada: Esse povo devia é ter mais senso de humor, em vez de ficar se preocupando com o diâmetro dos outros!

Próximo dia. Pelo sim, pelo não, lá estou eu no computador, xícara de café ao lado, buscando informações sobre esse tal de MNBC. Não encontro nada. Será que era pegadinha? Descubro, porém, que a direção do jornal de fato recebeu protestos de alguns leitores indignados com meu texto. Hummm, talvez o MNBC seja uma entidade meio secreta, tipo Opus Dei, que reúne gente estranha em reuniões noturnas e não divulga suas atividades. Desligo o computador e vou pra janela respirar. E percebo que alguém me observa do prédio ao lado. Hummm, não estou gostando disso…

Semana seguinte. Coisas estranhas estão acontecendo. Pessoas me seguem na rua. O telefone toca e quando atendo, desligam. Talvez seja melhor ficar em casa. Pra garantir, melhor fechar todas as janelas. Melhor também não atender o telefone. Na terça, entrei no elevador e reparei nas duas mulheres que entraram depois de mim: saias abaixo do joelho, blusinha comportada, cabelo preso, um livro grosso e escuro ao peito… Pregadoras do MNBC!!! Saí correndo, apavorado.

Julho de 2006. Estão batendo na porta. Não vou atender, são eles, vieram me pegar, é o meu fim… Mas reconheço a voz: é Jessi, ufa. Abro e vejo uma Jessi ruiva, hummm, até que ficou bonito. Ela, porém, me olha sério. E diz que tem algo importante pra me dizer. E diz: Entrei pro MNBC. Fico olhando pra ela, sem acreditar, não é possível… Ela então sorri, sobe a camiseta e me exibe aqueles peitos impossíveis que ela tem. E completa: Movimento das Ninfômanas Bem Comidas. E me empurra pro sofá, rindo e já desabotoando minha calça.

Vinte minutos depois, suados e abraçados no sofá, Jessi diz que não posso permitir que um bando de careta recalcado destrua minha vida. Mas fazer o quê? E ela responde: Ora, Gatão, o que a gente sabe fazer melhor… sexo e humor. Quando ela fala, tudo é óbvio. Vamos, pega a mochila, tá na hora, e não esquece o notebook. Pergunto o que planeja e ela sobe na cadeira, solene: Vamos ampliar o diâmetro do mundoooo!

Cinco dias depois. Pelo retrovisor, o Centelha Vermelha vai ficando pra trás. À frente, a estrada nos convida a novas aventuras. Ninfa Jessi estava certa, eu não podia continuar aceitando aquela situação. Pois bem. Não sou mais aquele cara medroso, agora eu sou… Diametral! E minha missão é horrorizar os caretas com os meus textos. Vocês pediram, caretas imbecis! Enquanto dirijo, Jessi revisa minha nova crônica e se irrita com a forma poética com que descrevi nossa última trepada, e diz que meus leitores querem ver mais sacanagem. Meus leitores e você, corrijo. Ela solta sua gargalhada e depois faz biquinho: Então publica aquela fotinha que eu tirei no motel, vai… Oquei, pequena. O que ela não me pede sorrindo que eu não faço gemendo?

Duas horas depois. Paro o jipe na estrada pra abastecer. Desço e olho o céu, o horizonte está escuro, ameaçador. Sopra um vento gelado, papéis voam… Dias difíceis virão, digo pra mim mesmo. Entramos na lanchonete e pedimos duas cervas. Num canto, uns caras feios tocam Não Me Peça Pra Te Amar, sempre bom ouvir um blues. Jessi me mostra a notícia no jornal: MNBC procura cronista fugitivo. Sorrio discreto por trás do óculos escuro. Hummm, perigo: a garçonete está olhando demais para nós…

Ei, você é o Diametral!, ela exclama, alegre. Psiu, não espalha…, respondo aliviado. Eu também não gosto do MNBC, ela diz baixinho, toda cúmplice. Entrego-lhe um cartão, acessa minha coluna, boneca, e deixa tua mensagem de apoio pra nossa luta. A garçonete guarda o papel no bolso e faz sinal de positivo. Ela é a Ninfa Jessi?, pergunta, surpresa. E Jessi, que adora uma garçonete, responde, inclinando-se e expondo seu decote irresistível: Em carne, osso e hormônios. A garota parece hipnotizada.

Pago as cervejas e deixo uma boa gorjeta. Jessi pergunta se a garota quer um autógrafo. Ela gagueja que si-si-sim. Tem preferência de lugar? E a garota nã-nã-não sabe o que dizer. Ninfa Jessi então a puxa pela cintura e… tasca-lhe um beijo na boca daqueles que não acaba nunca. Depois larga a garota que fica lá, extasiada, imprestável pra vida. Ai, ai, Jessi não presta.

Na mesa ao lado, uma senhora está simplesmente hor-ro-ri-za-da. Vejo que ela veste saia abaixo do joelho, cabelo preso, segura uma bíblia… Pronto, logo o MNBC saberá que estivemos aqui. Levanto e caminho pra saída: Vamos, pequena, tem muita estrada pela frente. E Jessi me segue, retocando o batom: E muito diâmetro pra ampliar!

Pedido atendido, pequena

Pedido atendido, pequena

Pago as cervejas e deixo uma boa gorjeta. Jessi pergunta se a garota quer um autógrafo. Ela gagueja que si-si-sim. Tem preferência de lugar? E a garota nã-nã-não sabe o que dizer. Ninfa Jessi então a puxa pela cintura e… tasca-lhe um beijo na boca daqueles que não acaba nunca. Depois larga a garota que fica lá, extasiada, imprestável pra vida. Ai, ai, Jessi não presta.

Na mesa ao lado, uma senhora está simplesmente hor-ro-ri-za-da. Vejo que ela veste saia abaixo do joelho, cabelo preso, segura uma bíblia… Pronto, logo o MNBC saberá que estivemos aqui. Levanto e caminho pra saída: Vamos, pequena, tem muita estrada pela frente. E Jessi me segue, retocando o batom: E muito diâmetro pra ampliar!

 

 

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Ricardo Kelmer 2006 – blogdokelmer.com

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Ampliando o Diâmetro – A crônica que originou esta série

Ouça Não Me Peça pra Te Amar (De Blues em Quando)

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As aventuras de Diametral e Ninfa Jessi – Um casal apaixonado vive seu amor libertino com bom humor e muita safadeza

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Por trás do sexo anal – Há algo de divinamente demoníaco no sexo anal que, literalmente, a-lu-ci-na algumas mulheres

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DICA DE LIVRO

IFTCapa-04aIndecências para o fim de tarde
Ricardo Kelmer – contos eróticos

Uma advogada que adora fazer sexo por dinheiro… Um ser misterioso e sensual que invade o sono das mulheres… Os fetiches de um casal e sua devotada e canina escrava sexual… Uma sacerdotisa pagã e seu cavaleiro num ritual de fertilidade na floresta… A adolescente que consegue um encontro especial com seu ídolo maior, o próprio pai… Seja provocando risos e reflexões, chocando nossa moralidade ou instigando nossas fantasias, inclusive as que nem sabíamos possuir, as indecências destes 23 contos querem isso mesmo: lambuzar, agredir, provocar e surpreender a sua imaginação.

A entrega – Memórias eróticas (Toni Bentley, editora Objetiva) – A bailarina filosofa sobre sua profunda experiência de amor e salvação por meio da submissão no sexo anal

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 Comentarios01COMENTÁRIOS
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4 Responses to Diâmetros exaltados

  1. chico gadelha disse:

    Pô Ricardo, este Diametral é da pesada né cara?! Não sei porquê acho que conheço alguém parecido! Parabéns cara! Me amarrei na ninfa Jessi! Fala pra ela que qualquer coisa eu tô na área! Grande abraço!
    Chico.

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  2. g. disse:

    preciso de um autógrafo desse urgente ,)

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